2021/03/01

Amar a DEUS é uma dádiva.

Amar a Deus é presente, uma graça concedida pelo próprio Deus a aqueles que são deles. Poucos cristãos tem o entendimento de o quanto são abençoados por poder amar a Deus. Essa dadiva não é para todos.

"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16)

Por essas palavras Jesus ensina que o amor de Deus pelo mundo não é um amor por todos os homens sem exceção, mas um amor pelos crentes.

Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus. João 3:17,18

O mundo que Deus amou e pelo qual deu o Seu Filho é o mundo daqueles identificados pela graça da fé salvadora, "para que todo o que nele crer não pereça". Não deturpe o texto torcendo esse "todo o que" em algo que ele não diz, como se "todo o que" significasse "qualquer um que escolha crer por si só".

 Uma vez que o texto literalmente se refere a "todos os crédulos", esse "todo o que" deve ser visto como se referindo a certas pessoas segundo a sua natureza espiritual, isto é, os crédulos ou crentes. Eles constituem o mundo que Deus ama, as ovelhas de Jesus Cristo, constituído de judeus e gentios (João 10:16).

Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. João 10:16

 É por esse mundo, objeto do Seu amor, que Deus deu o Seu Filho.

Por esses crentes somente, Jesus também ora: "Eu rogo por eles. Não estou rogando pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus… Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles" (João 17:9,20).

Através dessas palavras Jesus ora por Seus onze discípulos crentes e também por aqueles que virão a crer. Ele não ora por toda e qualquer pessoa. Ele ora por Seu povo, por aqueles que Deus amou. Note que eles foram "dados" a Cristo, tanto os discípulos crentes como aqueles ainda por nascer, "que crerão". Eles pertencem a Cristo porque lhe foram dados por Deus em Seu amor. O amor de Deus por Cristo é o fundamento, a fonte da salvação e da crença deles.

A respeito desse amor de Deus, Jesus diz, "…os amaste como igualmente me amaste" (João 17:23). Deus ama o seu povo com o mesmo amor que tem por Cristo.

Jesus declara ser objeto de um amor eterno quando diz "…porque me amaste antes da criação do mundo" (João 17:24).

Assim como Deus amou o Seu Filho com um amor eterno, Deus amou o Seu Povo com o mesmo amor eterno. Jesus não diz que Deus vai amá-los somente no futuro, ainda que esteja se referindo àqueles que ainda não nasceram, mas diz "…os amaste". Deus sempre amou o Seu povo. Jesus não está se referindo tão somente aos discípulos, mas no contexto daqueles "que crerão em mim, por meio da mensagem deles" (João 17:20).

Aqueles que Deus amou são Seu povo. Antes que tivessem mesmo nascido ou tivessem feito bem ou mal, eles foram objetos do Seu amor. Não qualquer incerteza na mente de Jesus quanto à vinda deles à fé, pois "crerão em mim". A fé deles então não pode ser a causa desse amor. Antes, o eterno amor de Deus é a verdadeira causa da sua fé.

As pessoas que Deus amou eternamente foram dadas a Cristo, tal como Jesus disse, "Pai, quero que os que me deste estejam comigo onde eu estou" (João 17:24).

Como o Pastor das ovelhas pertencentes a Ele, Jesus vai à cruz, redimindo-as por meio do Seu próprio sangue, como disse, "…dou a minha vida pelas ovelhas" (João 10:15).

Isso é necessário. Como pecadores, os crentes não são amáveis em si mesmos, mas dignos de condenação. Jesus veio para "salvar o seu povo dos seus pecados" (Mateus 1:21), incluindo o pecado da incredulidade com o qual nasceram. Não podemos encontrar em nós mesmos qualquer causa pela qual Deus nos amou. Seu amor é o fundamento, Aquele que nos deu a Cristo. Assim Jesus pode dizer "Todo aquele que o Pai me der virá a mim" (João 6:37) e também "E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia" (João 6:39).

Como Sua propriedade, Jesus busca as suas ovelhas, não apenas enquanto esteve na terra, mas continua a busca por elas por meio da Sua Palavra e Espírito, através do evangelho. Ele veio "buscar e salvar o que estava perdido" (Lucas 19:10), Sua propriedade. Por elas, de acordo com a vontade de Deus, Ele dá a vida eterna, "…para que conceda a vida eterna a todos os que lhe deste" (João 17:2). Nascidas de novo pela graça de Deus, elas escutam com os ouvidos da fé e crêem.

