2019/02/24

Filho Prodigo ( Parte 1)

Lucas 15.11-32

Hoje quero dar início a uma série de 3 mensagens sobre a parábola do filho pródigo. Essa parábola é poderosa e podemos extrair grandes ensinamentos dessa parábola. De todas as parábolas contadas por Jesus ela com certeza é a parábola mais conhecida e a mais proferida nos púlpitos das igrejas.

Antes de analisarmos o texto propriamente lido, precisamos entender que existe um propósito no anuncio de uma parábola. Qual é pastor? O propósito de uma parábola, é nos apresentar e ensinar uma grande verdade positiva. Para que isso aconteça precisamos interpretá-la corretamente.

Aliás sobre isso quero apresentar dois princípios importantes na questão da interpretação que serve não só para as parábolas para toda a bíblia.

1) Sempre devemos nos precaver do perigo de interpretar qualquer passagem das Escrituras de uma forma que entre em conflito com o ensino geral da Bíblia. O Novo Testamento deve ser examinado como um todo. É uma revelação completa e integral, dada por Deus através dos Seus servos - uma revelação que foi dada em partes que, unidas, formam uma unidade completa.

  Você não pode pegar um texto e prega-lo fora do seu contexto. Portanto, não há contradições entre essas várias partes, não há conflito nem passagens ou declarações irreconciliáveis.

2) sempre devemos evitar o perigo de chegar a conclusão negativas a respeito dos ensinos de uma parábola. Isso não se aplica somente a esta parábola em particular, mas a toda as parábolas. Uma parábola nunca tem o propósito de ser um esboço completo da verdade. Seu objetivo é comunicar uma grande lição, ou apresentar um grande aspecto de uma verdade positiva.

O seu valor é exclusivamente positivo, e de forma alguma negativo. Os pregadores que desconsideram essas duas regras tendem a enveredar-se para formulação de heresias fantasiosas.

Então vamos trabalhar o texto o cap;15, já nos primeiros versículos vemos a motivação do porque essa parábola foi proferida.

E Chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. Lucas 15:1

Jesus estava com seus discursos atraindo pessoas, despertando interesse nas pessoas e muitos estavam parando para ouvi-lo, principalmente aqueles que eram marginalizados pela religião da época estavam sendo tocados por Jesus, os publicanos (Publicano é o nome dado aos coletores de impostos nas províncias do Império Romano.) e pecadores, pois sentiam que havia uma oportunidade até mesmo para eles e que nos ensinos desse homem havia uma nova e viva esperança.

Irmãos que coisa maravilhosa é o evangelho, as boas novas de Jesus são para todos e não apenas para os guardadores da religião.

 O que irritava os fariseus e escribas era que o Senhor tivesse qualquer tipo de associação com os publicanos e pecadores. Eles sempre tinham considerado tais pessoas como irrecuperáveis, sem qualquer esperança de redenção.

Essa era a opinião ortodoxa de tais pessoas. Eram consideradas tão irremediáveis que eram totalmente ignoradas. 

Mas não para Jesus, o evangelho é a proclamação da viva esperança, ele anda na contra mão da sociedade e da religião farisaica.

 Enquanto o sistema da época dizia; "este não tem jeito" Jesus dizia tem jeito sim, enquanto alguns pensavam esse não presta, Jesus dizia presta sim.

E essa verdade continua ecoando nos dias de hoje em nossas vidas...Talvez em sua caminhada você ouviu muito dessa sociedade ou até de familiares, você não presta, você não tem jeito, Jesus diz ao seu coração, você presta sim; você tem jeito sim....

Esse era o discurso de Jesus sobre reino de Deus, ...todos vocês tem valor... Existe a possibilidade de um novo começo, e isso para todos, mesmo para aqueles que parecem estar além de toda esperança.

E esse discurso de Jesus produziu uma murmuração entre os fariseus e escribas, eles começaram a critica-lo foi ai então que Jesus proferiu as três parábolas para trabalhar esse assunto no meio deles.

