2019/02/24

sal e luz

Tema: sal e luz

Texto: Mateus 5.13-16

"Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. "Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca    debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus". Mateus 5:13-16

Bom dia irmãos.

Queridos alguns Domingos atrás falamos sobre a parábola do tesouro escondido onde refletimos sobre a preciosidade da salvação e a graça de encontrarmos esse tesouro.

Ao encontrarmos esse tesouro fomos não só beneficiados por tão grande graça, como também recebemos uma grande responsabilidade. A responsabilidade de compartilhar esse precioso tesouro com aqueles que ainda não o encontraram.

 Agora, olhando pra esse texto que acabamos de ler, Jesus enfatiza a necessidade do cristão exercer influência para o bem no mundo ao seu redor.

Que influência devemos exercer num mundo tão cheio do mal, corrupção e violência?

Para definir a natureza dessa influência, Jesus usa duas figuras comuns do lar – sal e luz.

Qual é o lar, por mais pobre que seja, que não usa tanto o sal como a luz? Sal e luz são itens indispensáveis em qualquer lar.

Após ter encontrado esse tesouro, Jesus nos transforma em um agente de influência na vida de pessoas e do sistema mundano em que vivemos.

I – VOCÊS SÃO O SAL DA TERRA (Mt 5.13)

1. A função do sal (v.13)

No mundo antigo, o sal era algo de muito valor. O sal tem, pelo menos, três características. a. Sal é tempero que – dá sabor à comida – essa é a característica mais conhecida. Já pensou comida sem sal?

A influência do crente no mundo deve ser como o sal para a comida – a presença do crente dá um novo sabor ao ambiente no escritório, na faculdade, na fábrica, etc.

Será que a nossa presença tem essa influência positiva? Infelizmente, muitas pessoas consideram que o crente tira o sabor da vida.

b. Sal é preservador – evita a putrefação

No mundo antigo o sal era o preservador mais comum. Antes da invenção da geladeira, o sal era usado para preservar a carne e o peixe do apodrecimento. Até hoje é usado na tão conhecida carne-de-sol do Nordeste.

Assim, se o crente vai ser "o sal da terra", deve ter uma influência antisséptica no mundo. A presença do crente deve evitar o progresso do mal, derrotando a podridão ao seu redor.

É uma tragédia que a igreja evangélica, representando 20-25% da população brasileira, não tem exercido influência maior para o bem no meio político, sindical e social, como o verdadeiro "sal da terra".

"Os cristãos foram colocados por Deus numa sociedade secular para retardar esse processo de podridão. Deus pretende que penetremos no mundo.

O sal cristão não tem nada de ficar aconchegado em elegantes e pequenas despensas eclesiásticas; nosso papel é o de sermos 'esfregados' na comunidade secular, como o sal é esfregado na carne para impedir que apodreça" (Stott).

c. Sal é ligado à pureza – não há dúvida que sua brancura brilhante fez essa ligação fácil. Os romanos diziam que o sal era a coisa mais pura de todas as coisas, porque veio das coisas mais puras, o sol e o mar.

Se o crente vai ser "o sal da terra", tem de ser um exemplo de pureza. Uma das características da sociedade em que vivemos é o rebaixamento dos padrões de pureza.

Não há mais restrições na área moral – sexo antes de casamento é normal, e infidelidade no casamento é comum.

Os filmes com cenas de sexo explícito na TV e no cinema, as piadas sujas na fábrica e no escritório são áreas nas quais o crente tem de demonstrar sua pureza.

Quando o crente está presente, os colegas param de contar as piadas duvidosas, a TV é desligada.

Em outras palavras, o crente deve ser mais corajoso na condenação do mal. "Às vezes, os padrões de uma comunidade afrouxam-se por falta de um explícito protesto cristão" (Stott).

Infelizmente o politicamente correto tem corroído a fibra moral de muitos cristãos. O crente não pode se retirar do mundo, mas deve "a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo" (Tg 1.27). E isso não é nada fácil.

