2021/09/08

Lute pelo seu casamento

O casamento é uma ideia de Deus, é uma dádiva aos homens. Deus criou o homem e a mulher, à sua imagem e semelhança. Também instituiu o casamento para a felicidade de ambos. No casamento marido e mulher se tornam uma só carne.

Somente a morte deve pôr um ponto final nessa relação de amor, respeito e fidelidade. Nessa aliança de afeto não deve existir competição, mas complementação. Marido e mulher não atacam um ao outro, mas defendem um ao outro. Não buscam no casamento a satisfação de si mesmo, mas altruisticamente, buscam, com primazia, a felicidade do cônjuge amado. O casamento é a mais íntima das relações humanas.

O casamento é uma bênção, mas também pode ser um problema. Ele é uma fonte de felicidade, mas também pode ser um poço de frustrações. O casamento é um jardim engranaldado de flores, mas também pode ser um deserto inóspito. O casamento é um canal aberto de comunicação, mas também pode ser o reduto do silêncio gelado ou das acusações amargas. O casamento pode ser a expressão dos sonhos mais belos, mas também pode ser a carranca dos pesadelos mais assombrosos.

Reconhecemos que a família, de forma geral, está envolvida em grandes lutas no mundo moderno. Alguns conseguem manter o compromisso em pé. No entanto, cresce a cada dia o número daquelas para as quais o divórcio já se tornou uma alternativa normal para quando as coisas não vão bem.

Nem mesmo entre cristãos que  adotam princípios e valores bíblicos existe a garantia de que a vida familiar dará certo. Mesmo sabendo que Deus odeia o divórcio. Eu odeio o divórcio", diz o Senhor, o Deus de Israel." Malaquias 2:16, são poucos os esforços empreendidos para a manutenção dos laços matrimoniais.

Se a Bíblia é tão clara quanto aos deveres conjugais, por que está  tão escassa a luta a favor da aliança conjugal? Talvez o grande problema não seja o entendimento quanto aos papéis do marido e da mulher,  mas a compreensão do que realmente alimenta essa aliança.

Mas antes de entrarmos neste assunto quero compartilhar alguns mitos que atrapalham o relacionamento entre marido e mulher e por fim contribuem para prejudicar o casamento.

1)    Eu preciso encontrar a pessoa perfeita para me casar.

Essa pessoa não existe. Não viemos de uma família perfeita, não somos uma pessoa perfeita e nem encontraremos uma pessoa perfeita. Além disso, essa ideia já parte de um pressuposto errado, pois é uma afirmação tácita de que já somos uma pessoa perfeita e que o nosso cônjuge é quem precisa se adequar a nós. Esse narcisismo é um erro gritante. Produz uma auto-avaliação falsa e inevitavelmente deságua numa relação conjugal adoecida.

2)    Se meu cônjuge me ama nunca vai sentir-se atraído(a) por outra pessoa.

Há muitas pessoas que depois do casamento descuidam-se da sua aparência. Esquecem-se de que o amor precisa ser constantemente regado e o relacionamento constantemente cultivado. É sabido que os homens são atraídos por aquilo que veem e as mulheres por aquilo que ouvem. Sendo assim, as mulheres precisam ser mais cuidadosas com sua aparência física e os homens mais atentos às suas palavras. A mulher precisa cativar constantemente seu marido e o marido precisa conquistar continuamente sua mulher. Qualquer descuido nessa área pode ser fatal para a felicidade e estabilidade do casamento.

3) Se meu cônjuge casou-se comigo nunca vai esperar que eu mude.

Um cristão não pode adotar o slogan de Gabriela: "Eu nasci assim, eu cresci e eu vou morrer assim". A indisposição para mudança é um perigo enorme para a felicidade conjugal. Não somos um produto acabado. Estamos em constante transformação. Somos desafiados todos os dias a despojar-nos de coisas inconvenientes e a agregarmos valores importantes à nossa vida.

A acomodação no casamento é um retrocesso, pois num mundo em movimento, ficar parado é dar marcha ré. A vida cristã é uma corrida rumo ao alvo. Nosso modelo é Cristo e todos os dias precisamos ser mais parecidos com Jesus. Para isso, precisamos abandonar atitudes pecaminosas e adotar posturas piedosas.

4)    Se meu cônjuge me ama, não vai ficar aborrecido com minha possessividade.

