2017/08/04

Arrependimento 3

Boa noite irmãos graça e paz...

Quero dar continuidade na série arrependimento e encerro hoje ela. Falar sobre arrependimento é um desafio queridos irmãos, pois não poderia falar de algo que eu não tenha experimentado em minha vida. Arrepender-se faz parte de minha vida. Quantas e quantas vezes me vejo em situações que tenho que me arrepender e mudar a rota de minhas atitudes e postura...

Aliás em minhas orações tenho pedido a Deus que sopre sobre nós, sobre essa igreja um desejo de arrependimento e que isso seja genuíno. Pois só quando tivermos um coração quebrantado, compungido conseguiremos verdadeiramente desfrutar da plenitude do Espirito Santo de Deus...

A igreja contemporânea está carente desse desejo, ela tem se endurecido em muitos sentidos e acredito que a falta de arrependimento é o responsável por isso. A falta de arrependimento nos leva para longe do coração de Deus, para longe dos seus desígnios.

Nas duas últimas palavras sobre isso comparei o arrependimento a um remédio espiritual formado de seis componentes especiais… Se um for deixado fora, o arrependimento perde o seu poder.

1) Percepção e convicção do pecado. Antes de lamentarmos pelo pecado, temos de vê-lo. Muitos que acham falhas nos outros não vêem nenhum erro em si mesmos… Pessoas são vendadas por ignorância e amor próprio. Por isso, não vêem o que deforma a sua alma.

 Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Romanos 3:10

 Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Romanos 3:23

Querido irmão eu e você não somos bons, a nossa natureza é pecaminosa, e por isso somos maus por natureza. A palavra de Deus diz que toda a nossa justiça é como trapo de imundícia. Tem gente que se acha bom porque a base de sua comparação é o criminoso, o corrupto, o pedófilo etc. Mas não, a base de nossa comparação dever ser Jesus.

Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos. "Ele não cometeu pecado algum, e nenhum engano foi encontrado em sua boca" 1 Pedro 2:21,22

Se você assim fizer perceberá o quanto você é um pecador que necessita de arrependimento.

2) Tristeza pelo pecado. "Suporto tristeza por causa do meu pecado" (Sl 38.18).  Quando você enxerga a situação desoladora que você se encontra, o sentimento que acompanha quase que imediatamente essa percepção é a tristeza. Teu coração doi. Tuas emoções doem, a angustia pelo pecado cometido envolve sua alma e a entristece profundamente. Chora pelo pecado cometido.

Neemias chorou pelo pecado da nação. "Quando ouvi isso, eu me sentei e chorei. Durante alguns dias, eu fiquei chorando e não comi nada" (Ne 1.4)

Pedro chorou quando o galo cantou pela terceira vez:  "Então Pedro caiu em si e começou a chorar" (14.72).

"Então Pedro saiu dali e chorou amargamente" (Mt 26.75; Lc 22.62).

O choro pelo pecado é um sinal do novo nascimento. Assim como a criança chora ao nascer, aquele que nasce de novo também chora ao pecar. 

Aqueles que nascem do Espírito, que têm um coração quebrantado, têm também tristeza pelo pecado. Para entrar no céu não basta ir à igreja, dar esmolas, fazer caridade. O único caminho é você chorar pelos seus pecados e receber a consolação da graça em Cristo. Jesus disse: "Se porém não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis".  Só um remédio que cura a doença mortal da alma, é o verdadeiro arrependimento.

3) Confissão de pecado. A tristeza é um sentimento tão forte, que terá expressões. Suas expressões são lágrimas nos olhos e confissão nos lábios. O crente fiel não esconde suas mazelas, pelo contrário ele as confessa a Deus para obter perdão e aos irmãos para obter a cura e ajuda. Ele sabe que os olhos de nosso Deus tudo vê e nada passa batido sem que ele saiba.

Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Salmos 32:5

Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados.
Tiago 5:16

4) Vergonha pelo pecado. O quarto componente no arrependimento é a vergonha. "Para que… se envergonhe das suas iniquidades" (Ez 43.10).

O arrependimento causa um acanhamento santo.  "Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a face" (Ed 9.6).

Se Cristo não estivesse no coração do pecador, não haveria tanta vergonha se expressando no rosto. Há… algumas considerações sobre o pecado que nos causa vergonha:

1. Todo pecado nos torna culpados, e a culpa nos deixa envergonhados.

2. Em todo pecado, há muita ingratidão. E essa é a razão da vergonha. Abusar da bondade de Deus, como isso nos envergonha!… Ingratidão é um pecado tão grave, que Deus mesmo se admira dele (Is 1.2).

