De quem é a culpa?

De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.  Lamentações 3:39

O livro de Lamentações foi atribuído ao profeta Jeremias desde tempos antigos, e reflete a profunda tristeza de uma série de cantos fúnebres ao ver Jerusalém castigada por Deus pelas mãos dos babilônios. Em termos históricos, devemos lembrar que a queda de Jerusalém aconteceu por etapas. Em 605 a.C., o primeiro grupo de cativos foi levado para a Babilônia. Em 597 a.C., a segunda leva foi tirada da sua terra e levada para a Babilônia. Por final, em 586 a.C., a cidade (incluindo o templo de Salomão) foi destruída e os sobreviventes, com exceção de Jeremias e alguns pobres, foram levados ao cativeiro. Jeremias dedicou a sua vida ao trabalho de avisar os judeus do julgamento iminente em consequência de séculos de rebeldia contra Deus.

E é exatamente isto que o pastor na qualidade de profeta de Deus faz quando anuncia a palavra do Senhor deste púlpito. Ele traz a luz as verdades de Deus e expõe as trevas e o pecado do ser humano. E o chama para o arrependimento.

Você provavelmente já ouviu dizer que todo pecado é igual. Há alguns que argumentam que realmente não existem pecados grandes ou pecados pequenos, nenhuma distinção entre atos de depravação e meros pecadilhos. Em termos teológicos isso é uma verdade, mas na pratica, vemos na Bíblia que ela muitas vezes distingue várias gradações de pecado, de modo que algumas são consideradas mais sérias que outras. Quando olhamos a lei do Antigo Testamento, veremos que ela estabeleceu punições muito diferentes para os diferentes pecados. Mais tarde, Jesus distinguiu entre adultério e olhar lascivo ou entre raiva e assassinato. No que diz respeito a consequências e punição terrena há sim uma certa diferença. Mas isso não quer dizer que pequenos pecados não tenham importância e que eles não exibam depravação humana de uma maneira especial. O fim dos dois é a morte. Mas os pequenos pecados revelam que estamos dispostos a nos rebelar contra Deus mesmo nos menores assuntos. Eles revelam a nossa falta de temor...

Deixe-me fazer uma analogia com a paternidade. Como pais, às vezes pedimos aos nossos filhos que assumam grandes tarefas e às vezes pedimos que façam pequenas tarefas. Vocês que são pais irão concordar com o pastor que em suas experiências de paternidade vocês já perceberam que as crianças são tão propensas a expressar rebelião nas pequenas coisas quanto nas grandes. Por exemplo quando você pede para os seu filha(o) lavar a louça, arrumar o quarto, tarefas que demanda mais tempo, penso eu que você pai e mãe até entende seu filho quando reclamava pois certas tarefas levam um pouco mais de tempo, e eles não querem gastar tempo fazendo isso. No entanto, se você pedir a ele para tirar o lixo, ou juntar um papel no chão por exemplo, uma pequena tarefa que não levará mais de dois minutos, ainda é provável que provoque reviravolta dos olhos e resmungos, da parte deles não há realmente nenhuma boa razão para reclamar contra algo tão pequeno, não é? Mas porque eles fazem isso? Ele faz isso apenas para mostrar que ele não quer obedecer. Essa resposta contra um pedido tão pequeno prova que ele está em estado de rebelião contra seus pais.

O que eu quero dizer com isso meu querido irmão(a), preste bem atenção no que eu vou dizer.

Nossa pecaminosidade é expressa não apenas em nosso desejo de quebrar as maiores regras de Deus, mas em nossa disposição de quebrar até mesmo as menores. Eu e você somos tão pecadores quando nos propomos a nos afastar dos grandes pecados, mas nos mantemos perto dos pequenos pecados.Tem gente que se preocupa em se manter afastado de "grandes" pecados, mas permite que "pequenos" pecados corroam a sua fé e sua ética cristã. Vivem uma espiritualidade ilusória.

A Bíblia nos assegura que, como seres humanos, estamos todos em estado de rebelião contra Deus.  Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Romanos 3:23

Mesmo nós, que fomos salvos pela graça através da fé, nos encontramos divididos entre lealdades concorrentes; embora comprometidos com Deus, também estamos comprometidos com a carne. Nós nos submetemos a Deus, mas ainda nos rebelamos contra Deus. Somos ambos santos e pecadores. Somos pecadores não pelo desejo de quebrar as maiores regras de Deus, mas em nossa disposição de quebrar até mesmo as menores. Você consegue entender o quanto isso é verdade em nossas vidas. E esse é o horror total dos menores pecados. O que eles fazem? Eles provam que nossos corações são tão perversamente maus, que não há área da vida em que não expressemos nossa rebelião contra Deus.

Não podemos perder de vista o fato de que pequenos pecados revelam a extensão de nossa rebelião contra Deus de uma maneira que até mesmo grandes pecados não fazem. São as chamadas rapozinhas que destroem as nossas vida com Deus. Eles mostram que nada é muito pequeno para perder a oportunidade de nos queixar contra Deus. Na verdade nós seres humanos costumamos ser especialistas em nos queixar. Nos queixamos se está calor ou se está frio, se está chovendo ou se falta chuva. Nos queixamos também da comida que não ficou do nosso gosto, ou de qualquer coisa que fizemos e não nos trouxe o resultado que esperávamos.

Quando se trata das aflições que nos sobrevêm nesta vida, então nossas queixas são contra Deus, se voltam contra Deus, mas Jeremias foi usado pelo Espírito Santo para nos ensinar que a única queixa do homem, deve ser contra os seus próprios pecados, pois são eles, a principal causa de toda aflição e sofrimento. Eu sou o causador da minha dor, eu sou o motivo pelo qual choro todos os dias, eu mesmo me saboto e trago sofrimento para minha vida. Tem muito cristão que está sofrendo por conta de suas decisões erradas, por conta da desobediência a Deus e a seus líderes, de maneira deliberada. Tem muita gente sofrendo porque não está atenta a pecados "pequenos" mas que trazem morte e destruição tanto quantos os grandes.

Queridos enquanto transferirmos aos outros a responsabilidade que é nossa, vamos de mal a pior. É necessário que você faça essa reflexão. E perceba que o seu pior inimigo não é o diabo, Deus ou as pessoas, mas você próprio.

Adão era o responsável pelo jardim para o cultivar e o guardar. Não guardou quando a serpente entrou (o diabo), não guardou a integridade de sua esposa, por quem era responsável, e, quando o erro aconteceu e foi confrontado pelo Senhor, culpou a Eva e culpou a Deus que criou a Eva. Foi, por isso, desculpado? Não! Pelo contrário, foi condenado e foi a porta da morte para toda a humanidade.

Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram. Romanos 5:12

O seu pecado além de prejudicar você, ele alcança as pessoas que está a sua volta prejudicando também ela. Eu lhe imploro irmão em nome de Jesus!!! Assuma o seu erro, não procure culpados além de você mesmo para as suas mazelas para o seu pecado e se arrependa.

Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja esperança. Lamentações 3:29

Colocar a boca no pó é reconhecer que nós não somos nada, é nos humilharmos diante de Deus e pedir sua misericórdia, é nos arrependermos de nossos pecados, é chegar diante de Deus com honestidade porque somos cheios de pecados, medos, necessidades, vontades e ansiedades, nós somos pó. E quando chegarmos a Deus assim com honestidade Precisamos fazer algo importante todos os dias de nossas vidas que é a confissão de pecados. É através desta pratica que nos achegamos a Deus.

"O Que encobre Como SUAS transgressões jamais, prosperará; mas os que as confessa e deixa alcançará Misericórdia" (Provérbios 28:13).

Mas sobre a confissão de pecados quero lhe dar algumas orientações bastante sérias, pois existem perigos e armadilhas de confessarmos nossos pecados da maneira errada...

1. Cuidado com a culpa vaga

Um dos principais impedimentos de nos achegarmos a Deus é aquilo que C.S. Lewis chama de a "nuvem vaga de culpa" que geralmente paira sobre nós. E culpa vaga é particularmente problemática. Porque você não pode se arrepender de culpas vagas; você só pode se arrepender de culpas reais. E todos os pecados reais são pecados específicos. Isso significa queridos irmãos que você precisa pedir a Deus para que lhe de consciência do pecado cometido caso você não tenha, por que tem muita gente cometendo pecado achando que aquilo não é pecado...

A pessoa não sabe ou não encherga o pecado em si mesma e por isso não sabe pelo que deveria pedir perdão. Irmãos pecado tem nome... não é "Senhor perdoe-me por todos os meus pecados" especifique o seu pecado, não o trate-o como problema, o denomine...

Quando confessamos os nossos pecados, precisamos reconhecer exatamente o que fizemos. Precisamos dar o nome aos bois. Como alguém que precisa identificar o lugar onde caiu para não repetir o mesmo erro.

Uma das primeiras tarefas que Deus deu ao homem foi de dar nome às coisas que o Senhor criou (Gênesis 2.19).

Em sua oração de confissão, fale com Deus o que aconteceu, o que você fez. Não podemos orar apenas 'por atacado'. Uma pessoa arrependida, confessa aquilo que fez. É a pornografia, é bebedice, é a fofoca, é a rebeldia, é adultério, é o homoxelualismo, é a mentira, é o ódio, é a mágoa, é a agressividade, é a idolatria, é a murmuração, é a religiosidade, é a avareza Etc... pecado tem nome...Se há um pecado específico na sua vida, confesse a Deus, clara, honesta e francamente, sem usar eufemismos. O que é eufemismo é tentar suavizar o pecado...

Como por exemplo:

 "Eu não fui muito honesto". não "Eu menti

"Eu usei algo sem permissão". não "Eu roubei",

 "Eu cobicei em meu coração aquela pessoa".  não "Eu cometi imoralidade sexual."

 Eu cobicei seus presentes. não Eu tive inveja de você

 Eu estou cheio de amargura nao estou cheio de ódio  contra alguém em particular.

Da mesma maneira que você não pode confessar pecados vagos, você não pode confessar vagamente pecados reais.

"Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus". (Gálatas 5. 19-21).

2. Confesse seus pecados rápidamente

Essa é uma outra situação que não nos deixa aproximarmos de Deus. A nossa morosidade em confessar os nossos pecados e isso se deve algumas vezes pelo fato de nós conhecermos a nossas culpas e sabermos as consequências que sofreremos, mas estamos tentando evitar a condenação. A gente então enrola daqui enrola dali, damos desculpas, achamos desculpas ou culpados mas no fundo sabemos que estamos apenas perdendo tempo. Nesses casos, a melhor solução é só uma. Confesse o seu pecado o mais rápido possível, não deixe pra amanhã, pois o pecado é como uma planta trepadeira, quando você menos esperar ele já tomou todo o espaço do seu coração.

3. Peça a Deus para perdoá-lo, não desculpá-lo

Geralmente quando pedimos a Deus para nos perdoar, nós realmente estamos pedindo para eles nos desculpar. A gente fala uma coisa mas pensa outra. Mas perdão e desculpa são quase opostos. Perdão você reconhece a culpa..."Você fez coisas terríveis; mesmo assim eu não guardarei isso contra você". Desculpa você se justifica da sua culpa... "Eu percebi que você não pode evitar ou não teve a intenção; você não merecia realmente a culpa". ou seja vc justifica o seu erro, o seu pecado. Portanto, desculpar alguém é deixar essa pessoa sem culpa porque ela realmente não merecia a culpa em primeiro lugar.

Quando se trata de Deus, nós queremos que ele se lembre que circunstâncias atenuantes nos levaram a fazer o que fizemos. AH eu adulterei por que minha esposa ou esposo não cumpria a sua parte; eu bati nele por que ele me provocou...

E nesse sentindo nos "confessamos nossos pecados" apresentando a Deus as atenuantes. E nós vamos embora "imaginando que nós nos arrependemos e fomos perdoados quando o que realmente aconteceu foi que nós satisfizemos a nós mesmos com nossas desculpas "

Quando pedimos o perdão de Deus, nós devemos deixar de lado nossas desculpas e transferência de culpa. Se houveram circunstâncias atenuantes, Deus está mais ciente delas do que nós. O que é exigido de nós na confissão de pecados? é encontrarmos o que sobra depois que todas as circunstâncias foram retiradas. E o que sobra? aquela pequena bola de pecado que é dura como um câncer. Isto é o que devemos trazer a Deus. Isto é o que ele deve (e vai) perdoar.  

4. Entregue o auto exame a Deus

Nas nossas tentativas de nos abrir para a visão de Deus, nós devemos lembrar que o auto exame é, na verdade, um exame de Deus.

 "Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno." (Salmos 139:23-24).

Isto não nos torna passivos. Nós somos ativos, mas nossa atividade é principalmente nos abrirmos para a inspeção divina. Deve ser mais ou menos assim. Nós nos rendemos a Deus; nós damos as chaves de todos os quartos do nosso coração para Cristo. Nenhum quarto secreto deixado de lado. Nenhum canto do porão escondido. A casa inteira pertence a Ele (e Ele é livre para demoli-la, se Ele achar por bem).

Talvez hajam pecados mais fundos, nas cavernas escuras, que nós ainda não vemos. Mas, talvez, nós não vejamos porque Deus sabe que nós não estamos prontos para enfrentá-los ainda. Nós devemos aprender a engatinhar antes que possamos andar. Deus quer que completemos o treinamento antes de ir para a guerra.

Enentretanto ele quer a chave de todos os quartos de nossa svida pois só Ele é completamente capaz de trazer nossos pecados e nossa pecaminosidade para a luz, para nossa consciência onde ele pode ser confessado e destruído.

Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos que desconheço! Salmos 19:12

5. Não se acampe no esgoto

Quando você confessar seu pecado creia que ele te perdoou. Tem gente que fica com auto comiseração, lembrando, lembrando, lembrado do seu pecado perdoado quando nem Deus mais lembra...

sujeitará as nossas iniqüidades, e tu lançarás todos os seus pecados nas profundezas do mar. Miquéias 7:19

porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados. Jeremias 31:34

"Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor. Porei as minhas leis em seus corações e as escreverei em suas mentes"; e acrescenta: "Dos seus pecados e iniqüidades não me lembrarei mais". Hebreus 10:16,17

Saia do esgoto irmão.... Deus te perdoou, não fique pescando seu pecado. Nós não devemos tentar esconder ou inventar desculpas para ele. Mas, igualmente, não devemos nos chafurdar nele. Nós devemos saber que o pecado está em nossos corações, e precisamos sentir sua feiúra, mas depois nós devemos nos lembrar que Jesus cobriu toda  essa feiura com o seu sangue...

Nós precisamos de Deus!!!

Quanto esforço nós fazemos evitando tudo que nos faria bem. Esse é o grande paradoxo que nós carregamos conosco diante da presença de Deus. Deus está aqui, agora, e Ele exige todo nosso ser. Mas Deus está aqui, agora, e Ele quer nos dar tudo. Deus é por nós, não contra nós. Ele é absolutamente bom.E Ele não se contentará com meias medidas, porque Ele nos ama e quer nos dar a Ele mesmo. E Ele não pode nos dar Ele mesmo se nós estivermos cheios de nós mesmos. Mas, se nós nos deixarmos de lado, se morrermos para nós, então Ele vai nos dar Ele mesmo, e, dando-Se a si mesmo, nos dará de volta nós mesmo.

De fato, quando nós nos abrimos na presença de Deus, nós descobrimos que nos tornamos realmente nós mesmo – estáveis, fortes, cheios de vida e alegria e conformados com a imagem de Cristo, de glória em glória.