O crente é "chamado a ser um purificador moral em um mundo onde os padrões morais são baixos, instáveis, ou mesmo inexistentes" (R.V.G. Tasker).

1. A função do sal

2. A eficácia do sal (v.13) A eficácia do sal é condicional. Para continuar a ser útil, o sal tem de conservar a sua salinidade. É um fato que o sal não pode perder sua qualidade de salinidade.

John Stott explica que "o cloreto de sódio é um produto químico muito estável, resistente a quase todos os ataques. Mas provavelmente Jesus está alertando Seus discípulos de que o sal pode se tornar adulterado por impurezas e, quando isso acontece, "para nada mais presta". A mesma coisa pode acontecer aos discípulos.

 A salinidade do crente vem do seu caráter, se não servem ao Senhor pelas suas boas obras, se tornarão inúteis e serão rejeitados.

O problema, muitas vezes, é que o crente se deixa contaminar pelas impurezas do mundo, e, por isso, perde a sua capacidade de influenciar.

a. É irrecuperável – "como lhe restaurar o sabor?" Não há remédio para o sal sem sua salinidade.

b. É inútil – "para nada mais presta"

c. É condenado à destruição – "lançado fora, ser pisado pelos homens."

Não há dúvida a respeito da verdade que Jesus está ensinando. Se não estamos sendo úteis, então seremos jogados fora. Inutilidade sempre traz desastre.

II – VOCÊS SÃO A LUZ DO MUNDO (Mt 5.14-16)

A humanidade viveu sem a luz elétrica até 1879, quando Thomas Alva Edson inventou a lâmpada incandescente. No tempo de Jesus, usavam-se velas ou lamparinas para iluminar as casas, os prédios públicos e as ruas, com muita precariedade, se comparados aos tempos da luz elétrica.

Usavam-se também, inventadas pelos gregos sete séculos antes, as lâmpadas de terracota, para substituir as tochas de mão. (Por curiosidade, registremos que a palavra lâmpada vem de lampas, que significava tocha).

Luz é uma figura muito importante nas Escrituras. "Deus é luz" (1Jo 1.5). Isaías 9.2 fala da vinda de Jesus: "O povo que andava em trevas viu grande luz". A missão de Israel era ser "luz para os gentios" (Is 42.6; 51.4-5). Paulo nos lembra que "o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo" (2Co 4.4).

Eles entenderam bem quando Jesus disse: Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus. (Mateus 5.14-16)

1. A função da luz (v.14-15) É interessante que Jesus convoca Seus seguidores a ser aquilo que Ele mesmo é – "Eu sou a luz do mundo" (Jo 8.12).

Aqueles que permanecem em Cristo, a verdadeira Luz, são também luz. A luz de Jesus, brilhando neles, aparece em cada rosto, nas palavras, nas ações, e ilumina o mundo ao redor.

a. A luz deve ser vista – Os crentes não podem se esconder e deixar de brilhar para Cristo. A posse da luz de Cristo faz com que Seus discípulos sejam visíveis, como uma "cidade edificada sobre um monte", que pode ser claramente vista a quilômetros de distância.

Outros podem ver as nossas boas obras – Jesus esclarece que as nossas boas obras são essa luz. para que vejam as suas boas obras

Essa expressão abrange tudo o que o crente faz e diz, demonstrando sua fé cristã. Em outras palavras, refere-se ao seu testemunho diário.

Esse texto enfatiza que não pode haver discípulos secretos. A nossa fé deve ser vista na maneira pela qual tratamos o balconista na loja, a doméstica em casa, o porteiro no prédio, o empregado no serviço.

1. Jesus não diz que devemos ser luz. Ele diz que somos luz.

Esta é uma realidade que não se pode contestada, assim como uma cidade sobre uma montanha não tem como não ser vista. Se somos cristãos, as pessoas verão essa luz em nós.

Se não estão vendo, é porque não somos cristãos. Jesus ensinou aos seus discípulos que a vida que precisamos viver é uma caminhada, que envolve dois processos: a salvação e a santificação. 

