2015/07/20

SEJA VOCÊ TAMBÉM UM ZÉ - O perfil de um servo...

José, um levita de Chipre a quem os apóstolos deram o nome de Barnabé, que significa encorajador, vendeu um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o colocou aos pés dos apóstolos". (Atos 4.36-37)

Em muitos lugares do nosso país algumas pessoas são apelidadas negativamente como Zé, ou Zé Mané. Seja qual forma for, esse nome descreve alguém sem valor, de pouca importância, quase invisível na sociedade, sujeito simples e inocente, que cai facilmente em golpes e pegadinhas. Por essa razão ninguém gosta de receber essa nomenclatura. Isso ocorre porque Zé é um nome muito comum em nosso país, sendo apenas a contração do nome José.

O personagem que tratarei neste momento possui exatamente esse nome: José, mas é mais conhecido por seu apelido: Barnabé. Certamente ele não foi a figura mais importante do livro, em que é citado, Atos dos Apóstolos, isso cabe ao apóstolo Paulo; nem fez parte da fundação de um novo ministério, como Filipe e a diaconia, nem se destacou por conduzir concílios, papel de Pedro e Tiago, muito menos marcou sua história por se tornar um mártir, como Estêvão. Ele foi martirizado também não tem registrado isto na bíblia. Ele passa pelo texto de Lucas como um personagem coadjuvante, quase sem grande importância se você ler o livro displicentemente. No entanto, não tenho medo algum em dizer que ele é um personagem importantíssimo dentro da história dos primeiros dias da igreja que nascia.

Seu exemplo e abnegação e tantas outras qualidades que destacarei, nos mostram uma inspiração de servo, de líder, de um cristão genuíno de um verdadeiro discípulo do mestre. Um homem que influenciou e discípulou grandes nomes da história da igreja, e certamente muitos anônimos também. Ele o ajudará a perceber que ser um cristão e líder não é ser super-herói ou alguém capaz de completar multitarefas, não envolve glamour e fama, mas é exercer influência na vida das pessoas. É Influenciar a sociedade imprimindo nela os princípios do evangelho a partir da simplicidade do nosso testemunho, como fez Barnabé. Refletindo Cristo.

Assim como ele, diversos cristãos desde aqueles tempos até os dias de hoje têm, sem chamar muita atenção, exercido um importante papel de serviço e de liderança na vida de tantos outros. E então, você também quer ser um Zé?

Vamos ver O PERFIL DE UM SERVO

"José, um levita de Chipre a quem os apóstolos deram o nome de Barnabé, que significa encorajador, vendeu um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o colocou aos pés dos apóstolos". (Atos 4.36-37)

Logo de cara podemos observar duas grandes qualidades de Barnabé que foram fundamentais para ser um cristão-servo relevante: A primeira era sua fama de consolador ou encorajador, certamente, ele tinha em seu coração uma especial sensibilidade para as pessoas a sua volvolte-se prestava atenção as pessoas e as suas dificuldades somente assim ele poderia ser capaz de se identificar com os problemas do outro e trazer às pessoas palavras de renovo e de esperança. Um encorajador transforma tristeza, decepção e inconformismo em alegria, perspectiva e inspiração. As pessoas desta forma se sentiam amadas, assistidas, sabiam que alguém ali dentro da igreja se importava com os problemas delas e mais que isso estava disposto a propor novos caminhos, soluções e ajuda. Pessoas com esse perfil têm grande facilidade de cativar e conquistar o amor e a cumplicidade das pessoas.

Talvez pensando nas características desse velho amigo que o jovem Tito recomenda essas palavras a sua igreja.

"Apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada, para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela" (Tito 1.9).

Atos 15, 32 – Judas e Silas, que eram profetas, encorajaram e fortaleceram os irmãos com muitas palavras.

A vida de Barnabé nos ensina que devemos fortalecer a fé uns dos outros usando palavras de incentivos baseadas nos ensinamentos de Deus e que também devemos compartilhar nossa sabedoria e experiências com as pessoas, principalmente quando se mais precisa. É preciso que aprendamos a encorajarmos uns aos outros e fortalecendo-nos para que ninguém caia em armadilhas, se perca novamente ou desista da sua caminhada cristã... Experiência pessoal...

Devemos ser uns com os outros como Barnabé, foi com os irmãos, encorajando-os e fortalecendo-os com muitas palavras e com sabedoria. Não permita que o seu próximo seja abatido pelo desânimo ou pela impaciência, auxilie-o fortalecendo a sua fé e a sua coragem, simplesmente ajude-o à vencer com Cristo. O encorajamento era uma marca visível na vida de Barnabé.

A segunda era sua generosidade, seu desapego aos bens materiais, sua liberalidade nas ofertas. Ele simplesmente abriu mão de sua vida, aparentemente abastada, em troca de compartilhar com a igreja. Certamente quem é generoso com o dinheiro não é dominado por ele e será generoso em todas as demais áreas, se tornando servo verdadeiro de Jesus.

