2020/08/21

Igreja Viva.

Vìdeo: https://youtu.be/SmfrejRJIzQ

Texto: At 2.42-47

"E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.

E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.

E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo.

E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar." (Atos 2:42-47)

Fiquei orando a Deus e pedindo uma Palavra da parte dEle para nossa igreja neste tempo onde estamos comemorando os 37 anos de existência.

Quantos desafios enfrentamos juntos como igreja, situações potencialmente perigosas que poderiam ter prejudicado muito a igreja, mas com ajuda do Senhor juntos vencemos, e com certeza juntos venceremos está pandemia esse isolamento porque o mesmo Deus de ontem continua sendo Deus hoje.

O quanto crescemos juntos, o crescimento foi em todos os aspectos. Você consegue perceber o quanto mudamos? Quantas coisas fizemos juntos como igreja? Quantas famílias tocamos através de nossos cultos, eventos, relacionamentos?

Mas Podemos afirmar com certeza que somos uma igreja viva.?

É natural que para responder esta pergunta voltemos ao relato de Pentecostes no livro de Atos. É bom que sejamos realistas na leitura. Costumamos ver a igreja primitiva com uma atitude idealista, romântica.

Maravilhamo-nos com seu ímpeto evangelístico, seu impacto transformador no mundo. Falamos dela com admiração, como se não tivesse defeito; esquecemo-nos das heresias, das hipocrisias, das rivalidades e imoralidades que perturbavam a igreja primitiva tanto quanto a perturba hoje.

Digo isso para que quando nos compararmos com a igreja primitiva venhamos lembrar que essa igreja era uma igreja normal como nós somos, com nossos acertos e erros.

Contudo, existe algo evidente nessa igreja que a tornava diferenciada: a igreja primitiva em Jerusalém foi profundamente renovada pelo Espírito Santo.

O Espírito Santo era o agente propulsor daquela igreja, era o Dynamos, o poder, Ele foi explosão causadora de tantas conversões. A igreja primitiva cresceu e se desenvolveu sob sua influência a tornando uma igreja viva.

Pastor Como podemos enxergar a evidência da presença e do poder do Espírito Santo nessa igreja? Se pudermos responder esta pergunta, poderemos também responder outra: Qual é a evidência da presença do Espírito Santo na igreja de hoje?

Será que a IPI Cidade Jardim ao longo dos seus 37 anos pode ser considerada uma igreja viva?

Lucas descreve quatro marcas de uma igreja viva cheia do Espírito. Esses são traços que deveriam caracterizar toda igreja aberta para a presença e o poder do Espírito Santo.

  1. Marca: Igreja Fundamentada na Bíblia.

" os cristãos que viraram o mundo de cabeça para baixo foram homens e mulheres que tinham uma visão em seu corações e a Bíblia em suas mãos" T.B Maston

A igreja viva é uma igreja que está aprendendo, é uma comunidade que estuda a Bíblia. A primeira coisa que Lucas disse sobre esta igreja renovada pelo Espírito é que ela perseverava na doutrina dos apóstolos: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos" (Atos 2:42).

Poderíamos dizer que, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo abriu uma escola para a igreja. Os mestres da escola eram os apóstolos, a quem Jesus tinha escolhido e treinado: e haviam três mil estudantes… na realidade, meninos do jardim de infância.

Estes recém-nascidos para a fé, convertidos e cheios do Espírito Santo, não estavam dedicados a desfrutar de uma experiência mística que os fizera se esquecer ou de arrazoar sobre o que criam. Pelo comentário, perseveravam na doutrina dos apóstolos e queriam aprender tudo o que fosse possível.

Tinham fome da verdade e queriam sentar-se aos pés dos apóstolos e absorver seus ensinamentos. Os novos crentes sabiam que Jesus havia nomeado os apóstolos para que fossem mestres da igreja, e procuravam aprender todo o possível e perseveravam na sua doutrina.