Em conformidade com esse amor de Deus, Ele conhece o Seu povo por nome, e este, conhecendo e escutando a Sua voz, crê e é salvo. Seu povo jamais perecerá. Jesus disse "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; ninguém as pode arrancar da mão de meu Pai" (João 10:27-29).

Outros persistem em seu pecado e descrença obstinados porque não são objeto do amor de Deus. Segue-se disto que eles não foram levados a crer, tal como Jesus disse "mas vocês não crêem, porque não são minhas ovelhas" (João 10:26).

A linguagem de Jesus é muito penetrante. Ele estava se referindo particularmente aos falsos mestres do Seu povo daqueles dias. Eles não creram  "porque" não eram Suas ovelhas. Deus não os fez crer. Eles nasceram em descrença como pecadores caídos e permaneceram na descrença debaixo do julgamento de Deus.

Eles pertenciam àquele outro mundo, o mundo que perece, e não ao mundo que Deus amou. Jesus disse a respeito deles "Por que a minha linguagem não é clara para vocês? Porque são incapazes de ouvir o que eu digo. Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele" (João 8:43,44).

A descendência espiritual do diabo, eles não eram "de Deus". Tal como Jesus continua em Sua exposição, "Aquele que pertence a Deus ouve o que Deus diz. Vocês não o ouvem porque não pertencem a Deus" (João 8:47).

O amor de Deus, pelo poder da Sua graça em Cristo e pelo Seu Espírito Santo, gera filhos espirituais, nascidos de Deus. Deus lhes concede fé salvadora.

Por meio das Suas palavras Jesus ensina que o amor de Deus é um amor  eterno soberano por pessoas específicas, um amor particular. Deus entregou essas pessoas específicas a Cristo como Suas ovelhas, e por elas somente Ele morreu. Ele as chama infalivelmente à nEle e lhes concede a vida eterna.

 Jesus disse "Todo aquele que o  Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei" (João 6:37).

O amor de Deus é um amor soberano onipotente que envia o evangelho àqueles que Ele amou na eternidade. Ele os salva através desse amor. Esse amor não pode falhar. É imutável.

Faça a si mesmo a seguinte pergunta: Você crê nesse Jesus, o verdadeiro Cristo das Escrituras, Aquele que ensina um amor todo-poderoso por parte de Deus? Tome  cuidado com um falso Cristo que ensina um amor divino impotente, impotente para enviar o evangelho e impotente para irresistivelmente operar a no coração daqueles que ele ama. Esse falso cristo não é o Cristo das Escrituras.

"Naquela ocasião Jesus disse: 'Eu te louvo, Pai, Senhor dos céus e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado'" (Mateus 11:25,26)

Por essas palavras Jesus agradece ao seu Pai por sua soberana vontade de esconder a verdade do evangelho de algumas pessoas e revelá-la a outras; agradece por sua justa escolha. A causa da vontade de Deus não é encontrada no homem, mas em Deus somente, já que "Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado". Portanto, Jesus diz: "Ninguém conhece o Filho a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho o quiser revelar" (Mateus 11:27).

Segundo a vontade do seu Pai, Jesus o Filho faz com que alguns conheçam o Pai, revelando-o a eles, trazendo os cansados e sobrecarregados para junto de Si (Mateus 11:28). Eles são suas ovelhas, que escutam a Sua voz. Cristo lhes concede fé salvadora para ouvir com os ouvidos da fé. Cristo os conhece pessoalmente.

Ele disse: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem" (João 10:27).

Os demais não são Suas ovelhas. Jesus não lhes revela o Pai. Ele não lhes concede fé salvadora, mas os entrega à sua incredulidade obstinada. Como Ele diz, "mas vocês não crêem, porque não são minhas ovelhas" (João 10:26).

Através da pregação, Jesus busca por Suas próprias ovelhas, "Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as leva para fora" (João 10:3). Jesus ensina uma escolha soberana da parte de Deus em salvar e conceder fé a alguns homens: eleição. E ensina uma escolha soberana justa de Deus em rejeitar os demais e condená-los por sua incredulidade: reprovação.

