2019/02/24

Mentoria / Discipulado.

Mentoria e Discipulado é um processo de desenvolver o caráter de Cristo em outros. Se refere a um relacionamento entre uma pessoa mais experiente e outra geralmente mais nova e do mesmo sexo, no intuito de caminhar juntos e prover auxílio ao mentoreado nas diversas áreas da vida.

Esse desenvolvimento do caráter não se dá de forma teórica apenas, mas de forma prática proporcionando experiências (segundo o modelo que Jesus usou com seus discípulos).

 Isso pode ser melhor entendido da seguinte forma:

Você já andou de carro por uma estrada em que a neblina era tanta que você mal conseguia enxergar três metros à sua frente? Essa experiência pode ser pavorosa. Mas, se houver outro carro a sua frente e você puder seguir as lanternas dele, dirigir em meio à neblina pode não ser algo tão assustador assim.

Isso é mentoreamento, é fornecer luz, é guiar, é dar a direção e seguir junto em meio aos obstáculos que vão surgindo. O mentor é alguém que realmente faz a diferença na vida do mentoreado, através de um relacionamento profundo e de acréscimo.

Podemos ver na Bíblia vários exemplos de mentoreamento, por exemplo: 

Moisés e Josué (Ex 24.13; Dt 31.1-8), 

Elias e Eliseu (1 Rs 19.19-21; 2 Rs 2.1-16), 

Barnabé e Saulo (Paulo) (At 9.26-30, 11.22-30), 

Paulo e Timóteo (At 16.1-3; Fp 2.19-23; 1 e 2 Tm).

Nesse momento você pode estar se perguntando "Isso não seria discipulado? Em que o mentoreamento difere do discipulado? É apenas um rótulo para discipulado?". Não é bem assim, vamos esclarecer um pouco mais as coisas!

Ao nos voltarmos para o significado raiz das palavras entenderemos melhor. A palavra discípulo, segundo alguns dicionários, significa "aquele que recebe ensino de alguém ou segue as idéias e doutrinas de outro; aluno, estudante, aprendiz". Podemos ainda nos aprofundar mais e perceber a corroboração da palavra em sua origem, a palavra discípulo do grego "Mathetes" do verbo "Mathano", significa aprender. Já a palavra mentoreamento significa "guiar, ensinar, aconselhar outro, orientar um jovem". Originalmente o Mentor, nome próprio, é um personagem do poema épico de Homero, A Odisséia. Mentor é designado por Ulisses – o qual vai à Guerra de Tróia – a ser o guardião, tutor, supervisor de seu filho, Telêmaco. Os autores do livro "Como o ferro afia o ferro"² distinguem mentoreamento e discipulado da seguinte forma:

Qual é a diferença entre mentoreamento e discipulado? Ambos se relacionam, mas não são exatamente iguais. O discipulado inclui um chamado, um convite direto de um professor que beira uma ordem. Jesus disse aos pescadores Pedro e André: "Sigam-me"; e "no mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram". Depois ele encontrou por acaso seus colegas, Tiago e João. Novamente, "Jesus os chamou, e eles, deixando imediatamente seu pai e o barco, o seguiram". O mesmo padrão se repetiu com o resto dos Doze. (…)

O discipulado, como vemos hoje em dia, tende a limitar seu foco a dimensão espiritual. (…) O mentoreamento, pelo menos quando praticado por cristãos, deveria centrar tudo em Cristo. Mas o mentoreamento trata menos de instrução do que de iniciação – levar homens à maturidade. Enquanto a palavra para discípulo significa "aprendiz", a palavra mentoreado vem de uma palavra latina que significa "proteger"

"É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas. Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se." Eclesiastes 4:9,10

Um discípulo está para o mestre assim como o servo ao senhor, um mentoreado está para o mentor assim como um sobrinho ao tio. Um relacionamento mais íntimo e de acompanhamento não só de uma área, mas que engloba o todo.

Na verdade, não existe essa história de discipulado versus mentoreamento, ou ainda, mentoreamento versus aconselhamento, eles funcionam melhor ao andarem juntos. Podemos considerar termos distintos? Sim, podemos. Podemos considerar uma sobreposição? Sim, também podemos. Importa menos os termos e mais a essência e a atitude. Se relacionar a ponto de poder contribuir para o desenvolvimento de alguém, de orientá-lo, de não ser apenas professor, mas de fazer parte da vida de outro, certamente é um padrão bíblico que devemos seguir. Por conta disso usarei o termo discipulado a partir de agora tanto para mentoria como para discipulado.

Discipulado é relacionamento

A primeira coisa importante sobre discipulado é que ele não existe se não houver relacionamento. Algumas coisas são muito mais captadas do que ensinadas. Como você aprendeu sua primeira linguagem? Simples, você cresceu em uma família que falava a língua ou foi cercado por uma cultura que o fazia. Você absorveu a linguagem daqueles ao seu redor.

Do mesmo modo, nosso relacionamento com Cristo é muito mais captado do que ensinado. É claro que podemos aprender a partir de livros e lições, mas somos moldados pelas pessoas. Se eu perguntasse a você sobre as maiores influências de sua vida espiritual, você não citaria o nome de um livro ou um sermão, mas sim o nome de uma pessoa (ou várias). Nós somos moldados pelos cristãos ao nosso redor.

Assim como um bebê que não tem nenhum contato com outros humanos não poderia aprender a falar, se não tivermos em relacionamento com outros cristãos, ficaremos seriamente atrofiados no nosso crescimento. Esse é o motivo pelo qual Deus nos colocou em uma família espiritual chamada Igreja. Leia o capítulo final de 1 Coríntios ou Romanos e veja como Paulo cita os nomes de cristãos que ele conhece, chamando-os de irmãos e irmãs.