Não há salvação sem santificação, Jesus diz diretamente: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida" (João 8.12).

Podemos ter certeza da salvação, porque uma vez tendo confessado a Jesus como Senhor e Salvador, temos nossos nomes lançados no Livro da Vida, de onde ninguém pode apagar.

Em termos práticos, quem tem certeza da sua salvação tem prazer em se por no caminho da santificação. Uma pessoa que não tem prazer em agradar a Deus, pondo-se no caminho da santificação, está enganada, redondamente enganada.

Por isso não adiante dizer que você é cristão se você não busca santificar todas as áreas de sua vida.

Quem é salvo é santo. Quem é santo é salvo. Não há santificação sem salvação. Quem é salvo e santo é luz.

Jesus mesmo disse isto, em outros termos, para nos convidar à santificação: Os olhos são a candeia do corpo. Quando os seus olhos forem bons, igualmente todo o seu corpo estará cheio de luz. Mas quando forem maus, igualmente o seu corpo estará cheio de trevas. Portanto, cuidado para que a luz que está em seu interior não sejam trevas. Logo, se todo o seu corpo estiver cheio de luz, e nenhuma parte dele estiver em trevas, estará completamente iluminado, como quando a luz de uma candeia brilha sobre você (Lucas 11.34-36).

Portanto, devemos viver como homens e mulheres-luz. O apóstolo Paulo nos chama de "filhos da luz": "Outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz, pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade; aprendam a discernir o que é agradável ao Senhor" (Efésios 5.8)

 A luz deve ser vista

b. A luz dissipa as trevas – Paulo, ao escrever aos filipenses, enfatiza sua função: "Inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo" (Fp 2.15). O mundo não pode permanecer nas trevas.

2. Jesus não diz que devemos ser a luz do mundo. Ele diz que somos a luz do mundo.

Ele espera que nossa luz brilhe. Logo, a pergunta é se estamos ou não sendo luz.

A pergunta é: para onde a nossa luz está levando o mundo? Não podemos esconder a nossa luz. Não podemos apagar o nosso farol.

Alguém disse que o cristianismo era para estar na dianteira do mundo, não na rabeira. O cristão é para ser seguido, não para seguir.

A força das trevas tem a ver diretamente com a força da luz. Será mais forte quanto mais escondermos a nossa luz.

Foi isto que Jesus disse quando nos conclamou: Brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus (Mateus 5.14-16).

Somos luz, mas podemos não brilhar ou brilhar pouco. Nossa lâmpada pode ser de 20, 50 ou 200 watts de potência. Quanto mais forte for, mais largos serão os buracos que fará nas trevas.

Quando olho para as lâmpadas, vejo que a fonte de energia é a mesma, tanto para as lâmpadas de 20, 50 ou 200 watts. Não há problema com a fonte, mas pode haver na lâmpada, no fio até a lâmpada, no bocal da lâmpada.

Nossa luz vem de Deus. A Fonte é sempre a mesma. A potência original é sempre a mesma. Como vai a nossa lâmpada? Como está o bocal?

c. A luz avisa do perigo – revela os perigos que nos cercam neste mundo tenebroso. pai cabeçada

d. A luz é um guia "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para os meus caminhos" (Sl 119.105). Pelo nosso testemunho brilhante, dirigimos muitos no caminho certo.

Se você tem sido luz, deseje brilhar mais. Se a sua lâmpada está com 20 watts, queira ser uma de 50. Se está com 50, queira ser uma de 200. O mundo precisa da sua luz.

O mundo jaz nas trevas da opulência. Ponha sua luz sobre a opulência e haverá mais igualdade e justiça no mundo.

O mundo jaz nas trevas da violência. Ponha sua luz sobre a violência e haverá mais paz e segurança no mundo.

O mundo jaz nas trevas da conveniência, em que cada um olha apenas para o que lhe interessa aqui e agora. Ponha sua luz sobre a conveniência e haverá mais pessoas interessadas no bem-estar uma das outras.