Como se aplica isto à igreja de hoje? O que significa para nós perseverar na doutrina dos apóstolos, ser fiel em conservar seus ensinamentos?

Entendemos que já não há apóstolos na igreja. Pode haver ministérios apostólicos, como os que realizam missões, os plantadores de igreja, os líderes. Estas pessoas exercem ministério apostólico, mas não podemos chamá-las de apóstolos.

Ninguém na igreja atual tem uma autoridade comparada a de Paulo, Pedro ou qualquer dos apóstolos de Jesus Cristo. Eles tinham uma autoridade única para ensinar em nome de Jesus e ninguém tem essa autoridade hoje.

Então, se não há apóstolos na igreja contemporânea, como podemos nos submeter aos ensinamentos dos apóstolos?

Seus ensinamentos chegaram até nós pela Bíblia. O Novo Testamento é precisamente isso: os ensinamentos dos apóstolos. Esta é a única classe de sucessão apostólica em que cremos, a continuidade da doutrina apostólica por meio do Novo Testamento.

Uma igreja cheia do Espírito, uma igreja viva é uma igreja bíblica, uma igreja neotestamentária, uma igreja apostólica. Nela se ensina as Escrituras. Os pais ensinam a Bíblia aos filhos. Os membros da igreja lêem e refletem sobre as Escrituras todos os dias.

O Espírito de Deus dirige o seu povo a submeter-se à Palavra de Deus, e quando o faz, essa igreja se renova com a presença do Espírito Santo.

Mas uma observação importante que faço aqui irmãos é que ter a bíblia como fundamento de nossa vida e ações não é apenas crer passivamente. É praticar, é viver, é deixar-se se guiar e dirigir pelos propósitos de Deus. Precisamos tê-los como nossa bússola.

Thiago nos orienta sobre essa verdade

"Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando vocês mesmos. Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência." Tiago‬ ‭1:22-24‬ ‭NVI

Porque informação bíblica sem aplicação pratica gera vidas informadas e não transformadas. "Não são as partes da Bíblia que não compreendo que me preocupam, mas sim, as que entendo e não pratico." Mark Twain

O fato é meu queridos irmãos é que só acreditamos na Palavra de Deus quando a praticamos. A igreja primitiva estava fundamentada na Palavra e agia conforme aprendia. Era uma igreja viva.

  1. Marca: Comunhão e ajuda mútua

A segunda marca de uma igreja viva que descobrimos na leitura de Atos é o amor e o cuidado mútuo entre os crentes. Se a primeira marca é o estudo, a segunda é a comunhão.

A palavra comunhão que utilizam algumas versões é a tradução de koinonia. Este termo descreve aquilo que temos em comum, o que compartilhamos como crentes em Cristo. Isto se refere a duas verdades complementares.

Em primeiro lugar, compartilhamos a graça de Deus. O apóstolo João começa sua primeira carta com estas palavras: "Nossa comunhão é com o Pai e com o Filho, Jesus Cristo..." 1Jo1.3

Paulo fala da comunhão que temos com o Espírito Santo. A comunhão autêntica é uma comunidade trinitária. Nós os crentes participamos em comum no Pai, no Filho e no Espírito Santo.

Há um segundo aspecto da koinonia. Também temos em comum o que damos. Este é o aspecto a que Lucas dá ênfase.

Em suas cartas, Paulo usa esta mesma palavra, koinonia, para referir-se a uma oferta que estavam dando às igrejas. O adjetivo koinônico significa "generoso" e, nesta passagem, Lucas descreve a generosidade dos cristãos primitivos:

"E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister." (Atos 2:44-45)

Esta passagem nos perturba. Preferimos saltá-la para evitar o desafio que ela encerra. Devemos imitar literalmente estes crentes? Quis Jesus que todos seus seguidores vendessem suas possessões e repartissem o que obtivessem delas?

Sem dúvida, o Senhor chamou a alguns de seus discípulos a uma pobreza voluntária total. Esse é o chamamento que fez ao jovem rico, por exemplo. A ele, Jesus disse expressamente que vendesse tudo e o desse aos pobres.

