2017/08/04

Relacionamento com Deus

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.  Romanos 12:1,2

Até o capítulo 11 Paulo tratou da doutrina; agora, tratará da ética. Ele passa da teologia para a vida, do ensino para dever.  O que precisamos entender queridos irmãos é que a Bíblia nunca ensina a doutrina para torna-la simplesmente conhecida.

Deus não quer que você seja apenas um conhecedor de sua palavra, Deus não quer que você seja apenas um conhecedor de seus decretos. É comum conhecermos pessoas hoje que conhecem a Bíblia de capa a capa mas estão longe de Deus.

A biblia ensina as doutrinas para que seja transferida para prática. conhecimento e prática andam de mãos dadas. Conhecimento sem prática é religiosidade, prática sem conhecimento é tropeço..

Paulo repetidamente apresenta mais posição doutrinária, em seguida uma exortação ética, então ligando ambas como aqui, Pela conjução "pois" 12.1

E  nesse capítulo 12, Paulo foca sua atenção nos relacionamentos: com Deus, com nós mesmos, com o próximo e com os inimigos.

Para Paulo uma vida só é transformada quando os relacionamentos são transformados. Não podemos amar a Deus e odiar os nossos irmãos. Não podemos ter um relacionamento vertical correto se os relacionamentos horizontais estão errados.

Hoje quero me ater ao nosso relacionamento vertical apenas, o nosso RELACIONAMENTO COM DEUS.

Paulo observa que Cristo entregou o seu corpo na cruz como sacrifício Vicário e morreu por nós, agora, devemos entregar nosso corpo como sacrifício vivo a Deus como nosso culto racional.  Rm12.1

Paulo queridos irmãos nos mostra nestes texto duas coisas importantes no desenvolvimento do nosso relacionamento com Deus.

Corpos consagrados e mentes transformadas. É importante observar queridos irmãos que o texto não nos deixa opção de optar a fazer ou não. Não é uma opção é um apelo mas com sentido de urgência, "rogo-vos".

Corpos consagrados.

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

Esse sacrifício é descrito como "vivo" pelo apóstolo Paulo, ele está fazendo um contraste com sacrifícios antigos, cuja vida era tirada antes de ser apresentada sobre o altar;  no AntigoTestamento todo sacrifício requeria a morte do sacrificado.

Quando Paulo diz que devemos oferecer nossas vidas como sacrifício vivo, ele está dizendo que não precisamos morrer para ser aceito por Deus, Cristo já fez isso por nós.

"Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus." (1 Pe 3.18)

Eles diz que devemos apresentar esse sacrifício de forma santa. Como "santo", isto é, Consagrado, separado e reservado para o serviço de Deus, e  também " agradável a Deus "  Tanto santo como agradável se refere a uma postura de santidade.

Nossa consagração a Deus é uma resposta ao seu amor, uma reação à ação da sua misericórdia dispensada a nós. Na antiga dispensação os animais do sacrifício iam arrastados ao altar, involuntariamente, mas nós devemos voluntariamente oferecer o nosso corpo a Deus como um sacrifício vivo, santo e agradável.

A sociedade contemporânea idolatra o corpo. As academias de ginástica estão lotados. Gastamos hoje rios de dinheiro com cosméticos. Cultuamos a beleza e também a força.

A palavra de Deus, entretanto, nos ensina não a cultuar o corpo, mas a cultuar a Deus por intermédio do corpo.

Antes da nossa conversão oferecíamos os membros do nosso corpo ao pecado.

Portanto, não permitam que o pecado continue dominando os seus corpos mortais, fazendo que vocês obedeçam aos seus desejos. Rm 6.12

Agora, oferecemos nosso corpo como sacrifício vivo a Deus. Não oferecemos mais um cordeiro morto no altar, mas nosso corpo vivo. Nosso corpo não é uma tumba como pensavam os gregos. É o templo do Espírito Santo, morada de Deus.

Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? 1 Co 6.19

Foi comprado por alto preço e devemos glorificar a Deus em nosso corpo. O próprio Deus não vacilou tomar no corpo humano e nele viver.