O próprio Jesus gastou tempo com seus doze. Os doze aprenderam na prática os ensinamentos do seu mestre porque a Palavra diz que Jesus chamou seus discípulos para "estar com ele". À medida em que estudamos os Evangelhos, fica muito claro que Jesus fazia uso de cada situação para investir em seus discípulos. Quando ele ministrava às multidões, eles estavam observando e aprendendo. Mais tarde, em particular, enquanto Jesus estava às sós com seus discípulos, eles poderiam perguntar a ele acerca do que foi ensinado e era claro que eles tinham um nível mais profundo de discipulado.

Acredito que Jesus também investiu muito tempo individualmente (um a um) com seus discípulos. Jesus viajava muito com eles; muitas vezes, 20, 30 ou 50 quilômetros entre cidades e vilarejos. Durante essas viagens, horas e horas de discipulado precioso poderiam estar acontecendo, já que eles estavam longe das multidões. Era óbvio que era praticamente impossível falar com 12 pessoas ao mesmo tempo durante uma viagem caminhando, então eu creio que muito desse discipulado profundo de Jesus estava no campo individual.

Paulo também tinha o mesmo objetivo: cada pessoa individualmente discipulada até alcançar a maturidade em Cristo! 

Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós. Atos 20:31 (no verso 30, ele os chama de discípulos).

A quem anunciamos, admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo. Colossenses 1:28

Por conta disso a fim de ser eficaz no fazer discípulos, a igreja deve promover relacionamentos autênticos.

TODO LÍDER É UM MENTOR

Seu chamado para a liderança inclui um chamado para ser mentor. Por que? Porque ambos vêm num só pacote. Lembre-se que o produto principal de um líder cristão é a criação de novos líderes. Esta é a parte prioritária de sua descrição de trabalho.

Em II Timóteo 2:2, diz assim: E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.

Isto é, se você recebe o chamado para assumir um cargo de liderança bíblica, como Pastor ou Presbítero, também é chamado para ser mentor. Você se sente competente? Possivelmente não. Não seria agradável sentir-se competente? Não. Ou seria arrogância. Nem sequer o apóstolo Paulo se sentiu competente. "não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança,…" II Corintios 3:5-6 Como um equilibrista com sua vara, devemos agarrar-nos destas duas realidades: - Nunca serei competente para função alguma no reino de Deus. – Pela graça divina, posso fazer tudo. O assunto é o chamado, não a competência. "Mas, pela graça de Deus, sou o que sou." I Cor. 15: 10

Nossos defeitos são necessários Graças a Deus pelos defeitos dos personagens bíblicos. Sem eles, careceríamos de um conceito global da realidade do ministério. Deus tem sua caixa de ferramentas para aperfeiçoar seus filhos. Umas destas ferramentas são nossas próprias faltas. O Senhor não leva em conta nossa própria bondade para conseguir algo. O que deseja é nossa disposição para fazer sua vontade. Deus usa até os nossos defeitos pessoais no processo de preparar líderes. Deus derramou sua unção e proceda de acordo com isso. Por que razão Deus nos chamaria para o ministério sem ter equipando-nos para a obra?

"A Bíblia nos diz: Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós,…" 1João 2:27

"porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis." Romanos 11:29

Para ser um Mentor e discipular vidas é necessário entender que o mentor precisará ter algumas caraterísticas:

1. Disposição

A pessoa que quer ensinar outra a ser seguidora de Jesus Cristo tem que ter disposição convicta em sua vida de que está fazendo um serviço para seu Senhor e Salvador e que investir sua vida em outra vida é um dom precioso que o Espírito Santo nos concede em sua maravilhosa graça.

A disposição vai te tirar da cama mais cedo para orar pela nova ovelha. Deus vai te dar disposição para sacrifícios de tempo. Vai te dar energia para se relacionar fazendo concessões. Disposição importa porque é o dínamo que te impulsionará a seguir em frente mesmo quando não puder vislumbrar o resultado de seu discipulado.

2. Compromisso

Esta é a parte onde você abre sua agenda pessoal para dar um importante espaço para um encontro especial com aquela pessoa que você quer ver moldada à imagem de Jesus Cristo. Então, esteja chovendo ou não, esteja alegre ou triste, aquele dia e horário são dedicados àquele encontro com a pessoa que o Senhor designou para você cuidar. Portanto, faça isso com zelo.

A pessoa que está aprendendo sobre como se tornar uma cristã está ansiosa para ter sua vida transformada, e você é o instrumento que Deus está usando para que isso seja realizado.

3. Amor

Amor é a essência de tudo. Deus é amor. É por amor que você discípula alguém. Primeiro você mesmo é amada pelo Senhor e, porque ele te amou e morreu em seu lugar, você pode amá-lo e viver para ele. Agora você quer que outras pessoas o amem, o sigam e sejam como ele. Então Deus faz brotar em seu coração o amor pelo próximo, e esse amor é o motor do discipulado.

O amor não é aquele sentimento cor-de-rosa que suscita fortes emoções e suspiros profundos. O amor é sacrifício, dedicação, ação e transpiração. É o amor que faz a roda do discipulado girar. Sem amor nada somos, nem seremos.

Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. João 15.13

4. Intenção

Você pode andar com uma irmã da igreja, ir a sua casa, comer em sua mesa, conhecer sua família, seus relacionamentos, conversar com ela sobre teologia e doutrina, falar sobre como deve ser a vida cristã, mas nada disso é discipulado se não houver intenção de tornar essa pessoa seguidora de Jesus Cristo.

Ah, não entendi?! A instrução, correção, educação, exortação têm que ter o propósito explícito de tornar alguém uma seguidora de Jesus Cristo, tem que haver aliança, compromisso de ambas as partes, um selo. Sem intenção não há discipulado, há apenas uma conversa sem objetivos.

5. Misericórdia

Esta é a parte onde temos que perdoar setenta vezes sete. Os nossos pecados, geralmente, se voltam para quem está mais próximo e assim será no discipulado. Quem discípula será alvo certo do aprendiz. As imperfeições de quem aprende se manifestarão no convívio, na proximidade e na convivência entre discipuladora e discípula. Então, haja misericórdia para perdoar assim como Jesus nos perdoou.

Para finalizar estes pontos, quero lembrá-la de que, em todas as coisas que realizamos, é o Senhor que nos concede graça, e no discipulado ele faz isso claramente e em abundância. Portanto, não hesite em praticar aquilo que o Senhor nos ordena fazer, pois ele mesmo nos sustentará, como ele já prometeu fazer, todos os dias de nossas vidas

Uma Geração é responsável pela seguinte 

"Uma geração contará à outra a grandiosidade dos teus feitos; eles anunciarão os teus atos poderosos." Salmos 145:4

Todos nós somos responsáveis pela geração emergente, por disciplinar e transmitir tudo o que Deus tem nos ensinado. Discipulado é uma experiência de relacionamento de intimidade com alguém que se conhece bem, que modela princípios de Deus e pode conduzir o discípulo a um encontro com o Deus vivo, dia a dia, momento a momento.

Há muitas crianças e jovens vivendo sem pessoas que sirvam de modelo e discipuladores da conduta de Deus. Esse tremendo privilégio e responsabilidade não podem ser para poucos. Para ganhar uma nação, temos que alcançar a próxima geração, e o discipulado é o meio que Jesus nos orientou a usar.

BUSQUE UM MENTOR/ DISCIPULADOR PARA CUIDAR DE VOCÊ

Como encontrar um mentor? Não é fácil. Na verdade, esse relacionamento é um presente divino, algo parecido com o que Jesus indica, quando diz para os discípulos, seus mentoriados em

"Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido. Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome." João 15:15-16

No entanto podemos dar alguns passos concretos na busca de um mentor. Recomendo os seguintes passos:

1)    Faça uma lista de 3 pessoas que poderiam, de alguma forma, ajudá-lo nesse papel. Ainda que não sejam perfeitas, quais seriam as três melhores opções de pessoas cuja a vida já está conectada de alguma forma com a sua ou que você poderia fazer ajuste para que assim fosse?

2)    Priorize as pessoas em oração, para então ir atrás da primeira e pedir que ela ore sobre ter um encontro inicial para conversar acerca da possibilidade de ser seu mentor. (discipulador, ou líder pastoral)

3)    Se a pessoa aceitar, faça uma experiência de 3 a 6 meses. Se a experiência for positiva, glória a Deus! Se não for passe para a segunda pessoa em sua lista e repita o processo.