Ouçam, ó céus! Escute, ó terra! Pois o Senhor falou: "Criei filhos e os fiz crescer, mas eles se revoltaram contra mim. O boi reconhece o seu dono, e o jumento conhece a manjedoura do seu proprietário, mas Israel nada sabe, o meu povo nada compreende". Isaías 1:2-3

3. O pecado mostra o que somos, e isso nos causa vergonha. O pecado nos rouba as vestes de santidade. E nos deixa destituídos de pureza, deformados aos olhos de Deus; e isso nos envergonha…

4. Nossos pecados expuseram Cristo à vergonha. E não nos envergonharemos deles? Vestimos a púrpura; não vestiremos o carmesim?

5. Aquilo que nos deixa envergonhados é o fato de que os pecados que cometemos são piores do que os pecados dos incrédulos. Agimos contra a luz que possuímos.

6. Nossos pecados são piores do que os pecados dos demônios. Os anjos caídos nunca pecaram contra o sangue de Cristo. Cristo não morreu por eles… Com certeza, se sobrepujamos o pecado dos demônios, isso deve nos causar muita vergonha.

5) Ódio pelo pecado. O quinto componente do arrependimento é o ódio pelo pecado "Tereis nojo de vós mesmos por causa das vossas iniqüidades e das vossas abominações" (Ez 36.31).

Um cristão verdadeiramente arrependido é alguém que detesta o pecado. Se uma pessoa detesta aquilo que faz seu estômago adoecer, ela deve, com muito mais intensidade, detestar aquilo que deixa enferma a sua consciência.

É mais fácil abominar o pecado do que deixá-lo… Não amamos a Cristo enquanto não odiamos o pecado. Nunca anelamos o céu enquanto não detestamos o pecado. O arrependimento correto começa no amor a Deus e termina no ódio ao pecado. Como podemos discernir o verdadeiro ódio para com o pecado?

1. Quando a pessoa se mantém resoluta contra o pecado. A língua lamenta amargamente o pecado, e o coração o odeia, de modo que, embora o pecado se apresente de forma atraente, nós o achamos detestável e o abominados com ódio mortal, sem levarmos em conta a sua aparência agradável…

O diabo pode vestir e disfarçar o pecado com prazer e proveito, mas um verdadeiro penitente, que tem ódio secreto pelo pecado, sente repulsa e não se envolverá nele.

2. O verdadeiro ódio pelo pecado é abrangente. 

No verdadeiro arrependimento, o ódio pelo pecado está presente em todas as faculdades da alma; não somente no intelecto, mas, principalmente, na vontade. "Não faço o que prefiro, e sim o que detesto" (Rm 7.15). Paulo não era livre do pecado, mas a sua vontade se posicionava contra o pecado.

Aquele que odeia um pecado odeia todos… Os hipócritas odeiam alguns pecados que mancham sua reputação, mas o verdadeiro convertido odeia todos os pecados: os pecados que produzem vantagem, os pecados resultantes de nossas inclinações naturais, as próprias instigações da corrupção.

Um coração santo detesta o pecado por causa de sua contaminação natural. O pecado deixa uma mancha na alma. Uma pessoa regenerada aborrece o pecado não somente por causa da maldição, mas também por causa do contágio. Ele odeia essa serpente não somente por causa de sua picada, mas também por causa de seu veneno. Abomina o pecado não somente por causa do inferno, mas como o próprio inferno.

3. Onde há verdadeiro ódio pelo pecado, nos opomos ao pecado em nós mesmos e nos outros. A igreja de Éfeso não podia suportar aqueles que eram maus (Ap 2.2).

Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos, mas não são, e descobriu que eles eram impostores. Apocalipse 2:2

Paulo repreendeu arduamente Pedro por causa de sua dissimulação, embora este fosse um apóstolo. Com insatisfação santa, Cristo expulsou os cambistas do templo (Jo 2.15). Ele não tolerou que o templo sofresse uma mudança. Neemias repreendeu os nobres por sua usura (Ne 5.7) e pela profanação do sábado (Ne 13.17).

Aquele que odeia o pecado não suportará a iniqüidade em sua família – "Não há de ficar em minha casa o que usa de fraude" (Sl 101.7).

