2018/01/01

O Manual do Cristão

Texto: Romanos 12

Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:1-2.

Boa noite queridos irmãos, nessa noite quero fazer uma exposição de romanos 12, como já foi dito algumas vezes, a carta do Apostolo Paulo aos Romanos é um tratado teológico, doutrinário, de grande importância para a igreja do nosso Senhor Jesus Cristo.

Se fosse possível escolher uma porção das Escrituras como manual ou guia para a vida cristã, com certeza não haveria passagem melhor que esta de Romanos 12. Temos aqui a responsabilidade do crente nos vários relacionamentos da vida.

Este capítulo é a parte prática da carta de Paulo aos romanos. Se a parte doutrinária desta carta é desagradável para alguns, a parte prática o será mais ainda. Aquele que despreza as misericórdias de Deus, vai se rebelar contra Seus mandamentos. A cristandade prática deve se firmar numa cristandade doutrinária. Não se pode separar doutrina da vida.

É como G. Campbell Morgan diz: "Não se pode plantar tulipas do Reino de Deus, a menos que se tenham os bulbos do céu". A conduta do homem é fruto do que ele crê. A flor de uma vida temente a Deus tem raízes profundas no solo da graça que se experimenta.

Paulo, aqui nesta carta segue com uma exortação para que todos tenham essa conduta e seguiam nas experiências gloriosas das misericórdias de Deus.

Breve contexto histórico

A carta aos Romanos foi escrita por Paulo no período entre 57-58 AD. Ela foi escrita em Corinto ao fim de sua terceira viagem missionária, enquanto esperava o retorno dos representantes das igrejas gentílicas que coletavam as ofertas, para ajuda aos cristãos judeus necessitados de Jerusalém (Romanos 15: 25-27; Atos 20: 2-3; 1 Coríntios 16: 1-6).

Paulo não foi o fundador da igreja de Roma. Acredita-se que ela foi estabelecida pelos seus colaboradores depois do dia de Pentecostes (Atos 2: 10).

Essas testemunhas de Pentecostes seriam conhecidas em dias subsequentes pelo nome de Cristãos da Síria, Antioquia, Éfeso e Corinto. É evidente que a igreja de Roma era composta tanto de judeus como de gentios convertidos, sendo estes mais numerosos.

Paulo inicia essa carta  fazendo um grande apelo a Igreja.

Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.

 Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:1-2.

Rogar significa pedir com instância alguma coisa a alguém, querendo encarecidamente recebê-la. Rogar é mais que pedir. Rogar é uma súplica. O apóstolo de Cristo, assim, está pedindo com fervor de sentimento alguma coisa aos cristãos da igreja em Roma.[1] O que ele pede? E como pede? Ele roga aos cristãos em Roma "pela compaixão de Deus". 

1. Ele roga. Portanto, irmãos, rogo-lhes

 Ele não ordena como Moisés que deu a lei. O ministro crente não pode dar ordens nem obrigar; ele só pode conseguir que as coisas sejam feitas ao rogar. Uma hierarquia cristã, baseada no autoritarismo na intransigência é contraria à própria norma da cristandade do Novo Testamento. Paulo mostra que a autoridade do líder cristão não é baseada na força ou na imposição, mas no amor...

2. Ele roga pelas misericórdias de Deus. rogo-lhes pelas misericórdias de Deus

Este é o maior dos argumentos para uma vida consagrada. Paulo quer que as misericórdias de Deus sejam notadas e produzam fruto para a glória de Deus.

Ele clama para que ação divina haja na vida da igreja de Roma, que a bondade, a pasciencia, o amor, a justiça, tudo isso que envolve a misericórdia atue na vida dos irmãos de Roma...

3. Paulo roga aos irmãos.  Portanto, irmãos,

A exortação é ministrada aos santos. Ele não apela a pecadores, mas àqueles que tiveram uma experiência com a graça e a misericórdia de Deus. Ou seja, eu e você. Paulo está falando aos nossos corações.  Ele está suplicando aos nossos corações... ele está dizendo é pra vocês que eu escrevo esse manual de conduta.

4. Ele roga que apresentem seus corpos a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável. que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus;

Precisamos conhecer o contexto novamente para entendermos o que Paulo estava falando a igreja.

Deus estava olhando para a igreja em Roma com um sentimento pesaroso, porque via o mal espreitando igreja ali situada. Não que ela estivesse em pecado, mas o contexto social no qual estava inserida era perverso.

A Epístola foi escrita em um período de crescimento do alto império romano. Conforme crescia o império, cresciam as riquezas e os ricos romanos se entregavam de mais a mais à promiscuidade. Na cultura romana, havia instituído o culto ao deus grego Dionísio, transnominado para Baco, o deus do vinho.