GENEROSIDADE: Virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em beneficio de outrem. A generosidade deve preencher o coração que foi alcançado pela graça. Se há alguém que precisa ser generoso é o salvo, é o crente, pois foi generosamente alcançado pela graça salvadora (Tt 2.11) Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os homens. Tito 2:11.  Deus usou de muita generosidade para conosco..Em Mt 8.10 lemos " ,.. de graça recebei, de graça daí." . Ser generoso não e uma escolha ou opção para o cristão, mas um eficiente testemunho de que somtestemunhos só os gratos a Deus (Ef 2.10).

Vivemos em uma sociedade marcada pelo individualismo e o egoísmo, onde parece não haver lugar para a generosidade. Mas o cristão deve Cultivar um espírito generoso. Por que cultivar? Porque NINGUÉM nasce com um espírito generoso. A tendência natural de uma criança é satisfazer os seus próprios desejos e necessidades, sem se importar com os interesses das pessoas que cuidam dela. Com o tempo, porém, a criança aprende que o mundo não gira em torno dela. É preciso levar outros em conta, e ela tem de aprender não só a receber, mas também a dar e a compartilhar coisas. É preciso cultivar um espírito generoso.

Exemplos de generosidade cristã

A generosidade cristã, descrita na Bíblia, em geral envolvia "partilhar as coisas com outros" que tinham necessidade real. (Hebreus 13:16; Romanos 15:26) Os cristãos não agiam sob compulsão. O apóstolo Paulo escreveu: "Faça cada um conforme tem resolvido no seu coração, não de modo ressentido, nem sob compulsão, pois Deus ama o doador animado." (2 Coríntios 9:7)

Os cristãos na Macedônia, embora pobres, fizeram algo além da sua capacidade ao contribuírem para os seus irmãos necessitados na Judéia. (Romanos 15:26; 2 Coríntios 8:1-7) A congregação filipense destacou-se no apoio que deu ao ministério de Paulo. (Filipenses 4:15, 16)

A própria congregação em Jerusalém distribuía diariamente alimentos entre viúvas necessitadas, e os apóstolos designaram sete homens habilitados para cuidar de que nenhuma das viúvas fosse despercebida. — Atos 6:1-6. As primeiras congregações cristãs agiam sem demora no que diz respeito à generosidade, até mesmo antecipando-se à chegada de épocas difíceis. Por exemplo, quando o profeta Ágabo predisse uma grande fome, os discípulos na congregação de Antioquia da Síria "resolveram, cada um deles segundo o que podia, prover aos irmãos que moravam na Judéia uma subministração de socorros". (Atos 11:28, 29) Que espírito excelente eles demonstraram ao fazerem provisões antecipadas para atender as necessidades de outros!

O MAIOR EXEMPLO  2 Co 8.9 " Sendo rico, por amor de vós se fez pobre,.." O sacrifício de Cristo teve inicio no céu, quando se despojou de sua gloria para vir a terra e dar a sua vida em resgate da humanidade. O sentimento que dominou o ministério de Cristo, e o que deve permear o coração dos crentes, é a disposição para fazer o melhor pelo reino de Deus. Estas duas características encorajador e generoso e outras características que veremos a seguir definiram o perfil de Barnabé como um cristão-servo, e vale a pena, se inspirar nele e buscar ter cada uma dessas caraterística em sua vida.

1. Devemos ter uma história.

A Bíblia nos mostra que José tinha uma história. Ele era "um levita de Chipre" (4.36), e, portanto, da tribo de Levi. A tribo de Levi havia sido escolhida para ensinar a Palavra de Deus a todo o povo de Israel. Sendo assim, eles deveriam conhecer a Palavra de Deus não somente para eles mesmos. Mas eles deveriam compartilhar aquilo que haviam aprendido de Deus com outras pessoas.

Quando a Bíblia enfatiza a procedência de José, mostrando que ele pertencia à tribo de Levi, ela chama a nossa atenção para a importância da história. José tinha uma história na caminhada dele com Deus. Ele tinha raízes profundas em Deus.

O que você conquistou na sua história certamente será útil em todas as etapas de sua vida. Não despreze conhecimento ou experiência que Deus pode lhe oferecer na caminhada. Se você não tem uma história com Deus ainda, então construa uma, não é tarde ainda, para dar início ao relacionamento sincero com Jesus Cristo... Ele quer fazer coisas incríveis em sua vida. Ele quer fazere parte de sua história, não deixe ele fora de seus sonhos de seus projetos, melhor entregue nas mãos dele tudo.

Como tem sido a sua caminhada com Deu?