Aqueles que não tem qualquer antipatia para com o pecado não conhecem o arrependimento. Quão distantes estão do arrependimento aqueles que, ao invés de odiarem o pecado, amam-no! Para os santos, o pecado é um espinho nos olhos; para os ímpios, é uma coroa na cabeça.

Amar o pecado é pior do que praticá-lo. Um homem bom pode precipitar-se cair em uma atitude pecaminosa, mas amar o pecado é desesperador.

O que faz um porco amar o revolver-se na lama? O que faz um demônio amar aquilo que se opõe a Deus? Amar o pecado mostra que a vontade está no pecado; e, quanto mais a vontade estiver no pecado, tanto maior ele será. A obstinação faz com que não haja mais purificação para o pecado (Hb 10.26).

Se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, Hebreus 10:26

Oh! quantos existem que amam o fruto proibido! Amam as imprecações e os adultérios. Amam o pecado e odeiam a repreensão… Portanto, quando os homens amam o pecado, apegam-se àquilo que será a sua morte e brincam com a condenação, isso indica que "o coração dos homens está cheio de maldade" (Ec 9.3). Isso nos persuade a mostrar nosso arrependimento por meio de um ódio amargo para com o pecado…

6) Converter-se do pecado. O sexto componente no arrependimento é converter-se do pecado… Esse converter-se é chamado de abandonar o pecado, tal como um homem que abandona a companhia de um ladrão ou de um feiticeiro.

Que o ímpio abandone seu caminho, e o homem mau, os seus pensamentos. Volte-se ele para o Senhor, que terá misericórdia dele; volte-se para o nosso Deus, pois ele perdoará de bom grado. Isaías 55:7

No mesmo dia em que o crente se converte do pecado, deve se regozijar com um gozo eterno.

Os olhos devem fugir de vislumbres impuros.

O ouvido tem de fugir dos escárnios.

 A língua, do praguejamento.

As mãos, dos subornos.

Os pés, dos caminho das meretrizes.

E alma, do amor à impiedade.

Esse converter-se do pecado implica uma mudança notável. Converter-se do pecado é tão visível, que os outros podem percebê-lo. Por isso, é chamado de uma mudança das trevas para a luz (Ef 5.8).

Paulo, depois de ter recebido a visão celestial, ficou tão diferente, que todos se admiraram da mudança (At 9.12). O arrependimento transformou o carcereiro em um enfermeiro e médico (At 16.33). Ele cuidou dos apóstolos, lavou-lhes as feridas e serviu-lhes comida.

Um navio se dirige ao leste; e o vento muda seu rumo para o oeste. De modo semelhante, um homem se encaminhava para o inferno, mas o vento contrário do Espírito soprou, mudou o seu rumo e o fez andar em direção ao céu… Essa mudança visível que o arrependimento produz em uma pessoa é como se outra alma se abrigasse no mesmo corpo.

 "Deixe o perverso o seu caminho" (Is 55.7). Uma pessoa verdadeiramente arrependida abandona o caminho do pecado. Ela deixa todo pecado… Aquele que esconde um subversivo em sua casa é um traidor da nação. E aquele que satisfaz um pecado é um hipócrita traiçoeiro.

Uma pessoa verdadeiramente arrependida deixa o pecado com base em um princípio espiritual, ou seja, o amor de Deus… Três homens perguntaram um ao outro o que os fizera abandonar o pecado. Um disse: "Acho que são as alegrias do céu". Outro respondeu: "Acho que são os tormentos do inferno". Mas o terceiro disse: "Acho que é o amor de Deus; e isso ainda me faz abandonar o pecado. Como eu ofenderia o amor de Deus?"

Eu quero concluir queridos irmãos dizendo que o desejo de Deus para mim e pra você é que venhamos ter intimidade com ele, e venhamos desfrutar de sua presença em todos os momentos, mas para que isso aconteça precisamos sempre ter um coração arrependido.

Quando Deus criou o ser humano ele o criou com um objetivo bem especifico para que esse ser humano se relacionasse com ele, entretanto o pecado destruiu essa ponte de amizade, mas Deus em sua infinita sabedoria reconstruiu essa ponte através de seu filho Cristo Jesus.

Jesus nos aproximou novamente de Deus através de seu sacrifício, ele  limpou nossas vestes manchadas pelo pecado, ele nos lavou através de seu sangue é por isso que ele nos convida a participar desta mesa.


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