Este foi também o chamado de Francisco de Assis, na idade média, e provavelmente foi o chamado de Madre Tereza, em Calcutá. Eles nos recordam que a vida não consiste na abundância dos bens que possuímos.

Mas não todos os discípulos de Cristo são chamados a isso. A proibição da propriedade privada é uma doutrina marxista, não cristã. Mesmo na igreja em Jerusalém, a decisão de vender as propriedades e dar tudo foi uma questão voluntária.

Quando passamos para o versículo 46, lemos que os crentes se reuniam "em suas casas". Quer dizer, continuavam tendo casa e propriedades pessoais. Pelo visto, não haviam vendido todas as casas, seus móveis e suas propriedades! Contudo alguns tinham casas, e os crentes se reuniam nelas.

Não obstante, não devemos evadir do desafio destes versículos. Alguns suspiram com alívio porque não sugerí que devemos vender tudo e repartir. Mas, mesmo que não seja o nosso chamado particular, todos fomos chamados a nos amarmos mutuamente como faziam aqueles cristãos.

O primeiro fruto do Espírito Santo é o amor. Em particular, a igreja primitiva cuidava dos pobres, e compartilhava com eles parte de suas possessões. Esta atitude deve caracterizar a igreja em todos os tempos. ela compartilhava a própria vida... Roma pandemia...

A comunhão, a disposição de compartilhar, generosa e voluntariamente, é um princípio permanente. A generosidade tem sido sempre uma característica do povo cristão porque nosso Deus é um Deus generoso.

Por isso, outra palavra que expressa a atitude de generosidade é a palavra "graça". Se Ele dá tudo de graça, se nosso Pai é generoso, Seus filhos também devem ser generosos.

Já escutei pessoas falarem dizendo que não conseguem ser generosas pq não tem muito o que dar, isso é um erro irmãos, porque a generosidade é uma atitude que nasce em um coração grato. Todos temos algo para compartilhar.

"Agora, irmãos, queremos que vocês tomem conhecimento da graça que Deus concedeu às igrejas da Macedônia. No meio da mais severa tribulação, a grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade. Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam e até além do que podiam. Por iniciativa própria eles nos suplicaram insistentemente o privilégio de participar da assistência aos santos." ‭‭2 Coríntios‬ ‭8:1-4‬ ‭NVI‬‬

A igreja primitiva cheia do Espírito Santo se movia através da generosidade. Era uma igreja viva.

3) Marca: Alegria e reverência

Os primeiros cristãos não eram só fiéis em conservar os ensinamentos dos apóstolos na comunhão uns com os outros. Também se reuniam uns com os outros para adorar a Deus e faziam com muita alegria e reverência.

Também se reuniam e participavam juntos "no partir do pão, e nas orações" (Atos 2:42).

"E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração" (Atos 2:46)

O partir o pão se refere, sem dúvida, a Ceia do Senhor. As orações que se mencionam aqui não são as orações privadas, mas sim as reuniões de oração.

Participar da Ceia era um momento de reverência, pois estavam lembrando-se todo o sacrifício que o nosso Senhor fez por nós, entretanto era celebrado com alegria.

Uma igreja viva é uma igreja alegre. A palavra que traduz "alegria" no versículo 46 descreve gozo exuberante.

Deus havia enviado seu Filho ao mundo, agora havia derramado Seu Espírito em seus corações... Como não iram estar alegres! O fruto do Espírito Santo é amor, e também é alegria.

Cada reunião deve ser uma celebração alegria. Quando o Espírito Santo renova a igreja, a enche de alegria e também de reverência ante Deus.

E em toda a alma havia temor...a realidade da presença de Deus entre eles sinalizava a cada um que tivesse cuidado e se portasse com honra e respeito, pois Deus é zeloso, santo e não tolera o pecado.

A igreja primitiva cheia do Espírito Santo se movia através da alegria, do temor do Senhor. Era uma igreja viva.