A parábola do filho prodigo inicia assim Um certo homem tinha dois filhos; Lucas 15:11 interessante que o texto é conhecido como a parábola do filho prodigo, mas qual deles?, muitas vezes nos focamos apenas no filho que saiu de casa, que estava perdido, mas esse homem tinha dois filhos e os dois filhos estavam perdidos, um filho estava perdido fora de casa e ou outro filho estava perdido dentro de casa.

 Nesta noite quero me ater ao filho mais moço, esse menino chega em seu pai e diz: Pai, quero a minha parte da herança Lucas 15:12 (me dê agora)

Essa frase foi muito forte no mundo antigo ela tinha um significado muito forte. O que essa frase queria dizer era Pai eu preferiria que o senhor já tivesse morrido, mas como o senhor não morre dá a minha herança que quero sumir de casa.

Por algum motivo esse jovem não via o seu pai como Pai, como alguém que cuidou dele com amor, que o educou, que o protegeu contra os perigos, como alguém que ele sentiria falta se partisse, não... ele via o seu pai como uma cifra, como um meio de satisfazer a suas vontades.

Ele só pensava "ah se meu pai já fosse morto, eu poderia..." quando ele não estiver aqui eu poderei usar o dinheiro como eu quiser. Quando ele não estiver aqui eu poderei fazer o que quiser com os meus bens, minha casa, minha fazenda.

Pior de tudo é que vemos filhos agindo assim hoje. Filhos que olham para os seus pais como um seguro de vida e que só falta só um pouquinho de tempo para eles desfrutarem dos seus recursos.

 As coisas hoje em dia estão tão complicadas que as pessoas que tem posse não estão nem podendo morrer em paz, porque tem medo da briga que os filhos terão pelo patrimônio,  é por isso que muitos acabam dividindo tudo antes de morrerem para tentar evitar um confronto na justiça que destruirá d vez a família.

Essa semana ouvi um fato narrado por um amigo pastor que foi chamado para fazer um velório de uma senhora de 70 anos que tirou a sua própria vida por desgosto e por um ato de protesto contra seus filhos,

 porque seus filhos estavam digladiando-se pelos bens que o Pai que havia falecido a pouco tempo tinha deixado, e que no momento do velório ele escutou uns gritos vindo da sala da casa e quando foram ver o que estava acontecendo era as 2 noras brigando para ver quem ia levar a tv que estava na sala. ministrar (egoísmo,falta de amor, etc)

Esse moço foi direto e claro com o seu pai. Pai eu queria que você estivesse morto, mas já que você não morre me dê a parte na herança... um gesto horrível e grosseiro com certeza, mas que nos dias de hoje não implicaria nenhuma consequência para esse filho.

Diferentemente do contexto social do Oriente, onde a história se passa. Para aquelas pessoas, esse pedido equivalia a desejar a morte do patriarca, uma falta tão grave que poderia ser punido com o apedrejamento. O Pai poderia ter esbofeteado o filho e mandado ele calar a boca na hora...

Imagine agora você pai, como ficaria o seu coração diante de tão grande ingratidão e rebeldia, mesmo diante daquela humilhação, o patriarca concorda com a solicitação do filho.

O filho rapidamente vende os bens herdados e parte uma terra distante sabe se lá porque? Talvez para fugir do alcance do olhar do pai. Essa é uma atitude muito comum naqueles que deixam a caminhada com o Senhor, parece que quanto mais longe, mais distante estiverem do Pai, não estarão debaixo da influência e vigilância do Pai.

Mas se enganam por que o Salmo 139 nos diz que onde quer que formos, seja no mais alto céu ou no mais profundo abismo, Ele nos vê e nos alcança...

Nessa Terra distante esse jovem, dilapida o patrimônio vivendo de forma dissoluta em pouco tempo dissipou toda a herança que havia requerido de seu pai.

 Dissipar queridos irmãos é o contrário de ajuntar e é exatamente isto que o pecado atuando em nossas vidas faz conosco, nós gastamos freneticamente e dissolutamente os bens criados por Deus e emprestados a nós como o corpo; tempo; saúde; mente, coisas materiais etc. Fazemos isso sem gratidão ou senso de responsabilidade de mordomia de tudo.

