2020/08/21

Providência de Deus

Vìdeo: https://youtu.be/8o-R6ipaN6k

Texto: Gn 37

Vamos examinar a vida de José, como vem registrada em Gênesis. Se há alguma doutrina bíblica que é iluminada por sua vida, é a doutrina da providência de Deus.

Pela muito sábia providência, segundo a Sua infalível presciência e o livre e imutável conselho de sua própria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o louvor da glória de Sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as criaturas, todas as ações delas e todas as coisas, desde a maior até à menor. (Confissão de Fé de Westminster Cap. 5: Da Providência, Seção 1)

Queridos quero convida-los a juntos examinarmos a vida de José, e não só aprenderemos um pouco mais sobre a doutrina da providência de Deus, mas que além de você ter um melhor entendimento, mas que você adquira também uma profunda e sincera apreciação por essa doutrina, de modo que cada um de nós aprendemos a viver nela dia a dia.

Somos apresentados a José em Gênesis 37:2. Sua história — com alguns interlúdios — vai até o fim de Gênesis (50:26).

Ele nasceu em Canaã, de Raquel, a esposa favorita de Jacó (Gênesis 30:22-24).

Então Deus lembrou-se de Raquel. Deus ouviu o seu clamor e a tornou fértil. Ela engravidou, e deu à luz um filho e disse: "Deus tirou de mim a minha humilhação". Deu-lhe o nome de José e disse: "Que o Senhor me acrescente ainda outro filho". Gênesis 30:22-24

Já foi um milagre seu nascimento...Deus já agindo...

José passou a maior parte da sua vida no Egito, primeiro como escravo, depois como prisioneiro, e finalmente como um oficial da realeza, se tornando o segundo homem mais importante do Egito abaixo apenas do próprio Faraó.

Falando assim parece que foi tudo fácil né? As pessoas às vezes olham pra nosso história e nos julgam pelo momento. Só nós e Deus sabe o que enfrentamos.

Quantas lágrimas derramamos na caminhada, quantos traumas tivemos que enfrentar e encarar de frente...

Como foi que José foi parar no Egito? Bem, uma resposta é que seus irmãos o venderam a mercadores midianitas que o levaram para o Egito e por sua vez o venderam a Potifar, capitão da guarda de Faraó (Gênesis 37:28-36).

Quando os mercadores ismaelitas de Midiã se aproximaram, seus irmãos tiraram José do poço e o venderam por vinte peças de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egito. Quando Rúben voltou ao poço e viu que José não estava lá, rasgou suas vestes e, voltando a seus irmãos, disse: "O jovem não está lá! Para onde irei agora? " Então eles mataram um bode, mergulharam no sangue a túnica de José e a mandaram ao pai com este recado: "Achamos isto. Veja se é a túnica de teu filho". Ele a reconheceu e disse: "É a túnica de meu filho! Um animal selvagem o devorou! José foi despedaçado! " Então Jacó rasgou suas vestes, vestiu-se de pano de saco e chorou muitos dias por seu filho. Todos os seus filhos e filhas vieram consolá-lo, mas ele recusou ser consolado, dizendo: "Não! Chorando descerei à sepultura para junto de meu filho". E continuou a chorar por ele. Nesse meio tempo, no Egito, os midianitas venderam José a Potifar, oficial do faraó e capitão da guarda. Gênesis 37:28-36

Respondendo essa pergunta novamente sabendo tudo que sabemos dele pela Bíblia "Como foi que José foi parar no Egito?" Eu responderia. Foi parar por causa da providência de divina.

Pela providência de Deus, ele foi traído pelos seus irmãos. Deus, em Sua providência, de tal modo ordenou a vida de José de tal forma para que ele ftosse levado para o Egito a fim de cumprir a promessa de Deus a Abraão, de que faria dos descendentes de Abraão uma grande nação (12:2).

"Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Gênesis 12:2

Queridos irmãos quando olhamos para vida de José vemos a mão da providência de Deus agindo na história da humanidade. Vemos queridos um entrelaçamento de atos pecaminosos dos homens com a soberana vontade de Deus.

Deus usando uma coisa ruim e transformando essa coisa ruim em uma benção não só para ele José, mas para todo um povo...

Mesmo que aqueles homens maus, sem nenhum pensamento em Deus, tendo êxito, levando o seu ódio pelo seu irmão a cabo. Todos eles estavam servindo a providência de Deus.

E o que o próprio José confessa duas vezes essa verdade.

Mas Deus me enviou à frente de vocês para lhes preservar um remanescente nesta terra e para salvar-lhes as vidas com grande livramento.

"Assim, não foram vocês que me mandaram para cá, mas sim o próprio Deus. Ele me tornou ministro do faraó, e me fez administrador de todo o palácio e governador de todo o Egito. Gênesis 45:7,8

Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, para que hoje fosse preservada a vida de muitos. Gênesis 50:20

Portanto, devemos começar o nosso estudo examinando a vida de José tendo o pano de fundo do propósito soberano de Deus como expresso em Sua promessa pactual. Pois, se não procedermos assim, perderemos de vista uma dimensão completa da vida de José, e consequentemente deixaremos de apreciar quão maravilhosos são os caminhos do nosso Deus.

1. A PROMESSA QUE DEUS FEZ

Quando Deus chamou o primeiro patriarca, Abrão, que mais tarde recebeu o novo nome Abraão, na terra dos caldeus, na cidade de Ur, prometeu que faria dele uma grande nação. Não só um grande clã, nem apenas uma grande tribo, porém muito mais — uma grande nação.

Todavia, sua esposa, Sarai, era estéril (Gênesis 11:30). Então, depois de muitos anos de espera, nos quais a fé foi provada dolorosamente, nasceu Isaque.

Ambos os pais tinham passado da idade a qual poderiam esperar que lhes nascesse um filho.

Contudo, mesmo antes de Isaque nascer, e foram, por assim dizer, postas em movimento as rodas pelas quais uma grande nação sairia de Abraão, Deus fez ao patriarca Abraão uma notabilíssima revelação do futuro.

Seus descendentes seriam estrangeiros numa terra que não era deles. Seriam oprimidos e obrigados a servir como escravos durante quatrocentos anos.

Então o Senhor lhe disse: "Saiba que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que não lhes pertencerá, onde também serão escravizados e oprimidos por quatrocentos anos. Gênesis 15:13

Mas na quarta geração (ao que parece, uma geração patriarcal era de cem anos) voltariam para a terra de Canaã.

Durante esses longos e difíceis anos no Egito, o número dos israelitas se multiplicaria muito. Setenta pessoas entrariam no Egito (Gênesis 46:27) — um mero clã.

Com mais os dois filhos que nasceram a José no Egito, os membros da família de Jacó que foram para o Egito chegaram a setenta. Gênesis 46:27

No entanto, do Egito sairiam como uma grande nação, porque os filhos de Israel se multiplicariam excessivamente.

Bem, como foi que eles foram parar no Egito? Por que deixaram a terra de Canaã? Foi porque, num período de fome em Canaã, José, o irmão que tinha sido vendido no Egito, ocupou uma posição que ele usaria para sustentar sua família.

Naturalmente, quando José foi vendido no Egito — quando era um escravo na casa de Potifar — não tinha nenhuma ideia de que estava sendo usado para cumprir o propósito de longo prazo que Deus tinha de fazer de Israel uma grande nação.

Você entende bem o que eu quero dizer, é que quando estamos passando pelo fogo, pelo sofrimento a gente não entende o por que das coisas não é verdade?

Se José tivesse julgado o Senhor simplesmente pelo que Ele permitira que lhe acontecesse, teria julgado lamentavelmente mal seu Deus.

De favorito de seu pai ele se tornou um escravo. Sendo acusado injustamente por uma mulher iníqua, ele fora lançado numa prisão. E lá estava ele, deixado a minguar, mesmo depois de ter ajudado o mordomo (o copeiro-mor de Faraó) escapar dela, interpretando seu sonho.

Facilmente José poderia concluir que Deus não tinha nenhum bom propósito para sua vida. Que Deus não existia, que não estava nem ai para ele. Ele poderia pensar que a mão de Deus estava contra ele! O mal tinha caído sobre ele!

Como lhe seria fácil rebelar-se contra Deus, gritar de raiva contra Ele! E como nos é fácil fazer o mesmo, olhar para os maus e feios eventos das nossas vidas e concluir que Deus está contra nós! Que Deus não nos ama, que ele está alheio as nossas dores.

Mas nunca devemos esquecer que existe um grande quadro que está sendo bordado a nosso respeito, só estamos enxergando a parte de baixo e vendo um monte de emaranhado de fios apenas. Quando tivermos sentado no colo de nosso pai veremos a linda paisagem que está sendo formado nele.

Por trás de uma providência indiferente Ele esconde um rosto sorridente.— William Cowper

Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês', diz o Senhor, 'planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro. Jeremias 29.11

Uma lição que podemos aprender queridos irmãos, é não isolar um evento só, nem mesmo uma série de eventos, separando-os do restante das nossas vidas. Devemos procurar ver o propósito global de Deus — fazer um grande quadro.

Foi o que José fez. Ele reconheceu o mal que lhe fora feito, porém não duvidou do imperante e imperativo propósito de Deus. Ele confessou a seus irmãos: "Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar em vida a um povo grande (muitas pessoas)" (Gênesis 50:20).

Deus fez uma promessa, e seu cumprimento dependia de José ser vendido para o Egito como escravo. Para cumprir o seu propósito, Deus usou o ato pecaminoso dos irmãos de José sem de forma alguma concordar a esse ato. Por conseguinte, nunca imaginemos que Ele só permitirá que nos sobrevenha o que é bom e agradável.

2. O DESDOBRAMENTO DA HISTÓRIA (Gênesis 37:1-28)

A história de José é muito humana. Ressoa verdade porque é muito ligada à vida, com seus temas de favoritismo provocando ódio, e o filho paparicado tornando as coisas piores.

A história gira em torno do fato de que José era o favorito de seu pai (Gênesis 37:3).

Ora, Israel gostava mais de José do que de qualquer outro filho Gênesis 37:3

Ele era filho de Raquel, esposa favorita de Jacó (Gênesis 30:23,24), como o foi Benjamim (Gênesis 35:16-18), ao passo que os irmãos que passaram a odiar José eram seus meio-irmãos, "filhos de Bilha e... filhos de Zilpa" (Gênesis 37:2), as esposas escravas de Jacó.

O capítulo trinta e quatro já mostrara que havia pouco amor dispensado entre Jacó e os filhos de Léia (Gênesis 34:30,31).

Jacó não fez nenhuma tentativa de ocultar seu amor por José. Esse amor brotara do fato de que ele "era filho da sua velhice" (Gênesis 37:3), e em conseqüência o amou cegamente.

Jacó não foi um Pai prudente neste sentido, se fosse mais prudente, Jacó teria procurado esconder seu profundo amor votado a José, dos seus irmãos e tratá-los tão igualmente quanto possível. Em vez disso, ele quase alardeou seu amor por seu filho favorito, fazendo-lhe "uma túnica de várias cores".

por isso mandou fazer para ele uma túnica longa. Gênesis 37:3

Fazendo isso ele enviou um sinal muito definido aos irmãos de José: "Vendo pois seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no, e não podiam falar com ele pacificamente" (versículo 4).

Assim, outro elemento é acrescentado à história que se desenrola: José era odiado por seus irmãos. Eles o invejavam devido ao lugar que ele tinha nos afetos do pai deles, e a inveja levou ao ódio, e o ódio às palavras duras.

José por sua vez aproveitava do seu posto e não tentou derramar óleo nas águas revoltas, antes fez o inverso, pois por sua insensatez ele piorou a situação (versículos 5-11).

Ele teve um sonho profético que, em vez de guardar para si, "contou a seus irmãos". O resultado foi que "o aborreciam ainda mais", pois no sonho falava acerca da sua importância.

"E disse-lhes: eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava, e também ficava em pé, e eis que os vossos molhos o rodeavam, e se inclinavam ao meu molho" (versículo 7).

José teve um segundo sonho, um sonho mais extravagante que o primeiro. Nele o Sol e a Lua e onze estrelas se inclinavam a ele.

José não levou em conta a reação dos seus irmãos ao seu primeiro sonho. Se fosse prudente, teria guardado para si o conteúdo do seu segundo sonho, mas não falou-me a coisa piorou.

Podemos aprender algumas lições instrutivas desta história. A primeira é que Jacó estava errado em ter um filho favorito. E mais errado estava por distingui-lo do modo como o fez, demonstrando tão evidentemente que ele era seu favorito pessoal.

Os pais precisam ser prudentes — tratar seus filhos igualmente por amá-los igualmente. E se houver um filho favorito, pois algumas crianças atraem mais simpatia do que outras, os pais não devem demonstrar essa distinção. Para o bem da família e para o bem dos filhos.

Segunda, José estava errado, pois, com sua insensata exibição dos seus sonhos ele simplesmente esfregou sal nas feridas dos seus irmãos.

Vc que é filho e se acha favorito não jogue isso na cara de seus irmãos porque isso gera ressentimento quebra relacionamento.

Por último, os irmãos de José estavam errados em odiá-lo. Ele não podia impedir que fosse o filho favorito de seu pai. Eles não tinham direito de desforrar em José por invejá-lo.

Os filhos que se sentem favoritos não devem abrir caminho para a inveja, porque a inveja leva ao ódio e o ódio ao homicídio, ou ao menos, no caso dos irmãos de José, à determinação de pôr José fora das suas vidas.

A última parte da história — a venda de José à escravidão — é narrada um tanto extensamente (versículos 12-36). Sendo um clã seminômade, com numerosas ovelhas e gado para alimentar, os irmãos de José eram obrigados a procurar pastagens a intervalos um tanto regulares.

Primeiro eles apascentaram os seus animais perto de Siquém, entre o Monte Ebal e o Monte Gerizim (versículo 13). Mas quando José chegou lá por ordem do seu pai, ele soube que eles tinham saído em busca de novos pastos (versículos 15-17).

Finalmente os encontrou em Dotã, um povoado a aproximadamente vinte e cinco milhas ao norte de Siquém.

O narrador salienta o intenso ódio dos irmãos de José. Quando o viram à distância, "conspiraram contra ele, para o matarem" (versículo 18).

O próximo versículo sublinha o absoluto veneno que enchia os seus corações: "Eis lá vem o sonhador-mor!" disseram eles uns aos outros. "Vinde pois agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: uma besta-fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos". Nem todos os irmãos estavam dispostos a ir tão longe, pois Ruben formou um plano para livrá-lo (versículos 21,22).

Judá também quis salvar a vida de José e o fez quando os demais irmãos aceitaram sua sugestão de que ele fosse vendido a uns mercadores midianitas que por ali passavam (versículos 26- 29).

Entretanto, todos os irmãos tiveram a culpa de enganar seu pai durante anos, fingindo que um animal selvagem tinha matado José (versículos 3 1-35).

José tinha saído de casa como homem livre, porém tornou--se escravo no Egito, na casa de Potifar, "eunuco de Faraó, capitão da guarda" (versículo 36). Que radical mudança em suas circunstâncias! De filho favorito paparicado a humilhante escravo!

Todos nós somos cometido por revés em nossas vidas. A vida pode nos pregar algumas peças.

Que podemos aprender desta história sobre a providência de Deus? E como podemos aproveitar o que aprendemos?

Em primeiro lugar, vemos que quando Deus usa homens maus para efetuar os Seus propósitos, Ele não é obrigado a justificar-Se para ninguém.

Os irmãos de José sabiam que queriam livrar-se do irmão que eles odiavam. Só pensavam em termos do seu ódio. O que não sabiam é que estavam servindo a um profundo propósito de Deus — "para conservar em vida a um povo grande" (50:20).

José também não sabia por que Deus tinha permitido que ele fosse vendido para a escravidão no Egito. Deus não lhe dissera. Somente à luz de eventos posteriores José poderia dizer a seus irmãos: "Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em bem" (Gênesis 50:20).

O Deus da Bíblia não é obrigado a justificar os Seus caminhos para nós. Essa é uma verdade que achamos difícil aceitar. Quando o nosso mundo vira de cabeça para baixo, como aconteceu com José, freqüentemente exigimos que se nos faça saber a razão disso.

Os caminhos de Deus são sempre retos, O caminho de Deus é perfeito Salmos 18.30 mas Ele não tem obrigação de explicá-los para nós.

Esse é o argumento de Paulo, quando considera a liberdade de Deus na escolha do Seu povo. "Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? "Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: 'Por que me fizeste assim? ' " Romanos 9.20

As vezes podemos ficar aturdidos com as torções e voltas da providência de Deus. Quando ficarmos, devemos aprender a "confiar e a adorar a Deus" em vez de bombardeá-lo com perguntas que Ele, por razões que Ele conhece, prefere não responder. Os caminhos de Deus são insondáveis.

O apóstolo nos diz em Romanos 11:33:

Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos,e quão inescrutáveis os seus caminhos!

À luz desse versos, é certamente sábio confiar em Deus e esperar até que nos seja dado a conhecer o Seu propósito.

Em segundo lugar, aprendemos que às vezes há um grande intervalo entre a tragédia que Deus permite e o bem que Ele planeja fazer resultar dela.

Foi anos depois que José fora ao Egito que ele foi exaltado a uma posição de grande poder e influência. E foi ainda anos mais tarde que houve uma fome geral e, por causa da previdência de José, houve alimento no Egito quando sua família, em Canaã, teve necessidade dele.

A providência de Deus queridos irmãos trabalha em nossas vidas por anos até que o propósito de Deus aconteça.

Sabemos que "todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por Seu decreto" (Romanos 8:28) — mas não tudo imediatamente!

Todavia, nós, em nossa pressa, por querermos sair rapidamente do sofrimento, muitas vezes exigimos que o bem flua imediatamente do mal. Mas Deus não opera atentendo ao nosso horário, às nossas exigências. Compra da casa... Deus tem o melhor é o melhor é no tempo dele e não no nosso.

Quando avisaram a Jesus que seu amigo Lázaro estava à morte, a bíblia diz que Jesus ficou ainda mais um tempo onde estava, pra depois ir ao encontro de seu amigo. E quando chegou seu amigo já estava morto e sepultado a 4 dias. E Marta faz uma cobrança dizendo:

Disse Marta a Jesus: "Senhor, se estivesses aqui meu irmão não teria morrido. João 11:21

É como se ela disse porque vc demorou tanto, pq não veio antes. O sofrimento querido irmãos nos faz pensar que podemos colocar Deus em nossa agenda.

Um ato de ressurreição é muito maior do que a cura de um doente, se ele tivesse chegado antes os habitantes não poderiam ver o tamanho do poder de nosso mestre, aquele atraso era a providência de Deus atuando na história humana.

Deus não se encaixa em nossa agenda e nem se dobra às nossas exigências. Ele é soberano e é livre para agir como Lhe agrada, para Sua glória.

Se o rei Nabucodonosor pôde aceitar essa verdade, certamente nós podemos aceitá-la também. "Segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e com os moradores da terra: não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: que fazes?" (Daniel 4:35).

Devemos então aprender a sujeitar-nos à sabedoria de Deus e ao Seu poder. Quando encararmos a inescrutabilidade da Sua providência, não devemos pôr Deus no banco dos réus e sujeitá-lo a um interrogatório.

Devemos aceitar de coração as palavras de William Cowper:

No fundo oculto de insondáveis minas,

Com habilidade nunca falha ou falível,

Seus brilhantes desígnios

Ele entesoura,

E opera Sua vontade soberana.

Aprenda, pois, experimentalmente a descansar em Deus. Duvide da sua própria sabedoria, antes de questionar a dEle.

E, se na terra não nos for dado saber a razão pela qual Deus permitiu que alguma coisa nos sobreviesse, busquemos compreender que Deus tem todos os anos da eternidade para nos contar por quê.

Ilustração

A mãe, assentada em seu confortável sofá bordava calmamente um belo pano de prato enquanto sua filhinha brincava no chão. O bordado ia evoluindo dia a dia e caminhando para seu final, quando a filha diz à mãe:

Mamãe, o que está fazendo nesse pano?

Um belo e colorido bordado, filha!

Mas mamãe, isso não está bonito. Só vejo um emaranhado de linhas feias que não formam nenhum desenho. A mãe, calmamente, convida a filha:

Filha, suba aqui no sofá e veja a parte da frente do pano que a mamãe está bordando.

Que lindo, mamãe! Não imaginei que aquele emaranhado de linhas sem forma que estavam por trás do pano pudessem formar esse lindo desenho em sua frente! A mãe, então, aproveita a oportunidade para ensinar a filha:

Filha, nem sempre a nossa visão dos fatos é a visão plena deles.

Às vezes não estamos vendo as coisas do ângulo correto. Você julgou que meu bordado estava ruim porque olhou de baixo para cima, quando o correto era você olhar de cima para baixo.

Precisamos sempre confiar que Deus está bordando o "pano da nossa vida" e buscarmos um olhar no ângulo que Deus olha e não no nosso próprio ângulo.

A PROVIDÊNCIA DE DEUS É COMPLETA

Ela inclui todas as pequeninas e as grandes coisas. Já foi definida como sendo atenção de Deus concentrada em todo lugar.

O homem é finito e tem limitações tais que só pode concentrar a atenção em uma só coisa, num certo momento e em um único lugar. Deus é infinito em espaço, poder e sabedoria e pode se concentrar em tudo em todo lugar.

Sua providência tanto é microscópica quanto telescópica. Ele tem interesse até nos cabelos de nossa cabeça e na queda de cada pardal.

Deus está no controle das coisas inanimadas. A Escritura está repleta de ilustrações sobre isto. Deus disse: "Haja luz; e houve luz", Gn. 1:3. Ele disse: "Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi", Gn. 1:9.

À uma ordem de Deus as águas do mar vermelho se dividiram, formando paredes e à Sua palavra voltaram ao lugar outra vez. À uma palavra de Deus a terra abriu a boca e engoliu Coré e seus companheiros, Nm. 16:32. À uma palavra Sua o fogo da fornalha babilônica tornou-se inofensivo para seus servos fiéis. Até mesmo os elementos estão sob seu controle. Ele manda a chuva e também a seca.

Deus controla as criaturas irracionais. À uma ordem sua, enxames de moscas invadiram os lares egípcios, ao passo que nenhuma entrou nos lares israelitas. De acordo com sua vontade o Egito sofreu com as pragas de rãs e gafanhotos.

Daniel foi jogado na cova dos leões, mas Deus fechou-lhes a boca e o profeta não foi devorado. Deus abriu a boca de uma jumenta, a fim de repreender Balaão.

Jonas não queria ser missionário em terra estranha, por isso pegou um navio para Társis. Deus enviou uma tempestade que sacudiu o navio, e quando os marinheiros jogaram Jonas ao mar, Deus tinha um peixe preparado para engolí-lo. Deus fez o peixe vomitar Jonas na praia.

À uma ordem de Deus o galo cantou três vezes, do mesmo modo como Jesus havia dito a Pedro. Com toda certeza: "O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo", Sl. 103:1 9.

O controle de Deus se estende a todos os homens: bons e maus. Não temos problemas em ver que Deus está no controle de homens bons, o problema de muitos é ver que Deus reina em todo lugar; que está no controle dos maus tanto quanto dos bons. Ele permite o pecado porque pode dominá-lo para sua própria glória. Deus não é o Autor do pecado, mas Ele o direciona e o controla. Ele não é a força causadora, mas sim o agente que direciona o pecado dos homens. Os homens são rebeldes, mas não tiraram Deus do seu trono, nem estão fora de seu controle.

"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos." Romanos 8:28-29.

Nesta passagem da Escritura, lemos que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

Este texto mostra a doutrina da Providência Divina e levanta a questão quanto a quem está dirigindo este mundo.

Define-se providência como a direção de Deus sobre a sua criação.

O controle de Deus sobre os acontecimentos do mundo é um assunto de profunda importância para o crente, pois através de uma visão correta em relação à providência, o crente aprenderá a buscar e ver a mão e o coração de Deus em tudo que lhe acontece.

Ele não dirá como os filisteus incircuncisos: "isto nos sucedeu por acaso", I Sam. 6:9. Pelo contrário, o crente falará como Jó: "O Senhor o deu, e o Senhor o tornou; bendito seja o nome do Senhor," Jó 1:21.

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