Orgias desenfreadas, embriaguez, prostituição, adultério, homossexualismo e outras práticas pecaminosas eram deliberadamente executadas nos cultos a Baco.

Os romanos apresentavam seus corpos em sacrifício a esse deus pagão, se entregando completamente à carnalidade. Lembrando que essa igreja era predominantemente de gentios ou seja de pessoas convertidas oriundas dessa cultura.

Deus via o perigo que corria a igreja em Roma e teve compaixão, a compaixão de Deus estava enraizada no coração de Paulo, que também via o risco corrido.

Pela compaixão de Deus, o servo do Senhor suplica amorosamente aos crentes que se abstivessem dessas práticas. que buscassem a santidade que se mantivessem separados.

O sacrifício dos romanos a Baco era morto porque estava debaixo do pecado, e o pecado opera a morte, assim, Paulo insta aos servos de Deus em Roma a apresentarem seus corpos em sacrifício vivo, isto é, que não está sob pecado, santo, totalmente separado da impiedade dos romanos e de todos os demais pecados, e agradável a Deus, porque Deus, sendo puro, se agrada de coisas puras.

que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus;

Fazendo assim, os cristãos em Roma estariam apresentando um culto racional ao Senhor Todo-Poderoso.

A razão... é o aspecto mais óbvio de diferenciação entre um homem e um animal; não obstante, os participantes dos cultos a Baco, por causa da grande promiscuidade e da entrega total às paixões, assemelhavam-se mais a animais que a seres pensantes.

Dominados pela carnalidade e pelo instinto, eram como seres irracionais, sendo todo o seu culto também irracional. 

Entretanto, os crentes são exortados nesse contexto, a apresentarem um culto racional a Deus, configurado pela apresentação de seus corpos, livres da carnalidade e do pecado, "em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus".

Queridos irmãos, Paulo está nos dizendo que o servo de Deus não pode cultuar a Deus em pecado, não pode estar misturado e contaminado com a prostituição, o adultério, o homossexualismo e todos os outros tipos de pecado. Deus é puro e quer ser adorado por adoradores puros.

O pecado aborrece a Deus e todo aquele que se dispõe a adorar ao Senhor, mas permanece no pecado, desagrada-Lhe.

Interessante notar que o sacrifício do servo de Deus é vivo. Um culto vivo só é possível se o adorador adora a Deus e está em Cristo, porque é Cristo quem opera em nós a vida.

Cristo se ofereceu em sacrifício para salvação da humanidade. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

Jesus teve de morrer porque levou sobre si os nossos pecados, e pecado produz morte, mas nós que vivemos em Cristo não precisamos mais morrer, porque "[...] o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" [Is 53 5].

5. Ele roga que os crentes sejam diferentes. "E não vos conformeis com este mundo".

 A expressão grega συσχηματίζεσθε — suschematízesthe — traduzida por "não vivam como vivem as pessoas desse mundo", significa CONFORMAR-SE ao padrão estabelecido por outro ou moldar-se de acordo com a vontade de outro. 

Conformar-se é a ação de, sentindo-se já confortável e acostumado com a situação presente, não desejar uma melhoria, não obstante a consciência da existência de algo melhor. 

O conformismo é marcado pela apatia e, em consequência, pela falta de atitude perante o quadro vivido.

Paulo, exortando os cristão em Roma, exorta-nos a não nos conformarmos com este mundo, isto é, não nos acomodarmos a ele, apaticamente, desistindo e esquecendo do mundo vindouro, cujo aspecto e situação são infinitamente melhores do que os desta terra

Mundo aqui significa os habitantes do mundo moralmente considerado. O mundo é mau; ele jaz no maligno (I João 5:19). O diabo é seu deus. Ele domina o mundo. O mundo é centralizado em si mesmo e controlado por Satanás.

O crente não deve concordar nem ser igual a ele. Ele não deve se conformar com o mundo em seu modo de pensar e de agir. O crente deve pensar e agir de acordo com a Palavra de Deus. (Santander, pobreza, miséria)

O crente acomodado ao mundo de pecado aceita facilmente as coisas contrárias à palavra de Deus como se fossem de boa aceitação.

No céu não entra pecado. Nem adúlteros, nem homicidas, nem mentirosos, nem fornicários, nem homossexuais, nem os devassos, nem os que se prostituem, nem os soberbos, nem os orgulhosos, nem religiosos, nem zombadores, nem corruptos

 nem ainda todos os praticantes de coisas tais como estas entrarão no reino dos céus.

Indiferente, o acomodado, tendo já perdido a esperança, aceita sem grande resistência o infiltrar-se da perversidade no seio da igreja.