 E então em sua imoralidade esse jovem adiciona a apostasia. Ele se une com um fazendeiro criador de porcos, algo absolutamente degradante para a época, ritualmente impuro.

Longe do Pai somos presas fáceis para o diabo. Ele além de nos escravizar ele quer degradar-nos fazendo com que cheguemos ao fundo do poço.

 E em razão da fome que se abate na região, o jovem não só tem quem trabalhar com porcos como passa a tentar se alimentar da comida destinada a esses animais.

Um abismo chama outro abismo, um pecado chama outro pecado, o que poderia ser pior do que trabalhar com porcos? Pior que isso é querer comer as comidas dos porcos.

E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam Lucas 15:16

Aquele jovem longe do seu pai estava cada vez mais se afundando na desgraça, chegando a um ponto que jamais imaginou que chegaria enquanto estava com o pai.

É assim irmãos talvez você seja esse jovem, abandonou a casa do pai e agora a sua vida está de perna pro ar, fez e aceitou coisas que jamais pensou que faria.

Esse Jovem queria comer a comida dos porcos, mas nem isso pode porque o mundo, o diabo quer apenas destruí-lo o texto diz ...e ninguém lhe dava nada. Lucas 15:16

E é isso mesmo meu querido amigo(a) no mundo você não encontrará uma mão estendida pra te levantar não!!! Não espere ser bem tratado longe da casa do Pai. Esse jovem sabia disso e no auge do seu sofrimento, ele "cai em si" vs 17.

 Bendita dor, bendita tribulação, gloria a Deus pelo sofrimento, a dor, é uma ferramenta pedagógica, faz sua consciência despertar. Arrependido, ele decide buscar o perdão do pai. Note queridos irmãos uma coisa maravilhosa mesmo em uma terra longínqua o pai está presente na memória do filho.

E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Lucas 15:17

Você pode estar longe de casa, mas sei que ai dentro em algum lugar existe uma ponta de saudade do Pai...e essa saudade o impulsiona muitas vezes a retomar o caminho de volta e recomeçar...

Essa era a mensagem que Jesus estava passando, ...todos tem um recomeço..., todos tem um lar e um Pai para voltar. Não importa o quão profundo as trevas te encobriram. Não importa o quão longe a sua rebeldia te levou. Não importa o quanto atolado em pecado você está. Você sempre pode recomeçar. O Pai está em casa, esperando o seu filho voltar.

Existe a possibilidade de um novo começo, e isso para todos, mesmo para aqueles que parecem estar além de toda esperança. Não podia haver caso pior do que o do filho pródigo. Todavia até mesmo ele pode começar de novo. Ele chegará ao fim de si mesmo, tinha tocado os limites máximos da degradação, caindo tanto que não podia descer mais!

Não há quadro mais desesperador do que o desse jovem, num país distante, em meio aos porcos, sem dinheiro e sem amigos, desesperançado e miserável, abandonado e desalentado.

Mas até mesmo ele tem a oportunidade de um novo início; até mesmo ele pode começar outra vez. Há um ponto decisivo que pode resultar em êxito e felicidade, até mesmo para ele.

Que evangelho abençoado, especialmente em um mundo como o nosso! Aleluia... gloria a Deus!!! (5 vezes)

 Que maravilha na vida de todos nós Jesus Cristo operou! Ele trouxe nova esperança para a humanidade.

Nada demonstra e prova mais o fato de que o evangelho de Jesus Cristo realmente é a única filosofia de vida otimista oferecida ao homem, da qual publicanos e pecadores se achegam a Ele para ouvi-lo.

E a mensagem que ouviram, como nesta parábola do filho pródigo, era algo inteiramente novo. Isso é graça, e essa graça é estendida a você também nesta noite em nome de Jesus Cristo...

O filho voltou para Pai, mas não foi fácil, nunca é fácil recomeçar é verdade, mas mais difícil do que recomeçar, é permanecer no pecado. Esse jovem retornou, mas esse retorno consistiu em algumas etapas.

