Lucas 10.25-37
1º Domingo do ano eu ministrei sobre o tema: Eu não sou o primeiro. – João 13.1-17 – Falei:
è Jesus é o exemplo de servo dos servos
è Temos dificuldade em permitir que Jesus expresse seu amor por nós.
è O exemplo do mestre nos impeliu a sermos devedores uns dos outros.
Terminei o sermão falando dos imperativos de Jesus. João 13.34-35 "novo mandamento vos dou..."
Basicamente a proposta deste sermão foi entendermos que o primeiro lugar pertence a Deus. E a dificuldade que temos em cedê-lo a quem de direito, está ligado a um defeito em nossa natureza pecadora que é o orgulho!
E, por último, mas não menos importante, falei que cabe a nós cumprir a ordem: "Vão e façam o mesmo!"
Talvez você diga pra mim: Pastor isso não é problema pra mim. Deus sempre teve a primazia em minha vida! Ou quem sabe você, desde que ouviu o sermão, tem sido impelido pelo Espirito Santo a devolver o lugar a quem é de direito è A Deus!
Ótimo, você está no caminho certo, porém eu quero pensar contigo sobre quem é o segundo?. O segundo não é você!
A cultura pop prega o amor narcisista. O termo narcisista vem do mito grego do jovem que indiferente ao amor viu sua imagem refletida na água e apaixonou-se pela própria imagem. O termo narcisismo foi introduzido na psiquiatria no final do século XIX. Narcisismo é um conceito introduzido por Freud e classificado como Transtorno de Personalidade Narcisista
E quando fazemos uma reflexão sobre isso percebemos o quanto isso tomou conta da geração atual.
A premissa desta geração: Ame-se primeiro, depois ame quem te ama! Isto parece bom, parece seguro, parece prático, mas não é o propósito de Deus para nós.
Veja nós precisamos compreender qual é o propósito de Deus para nossas vidas!
ð Nós só vamos compreender quando entender que além de não sermos o primeiro também não somos o segundo.
· A lei e seus penduricalhos. Haviam 613 mandamentos que faziam parte da Lei mosaica.;
Além disso você tinha os desdobramentos da lei... ou seja como praticar a lei... para ilustrar melhor é como se além da Lei houvesse a regulamentação da lei. Um exemplo claro está no início deste texto.
No vv. 26 Jesus diz: O que as escrituras dizem sobre isso? Como é que você entende isso? Aqui fica claro que dependendo do grupo, havia uma interpretação, um significado, ou seja, havia um tipo de regulamentação para cumprir a lei.
Exemplo: A lei mosaica exigia que os israelitas tivessem franjas nas orlas de suas vestes. Era para fazer-lhes lembrar sua condição santa perante Jeová Deus e da necessidade de observar as ordens dele. (Núm. 15:38-41) Os fariseus foram um passo mais longe. Ampliaram as franjas das suas vestes, para se destacar entre o povo. De modo similar, ao passo que surgia entre os judeus o costume de usarem pequenas caixinhas com textos na testa e no braço esquerdo, os fariseus destacavam-se por usarem maiores. — Mat. 23:2, 5.
"Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens. Eles fazem seus filactérios bem largos e as franjas de suas vestes bem longas; Mateus 23:5
O que diz a Lei? è "Ame o Senhor seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças e com toda a mente. E ame o seu próximo como você ama a você mesmo!"
Difícil de entender? Não! Mas para que simplificar se podemos complicar!
Eu não sou o primeiro Porque Deus o é e também não sou o segundo porque o meu próximo o é.
No verso 29 o religioso que estava testando Jesus lança uma pergunta pra Jesus para fugir da obviedade ou até mesmo da responsabilidade diante da argumentação de Jesus ele diz: "Quem é o meu próximo?"
Apesar de Jesus já ter deixado claro isso, parece que nos esquecemos de quem é o nosso próximo! Sempre pensamos em nossos familiares ou pessoas que fazem parte de nossos relacionamentos. Porque fácil é amar quem nos ama. Fácil é amar quem concorda comigo. Fácil é amar quem me apoia o tempo todo.