4) Marca: Evangelização.

Uma igreja viva é uma igreja evangelizadora. Até aqui Lucas nos diz que a igreja era fiel e perseverava nas coisas.

Esses eram os feitos característicos da igreja, cheia do Espírito Santo desde o dia de Pentecostes: aprendiam dos apóstolos, ajudavam uns aos outros, adoravam a Deus. Mas se terminasse aqui esse relato, esta seria uma igreja incompleta.

Não poderíamos pensar em uma igreja como uma comunidade ocupada unicamente de si mesma, como se tivesse abandonado o mundo necessitado que está do lado de fora clamando por alguém que fale de Jesus e apresente a eles a salvação.

Somente quando chegamos ao final da passagem, se completa a perspectiva: "E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar". (Atos 2:47)

Nesta breve referência podemos aprender alguns pontos sobre a evangelização.

O primeiro é que o Senhor mesmo acrescentava os que haviam de ser salvos. O Senhor Jesus inclui cada dia novos crentes à igreja.

Certamente, Jesus Cristo delega aos ministros e líderes da igreja a tarefa de admitir os novos membros da igreja mediante o batismo.

Porém somente Ele pode admiti-los na igreja invisível, quando se arrependem e confiam em Jesus como Salvador e Senhor.

O ensinamento, o testemunho diário dos membros da igreja e sua vida de amor aos demais, são os meios que Deus usa para fazer chegar Sua mensagem ao mundo. Porém quem salva e incorpora novos membros a Sua igreja é Jesus Cristo.

Vivemos em uma época que se confia muito no ativismo e na tecnologia. Sem dúvida, há de se fazer uso de toda tecnologia que o Senhor tem nos dado. A cultura pode e deve ser usada com ponte para aproximar-se do coração das pessoas, sem ferir nosso princípios cristãos. Os princípios devem ser contextualizados.

Se uma igreja não focar nos não cristãos ela não crescerá. Trazer pessoas para Jesus envolvendo-as gradativamente é um processo inegociável. A igreja viva foge da tentação da comodidade.

Se a igreja estiver centrada em pessoas inativas, em cristãos antigos, seguros de sua salvação, seu ministério ficará estacionado e ela nunca será uma igreja viva.

Entretanto temos que nos humilhar diante de Deus e reconhecer que somente Cristo pode abrir os olhos dos cegos, destapar os ouvidos dos surdos e dar vida às almas mortas. A igreja hoje necessita ser mais humilde.

Um segundo lugar, Jesus fazia isto cada dia. O Senhor fazia crescer dia a dia a comunidade. A evangelização não é um assunto ocasional, deve ser algo contínuo.

Quando a igreja está cheia do Espírito Santo, se abre ao mundo necessitado de Deus e então as pessoas podem ser acrescentadas cada dia à igreja.

Uma Igreja viva cultiva a expectativa de que o Senhor acrescente diariamente novos membros à igreja.

Queridos diante disso volta a pergunta inicial. Podemos afirmar com certeza que somos uma igreja viva.?

Responderia que sim somos uma igreja viva. Isso não quer dizer que somos perfeitos ou alcancemos o ideal, muito pelo contrário estamos muito aquém de nossos irmãos da igreja primitiva, mas estamos no processo, estamos caminhando em passos firmes em busca de cumprir a vontade de Deus.

E cada um de nós que fazemos parte dessa Igreja temos nossa parte neste processo de vivificação.

Lembrando que a igreja IPI Cidade Jardim é Você , então a pergunta se torna mais pessoal. Você pode dizer de  Você   mesmo que  Você   é um crente vivo, cheio do Espírito Santo?

Você está fundamentado na Palavra? Você é uma pessoa generosa? Neste momento de culto você participa com alegria e temor? Você evangeliza e proclama a salvação aos perdidos que estão a sua volta?

A sua resposta a estas questões dirá que tipo de igreja nos tornamos ao longo destes 37 anos de existência.


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