1)    Arrependimento.

Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; Lucas 15:18

Arrependimento compreende o pesar pelo pecado, a confissão de que foi cometida a ofensa contra um Deus sagrado e a mudança de coração que se manifesta em uma mudança de comportamento.

Esse jovem diz pequei contra você meu Pai... mas também pequei contra Deus... quando desejei a sua morte, quando abandonei o lar, quando torrei toda as dadivas e dons que você me deu... pequei... pequei.... pequei...

Devemos enfrentar nossa situação com franqueza e honestidade. É uma coisa estar numa posição má e difícil, outra coisa completamente diferente é enfrentá-la com sinceridade, esse é o primeiro passo no caminho da volta.

Lemos que esse jovem "caiu em si". Foi exatamente o que ele fez! Ele enfrentou a situação, e o fez com sinceridade.

Compreendeu que seus problemas eram resultado exclusivo de suas próprias ações, que ele fora um tolo, que não devia ter abandonado a casa de seu pai, e certamente não devia tê-lo tratado da maneira que fizera.

Ele olhou para si mesmo e mal conseguiu acreditar no que viu! Olhou para os porcos e as bolotas à sua volta. Encarou a situação de frente!

Esta noite Deus está dizendo a você meu querido (a) encare de frente a sua situação, encare com honestidade e se arrependa e se mova em direção ao seu lar, da onde você nunca deveria ter saído.

2)    Entrega total ao Senhor

Não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados'. Lucas 15:19

Esse jovem estava voltando para casa do pai com um coração diferente, antes de sair de casa achava-se dono de tudo, digno das coisas, ele disse "dai-me o que é meu" mas quando volta para casa ele Diz: "não sou digno de ser seu filho, me contento em ser seu escravo".

O escravo não é dono de nada, muito menos de si mesmo, agora ele não tinha nada, não tinha bens, não tinha liberdade, não tinha orgulho...ele estava entregue totalmente ao seu pai...

Acredito que muitos de nós nos assemelhamos a esse jovem, estamos na casa do pai e achamos que temos direitos que tudo é nosso, que somos dignos.

Essa é uma das mentiras de satanás que faz com que as pessoas se afastem de Deus, que faz com que as pessoas briguem com Deus, "porque você não fez o que eu pedi" orei tanto, trabalhei tanto, tenho direitos senhor dai-me o que me pertence...

Não esse jovem voltou com um outro coração... não tenho direito a nada, sou apenas um escravo e tudo o que faço devo me considerar um servo mal porque não faço mais do que minha obrigação.

 Ta faltando uma entrega total e verdadeira de muita gente que se diz cristã em nosso meio...

Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos – Pv 23:26.

Deus quer o que temos de mais precioso, o nosso coração e isso é uma entrega absoluta. Entregar-se absolutamente a Deus não quer dizer submeter-se ao destino; não é passividade; não é fatalismo, que diz: "Deus quer assim, que posso eu fazer?"

A entrega a Deus é algo positivo, é a única maneira de Deus operar em nós, e através de nós, cumprindo a sua vontade.

Essa entrega significa uma prova da fé, sem à qual não se pode agradá-lo, Hb 11:6, e também demonstra que Deus está em primeiro lugar em nossa vida, Mt 6:33.

Sem uma entrega completa e absoluta, o discípulo é tomado por demasiadas preocupações, ansiedades, lutas e esforços sem, contudo, conseguir sucesso, Mt 6:25-34; Fp 4:6. O Salmo 37:5 diz: "entrega… confia… e o mais Ele fará".

Entregar-se a Deus de forma completa e absoluta não é fácil, porque se temos dificuldade de entregar coisas, quanto mais a nós mesmos!

Só que não existe melhor estratégia para uma pessoa ser liberta do que entregar-se por completo a Deus. Só experimentaremos a vida abundante que Deus tem para nós se entregarmos completamente a Ele.

