2016/05/16

Benefícios da Justificação

Texto: Romanos 5. 1-11

Olá irmãos boa noite... semana retrasada ouvimos sobre a doutrina da Justificação. Se você não esteve aqui ou não lembra o teor dessa doutrina, não se preocupe, pois o apostolo Paulo faz questão de já no primeiro versículo deste capitulo de nos lembrar de três verdades acerca desta doutrina.

1)    A justificação é um ato declaratório de Deus. Tendo sido, pois, justificados Romanos 5:1a

A justificação não é um processo, mas um ato legal e judicial de Deus no qual ele declara sobre a base da Justiça de Cristo, que todas as demandas da lei estão satisfeitas com respeito ao pecador. Portanto, a justificação não é algo que Deus faz em nós, mas por nós. Não acontece dentro de nós, mas fora de nós. A justificação é um ato e acontece uma única vez não há graus na justificação. Ela é instantânea, completa e final. O homem é justificado por completo ou não é justificado. O crente mais fraco está tão justificado quanto o Santo mais piedoso. Pela justificação somos remidos da pena do pecado, perdoados e recebemos o favor de Deus, pela justificação, todos os nossos pecados presentes, passados e Futuros já foram perdoados.

2) A justificação é recebida pela fé romanos 5 Tendo sido pois justificados pela fé, não somos justificados com base na fé, mas em virtude do sacrifício feito de Cristo. A fé é um instrumento de apropriação dos benefícios da Cruz, a fé é a mão estendida de um mendigo a tomar posse do presente de um Rei. A fé é a causa instrumental, e não a causa meritória da justificação. A fé não expia a culpa nem remove o castigo. É apenas o instrumento de apropriação nos benefícios da Redenção.

3) a justificação é por intermédio de Cristo tendo sido pois justificados pela fé, temos paz com Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo. A base da justificação é o sacrifício de Cristo na cruz. Não somos justificados com base na obra que fazemos para Deus, mas na obra que Cristo fez por nós na cruz. Não somos justificados pelo mérito humano, mas pelos méritos de Cristo. A morte expiatória de Cristo é a causa fundamental da justificação, enquanto a fé é a sua causa instrumental. Tendo lançado as bases da doutrina vamos analisar agora as bênçãos da doutrina da justificação pela fé. Paulo ele menciona sete frutos dessa Bendita verdade.

1)    A paz com Deus. Temos paz com Deus, Romanos 5:1b

A paz com Deus tem uma benção ligado ao passado. Trata-se de algo que já aconteceu. Perceba irmãos não é a paz de Deus aquela que está em Filipenses 4. 7, mas a paz com Deus, não é um sentimento, mas um relacionamento. É a paz da Reconciliação com Deus. Por intermédio do sacrifício de Cristo, a barreira que nos separava de Deus foi destruída não somos mais filhos da Ira, mas filho do seu amor. O pecado ele consumou uma ruptura, mas Jesus Cristo veio para estabelecer a comunicação suspensa. O apostolo Paulo está dizendo irmãos, que essa paz com Deus, significa que a ira de Deus não mais nos ameaça, porque somos aceitos por Cristo. Em romanos 5.9.  Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Romanos 5:9

Essa paz não é uma mudança em nossos sentimentos, mas uma modificação no relacionamento de Deus conosco. O que Paulo está dizendo irmãos é que essa paz não se trata de apenas serenidade e tranquilidade da nossa mente e coração, mas de um estado de paz que flui de uma reconciliação com Deus. Não é sentimento de paz, mas um estado de amizade ao invés de inimizade, "com Deus", significa que fomos reconciliados com Deus. Éramos inimigos estávamos sem ele e agora somos amigos estamos com Deus.  Se você parar para analisar querido irmão, todas religiões se esforçam para reconciliar o homem com Deus. Mas essa paz, contudo, ela não é fruto de esforço humano, mas é fruto do sacrifício que Cristo fez. Na morte de Cristo fomos reconciliados com Deus. Não somos mais réus, nem inimigos de Deus agora temos paz com Deus.

2)   Acesso a graça. Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, Romanos 5:2

O segundo fruto da justificação queridos irmãos é o acesso a graça de Deus. Se a paz com Deus é uma benção passada, consumada no ato da nossa justificação, o acesso a graça da justificação é um privilégio presente contínuo. Trata-se de uma condição permanente e inabalável, que se origina de uma ação realizada no passado.

Precisamos entender queridos irmãos que no passado havia uma barreira, que separava os judeus da presença de Deus isso acontecia através do véu do templo, que separava judeus dos Santos dos Santos e essa separação era ainda maior no caso dos gentios pois estavam separados, estavam isolados pelo muro externo do templo do lado de fora. No entanto quando Jesus morreu, ele rasgou o véu, ele destruiu o muro que separava os homens de Deus ou seja Jesus destruiu as barreiras da separação. Em Cristo queridos irmãos, judeus e gentios que creem têm acesso a Deus. Por meio de Cristo todos nós temos acesso a esta graça na qual estamos firmes. Somos aceitos, somos apresentados como filhos, como cidadãos do céu.

Jesus nos introduz na presença de Deus queridos irmãos, ele nos abre as portas o presença do Rei dos Reis, e quando essas portas se abrem é que nós encontramos a graça, a imerecida bondade de Deus, e não condenação juízo. Por meio de Cristo entramos na presença de Deus e encontramos segurança.

3)    A expectativa da glória. e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. Romanos 5:2b

Queridos irmãos o terceiro fruto da justificação é a expectativa da Glória. Se a paz tem a ver com o passado, e o acesso à graça se relaciona ao presente, a expectativa da Glória queridos irmãos está atrelada ao futuro.  Quem foi justificado não teme o futuro. A morte já não mais o apavora. O porvir é seu anseio e a glória, sua expectativa mais excelsa.

A palavra traduzida por gloriamos significa um regozijo exultante, uma alegria triunfante, uma firme confiança em Deus, inspirada pela certeza de que temos paz com Deus. John Stott diz que a esperança cristã não é algo incerto como nossas esperanças comuns do dia-a-dia, mas uma expectativa jubilosa e confiante que se baseia nas promessas de Deus.

O objeto de nossa esperança é a glória de Deus, ou seja, seu radiante esplendor que um dia se manifestará em toda a sua plenitude. Então, a cortina se erguerá e a glória de Deus será inteiramente desvendada.  Nesses dias, veremos os Senhor da glória face a face, receberemos um corpo de glória e a própria criação que agora geme será redimida do seu cativeiro. Miguel Gonçalves Torres, ministro presbiteriano, sempre dizia a seus amigos que não basta viver bem é preciso morrer bem. Na hora da sua morte, disse a esposa: " querida, pensei que quando eu fosse morrer, iria para o céu. Mas foi o céu que veio me buscar ".  O apostolo Paulo mesmo no ocaso da vida, em uma masmorra romana, na antessala do martírio, declarou com entusiasmo: "a hora da minha partida e chegada… Agora o reto juiz me dará a coroa da justiça…" 2 Tm 4.6-8

Um pastor, ao visitar piedoso membro da igreja no leito de morte, perguntou-lhe: " o irmão está preparado para morrer? " com o rosto resplandecendo de gozo, o crente respondeu: " não, pastor, estou preparado para viver... estou indo para Deus"

4)    Alegria no sofrimento.

E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, Romanos 5:3-5

A justificação não apenas nos preparar para o céu, mas também nos equipa para vivermos vitoriosamente aqui na terra. Paulo não está tratando de algo apenas para o porvir, mas de algo que nos capacita a viver vitoriosamente em meio as tensões da vida. O cristão não olha para a vida com uma visão romântica, pessimista ou irreal. Não nega a existência da dor e do sofrimento. Não murmura, nem se insurge contra Deus por causa do sofrimento, sabe que o sofrimento é proposital e pedagógico. Os cristãos não creem no acaso, coincidência, sorte, azar o determinismo. Não tem medo de sexta feira 13, nem de passar debaixo da escada. Sabe que nem fio de cabelo da sua cabeça pode ser tocado sem que Deus saiba, permita e tenha um propósito. 

Este gloriar-se na tripulação é um fruto da fé. A vida cristã é o enfrentamento de muitas pressões: do diabo, do mundo, e nossas fraquezas. Jesus deixou claro que no mundo teremos aflições João 16. 33 e o apostolo Paulo diz ...através de muitas tribulações, nos importar entrar no Reino de Deus. Atos 14.22

Quando passamos por tribulações e dependemos da graça de Deus, as dificuldades nos purificam e nos ajudam a eliminar a religiosidade que é uma palha que deve ser queimada. As tribulações na vida do salvo não vem para destruí-lo, mas para purificar. Elas não agem contra ele, mas o seu favor.  As tribulações não operam por si mesmos à revelia, na vida dos salvos, mas são trabalhadas pelo próprio Deus, para o nosso bem. Por meio das tribulações, Deus esculpe em nós a beleza de Cristo. Por isso queridos que a tribulação é pedagógica, ela gera uma paciência triunfadora em cada um dos crentes, e não poderíamos exercer a paciência sem sofrimento, porque eu sem este não haveria necessidade de paciência. A paciência nasce do sofrimento. As grandes lições da vida, nós aprendemos no Vale da dor. O sofrimento é não apenas o caminho da Glória, mas também o caminho da maturidade. O rei Davi afirmou: " foi-me bom ter passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos " Sl 119.71 O patriarca Jó disse que antes do sofrimento conhecia Deus só de ouvir falar, mas por meio do sofrimento seus olhos puderam contemplar o Senhor. Jó 42.5

5)    Derramamento do amor de Deus.

porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Romanos 5:5-8

Assim como Espírito Santo foi derramado sobre a igreja no Pentecostes, o amor de Deus é derramado no coração daqueles que são justificados. Vale a pena destacar queridos irmãos a mudança do tempo verbal aqui em romanos.

Paulo diz que o Espírito Santo nos foi dado fazendo referência um ato passado, porém o Paulo muda o tempo verbal quando fala do amor de Deus, ele diz que esse amor é derramado em nosema corações descrevendo fato passado com uma consequência permanente ou seja nós recebemos o Espírito Santo de uma vez para sempre, mas somos inundados com amor de Deus constantemente. Esse sublime amor de Deus por nós pecadores não foi despertado pela cruz de Cristo; ao contrário, foi o amor de Deus por nós que produziu a cruz. A cruz não é a causa do amor de Deus, mas é o seu resultado. Esse amor não é retido em Deus, mas derramado sobre nós. Paulo menciona aqui uma espécie de inundação do amor de Deus. Somos banhados pelo próprio ser de Deus, uma vez que Deus é amor.

O texto nos fala também que esse amor que recebemos é imerecido, o que demonstra que a causa do amor de Deus não está no objeto amado, mas nele mesmo, ou seja, Cristo não morreu por alguém que merecia o amor de Deus. Ao contrário. Diz que nós éramos fracos, éramos ímpios, eram os pecadores, éramos inimigos. Numa linguagem crescente o apóstolo Paulo elenca a condição deplorável do ser humano. E diz que embora fôssemos merecedores do juízo divino, ele graciosamente derramou em nossos corações seu imenso amor. Ele diz que Deus prova do seu amor quando ele entregou seu filho na cruz por nós, a manifestação do amor de Deus se dá por meio de um evento histórico a cruz. A cruz de Cristo é a prova mais eloquente do amor de Deus, em nenhum lugar existe uma revelação de amor como a que encontramos na cruz. Pela cruz temos uma abertura o coração de Deus e vemos que se trata de um amor que se dá e se sacrifica. Quando Deus enviou o seu Filho amado para morrer pelos pecados dos pecadores ele estava dando tudo, até a si mesmo à aqueles que dele nada mereciam exceto juízo.

6)    A certeza da glorificação.

Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. Romanos 5:9,10

A partir do verso nove meus irmãos, Paulo ele passa da prova do amor de Deus a nós, para as consequências da morte de Cristo por nós. Em que isso nos beneficiou? Ele responde dizendo seguinte, que se já fomos justificados pelo sangue de Cristo, com certeza seremos salvos da ira no dia do juízo. Se Cristo já verteu seu sangue por nós, fazendo trabalho mais difícil, não deveríamos hesitar em crer em nossa completa absolvição no dia do juízo. Ou seja seremos salvos. Como o próprio Paulo declarou mais tarde em Rm 8.32 dizendo seguinte " aquele que não poupou seu próprio filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? "

O que o apóstolo Paulo está dizendo nesses versos, está dizendo que aqueles cuja as transgressões foram imputados a Cristos, colocados em Cristo através da fé, ao mesmo tempo eles receberam em sua conta toda perfeita justiça de Cristo e eles estão seguros da glorificação. Aos que Deus justifica, esses eles também glorifica. Rm 8.30 O que isso significa pastor? Significa que é impossível perecer aqueles por quem Cristo verteu o seu sangue...Amém. ele está dizendo nesses versos e se Deus fez tanto a favor dos inimigos, que não fará a favor dos amigos.

Quando Cristo morreu por nós, fomos reconciliados através do sangue dEle e agora queridos irmãos desfrutamos sua intimidade por meio da sua vida ressurreta. Cristo não apenas morreu por nós, mas vive para nós. Não apenas verteu seu sangue por nós, mas intercede continuamente por nós. Não apenas foi o nosso substituto da Cruz, mas é o nosso intercessor junto ao trono da graça. Seu ministério, sua obra em nosso favor não fui apenas terrena mas também celestial.

7)    Alegria em Deus.

Não apenas isso, mas também nos gloriamos em Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante quem recebemos agora a reconciliação. Romanos 5:11

Queridos irmãos Paulo já havia falado no verso 2 que devemos alegrar-nos na esperança da glória de Deus e também falou no verso 3 que nós devemos alegrar-nos em nossas tribulações, agora porém, o apóstolo Paulo diz que devemos alegrar-nos também em Deus.

O céu queridos irmãos devem encher-nos de entusiasmo. A expectativa da Glória deve encher o nosso peito de doçura. A compreensão de que Deus tem um propósito em nossas tribulações é uma verdade consoladora que deve nos levar a mais sublime exultação. No entanto, de todas as alegrias seja no tempo ou na eternidade, nenhuma excede a nossa alegria em Deus. Ele é o nosso maior prazer. É o supremo deleite da nossa alma. Só nEle há plenitude de alegria e só em sua presença há regozijo o salmista no salmo 43.4  diz "Deus… É a minha alegria "

Jonh Stott esclarece que se alegrar em Deus é não apenas regozijar em nossos privilégios, mas se alegrar em suas misericórdias, se alegrar não no fato de que ele nos pertence, mas no fato de que nós lhe pertencemos.

É importante ressaltar também que que devemos nos alegrar em Deus, E não apenas nas dádivas de Deus. O abençoador é melhor que a benção; o doador é melhor que a dádiva. Mesmo que os bens no falte nesta vida, podemos alegrar-nos no Senhor e exultar o Deus da nossa salvação.

Mesmo não florescendo a figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação. Habacuque 3:17,18

Comentário de Romanos

Hernandes Dias Lopes

 

 

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