 Cada um saiba controlar o próprio corpo de maneira santa e honrosa, não com a paixão de desejo desenfreado, como os pagãos que desconhecem a Deus. 1Tessalonicenses 4.4-5

Nosso corpo foi comprado pelo sangue de Cristo; é morada do Espírito e habitação de Deus. Portanto, deve ser oferecido a ele como um sacrifício vivo.

 Nosso corpo não é destinado à impureza, por isso sua entrega precisa ser um sacrifício santo.

Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; pois o santuário de Deus, que são vocês, é sagrado. 1 Coríntios 3.16-17

A bebedice, o cigarro, as drogas, o sexo fora do casamento é pecado e é uma afronta ao Espírito Santo de Deus que habita no corpo. Nosso corpo é para o Senhor e por isso, seu sacrifício precisa ser agradável, ou seja, sem mácula. Nosso corpo será ressuscitado glorificado em dia.

Consequentemente, o culto racional ou espiritual que prestamos a Deus pela consagração do nosso corpo não é prestado apenas dentro do templo ou no edifício da igreja, mas na vida do lar, ir no mercado do trabalho. O que Paulo vislumbra queridos irmãos não é o culto delimitado, restrito a uma hora e a um recinto.

 Glorificamos a Deus em nosso corpo quando contemplamos o que é santo, quando nossos ouvidos se deleitaram no que é puro, quando nossas mãos praticam o que é reto, quando os vossos pés caminham por veredas da justiça.

Alguém pode perguntar pastor, mas como pode o corpo tornar-se um sacrifício? É simples irmão, deixe que o olho não veja nada de mal, e ele se tornará um sacrifício; permita que a língua não diga nada vergonhoso, e ela se tornou uma oferta; deixe que a mão não faça nada ilegal, e ela se tornará uma oferta em holocausto.

Que pela graça de Deus nós possamos produzir frutos para Deus com as nossas mãos, os nossos pés, com a nossa boca, e com todos os nossos outros membros.

O culto que prestamos a Deus no altar é vazio de significado se não é acompanhado por uma vida de obediência e fidelidade a Deus (Is 1.15; Am 5.21-23; Ml 1.6-10).

"Eu odeio e desprezo as suas festas religiosas; não suporto as suas assembleias solenes. Mesmo que vocês me tragam holocaustos e ofertas de cereal, isso não me agradará. Mesmo que me tragam as melhores ofertas de comunhão, não darei a menor atenção a elas. Afastem de mim o som das suas canções e a música das suas liras. Em vez disso, corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene! " Amós 5:21-24

"O filho honra seu pai, e o servo o seu senhor. Se eu sou pai, onde está a honra que me é devida? Se eu sou senhor, onde está o temor que me devem? ", Malaquias 1:6

Por isso não podemos viver para o nosso querer, para buscar o nosso interesse e a nossa vontade; estamos aqui, como filhos, resgatados do pecado e da morte, para a vida, para sermos instrumentos de justiça, para a manifestação da glória e do querer de Deus.

Mentes transformadas 12.2ª

E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente

Duas questões nos chama a atenção sobre isso

Paulo diz que a oferta do nosso corpo a Deus tem que ser como sacrifício vivo, santo e agradável e que isso é o nosso culto racional. A palavra grega lógicos "racional" carrega a ideia de razoável, lógico e sensato.

Trata-se, portanto, de um culto oferecido de mente e coração, culto espiritual em oposição ao culto cerimonial. O culto racional é apenas o que responde de modo coerente e adequado a misericórdia de Deus em Jesus Cristo.   

O crente não vive numa bolha espiritual, mas no mundo. Ele foi salvo do mundo, está no mundo, mas não pertence ao mundo. Os valores do mundo não são mais os seus valores. A ética do mundo não é mais a sua ética.

O crente tem, agora, a mente de Cristo. Conformar-se com o mundo é adaptar-se ao seu sistema. É ser como o mundo. É abraçar seu relativismo. É entrar no seu esquema.