O mundo jaz nas trevas da aparência, com as pessoas sempre seguindo alguém que esteja brilhando. Mostre sua luz e você também será seguido.

2. O resultado da luz (v.16)

Outros podem glorificar ao nosso Pai nos céus – ...para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus"

Nossas boas obras não devem chamar a atenção para nós, mas para Deus. " A luz deve brilhar no MUNDO – é bom observar que o lugar onde devemos brilhar para Jesus é o mundo, onde as trevas dominam.

Jesus não disse – "Vós sois a luz da igreja", mas "Vós sois a luz do mundo".

CONCLUSÃO

Não há dúvida que Jesus está enfatizando que deve haver uma diferença fundamental entre o crente e o não crente, entre a igreja e o mundo.

Diz Stott: "Este tema é básico no Sermão do Monte. O Sermão foi elaborado na pressuposição de que os cristãos são por natureza diferentes, e convoca-nos a sermos diferentes na prática.

 Provavelmente, a maior de todas as tragédias da igreja ao longo de sua história … tem sido a sua constância de conformar-se à cultura prevalecente, em lugar de desenvolver uma contracultura cristã".

Assim aprendemos que fomos colocados no mundo com este papel duplo: como sal, para interromper, ou pelo menos retardar este processo da corrupção moral e espiritual, e como luz, para desfazer as trevas.

Talvez o seu sentimento esta manhã ao ouvir essa palavra seja de frustração, pois você não tem conseguido ser nenhum desses elementos dessa parábola por vários motivos:

Há cristãos que entendem e querem ser essa Luz, mas não podem fazê-lo porque tem escondido a luz de Jesus debaixo da cama dos seus pecados não confessados e das suas enfermidades não curadas.

Há cristãos que insinuam amor e felicidade para outros, mas não experimentar amor em casa e nem felicidade interior. Infelizmente há cristãos em que a luz de Jesus não se traduz em respeito ao próximo e alegria interior que se irradia.

Se você não tem sido luz, deseje ser luz. Este é o primeiro passo. Tem que haver uma disposição interna dentro de você querendo mudar esse quadro.

 O segundo passo é verificar o que está impedindo que a luz chegue à sua lâmpada. Pode ser uma carga excessiva ou uma doença, física, emocional ou moral. Cuide-se. Trate-se.

Às vezes, cabe-nos uma tarefa que nos drena a alegria e a energia para viver. Às vezes, a sucessão de fracassos ou sonhos despedaçados vai se tornando uma espécie de destino mau, do qual não podemos nos livrar.

Se estes são os nossos casos, não estamos excluídos do mandamento de brilhar diante dos homens. Ore como o salmista: "Tu, Senhor, manténs acesa a minha lâmpada; o meu Deus transforma em luz as minhas trevas" (Salmo 18.28).

 Podemos nos empenhar em recuperar a alegria, mesmo durante o problema que vivemos.

Precisamos olhar para o Alto, de onde vem o socorro (Salmo 121.1).

 Precisamos saber que Deus está conosco, mesmo que não pareça, e vai nos capacitar para enfrentar a luta.

Precisamos ter certeza que nada nos separa do Seu amor para conosco.

Precisamos pedir a Deus que nos dê a perspectiva correta diante do problema, por mais que nos doa.

 Precisamos tirar lições das crises que nos façam crescer.

 Oremos como a Bíblia nos ensina:

"O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei temor? O Senhor é o meu forte refúgio; de quem terei medo?" (Salmo 27.1).

"Pois em ti está a fonte da vida; graças à tua luz, vemos a luz" (Salmo 36.9).

Descubra meu querido irmão(a) o que está lhe impedindo de ser luz. Ainda dá tempo de recomeçar a viver como filho da luz. Como recomenda Jesus, lembre-se de onde caiu (Apocalipse 2.5) e retome o caminho da santidade.


Nenhum comentário: