2015/07/20

Amor, o maior de todos os argumentos

Referência: Lucas 10.27; João 13.34-35; 17.26

INTRODUÇÃO

E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Lucas 10:27

Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. João 13:34,35

E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja neles, e eu neles esteja. João 17:26

Boa noite irmãos essa noite quero falar de um tema muito importante dentro do cristianismo, alias sem sombra de duvida sem medo de errar eu diria que esse tema é a essência do cristianismo, das boas novas de Deus.

O mandamento de amar não é uma ideia revolucionária, visto que esse tem sido o ensino da lei desde o começo, embora seja um ensino onde muitos distorcem e desobedecem. Jesus veio para reafirmar esse ensino importantíssimo, e para chamar o seu povo a obedecê-lo verdadeiramente.

Mas antes de falarmos sobre o amor eu acredito que temos que definir primeiramente o que quer dizer essa palavra. Essa palavra esta tão desgastada hoje, ela tem sido usada em tantos lugares e em tantas situações que se perdeu o seu real significado.

Primeiramente precisamos entender que a nossa definição de amor é muito diferente da definição que Deus tem do amor . Para nós o amor é algo condicional em outras palavras, amamos alguém porque cumprem a condição que exigimos para que possamos amá-los. Quantas vezes você já escutou ou disse: "eu amo você por ser simpático"; ou "eu amo você por cuidar de mim"; ou "eu amo você porque sempre me divirto quando estou ao seu lado"? Nosso amor não só é condicional, mas também inconstante. Nosso amor é baseado em emoções e sentimentos que podem mudar de um momento para o outro.

A taxa de divórcio é extremamente alta na sociedade de hoje porque maridos e esposas param de um amar uns aos outros depois que se "desapaixonam". Talvez passem por uma fase difícil no casamento e não "sentem" mais amor por seu esposo ou esposa, então pulam fora. Evidentemente, o voto de seu casamento de "até que a morte nos separe" significa que podem se separar quando o amor por seu cônjuge morre, ao invés de sua morte física. 

Para Deus no entanto esse amor é incondicional, podemos comparar esse amor com o amor que os pais sentem por seus filhos para entendermos melhor essa questão de incondicionalidade, guardando as devidas proporções é claro. Parece que o amor que os pais sentem por seus filhos é o mais perto de amor incondicional que podemos alcançar sem a ajuda de Deus nas nossas vidas. Continuamos a amar nossos filhos através dos tempos bons e ruins, e não paramos de amá-los mesmo quando não atingem nossas expectativas. Fazemos a escolha de amar nossos filhos mesmo quando os consideramos difíceis de serem amados; nosso amor não acaba mesmo quando não "sentimos" amor por eles. Isso é parecido com o amor de Deus para conosco, mas como veremos em breve, o amor de Deus ultrapassa a definição humana de amor ao ponto que é difícil de realmente compreendê-lo.

Arthur W. Pink falando sobre esse amor de Deus ele diz: O amor é a Rainha das graças cristãs. É uma santa disposição nos dada quando nascemos de novo de Deus. É o amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo. O verdadeiro amor espiritual é caracterizado pela mansidão e ternura, todavia, é vastamente superior às cortesias e bondades da carne.

 O amor, a apologética final – Dr. Francis Schaeffer afirma que o amor é a apologética final, o argumento irresistível: "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, quando tiverdes amor uns pelos outros". Jo 13.35

1. O amor é o cumprimento da lei. Quem ama a Deus não tem outros deuses, não faz imagens de escultura, não toma o seu nome em vão e não profana o seu dia. Quem ama o próximo honra pai e mãe, não mata, não adultera, não rouba, não difama nem cobiça.

3. O amor, o oxigênio do Reino de Deus – Juan Carlos Ortiz diz que o amor é o sistema circulatório do Corpo de Cristo. O cristão é conhecido não apenas pela sua teologia, mas sobretudo pelo seu amor.

4. O amor, a essência da vida cristã – O amor é a prova da maturidade cristã. Paulo sempre destacava as três virtudes cardeais do cristianismo: a fé, a esperança e o amor, mas o amor é o maior destes.

a) O amor é mais importante do que o conhecimento (1 Co 8:1-3) – o amor edifica, mas o conhecimento ensoberbece.

b) O amor é mais importante do que os dons espirituais (1 Co 13:1-3) – Línguas, profecias, sinais – tudo passará, mas o amor subsistirá eternamente.

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. 1 Coríntios 13:1-3

c) O amor é mais importante do que a caridade e o martírio (1Co 13:1-3) – Ainda que eu dê todos os meus bens e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada serei.

5. O amor, a evidência insofismável da conversão – Aquele que ama a seus irmãos passou da morte para vida. Quem não ama até agora está nas trevas. Aquele que ama é nascido de Deus, porque Deus é amor. Quem não ama a seu irmão a quem vê, como pode amar a Deus a quem não vê? I Jo 4

O amor, o check-up necessário – Qual foi a última vez que você fez um check-up? Qual foi a última vez que você pôs o prumo de Deus em sua vida? Qual foi a última vez que você avaliou sua vida à luz do amor ao próximo?

 Esse três texto que lemos no começo nos fala de 3 verdades sobre o amor.

I. AMOR – É O MAIOR MANDAMENTO

E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas. Mateus 22:37-40

O amor é o maior de todos os mandamentos (Lc 10:27) – Amar a Deus e ao próximo é o maior de todos os mandamentos.

1. Amar o próximo como a si mesmo é o requisito mínimo

A lei da retribuição dizia que você devia amar o próximo e odiar o inimigo. Olho por olho, dente por dente, pé por pé, queimadura por queimadura. Mas a lei de Deus diz que você deve amar o seu próximo como a você mesmo. Hoje em dia o mundo à nossa volta está promovendo outro ensino o amor-próprio e a auto-estima. Hoje o que esta em alta é o ego.  A ênfase no ego é exatamente igual  ao que começou no Jardim do Éden (ele queria ser igual Deus) e se intensifica através dos ensinos humanísticos do amor-próprio, da auto-estima, da auto-realização e auto-etc. 

É triste sabermos que muitos cristãos não estão alertas contra o perigo de olhar muito pra si. É incontável o número dos que estão sendo sutilmente enganados por um outro evangelho – o evangelho do ego.

Jesus não nos ordenou a amar a nós mesmos. Ele não disse que havia três mandamentos (amar a Deus, ao próximo e a nós mesmos). Ele apenas afirmou: "Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (Mt 22.40). 

O amor-próprio já está implícito aqui – ele é um fato – não uma ordem. Nenhum ensino nas Escrituras diz que alguém  não ama a si mesmo. Paulo afirma: "Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja" (Ef 5.29). Os cristãos não são admoestados a amar ou a odiar a si mesmos. Amar o próximo como a si mesmo é o requisito mínimo

2. como posso Amar o próximo como a si mesmo? R: é fazer por ele o que você faria por você mesmo

A história do Bom Samaritano, que segue o mandamento de amar o próximo, não só ilustra quem é o próximo, mas qual é o significado da palavra amor. Essa parábola originou-se da pergunta de um intérprete da lei (um advogado e também religioso), que buscava testar Jesus: "Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?" (Lc 10. 29).

Buscando responder a essa pergunta, Jesus conta uma história: O cenário dessa parábola é o caminho entre Jerusalém e Jericó. Um homem, viajando por esse caminho, veio a ser interceptado por bandidos que, depois de o roubarem, ainda o deixaram gravemente ferido. Três personagens são inseridos por Jesus na história: Um sacerdote, um levita e um samaritano. O sacerdote e o levita eram religiosos.  vamos dizer os Crentes daquela época.

Esperava-se deles que fossem praticantes da palavra de Deus, pois a conheciam. Eles sabiam o que tinham de fazer.

Já o samaritano era considerado pelos judeus uma pessoa de segunda qualidade, indigna, pois eram inimigos. O não crente, o cara todo errado... O detalhe da história é que o sacerdote e o levita nem ligam para o homem que acabara de ser assaltado e agredido, mas o samaritano faz de tudo para salvar esse homem.  Nesse contexto, amor significa ir além das conveniências, a fim de realizar aquilo que se julga ser melhor para o próximo.

A ideia é que devemos procurar o bem dos outros do mesmo modo como procuramos o bem para nós mesmos – exatamente com a mesma naturalidade com que tendemos a cuidar de nosso bem-estar. O amor que Jesus enfatiza é o demonstrado por atos, do tipo altruísta e não o que espera recompensas. Dada a naturalidade com que as pessoas satisfazem suas próprias necessidades e desejos, Jesus desviou-lhes o foco da atenção para além delas mesmas.

Todos nós temos necessidades a serem supridas. Pensamos apenas em nós primeiro, mas não pensamos no próximo. Preferimos acumular do que repartir.

3. Amar o próximo como a si mesmo é mais do que simplesmente amar o irmão

O próximo é toda pessoa carente que está ao nosso alcance. Pode ser o estranho, o parente, o vizinho ou até o inimigo – O próximo do homem caído à beira da estrada foi o samaritano que parou, olhou, socorreu.

Jesus falou em dar pão, água, roupa e visitar os pobres e os presos como evidência de que você é seu discípulo.  O amor em atitude tem que fazer parte da vida do cristão...É por isso que o amor é o maior mandamento e se você entender isto e colocar em pratica em sua vida, Deus será favorável a sua vida e derramara bênçãos sobre você.

 outra verdade II. AMOR  – É O NOVO MANDAMENTO no sentido de amar como ele amou

"Novo mandamento vos dou, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros" (Jo 13:34-35).

1. Amar os irmãos como Cristo nos amou é um mandamento novo em seu perfeito exemplo

"Como eu vos amei".  não amar de qualquer jeito. Esse amor não tem limites. Ele vai às últimas consequências em favor da pessoa amada. Cristo deixou a glória, o céu e desceu, encarnou-se, esvaziou-se, fez-se servo, sofreu, foi perseguido, cuspido, pregado na cruz. Ele se entregou por você e por mim, por amor.

Como seus filhos e discípulos devemos imita-lo em seu amor. Como é o amor de Jesus?

a) Amor perseverante (Jo 13:1)Cristo amou os seus discípulos e amou-os até o fim. Phillip Yancey diz que não há nada que você possa fazer para Deus te amar mais e nada que você possa fazer para Deus te amar menos. Ele não desiste de você... é você que desiste dEle, que se afasta de seus braços que estão sempre abertos.

b) Amor humilde – Jesus pegou a toalha e a bacia. O servo lava os pés. Ele veio para servir, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. João 13:5

Quem ama desce do pedestal. Quem ama não se sente diminuído com a toalha na mão. Quem ama aprende que servir alguém é o maior ato de amor que podemos demonstrar a Deus e  à pessoas.

Jesus já havia dito que quem quer ser grande no reino de Deus que sirva ao próximo.

c) O amor serve até o inimigo – Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus. Mateus 5:44

Abraão Lincoln enfrentou um forte adversário em sua campanha para a presidência, Sr Stanton. Fez-lhe as mais duras críticas. Apelidava-o dos nomes mais humilhantes. Quando Lincoln ganhou a eleição, surpreendeu a todos, nomeando-o "ministro da guerra". Ele disse: "a melhor maneira de vencer um inimigo, é fazendo dele um amigo". Quando Lincoln foi assassinado em 14 de abril de 1865, Stanton chorou em seu funeral e fez um discurso eloquente, dizendo que Lincoln foi o maior estadista americano.

Jesus Cristo deixou o seu exemplo para nos inspirarmos e seguirmos de perto os seus passos, Cristo deu sua vida por nós e agora devemos dar a nossa vida pelos irmãos. O amor vale mais do que mil palavras. O mundo escuta de nós muitos discursos e vê em nós poucas obras de amor.

III. AMOR – É UM AMOR UNIFICADOR

"Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles e eu neles esteja". Jo 17.26

1. Este é o amor da Trindade

Como o Pai ama o Filho? Como o Filho ama o Pai? Como o Espírito Santo ama o Pai e o Filho? Esse é o amor unificador. No Antigo Testamento o Pai fez milagres. No Novo Testamento Jesus fez milagres. Hoje, O Espírito Santo que nos é dado faz milagres. Mas não há disputas nem ciúmes. O amor Trinitário faz com que os três sejam UM.

2. Jesus quer que sejamos UM

Assim como o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um, Jesus quer sejamos um: não estamos competindo. Não devemos ter ciúmes. Devemos preferir em honra uns aos outros. Paulo diz que não podemos ter complexo de inferioridade nem de superioridade. A oração de Jesus é para que sejamos UM.

Ilustração: Nós devemos ser como um purê de batatas – uma vez plantada, as batatas crescem por tubérculos, 3 ou 4 para cada planta. Estão juntas, mas falta-lhes unidade. Elas só terão uma unidade verdadeira quando  forem esmagadas e transformadas em purê! Quando isso acontecer, Jesus diz: o mundo vai crer!!!

Quando a igreja vivenciar um amor nível purê de batata, nada vai poder nos parar e conquistaremos muitas coisas para o reino de Deus.

CONCLUSÃO

Os dois irmãos que colheram sua lavoura. Um casado com filhos e outro solteiro. Ambos pensaram em ajudar um ao outro sem nada falar. Então, de noite um irmão foi no seu celeiro e encheu um saco de mantimento e levou para o irmão. Naquela mesma noite o outro fez a mesma coisa. Depois de várias semanas, pensaram: deve estar acontecendo algum milagre. Certa noite, os dois cruzaram um com o outro com um saco nas costas levando um para o celeiro do outro. É o milagre do Amor! Ali abraçaram e choraram. Esse é o amor da unidade!!! Esse é o amor que Deus espera de sua igreja, esse é o amor que Deus espera de você meu querido irmão...

 

ÁUDIO: https://www.mixcloud.com/1ipisjp/serm%C3%A3o-de-10052015/

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