O mundo tem uma fôrma que está sempre mudando de acordo com suas conveniências. O mundo não tem um padrão absoluto de conduta. Ele está entregue ao relativismo moral e à decadência dos costumes

A duas palavras que regem esse versículo: conformação e transformação. O mundo queridos irmãos tem uma forma. Essa forma ela é elástica e flácida. A forma do mundo é a forma do relativismo moral, da ética situacional e do desbarrancamento da virtude.

O crente é alguém que não põe o pé nessa forma. Não se amolda ao esquema do mundo, mas se transforma pela renovação da mente.

Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. 1 Jo 2.15

O cristão não ama o mundo nem é amigo do mundo. Ao contrário, ele é luz do mundo; tão oposto a ele como a luz é das trevas; tão necessário a ele, como a luz é para trazer claridade na escuridão.

Nós, porém seguimos o modelo absoluto, que jamais fica obsoleto. Esse modelo é Jesus.  É o modelo da transformação

...mas mas transformai-vos pela renovação da vossa mente

Warren Wiersbe diz: "se o mundo controla nossa maneira de pensar, somos conformados, mas, se Deus controla nossa maneira de pensar, somos transformados. "

Em vez de viver pelos padrões de um mundo em desacordo com Deus, os crentes são exortados a deixar aqui a renovação da sua mente, pelo poder do Espírito Santo, transforme sua vida harmonizando a com a vontade de Deus.

A forma do mundo é o esquema que muda todo dia. Em vez de entrar nessa forma para sermos conformados a ela, devemos ser transformados de dentro para fora, pela renovação da nossa mente.

Nas palavras de Willam Barclay "não devemos ser como camaleão que assume as cores daquilo que o cerca ".

O cristão não deve adotar o padrão exterior e transitório deste mundo, mas ser transformado em sua natureza íntima.

Paulo usa duas palavras para forma: Squema, em referência a uma forma que muda todo dia, E Morphe, em alusão a uma forma imutável. Squema significa "aparência exterior " e Morphe, "essência interior "    

A palavra aqui usada para transformar traduzida em nossa língua equivale a palavra metamorfose. Que descreve uma mudança que ocorre de dentro para fora. Em vez de adotar um padrão exterior e transitório deste mundo, devemos ser transformados em nossa natureza íntima.

O crente não deve conformar-se com o mundo porque a forma do mundo muda todo dia. O errado ontem eu certo hoje. O repudiado ontem é aplaudido hoje. O vergonhoso ontem é praticado a luz do dia hoje.

A lei da vantagem prevalece nos acordos comerciais e nos relacionamentos. As pessoas existem para serem exploradas e não para serem servidas. Os desejos da carne existem para serem atendidos e não controlados. O prazer carnal deve ser consumado sem levar em conta a verdade de Deus ou o amor ao próximo.

A ética do mundo é egoísta, é imoral, é atentatória contra Deus e contra o homem. Se quisermos, portanto, experimentar em nossa vida a vontade de Deus não podemos nos conformar com esse sistema corrompido de valores. O crente é uma pessoa inconformada com a filosofia prevalecente no mundo.

A transformação interior é a única defesa efetiva contra a conformidade exterior o espírito do tempo presente. Temos, assim uma metamorfose gerada pelo Espírito Santo.

Os princípios de Deus,  são imutáveis. Temos um padrão absoluto. Não precisamos ficar confusos e perdidos nos labirintos da dúvida. Jesus Cristo é o nosso modelo.

Quando olhamos para ele e estudamos sua Palavra, somos transformados progressivamente em sua própria imagem. Avançamos para o alvo rumo à estatura do varão perfeito.

Somos, então, transformados de glória em glória, avançamos de fé em fé e caminhamos de força em força até entrarmos na glória, onde teremos um corpo semelhante ao corpo da glória de Cristo.

Quando o nosso corpo é consagrado em nossa mente transformada, nosso culto torna-se racional, experimentamos uma boa perfeita e agradável vontade de Deus .

A vontade de Deus não é conhecida por meios místicos, mas através de uma vida de consagração, onde nos apresentamos a Deus, nos inconformamos com o mundo e somos transformados pela renovação da nossa mente.

 

 

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