Nesta noite, neste momento não é mais Pai dai-me o que me pertence, mas é o Pai dizendo filho dá-me o teu coração...

3)    Conversão

E, levantando-se, foi para seu pai. Lucas 15:20

A palavra grega usada para conversão é a palavra Metanoia. Essa palavra significa mudança de direção de mente, de pensamento, de comportamento. Esse jovem deu resignificada em sua vida, ele foi para o seu pai, ele fez um retorno, mudou a sua rota a sua conduta.

 Sem essa postura não haverá mudanças. Custou, mas agora ele entendia que não existe lugar melhor no mundo que a casa do pai. A isso, chamamos de conversão.

Mudar de vida não é "avançar para frente" para o desconhecido. Mudar de vida é "voltar para trás", fazer a curva, o caminho de volta.

O pecado nos distancia de Deus, enquanto a graça da conversão nos aproxima d'Ele novamente. Ela começa não no coração como pensamos: "não é suficiente apenas desejar mudar"; ela começa na cabeça como uma mudança de mentalidade e, por conseguinte, com uma determinação que é o que faz o filho ao decidir-se: "levantar, voltar e falar"; três verbos que indicam movimento.

Quando foi embora de casa, seu coração era só alegria: dinheiro no bolso para gastar à vontade, um mundo à frente para desbravar, gente nova, baladas, diversões e prazer. Sai correndo não vendo a hora de sumir dali; a poeira mal se agarrava às suas sandálias.

Agora a coisa mudou: mal consegue tirar os pés descalços do chão. Cabisbaixo, vem se arrastando, contando passo por passo. No coração o medo de ser rejeitado; na cabeça o seu "discurso" que vinha repetindo incansavelmente durante todo o percurso.

 Sem dúvidas, a volta é sempre mais difícil, sobretudo, porque ela pressupõe admitir algo que não gostamos muito: o de reconhecer que estávamos errados e de que precisamos mudar.

Mas a conversão é necessária pra nos achegarmos ao Pai. Ela agrada a Deus... o texto diz

Estava ainda longe quando o pai o avistou, ou melhor, o reconheceu mesmo estando ele tão desfigurado: magro, barbudo, sujo e rasgado. É a atitude de Deus que reconhece seus filhos mesmo quando estão desfigurados pelo pecado.

Tudo indica, que o pai todos os dias, por diversas vezes, costumava olhar para a estrada, na esperança de ver o seu filho voltando para casa.

Quantas vezes seu olhar não se perdeu no horizonte, tentando imaginar o que lhe teria acontecido. Era então que as lágrimas corriam-lhe pelo rosto. Todos os dias o Pai do céu espera a humanidade sofrida voltar para Ele.

O pai não consegue conter-se. Suas entranhas estremecem e, movido de compaixão esquece a idade já avançada, quebra o protocolo da tradição judaica de que é o pai quem aguarda estático pelos cumprimentos do filho e corre ao seu encontro.

A compaixão cria em nós o sentimento de urgência, não dá para ficar parado diante dos sofrimentos dos outros.

Do latim "com-passio", a palavra compaixão significa "sofrer com". Ao se colocar no lugar do filho, o pai sentiu que o que seu filho mais precisava nesse momento era estar nos seus braços outra vez. Deus age assim conosco. No menor movimento que fazemos para voltar para Ele novamente, Ele já sai apressadamente ao nosso encontro.

Se bem notarmos, o pai faz tudo àquilo que o filho deveria fazer. Não só corre ao encontro, mas também como uma criança se joga no pescoço do filho e começa a beijá-lo.

 É importante lembrarmos, que o pai é movido pela compaixão. Faz o que o filho deveria fazer porque se colocou no lugar dele, sentiu suas dores, por isso, não poderia ter outro tipo de comportamento. O mesmo faz Deus quando decidimos voltar. Ele volta a ser criança.

O beijo ou o ósculo da paz, como era chamado entre os judeus, era um antigo costume que se fazia para acolher uma pessoa muito querida em casa. O beijo do pai falou por ele: "Filho, você é bem-vindo em casa".


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