Em harmonia com a determinação do Seu Pai, Jesus pregou às pessoas através de parábolas. Quando inquirido pelos seus discípulos da razão para agir assim, Ele aponta ao profeta Isaías (Isaías 6:10)

Torne insensível o coração desse povo; torne surdos os ouvidos dele e feche os seus olhos. Que eles não vejam com os olhos, não ouçam com os ouvidos, e não entendam com o coração, para que não se convertam e sejam curados". Isaías 6:10

 e explica o propósito pretendido por Deus: "Ele lhes  disse: 'A vocês foi dado o mistério do Reino de Deus, mas aos que estão fora tudo é dito por parábolas, a fim de que, ainda que vejam, não percebam; ainda que ouçam, não entendam; de outro modo, poderiam converter-se e ser perdoados!'" (Marcos 4:11,12).

Deus escolhe salvar o seu povo, revelar a si próprio e seu Filho Jesus Cristo a eles, e infalivelmente trazê-los à fé em Cristo. Mas Deus também, segundo a sua determinação, soberanamente abandona os demais em seus pecados. Ele envia Sua palavra àqueles que podem ver e ficar sem desculpas, mas, no entanto, não podem crer e ser salvos, pois não são das Suas ovelhas.

Em harmonia com essa verdade, Jesus repetidamente fala dessa escolha de Deus, e da sua própria condição como Filho de Deus. Quando está se referindo à tribulação da Sua igreja e da salvação dos seus, Jesus fala acerca dos últimos dias:

 "Se o Senhor não tivesse abreviado tais dias, ninguém seria salvo. Mas, por causa dos eleitos por ele escolhidos, ele os abreviou" (Marcos 13:20).

Ainda que o texto fale dos últimos dias, na linguagem de Jesus, Ele também explica a eleição. É escolha de Deus. No contexto da pregação do evangelho, muitos são chamados pela palavra pregada, mas que alguns creiam é uma questão de escolha divina. Ele diz: "Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos" (Mateus 22:14; veja também 20:16). Salvação depende da escolha de Deus e não da escolha do homem.

Essa escolha inclui o chamado de Jesus aos seus discípulos. Não se tratou, contudo, de uma mera escolha de homens para um ofício. Tal explicação é muito superficial. Nós lemos: "Então Jesus respondeu: 'Não fui eu que os escolhi, os Doze? Todavia, um de vocês é um diabo!'" (João 6:70)

 Dizendo isso Jesus estava respondendo à confissão que Pedro fez da sua fé em Cristo, "Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus" (João 6:69).

Essa confissão não foi feita por Pedro e pelos discípulos em si mesmos. Ela estava enraizada na obra da graça poderosa de Deus neles. Jesus fala acerca dessa mesma confissão em outra ocasião, quando diz a Pedro: "Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus" (Mateus 16:17).

A confissão de Pedro "és o Santo de Deus" não foi obra de Pedro, mas obra soberana de Deus nele, a revelação de Deus. Ele não fez essa confissão pelo poder de escolha, ou  por alguma vontade em sua própria carne, mas pelo poder da graça. Deus o escolheu em Cristo.

Então Jesus diz :"Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome" (João 15:16).

As palavras de Jesus são claras. É ele quem escolhe os seus. Os discípulos não fizeram sua decisão por Cristo. Em conformidade com a vontade de Deus, Cristo os escolheu. O fruto que eles deveriam produzir como Seus servos, pela fé e pelo labor do evangelho, também foi Seu – e não deles.

Ele os ordenou não apenas a agir, mas também a serem fecundos. O fruto do seu labor na comunhão da igreja também foi ordenado por Deus em Cristo.

Jesus explica a razão para isso: "Eu revelei teu nome àqueles que do mundo me deste. Eles eram teus; tu os deste a mim, e eles têm  obedecido à tua palavra" (João 17:6)

 Eles foram escolhidos e confiados a Cristo e Ele a eles. Isso é verdade não somente em relação aos discípulos, mas em relação a todas as ovelhas de Jesus, que deveriam crer pela palavra do evangelho (João 17:20)

Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles,para que todos sejam um. João 17:20,21 e estar com Ele tal como quem lhe foi dado pelo Pai (João 17:24).

"Pai, quero que os que me deste estejam comigo onde eu estou e vejam a minha glória, a glória que me deste porque me amaste antes da criação do mundo. João 17:24

Jesus ensina a escolha de Deus em Cristo para salvação e fé. Trata-se de um falso Cristo inventado pelo homem aquele cristo que oferece a si mesmo a todas as pessoas para que soberanamente optem por aceitar ou rejeitá-lo. Fé não é uma decisão, mas uma dádiva de Deus.

 

 

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