Mas Jesus nos deixa claro que não é assim que amamos o próximo. Amar é muito mais que darmos uma oferta de amor (alimentos) Amar como Cristo propõe, é amar apesar daquela pessoa nunca ter lhe feito bem algum, aliás ela já te fez muito mau! Difícil é amar quem nos traiu... Quem nos machucou...
Amar é andar uma milha com aquele que não merece nem mais um passo teu... Amar é fazer o bem independente de quem seja! Porém meus queridos, infelizmente nós fomos intoxicados com um falso amor. 1º Ame apenas quem te ama! Isto não é verdade, não cabe a nós..
A igreja de Jesus Cristo foi chamada e é desafiada a amar!
Quem devemos amar? O nosso próximo!
Porém temos considerado nosso próximo somente aqueles que estão a pequenas distâncias da gente. Não somente distância física, mas pessoas que estão alinhadas ao que pensamos... Que consideramos politicamente corretas... Que concordam em número, gênero e grau... Mas aí Jesus conta a parábola... e mostra que esse próximo abrange bem mais do que nós imaginamos.
Os personagens da parábola nos ensinam muita coisa. Um homem qualquer. Um sacerdote e um levita. Um samaritano.
Na história do Bom Samaritano, os indivíduos não são identificados pelos nomes, mas caracterizados pelas funções e ações. O homem assaltado é um anônimo: talvez um viajante, um desempregado em busca de trabalho; quem sabe um bóia-fria. Enfim, é alguém carente, desprotegido, marginalizado, sem amigos, sem dinheiro, sem família - sem ninguém - a sós no mundo, como milhões de outros por aí. Lá está ele: jogado à beira da estrada, caído na sarjeta abandonado.
Entram em cena, então aqueles que tinham a solução do problemas às mãos: Um sacerdote e um levita. Diz a Palavra de Deus: "Casualmente descia um Sacerdote por aquele mesmo caminho." (V.31)
Você perguntaria: Será que o sacerdote parou para ajudá-lo? Não! A Bíblia fala que numa atitude de completo "desamor" o sacerdote passou de lado, ou seja, tentou ignorar aquela situação; procurou não se envolver nem se incomodar com o pobre miserável.
Quem sabe o sacerdote havia trabalhado todo fim de semana; estava cansado e saudoso do lar. Queria ter o seu merecido repouso e ficar em paz, às sós. E afinal de contas o que tinha acontecido com aquele estranho não era da sua conta.
A história continua: "Semelhantemente um levita descia por aquele mesmo caminho, e vendo-o também passou de largo. (v.32)
O sacerdote nem sequer olhou para o ferido viajante. O levita, quem sabe, preocupado pois poderia ser um parente ou amigo seu, deteve-se por um instante, olhou-o, e como não o reconheceu, passou de largo. E lá estava o moribundo, quase a morrer. Será que ninguém se preocuparia com ele? Será que ninguém se importava? Será que ninguém tinha amor para dar?
Neste momento apareceu um estranho, um "inimigo", ou seja, um samaritano, um estrangeiro. Ora, durante cerca de 800 anos os judeus não se davam com os samaritanos, porque em 722, Salmanezer ou Sargão II, reis da Assíria tomou Samaria e substituíram seus habitantes por babilônios e sírios, que trouxeram suas tradições, crenças religiosas contrárias às dos judeus.
Os samaritanos eram inimigos, para os judeus, um foco purulento incrustado no seu território. Eram considerados como cães.
Mas, vejamos: lá estava o moribundo; ele sentiu que alguém parou, desceu da montaria e se aproximou dele. Quem seria? Oh, impossível! Era um samaritano!
E o samaritano compadeceu-se dele, curou-lhe as feridas aplicando óleo e vinho; e colocou-o em cima do seu próprio animal e o levou para uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: cuida deste e, se alguma coisa gastares a mais, e te indenizarei quando voltar.
Finalmente alguém viu o drama do homem abandonado; alguém sentiu por ele; alguém se envolveu, alguém ajudou. Por estranho que pareça, quem ajudou era um ser rejeitado, um inimigo, um cão.
Ao Jesus terminar o relato perguntou ao doutor da lei: "Qual desses três parece ter sido o próximo do homem. . ." V.36. O homem respondeu sem titubear, "Aquele que usou de misericórdia para com ele." V.37 Sua resposta estava correta.
1) O sacerdote e levita passam veem a situação e atravessam a rua (v.32) Qual a motivação disso? à Este homem não era digno de ser seu próximo! A lição que Jesus nos ensina é que infelizmente a religião nos formatou e nos separou dos que estão aflitos e necessitados!
Para você ser meu próximo você precisa ser da minha igreja... Mas para ser mais próximo ainda, você tem que pensar, falar e agir como eu... Se isso não acontecer, se você se afastar do caminho, se você pensar diferente... Eu vou te cancelar das minhas redes sociais, você não será mais meu próximo!
2) Tem um outro personagem chamado aqui de samaritano. A primeira atitude do samaritano (aos olhos dos religiosos é um impuro) foi olhar para aquele homem.
Quando eu tenho a compreensão clara que eu também não sou o segundo... Naturalmente eu começo a procurar quem é o segundo. Você tem conseguido ver quem é essa pessoa em sua vida?
Esta pessoa está caída à beira do caminho da vida.
Esta pessoa parece como alguém que está quase morto.
Esta pessoa foi abandonada pelo sistema.
Esta pessoa foi violentada, foi enganada, ela se decepcionou, ela não acredita mais... E pra piorar a religião não considera que ela é seu próximo! Sabe onde encontramos essa pessoa?
Um colega de trabalho, um amigo de infância, um irmão da igreja, um vizinho para quem você dá bom dia todos os dias, a família dos amiguinhos e amiguinhas dos seus filhos...Pessoas que precisam ser vistas! Estes são os nossos próximos! Mas mais do que ver, nós precisamos sentir compaixão (sentir sua dor). - Chore com os que choram!
Minha experiência de ser consolado pela internação do meu Pai. Eu recebi o carinho de muitos irmãos em Cristo – Mas também teve muito Samaritano me abraçando!
Lamentavelmente ainda tem mais samaritano sentindo a dor e se importando com o próximo! A igreja de Cristo foi chamada para ver, sentir a dor e abraçar o próximo. Jesus perguntou: Qual deles foi o próximo do homem assaltado? à Aquele que o socorreu! – Vá e faça o mesmo!
Aqui estão algumas verdades para nós:
1. Muitos se dizem religiosos, cristãos, mas não desejam nenhum comprometimento com os problemas dos outros. Isto é negação de religião, isto é negar a Cristo.
2. Muitos julgam que devem ajudar aos seus familiares, seus parentes, colegas e amigos, e nada mais. O seu círculo de amor é muito limitado, sua atuação muito restrita.
3. Na concepção cristã, o nosso próximo não está limitado à nossa família, nossas amizades, nossa raça. Nosso próximo é todo aquele que necessita de auxílio e quem podemos ajudar.
4. A parábola nos ensina que a verdadeira religião é a prática do amor. É crer fazendo. É viver o que crê, e fazer o bem que se deve fazer. Tiago diz: "A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações." Tiago 1:.27
A Bíblia nos diz: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de todas as tuas forças e todo o teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo." Lucas 10:27
Quando Jesus terminou de contar esta história do bom Samaritano, disse para o doutor da lei: "Vai e procede tu de igual modo, e mais,... faze isto e viverás." Lucas 10:37-38.
Nesta parábola contada por Jesus, se você fosse um dos integrantes, quem seria você? O sacerdote? O levita? Ou o bom samaritano?
Você não é o Segundo...
Agora olhe ao seu redor: Veja quantos necessitados, abandonados e carentes estão à beira da estrada, destruídos pelo pecado assaltados pelo mal.
Veja quanta ruína e tragédia! então reaja: Ajude alguém hoje! faça o bem a alguém; diga uma palavra de conforto; levante um caído, anime-o, ponha seu amor em prática.
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