Ninguém é feliz no casamento perdendo sua individualidade. Ninguém sente-se confortável sendo sufocado. Ninguém tem prazer em viver no cabresto, sendo vigiado a todo tempo. O ciúme é uma doença. Uma doença que se diagnostica por três sintomas: uma pessoa ciumenta vê o que não existe, aumenta o que existe e procura o que não quer achar.

Embora marido e mulher devam respeito e fidelidade um ao outro, não podem viver sendo monitorados o tempo todo. O casamento pressupõe confiança. A insegurança produz a possessividade e a possessividade gera o controle e o controle estrangula a relação.

5)    Se meu cônjuge me ama, nunca vai discordar de mim.

O casamento não é a união de dois iguais. Homem e mulher são dois universos distintos. A ideia de almas gêmeas é absolutamente equivocada. O impressionante do casamento é que, sendo tão diferentes, homem e mulher são unidos numa aliança indissolúvel, para se tornarem uma só carne. As diferenças existem, entretanto, não para destruir o relacionamento, mas para enriquecê-lo; não para separar o casal, mas para complementar a relação conjugal.

Há casamentos que começaram bem e acabaram mal. Há outros que começaram com juras de amor e terminaram com mágoas profundas. Há casamentos que se perderam na jornada da vida e andam errantes pelos labirintos escuros da infidelidade.

Há casamentos doentes, que precisam de cura; casamentos quebrados, que precisam de restauração; casamentos tristes, que precisam de alegria. Há casamentos onde o amor está com o tanque vazio, andando na reserva.

Há casamentos que já caíram na rotina, andando no piloto automático. O que fazer para salvar seu casamento? É preciso fazer um tratamento intensivo com o remédio do andar continuamente no Espírito, o remédio é intimidade com Deus;

Leitura do texto - Efésios 5.18 − 6.9

Esse texto aborda os relacionamentos que temos no casamento (5.22−33), na família (6.1−4) e na sociedade (6.5−9).

Muitas vezes, olhamos para o que mantém esses relacionamentos saudáveis, mas não nos damos conta que o assunto nasce no imperativo do verso 18, "Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito".

 O apóstolo ainda ensina quais são os passos para obedecer a essa ordem nos versos 19 e 20, enfatizando o principal no verso 21: "sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo". Tudo o que Paulo ensina nesse texto e contexto de Efésios está diretamente ligado à ordem para que nos enchamos do Espírito.

A raiz da infelicidade de muitos casamentos mesmo cristãos − é a dureza do coração humano. Foi disso que Jesus tratou ao falar sobre o divórcio em Mateus 19.8.

Jesus respondeu: "Moisés lhes permitiu divorciar-se de suas mulheres por causa da dureza de coração de vocês." Mateus 19:8

As frequentes exortações de Paulo aos maridos, esposas e filhos é um alerta contra o egoísmo, a rebeldia e o orgulho de seus corações, ou seja, os frutos do nosso próprio pecado, o que nem sempre estamos dispostos a admitir.

 Temos muitas desculpas, como incompatibilidade de gênios, falta de maturidade, falta de dinheiro, educação diferente e a vida agitada de hoje. Entendemos que muito disso contribui nas tensões, entretanto, elas não podem nos impedir de reconhecer sincera e humildemente a nossa falta de andarmos diariamente no Espírito.

Tiago 4.1 diz assim: "De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês?". O que ele diz neste verso está expresso em toda a Bíblia. Isso está muito ligado às obras da carne (Gálatas 5.19-21).

"Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus." Gálatas 5:19-21

 Boa parte dos problemas pelos quais os casais passam são semelhantes às obras ali enumeradas.

Portanto, a grande vilã na maioria das nossas dificuldades é a nossa natureza pecaminosa, e não a incompatibilidade de gênios ou outra coisa.

Qual o marido, ou esposa, ou filhos que podem cumprir com suas próprias forças os ensinamentos que Paulo mostra? Deus nunca espera que façamos isso com nossas próprias forças. Nós somos parte de uma raça caída, espiritualmente depravada e limitada pelos efeitos do pecado. Nossa vontade é inclinada para o mal, nosso coração é endurecido.

Mesmo assim, Paulo determina que certas atitudes sejam tomadas pelo marido e pela mulher, pelos pais e pelos filhos.

Em outras palavras, devemos agir em obediência à Palavra de Deus e, assim, agir no combate em favor da aliança conjugal. Para tanto, precisamos ser pessoas cheias do Espírito Santo, controladas pelo Espírito Santo, capacitadas pelo Espírito Santo, para podermos obedecer a Deus e conseguirmos vencer as forças das obras da carne em nós.

Uma pessoa cheia do Espírito Santo é de fácil convívio. Ela não precisa de estimulantes ou anestésicos para poder conviver com as outras pessoas e nem da ingestão do álcool para deixá-la mais à vontade.

Uma pessoa cheia do Espírito Santo é alegre, aberta; ela ama, é uma pessoa que está procurando o bem dos outros. É por isso que não há nada melhor para a vida conjugal do que um alto nível de vida espiritual.

O exemplo de Gálatas 5.22-23 e os seus frutos.

"Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei." Gálatas 5:22,23

O amor. Muitos confundem o amor no casamento com atração física ou companheirismo. Embora essas coisas façam parte, o amor não se resume a isso. O amor mencionado por Paulo é comparado ao amor que Cristo tem pela sua Igreja. Somente por meio da atuação do Espírito em nós é que podemos amar assim.

A alegria. Esse fruto, produzido pelo Espírito Santo, não vem somente quando as finanças estão equilibradas, quando os filhos estão bem na escola, ou todos gozando de boa saúde. Não! Ele vem em meio às circunstâncias difíceis, durante os momentos de profunda dificuldade e tribulação.

Paciência. Estatísticas confirmam que a maior parte dos divórcios ocorre porque os cônjuges não conseguem lidar com a raiva e o ressentimento contra o outro. A psicologia chama isso de incompatibilidade de gênios.

Entretanto, cremos que o Espírito Santo produz em nós a paciência necessária para superarmos as nossas diferenças naturais. Por isso cremos que, em boa parte das separações, o que existiu não foi incompatibilidade de gênios, mas incompatibilidade com o Espírito Santo. Onde ele atua, o bendito fruto da paciência aparece.

A amabilidade e a bondade. Significa sempre procurar o bem da pessoa amada. Perto desses conceitos está a fidelidade. Essa é a qualidade de alguém em quem podemos confiar sempre. Fidelidade é uma das características mais marcantes do cristão.

Mansidão. Significa gentileza de atitude e de comportamento, em contraste com a rudeza de modos no tratamento de outras pessoas. Podemos dizer que é aquela capacidade dada pelo Espírito Santo que nos capacita a suportar com gentileza e paciência as provocações que inevitavelmente aparecem no relacionamento. Para quem não tem o Espírito, por vezes torna-se quase impossível essa prática.

Domínio próprio. Muito importante no casamento. Literalmente, significa  ter controle sobre o seu eu, sobre o seu ego. De todas as qualidades necessárias para um casamento feliz, talvez essa seja a mais importante − e a mais difícil de obtermos por nós mesmos. É somente pela graça e pelo poder do Espírito que podemos verdadeiramente ter controle sobre nosso espírito, emoções e reação.

Três orientações básicas e práticas:

1.      Reconheça a necessidade que você tem de uma vida espiritual mais profunda.

Enquanto não reconhecermos, humildemente, que muitas das falhas que acontecem no relacionamento são por falta do fruto do Espírito na nossa própria vida, não estaremos preparados para ser enchidos com o Espírito Santo.

Observe com atenção o que Jesus diz em João 7.37,38.

No último e mais importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva". João 7:37-38

Enquanto não reconhecermos humildemente que muitas das falhas que acontecem no relacionamento são por falta do fruto do Espírito na nossa própria vida, não teremos mudanças no nosso lar.

Quando a água é derramada, ela escorre procurando primeiro os locais mais baixos e quando os encontra, enche-os imediatamente. A água não sobe primeiro os montes. Assim também o Espírito Santo não vem encher corações altivos, soberbos e orgulhosos, mas sim aqueles que estão profundamente quebrantados.

2.      Ore pela plenitude do Espírito.

Suplique a Deus, "Ó Deus, dá−me a plenitude do teu Espírito!". Jesus disse certa vez: "Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está no céu dará o Espírito Santo a quem o pedir!" (Lc 11.13). Portanto, peça e busque.

3.      Reforme sua conduta.

Especialmente no que diz respeito à área familiar, há certas atitudes que precisamos reformar. Peça perdão ao seu cônjuge. Busque a graça de Deus para essa reforma tão necessária. O Espírito Santo é dado aos que obedecem a Deus (At 5.32),

Nós somos testemunhas destas coisas, bem como o Espírito Santo, que Deus concedeu aos que lhe obedecem". Atos 5:32

"Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; que o teu bondoso Espírito me conduza por terreno plano." Salmos 143:10

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