Liderança


"Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? " Respondeu Jesus: " 'Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento'. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como a si mesmo'. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas".
Mateus 22.36-40
Apesar de ser uma palavra muito usada nos dias atuais, poucas pessoas realmente   sabem o que é liderança. E por não saberem a definição exata, menos pessoas ainda conseguem aplicá-la de maneira correta. Esse é um termo que comumente pode ser aplicado a ambientes corporativos, políticos ou religiosos.
Em um mundo cada vez mais competitivo quando o assunto é trabalho e reconhecimento, quem realmente pratica a verdadeira liderança tende a ganhar destaque, e sair na frente da concorrência.
Basicamente a palavra liderança, pode ser resumida na habilidade de conduzir um grupo, e motivá-lo a colaborar e muitas vezes de maneira voluntária. Um bom líder consegue despertar nas pessoas a vontade de fazer a diferença. Um bom líder consegue motivar pessoas a seguir uma idéia ou uma visão.
Você consegue imaginar uma empresa sem nenhum líder? Um local em que todo mundo possa fazer as coisas como quiser, e que não haja ninguém capaz de solucionar os problemas, ou orientar a equipe?
Parece meio caótico, não? Pois é justamente esse o papel da liderança: tornar o ambiente organizacional mais saudável e agradável para todos, além, claro, de apontar os caminhos para o sucesso e para que as pessoas consigam obter melhores resultados corporativos por exemplo no contexto de uma empresa.
Quando você pensa sobre o que é liderança, o que lhe vem à cabeça?
Para algumas pessoas, a imagem de um alto executivo. Para outros, uma pessoa espiritual como por exemplo um pastor, ou alguém que saiba conduzir um grupo de pessoas rumo a um objetivo em comum. É uma questão de postura, mais do que status ou mesmo condição financeira.
É possível identificar a liderança em crianças, por exemplo, que conseguem cativar atenção e se impor de maneira espontânea. As outras crianças admiram, e usam esse "líder" como exemplo.
Essa posição pode gerar situações boas ou ruins, afinal, existem líderes para os dois lados. Tornar a sua liderança saudável e positiva é uma opção sua. Conduzir as pessoas para um caminho produtivo e harmonioso, também. Por isso conhecer o perfil da liderança é importante pois a liderança reflete diretamente na qualidade do trabalho prestado pelo grupo. Existem muitos perfis de liderança e cada um com suas características que podem ou não ajudar na hora de liderar pessoas, são muitos, mas acredito que os três principais são:
 Líder Autoritário
O líder autoritário toma decisões por conta própria, e não consulta os seus subordinados. Muitas vezes esse líder chega a conclusões repentinas e imprevisíveis para o grupo, e apenas determina a execução de tarefas.
Líder Democrático
Nesse caso, o líder abre discussões com o grupo, e permite que cada membro determine quais suas tarefas e seus companheiros de trabalho, dentro dos limites do cargo. Ele se coloca na posição de observador e intermediador das decisões que são tomadas em conjunto.
Líder Liberal
Nesse caso existe uma participação mínima do líder nas decisões pessoais e profissionais. Esse tipo de liderança praticamente não participa das decisões.
Além de conhecer o perfil do líder é importantíssimo também, entender o papel da liderança dentro de um ambiente. Na escola, nos ambientes religiosos, políticos e até mesmo entre amigos, o líder é responsável por conduzir a postura e a participação do grupo.
Uma boa liderança precisa ser cativa, convincente, e acima de tudo, servir de exemplo para os demais membros do grupo. Embora algumas características de personalidade sejam fundamentais para o perfil do líder, é possível desenvolver algumas técnicas conforme se trabalhe isso. A inteligência emocional, por exemplo, é fundamental.
Com isso, quando pensamos sobre "o que é liderança", devemos analisar que se trata não apenas de uma posição em que se é colocado, mas sim em um conjunto de atitudes e comportamentos que levam determinada pessoa a se tornar destaque dentro de um grupo.
Quando falamos sobre liderança eclesiástica ou seja uma liderança inserida no contexto de igreja, encontramos um grande desafio, pois há uma crise de liderança na Igreja hoje, tanto no sentido de qualidade como de quantidade.
Se fizermos uma pesquisa de campo e sairmos perguntando em diversas igrejas sobre o maior desafio ou problema delas. A maioria não dirá que é falta de crescimento, boa doutrina, finanças, visão, planejamento estratégico, ferramentas ou um pastor comprometido; mas, repetidas vezes, surgirá o problema de falta de líderes. Não é que não tenha pessoas com características de liderança dentro da igreja, pelo contrário temos muitas com perfis de liderança, o que falta é o desejo dessas pessoas em assumir uma postura de liderança.
Porque será que vemos uma grande quantidade de cristãos assumindo cargos de liderança no meio secular principalmente no meio corporativo e vemos a igreja sofrendo por falta de uma liderança? Acredito que essa pergunta possa ser respondida da seguinte maneira. Existem 2 principais motivos:
1) Influência do mundo.
Estamos inseridos em uma cultura ocidental que está em plena decadência. Essa cultura prega e vive a doutrina do materialismo, do individualismo, do hedonismo (dedicação ao prazer) e do relativismo (não há absoluto). A cada ano que passa mais os nossos irmãos cristãos e nossos líderes evidenciam mais esses valores. E aqui vale lembrar da orientação do Apostolo Paulo em Romanos 12.1-2.
" Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. "
2) Falta de Paixão por Deus.
A nossa prioridade deixou de ser Deus. " Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento " Mateus 22.36.
A falta de líderes é o reflexo da perda da paixão por Deus. Os cristãos cada dia mais estão interessados e apaixonados pelas coisas terrenas do que por Deus. O grande líder realmente demonstra sua grandeza na habilidade de vivenciar o Grande Mandamento de Amar a Deus acima de tudo.
E aqui cabe uma pergunta a você. Qual é o estado do seu coração hoje? Você tem problemas com Deus? Sente que o poder e a graça dele não é real em sua vida? Pergunta-se onde foi parar aquele primeiro amor, a paixão que um dia você sentia? Você experimenta tristeza e sofrimento e tem dificuldades de entender porque um Deus amoroso permitiria isso?
Bem pior do que o incômodo com tais perguntas é não pensarmos neste assunto. Por conta da falta de nossa paixão, adquirimos uma falsa visão de Deus, nosso Deus tornou-se um gatinho domesticado que nos serve bem, nos mantém de forma razoavelmente cômoda em nosso lugar abençoado. Não é mais o Leão da tribo de Judá, imprevisível e perigoso, cujos propósitos são a razão de nossa vida. A W Tozer diz que a raiz de todos os nossos problemas é a dificuldade que temos de nos aproximar de Deus de tal forma que nos tornemos mais com ele. Todo líder tem que reacender a chama da paixão em seu coração todos os dias e a primeira coisa a fazer é olhar para Deus e redescobrir a profundidade do amor dEle.
A Boa notícia é que liderança cristã é simples! Isto não significa que seja fácil. Mesmo que sigamos todos os princípios corretos, as coisas podem sair mal e podem desenvolver situações tensas. A liderança cristã pode ser um duro trabalho. Por simples quero dizer que os princípios essenciais são fáceis de compreender e simples de aplicar se temos a coragem moral para fazê-lo.
A liderança cristã não é algo misterioso para uns poucos escolhidos com um dom especial de sabedoria. Os princípios estão disponíveis para todos, inclusive para os que não têm o chamado para um oficio bíblico. Estes princípios influem nos dons das pessoas, com ou sem títulos. Aos que Deus escolheu para a liderança, Paulo lhes disse:
 " Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra." II Tm 3:16-17
Em suma: Tudo o que você precisa para ser um líder cristão efetivo está na Bíblia. Note o que Paulo diz inteiramente preparado.
Toda liderança cristã genuína e legitimada por Deus possui algumas atitudes fundamentais:
 Primeira Atitude Fundamental INTEGRIDADE.
A integridade é a virtude central na liderança cristã. Deus quer que seus líderes sejam homens íntegros.
Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que, com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo e maiormente convosco. IICor.1:12
Neste texto, Paulo declara que ele não tem planos secretos. Não se entrega à politicagem nem manipula a ninguém. Você não precisa examinar o valor numérico das letras gregas para chegar a um significado oculto. O que Paulo diz é exatamente isso e nada mais. As palavras usadas para traduzir "simplicidade" e "sinceridade" em 2 Co.1:12 demonstram que Paulo fala de pureza de motivos e completa devoção a um só propósito.
 A "transparência" de caráter é simplesmente uma questão de integridade. Leva tempo e esforços para desenvolvê-la nos candidatos para liderança. A integridade e a humildade estão unidas imprescindivelmente. Estão tão intimamente relacionadas que poderíamos afirmar que são sinônimos. A integridade é fundamental a toda liderança, religiosa ou secular.
A liderança que persiste não pode existir sem esta virtude. A administração, sim. A manipulação e o controle, sim... mas não a liderança verdadeira que compra a fidelidade de outros à custa da própria dor. Esta é a integridade de Jesus. Esta é a filosofia cristã da liderança. Não há outra.
O PRINCÍPIO DE CAIFÁS: Caifás foi um homem que vendeu sua integridade por paz. Foi o sumo sacerdote que presidiu o juízo de Jesus. Em João 11:49-50 lemos: ...Vós nada sabeis, nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação.
Segundo a perspectiva de Caifás, era melhor perder sua integridade ao condenar um inocente, que se ariscar a uma destruição total por parte dos governadores romanos. Estava correto? Sim, mas por pouco tempo. Caifás previu com êxito a intervenção romana e o desastre nacional, e talvez se considerou a si mesmo muito sábio. No entanto, ao passar do tempo, foi diferente. De todos os modos, os romanos vieram e destruíram a nação. Caifás ganhou de forma passageira, mas ao final perdeu tudo, incluindo sua própria honra. A simples vista, Jesus parecia perder. Foi humilhado, crucificado e parecia que ia desaparecer. Quem é o Rei dos Reis hoje, e onde está Caifás?
A integridade, que inclui a humildade, é a virtude fundamental da liderança. Sem ela, no melhor dos casos, um "líder" não é mais do que um administrador. No pior dos casos é um manipulador e controlador. Até o mundo secular nota isto.
Segunda Atitude Fundamental UMA DISPOSIÇÃO PARA ABRAÇAR O SOFRIMENTO
Mas Jesus respondeu: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos -Mat. 20:22
Um chamado à liderança cristã é um chamado ao sofrimento. Esse "sofrimento", especialmente no mundo ocidental, usualmente toma a forma de pressão psicológica e estresse, que outros crentes não suportam nem compreendem.
Com freqüência, as pessoas têm altas expectativas de um líder, as quais ele não pode satisfazer. Em lugar de buscar a Cristo, as pessoas podem estar buscando um pastor para satisfazer suas necessidades. E quando o pastor falha, consideram-no incompetente.
Algumas pessoas que estejam sob seu cuidado, podem ser rebeldes e somente se submeteram quando são pressionadas. Algumas vezes o líder deve manter-se na linha dos princípios divinos, com o risco de mal entendidos e críticas de outros. Ocasionalmente, os líderes da igreja devem aplicar a disciplina bíblica a pesar de que não seja popular faze-lo.
Terceira Atitude Fundamental: A PARIDADE
" Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; " Mat. 20:25-26
Se você trata a um homem como seu igual, se ele for sábio, ele se submeterá a você nas áreas que ele sabe que você é superior. O autoritarismo e a hierarquia se sustem mutuamente e é difícil dizer qual dos dois sintomas é a força que impulsiona.
As pessoas autoritárias criam as hierarquias? Ou, as hierarquias estimulam o autoritarismo? O autoritarismo se deriva da arrogância. Com freqüência, as pessoas autoritárias supõem que o ter um ofício superior prova que eles são inerentemente indivíduos superiores. Esta é razão pela que eles senhoreiam sobre outros. Supõe que tem o direito inerente para fazê-lo.
As hierarquias complexas são inevitáveis no mundo. Os exércitos são hierarquias, com seus generais no cargo superior, seguidos pelos coronéis, majores, capitães, sargentos, até chegar aos soldados rasos. É o mesmo com as corporações. O presidente está na primeira posição seguida pelos vice-presidentes, chefes de departamentos, até chegar ao sótão onde estão os rapazes do armazém. As hierarquias são necessárias em tais domínios.
Jesus não está ensinando que as hierarquias autoritárias estão erradas. Ele simplesmente está dizendo: Não assim com vocês. A frase entre vós não será assim, é literalmente no grego, não assim com vocês. Jesus estava falando em aramaico, um dialeto do hebraico.
Nessa língua, os tempos futuros são usados como imperativos. Provavelmente, Jesus estava dizendo: Eu, lhes proíbo categoricamente por nos ofícios a pessoas com atitudes e temperamentos autoritários. Assim, alguns devem ser excluídos dos ofícios cristãos, inclusive se manifestam um talento natural para liderança.
Se forem autocráticos em seu caráter, nunca devem chegar a postos de autoridade na igreja. Algumas pessoas com tendências naturais para liderança ficam excluídas dos ofícios cristãos. Pessoas com temperamento autocrático são desqualificadas para a liderança cristã.
As organizações cristãs quase sempre passam por alto este princípio. Suponha que chegue um homem com características naturais de liderança. Com certeza ele é um pouquinho arrogante. Gosta de controlar. Talvez, às vezes, ele exagere um pouco, mas o que é que tem? Ele tem "liderança". Deste modo ele obtém autoridade na organização. Resultado: pessoas feridas. Perdem-se boas pessoas que recusam ser o alvo de tal arrogância.
 Somente porque um homem tem habilidades de liderança, não significa que ele deve ser um líder em uma organização cristã. Se ele tende para o autoritarismo e tem atitudes controladoras, ele é a última pessoa para ser qualificada. Nos postos, nunca se deve permitir que ele esteja acima do último. Os controladores devem ser controlados. Isto pode ser o que Jesus quis dizer quando disse: o que quer fazer-se grande entre vós será vosso servidor. Alguns eruditos interpretaram esta frase assim: a liderança de servo é a forma para ser promovido no Reino de Deus. Esta interpretação pode ser válida.
No entanto, considerando o contexto, esta frase parece mais bem uma proibição de colocar pessoas com atitudes autoritárias em postos de liderança.
Em suma: Nem a habilidade natural da liderança nem a experiência nos negócios no exercício, nem os perfis psicológicos, são indicadores finais de que um homem deve ser um candidato para a liderança cristã. Se ele mantém atitudes autocráticas, pensa hierarquicamente ou tende usar ou abusar das pessoas, ele está desqualificado como candidato, a pesar de outras considerações.
Quarto Atitude Fundamental: O SERVIÇO
"tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos." Mat. 20:28
A liderança cristã enfoca mais em ajudar a outros que em mandar em outros. É uma vida dedicada ao serviço. A honra que levam os ofícios eclesiásticos atrai a muitos. Mas se as honras é sua motivação, estas pessoas terminam como líderes negligentes, mais preocupados com seu status que pelo bem-estar das pessoas, ademais do dano que fazem a si mesmos.
"Há ocasiões em que um homem domina sobre outros para a sua própria infelicidade." Eclesiastes 8:9
A meta de um líder cristão é conseguir que seus seguidores sejam o melhor que eles possam chegar a ser. De fato, se o líder pode preparar alguém para substituí-lo, este é o melhor líder de todos. A liderança de servo é essencial no Reino de Deus devido ao produto final. No mundo dos negócios, as pessoas são um recurso para produzir bens materiais. As pessoas gastam tempo e energia para produzir coisas para o consumo público, tais como automóveis, canetas, ou qualquer outra coisa. No Reino de Deus usa os recursos materiais para produzir pessoas santificadas. No mundo considera que isto não é um benefício.
CONCLUSÃO A liderança cristã envolve um conjunto de atitudes diferentes do sistema do mundo. Abraçar o inevitável sofrimento, seja psicológico ou físico, ajuda um líder a colocar seus motivos em perspectivas. Servir a outros para ajudá-los a alcançar seu potencial total e tratar a seus colegas de ministério como iguais, é mais que meros direitos de um ofício. É uma forma de vida.

Com os pés no vale e o coração no céu

Texto: 1 Pedro 1.3-9;

 Quero iniciar essa noite fazendo uma pergunta a todos vocês. Você é uma pessoa alegre, um cristão alegre? Deixa eu melhorar essa pergunta? A alegria faz parte de sua vida?

Temo que muitos de nós respondamos essa pergunta de maneira automática e até de certa maneira espiritualizada, pois fomos ensinados ao longo dos anos que com Jesus no barco tudo vai bem. E alguns mais conhecedores citariam para mim Neemias 8.10 que diz: que a alegria do Senhor é a vossa força. Neemias 8:10 ou então a fala do Apostolo Paulo que Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! Fp4.4

Irmão eu sei o que a bíblia diz a respeito da alegria, mas o que eu quero saber se você realmente se considera uma pessoa alegre? Esse conceito "que com Jesus no barco tudo vai bem", tem matado a fé de muita gente. Quero dizer pra você que Jesus está no barco de minha vida, mas posso lhe garantir que nem tudo vai bem em minha vida... por muitas vezes tenho que atravessar vales sombrios em minha vida, noites escuras da alma. Só eu e o meu Deus conhece as situações que são o fruto de minhas lagrimas... Mas posso lhe assegurar que mesmo que as coisas não estejam saindo como acho que deveriam sair, a alegria faz parte de minha vida.

Esse texto que acabamos de ler é fonte de consolo para todos os cristãos nos dias sombrios, um bálsamo do céu para os que caminham pelos vales escuros da vida e um tônico espiritual para os que sofrem injustiças e são fuzilados pelo vendaval da tribulação.

Pedro escreve para os cristãos perseguidos, desterrados e espoliados da Ásia Menor. Mesmo perdendo suas casas, suas terras, seus bens e sua liberdade, esse povo caminhava com os pés no vale, mas com o coração no céu. Mesmo suportando o fogo da perseguição, esse povo era inundado por uma alegria indizível e cheia de glória.

A alegria do povo de Deus não provém das riquezas deste mundo nem do reconhecimento das autoridades. Ao contrário, essa alegria é a despeito das perdas e da perseguição. Não é uma alegria fabricada na terra, mas derramada desde o céu. Não é uma alegria produzida pela prosperidade material, mas resultado da herança celestial.

Se você entende, que para se ter alegria ou experimentar alegria depende que tudo ocorra bem em sua vida sinto dizer meu querido irmão que você é o mais pobre dentre todos os pobres. Cristianismo não é ausência de problemas.

O apóstolo Pedro deixa claro que a vida cristã não é indolor. O sofrimento faz parte da jornada do peregrino rumo ao céu. A cruz precede a coroa, e o sofrimento é o prelúdio da glória. Aqui somos estrangeiros e forasteiros. Não temos pátria permanente aqui. Não temos residência fixa aqui. Estamos a caminho da nossa Pátria celestial. Nossa Pátria está no céu. Nossa herança imarcescível está no céu. Nessa viagem rumo ao céu teremos de suportar o fogo da perseguição.

Da mesma forma que o mundo odiou a Cristo, também nos odiará. Esse fogo, porém, só pode queimar nossas amarras. Esse fogo só pode depurar-nos, mas não nos destruir. Estamos seguros nas mãos daquele que criou o universo. Ele é poderoso para nos livrar, nos fortificar e nos fundamentar. Ele é o Deus de toda a graça. Vivemos nele, somos dele e caminhamos para ele.

Quantas pessoas estão distantes de Deus ou se distanciando por acharem que as lutas que estão passando é porque Deus não gosta delas enquanto favorece a outros em detrimento delas. Quantos criaram em seus corações uma magoa por Deus, simplesmente por que a sua vida não está como ele(a) queria...

Acredito que era isso que Pedro estava desmistificando para os irmãos nesta carta ele traz um alento a seus leitores para que se mantenham firmes em sua conduta mesmo em face da perseguição, pois as circunstancias não podem tirar o que eles já receberam em Cristo Jesus a alegria da salvação.

Quando olhamos para o texto aprendemos valiosas lições sobre a Alegria ou como obtê-la caso esteja faltando em sua vida. No verso 3 vemos que mesmo em um tempo de extrema perseguição, sofrimento e dor,(lembrando que essa carta foi escrita por volta de 64 D.c quando Nero acusa os cristãos de queimar roma e empreende sobre eles uma severa perseguição), o apóstolo Pedro inicia a sua carta com uma doxologia uma glorificação a Deus.

E aqui já encontramos a 1 lição. Quando Pedro inicia a sua carta ele Não começa com o homem, começa com Deus. Não inicia com as necessidades humanas, mas com os louvores que Deus merece. Aqui Pedro mostra a fonte da salvação: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que segundo a sua muita misericórdia..."v3

Pedro começa louvando a Deus por sua salvação. A salvação é uma obra exclusiva de Deus. Ele deve ser exaltado por tão grande salvação. Seu nome deve ser magnificado por presente tão grande.

O que aprendo é que para desfrutar da alegria que Deus nos dá precisamos que antes de apresentarmos nossas dores, nossas lutas, nossas lágrimas e nossas perdas neste mundo, devemos levantar os olhos ao céu e exaltar aquele que nos amou, nos escolheu e providenciou todas as coisas para a nossa salvação. Quando exaltamos a Deus por quem ele é e por aquilo que ele tem feito por nós, sentimo-nos fortalecidos para enfrentarmos nossas leves e momentâneas lutas.

Ele nos lembra de duas coisas importantes que todos nós cristãos devemos lembrar nos momentos de dor Jesus nos deu uma nova vida e uma esperança viva

Nova vida "... nos regenerou..." Conforme a sua grande misericórdia, ele nos regenerou 1 Pedro 1:3

A regeneração é uma obra do Espírito Santo em nós. Ele muda nossas disposições íntimas, dando-nos um novo coração, uma nova mente, uma nova vida. Nascemos da semente incorruptível. Temos não apenas um novo status (justificação), mas também uma nova vida (regeneração). Tornamo-nos filhos de Deus, membros de sua família.

Esperançapara uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos (1.3). O apóstolo Paulo descreve o mundo pagão como sem esperança (Ef 2.12). Sófocles escreveu: "Não nascer é, inquestionavelmente, a maior felicidade. A segunda maior felicidade é, tão logo nascer, retornar ao lugar de onde se veio".

O cristianismo é a religião da esperança. Não caminhamos para um futuro desconhecido, marchamos para uma glória eterna. A regeneração nos leva a uma viva esperança. Somos regenerados para uma qualidade superlativa de vida. Somos regenerados para a esperança, e essa esperança tem duas características: Primeiro, ela é viva. Segundo, ela segura, pois está fundamentada na ressurreição de Jesus Cristo. Nossa esperança não é vaga e incerta, mas definida e garantida.

É por isso que Pedro insiste a cada um de nós alegrar mesmos que as coisas não saiam como queiramos.

Nisso vocês exultam (alegrem-se) ainda que agora, por um pouco de tempo, devam ser entristecidos por todo tipo de provação. 1 Pedro 1:6

Embora nossa salvação venha a ser consumada apenas na segunda vinda de Cristo, já começamos a desfrutar de sua alegria aqui e agora. Os sofrimentos desta vida não conseguem empalidecer as glórias benditas da nossa salvação. A cruz precede a coroa; o sofrimento é o prelúdio da glória. Antes de pisarmos as ruas de ouro da Nova Jerusalém, caminharemos por estradas juncadas de espinhos. Pedro menciona vários fatos acerca das provações que enfrentamos nesta vida, preparando-nos para a glória.

Em primeiro lugar, as provações são pedagógicas. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações (1.6). A expressão "se necessário" indica que há ocasiões especiais em que Deus sabe que precisamos passar por provações para nossa disciplina e nosso crescimento espiritual.

Antes de ser castigado, eu andava desviado, mas agora obedeço à tua palavra. Salmos 119:67

Muitas de nossas lutas ou sofrimentos procedem de nossa desobediência a Deus. Deus traz o sofrimento para que a pessoa volte-se para ele. É comum vermos pessoas sofrendo por conta de seu próprio pecado transferindo a culpa dela a outros quanto na verdade deveriam assumir seu erro e larga-lo.

Em segundo lugar, as provações são variadas. ...por várias provações (1.6). A palavra grega poikilos, traduzida por "várias", significa "de diversas cores" ou "policromáticas". A mesma palavra é usada para descrever a graça de Deus (4.10).

Todos somos sujeitos a uma infinidade de situações que podem nos trazem dor. Mas a verdade é a esperança do Crente é que não importa a "cor" de nosso dia —seja cinzento ou negro —, Deus tem graça suficiente para suprir nossas necessidades.

William Barclay, nessa mesma linha de pensamento, escreve:

Nossos problemas e contratempos podem ser multicoloridos, mas também o é a graça de Deus. Não há cor na situação humana que a graça de Deus não seja capaz de enfrentar. Não importa o que nos esteja fazendo a vida, na graça de Deus encontramos forças para enfrentar essa situação e vencê-la. Há uma graça para enfrentar cada prova, e não há prova que não tenha a sua graça.

Em terceiro lugar, as provações são dolorosas. ... sejais contristados... (1.6). A ideia subjacente é de dor ou tristeza profunda. A mesma palavra é usada para descrever a experiência de Jesus no Getsêmani (Mt 26.37) e a tristeza dos santos com a morte de um ente querido (lTs 4.13).

Ninguém está dizendo que a seu dor querido irmão não é intensa e danosa para a sua vida. Pedro reconhece a intensidade da situação que afligiam os irmãos. Talvez eu esteja falando com alguém aqui que escutou de muitos que por Jesus estar no barco a sua dor não era real e você teve que abafá-la. Deus conhece a sua dor meu querido irmão. Mas Ele também nos ensina  em ..

Em quarto lugar, as provações são passageiras. ...por breve tempo... (1.6). Deus não permite que as provações durem para sempre. Warren Wiersbe diz que, quando Deus permite que seus filhos passem pela fornalha, mantém os olhos no relógio e a mão no termostato.

Em quinto lugar, as provações são proveitosas. Para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo (1.7).

Pedro ilustra esta verdade referindo-se ao ourives. O ourives coloca o metal no cadinho o tempo necessário para remover as impurezas sem valor; em seguida, o derrama no molde e forma uma bela peça de valor. Para saber se o ouro autêntico, o metal precisa ser derretido no fogo. Isso não é afeta o ouro em nada, mas todas as impurezas são expulsas no processo, e aquilo que é autêntico, que realmente tem valor, se destaca com pureza.

 Alguém disse que, no Oriente, o ourives deixava o metal derreter até ser capaz de ver seu rosto refletido nele. Da mesma forma, o Senhor nos mantém na fornalha do sofrimento até refletirmos a glória e a beleza de Jesus Cristo.

As provações enfrentadas hoje são um preparo para a glória futura. A glória da nossa salvação se tornará plena na segunda vinda de Jesus Cristo. Agora, a nossa fé é testada da mesma forma que o ouro é depurado, para que, na manifestação gloriosa de Cristo em sua segunda vinda, isso redunde em louvor, glória e honra ao Senhor.

Apesar de fazermos essa comparação entre o ouro e a fé. A fé infinitamente mais valiosa. O ouro, embora valiosíssimo, é também perecível. A fé provada, em comparação com ele, é muito mais preciosa. Depois de ambos passarem pelo processo de purificação, a diferença de valor é enorme. O ouro, além de não durar eternamente, sempre pode ser roubado ou perdido. A fé, por outro lado, garante o acesso a uma herança não sujeita às desgraças terrenas.

Em sexto lugar, as provações preparam para a glória futura, mas Jesus já concede glória no presente.

 A quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória, obtendo o fim da vossa fié: a salvação da vossa alma (1.8,9).

 De acordo com Warren Wiersbe, a vida crista não consiste somente na contemplação de um futuro distante. Antes, implica uma dinâmica presente que pode transformar o sofrimento em glória hoje.

Pedro apresenta quatro instruções para se desfrutar a glória hoje, mesmo em meio às provações:

1. Amem a Cristo (1.8). Na fornalha da aflição, em meio ao fogaréu da prova, precisamos amar a Cristo, para que esse fogo nos purifique em vez de nos queimar.

2.  Creiam em Cristo (1.8). O cristão é salvo pela fé, vive pela fé, vence pela fé e anda de fé em fé

3. Alegrem-se em Cristo (1.8). O cristão não é masoquista nem estoico. Não se alegra por causa do sofrimento nem exulta por causa das provações, mas pelos seus benditos frutos. Essa alegria não pode ser traduzida em palavras, é indizível. Não é apenas terrena, é cheia de glória.  Essa a alegria dos tempos vindouros, que fez sua entrada no mundo para não mais dele sair, até que toda tristeza seja finalmente eliminada na vinda do Reino. Trata-se de uma alegria maiúscula, superlativa e celestial. A palavra descreve gritos de alegria que não podem ser contidos. E uma alegria mergulhada em glória!

4. Obtenham de Cristo (1.9). A salvação é uma dádiva de Cristo. Nós a recebemos pela graça, mediante a fé. Embora o seu desfrute pleno vá ocorrer apenas na glória, já tomamos posse aqui e agora. Embora sua consumação esteja destinada apenas para o tempo do fim, já usufruímos seus benefícios imediatamente.

Não existe a alegria verdadeira se você ainda não entregou o seu coração a Jesus...