2. Devemos ter um testemunho

A Bíblia nos mostra que José tinha um testemunho diante da igreja. O modo de vida de José afetou profundamente a vida da igreja de Jerusalém.  As pessoas que se encontravam com ele eram muito abençoadas e encorajadas.  O testemunho que ele dava diante das pessoas era tão marcante e maravilhoso que os apóstolos, ao saberem das histórias de José, decidiram lhe dar um "apelido". Eles começaram a chamar José pelo "nome de Barnabé, que significa encorajador" (Atos 4.36). O modo como José afetou a vida das pessoas nos ensina muito quanto ao modo como devemos afetar a vida daqueles que estão à nossa volta. Nós precisamos ter uma história de vida, mas também precisamos dar testemunho nos lugares por onde passamos. A corações sedentos por Cristo a espera de serem afetados por você...

As pessoas com quem convivemos precisam falar coisas boas a nosso respeito. Isso deve acontecer não somente quando estão à nossa frente, mas também quando não estamos na presença delas. Nossas atitudes gritam. Estamos sob constante observação, as pessoas querem saber das nossas escolhas e atitudes. Não temos que viver de aparências, mas se vivermos a vida que o Senhor Jesus sonhou para nós, essa vida será lida pelos outros e será de grande impacto para todos eles. Se você está aqui essa noie foi porque você foi afetado pelo testemunho de alguém, Deus usou a vida de uma pessoa pra que você fosse afetado por ela e conseguisse olhar para Cruz.

3. Devemos ter uma atitude

A Bíblia nos mostra que José não tinha apenas uma história e um testemunho, mas também tinha atitudes. Vendo a situação de alguns irmãos da igreja, ele "vendeu um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o colocou aos pés dos apóstolos" (4.37). Ele tomou essa atitude com o propósito de ajudar os outros nas suas necessidades. Em vez de olhar apenas para a sua própria situação, Barnabé olhou para as situações difíceis em que se encontravam algumas pessoas à sua volta. Ele não apenas se conscientizou do que estava acontecendo, mas também tomou atitudes para ajudar a resolver os problemas de que tinha consciência.

A atitude de Barnabé deve nos inspirar no nosso dia a dia. Precisamos não apenas conhecer a situação das pessoas à nossa volta, mas também tomar atitudes em favor dessas pessoas. Isso não significa necessariamente que devemos vender propriedades (ainda que isso possa acontecer), mas significa que devemos nos dispor para ajudar os outros com gestos "grandes" ou "pequenos".

"Paulo mostra que a "generosidade, quando realizada com o espírito apropriado, pode ser uma fonte de bênçãos a todos aqueles que estão envolvidos aos outros, a Deus, e a nós mesmos.

O cristão generoso é 'alguém que semeia'. Não há medo de destituição na generosidade, pois 'dar é semear' e semear significa esperar uma colheita. A matemática de Deus é perfeita queridos irmãos, enquanto o mundo enriquece tirando dos outros; o cristão enriquece dando aos outros.

Em uma das suas expressões contrastantes, Paulo sugere que existem duas maneiras de semear, pouco e em abundância com as colheitas correspondentes. Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza. O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá. (Provérbios 11.24-25NVI)

Aquele que semeia com abundância semeia 'no princípio das bênçãos', e com base nisto ele colhe. A ideia de bênçãos é o princípio da mordomia cristã (cf. Lc 6.38). A prática da generosidade cristã deve ser cultivada na igreja cristã. Para tanto, é preciso que haja desprendimento, que a cultura mundana do acúmulo, denominada, em algumas ingrejas, de "bençãos", seja reavaliada.

Alguns cristãos se acostumaram de tal modo com a riqueza, que denominam aos que nada têm de amaldiçoados. Bem-aventurados não são aqueles que têm muito, mas os que estão dispostos a doar do que têm.

Para ilustrar, contarei a estória de um mendigo que passou na porta de um espírita, um católico e um evangélico.

Cada um deles tinha apenas um pão: o espírita refletiu a respeito do desprendimento para o aperfeiçoamento espiritual e doou todo o pão, preferiu ficar com fome; o católico, na dúvida a respeito da salvação pela fé ou pelas obras, dividiu o pão ao meio, cada um comeu a metade; e o evangélico, pensou, bem sou salvo pela graça, por meio da fé, não das obras, resolveu comer o pão sozinho e se prontificou a orar pelo mendigo.

O cristão, de fato, é salvo pela graça, por meio da fé, não das obras, mas porque é salvo, deva praticar boas obras (Ef. 2.8-10). Nossas atitudes têm grande impacto sobre como as pessoas à nossa volta vão agir também. Por isso, saia da armadilha de só discursar e dar ordens e mostre para as pessoas que você é proativo e toma a frente do que tem que ser feito. Isso certamente mudará a concepção que elas têm sobre o que fazer, como fazer e quando fazer.

CONCLUSÃO

Nessa noite tivemos a preciosa oportunidade de aprender algumas características que definem o perfil de um cristão-servo: encorajador, generoso, ter uma boa história pregressa, ser proativo e dar um bom testemunho. Cabe a você investir nestas áreas na sua vida e aprimorar cada uma dessas qualidades dentro de você. Bom trabalho e mãos à obra.

Áudio: https://www.mixcloud.com/1ipisjp/serm%C3%A3o-de-150315/

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