O conformado acostuma-se às práticas mundanas e começa a aceitá-las como normais, dizendo: "que importa? Se os homossexuais vivem bem...", e mais: "que há de estranho que os poderosos roubem todo o nosso dinheiro, adquirido com o nosso suor? Eu mesmo, se pudesse, faria o mesmo; o ser humano é mau mesmo" e várias outras afirmações que o próprio leitor pode deduzir.

Como Roma estava crescendo e consigo avultava-se a iniquidade, urgia aos cristãos de lá o não acomodarem-se a tais coisas, tanto quanto à natureza desta terra, que poderia ser vista na própria Roma, como nos territórios conquistados pelo império.

Todos os novos conhecimentos, novos povos, novas culturas, poderiam saltar aos olhos,  dos irmãos da igreja e ludibriar a muitos, mas Paulo estava dizendo "não vos conformeis".

 "Mas sede transformados". Primeiramente precisamos entender que quem deve ser transformado não é o mundo e sim nós mesmos. Tem gente que tenta transformar o mundo de qualquer jeito, mas não muda a usa vida em nada.

A palavra grega  μεταμορφοw é "matamorfoo", e significa "mudar de aparência". É a palavra usada para a transfiguração de Cristo.

No mundo espiritual, ao qual refere-se Paulo agora, há tipos de transformação: o novo nascimento e o aperfeiçoamento.

Como Paulo falava a cristãos, vê-se claramente que o "transformai-vos" refere-se ao aperfeiçoamento. Portanto, não se conformando a este mundo, pois há um infinitamente superior que nos espera, os cristãos em Roma deviam aperfeiçoar-se. E como?

Em nosso texto, denota uma mudança moral, a ser realizada pela renovação da mente. Mudança de mente – novos pensamentos e novos ideais – acontece na regeneração, e esta mudança de mente deve ser renovada e aprofundada.

A transformação exterior deve começar na mente e no coração. Se a conduta do homem tiver que ser certa, seu pensar tem que ser certo. Essa conduta será demonstrada pelo crente no seu dia a dia.

Os crentes são os "mostruários" de Deus. Temos que mostrar o fato e o valor de Deus na vida humana. Que tipo de "mostruário" estou sendo para Jesus Cristo, a Quem professo confiar, amar e obedecer? Que impressão minha vida faz nos outros?

Qual é o resultado dessa mudança, dessa transformação? Uma magnifica experiência com Deus. O texto diz: para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Sim é possível experimentarmos o melhor de Deus em nossas vidas. A Palavra de Deus nos revela que Deus tem uma vontade para nossas vidas e essa vontade é "BOA, AGRADÁVEL e PERFEITA".

Se a vida que você está vivendo não é boa, agradável e perfeita, certamente não é a vida que Deus sonhou para que você vivesse.

O apostolo Paulo movido pelo Espírito do Próprio Deus, apresenta 3 adjetivos para demonstar a da vontade de Deus

"Bom" – "Adjetivo que corresponde plenamente ao que é exigido, desejado ou esperado quanto à sua natureza, adequação, função, eficácia, funcionamento, etc. "(Fonte: Google)

 Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes. Tg 1.17

"Agradável" – Adjetivo – "Capaz de agradar, de satisfazer. […] Deleitoso; que causa prazer, deleite: sensações agradáveis. […] Que ocasiona boas sensações; que agrada os sentidos. […] Aquilo que ocasiona prazer, satisfação." (Fonte: dicio.com.br)

"Perfeito" – Adjetivo – "Acabado, rematado, completo. Sem defeito. Magistral. Primoroso. Notável." (Fonte Priberam dicionário)

A vontade de Deus é aquela que corresponde plenamente os sonhos bons que você tem. É aquela que traz deleite, prazer. É absolutamente completa e sem defeito!

Sim, Deus tem prazer em nos abençoar e tudo o que precisava ser feito para tornar o impossível em possível,  foi Deus se fazer carne e sofrer a punição terrível que merecíamos por nossas maldades.

Posso dizer claramente que Deus tem o melhor em tudo pra você. A vontade dEle para você é deleitosa, atende (supera) suas expectativas e é absolutamente perfeita, sem causar dor!

Em Salmos 34, verso 8, a Palavra do Senhor diz: "Provem e vejam como o Senhor é bom. Como é feliz o homem que nele se refugia!" Nessa passagem bíblica o salmista nos orienta a provar e ver como o Senhor é bom. O nosso Deus é um Deus bom, Ele está sempre de coração aberto para nos amar, perdoar e abençoar.

O Salmo 23:6 fala diso, "Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre."

 


Nenhum comentário: