2014/03/10

Oração e Jejum


Convoquem uma reunião no Templo e anunciem um dia de jejum. Reúnam as autoridades e todo o povo de Judá no Templo do Senhor, nosso Deus, e orem a ele pedindo socorro. (Joel 1:14 NTLH)

Queridos irmãos essa noite quero trabalhar  o tema Oração e Jejum, já que no próximo Domingo iniciaremos a nossa campanha de 40 dias de Oração e Jejum. Achei por bem trabalhar esse assunto antes de iniciarmos esse propósito diante de Deus. Tenho certeza que será um desafio enorme para muitos de nós, pois essa campanha nos chama a um envolvimento mais profundo em nossa vida de oração.

Penso que esse desafio se intensifica devido o momento de superficialidade que estamos experimentando em todas as áreas da  sociedade e por que não dizer da igreja também. A superficialidade é maldição de nosso tempo. A doutrina da satisfação instantânea é, antes de tudo, um problema espiritual. A necessidade urgente hoje não é de um maior número de pessoas inteligentes, ou dotadas, mas de pessoas profundas.

Rumo a esse ideal de sermos pessoas profundas em nosso relacionamento com Deus precisamos primeiramente de Disciplina, essa é o primeira conselho pra você que vai participar desta campanha, tenha disciplina, pois é ela que vai nos fazer transitar da superficialidade para um relacionamento mais profundo com Deus.

Quando pensamos em disciplina pensamos em algo ruim, isso por conta do desgaste desta palavra no decorrer dos anos. Para muitos, disciplina é nos obrigarmos a fazer algo que não queremos ou gostamos, mas na realidade, disciplina não é isso. Ela é uma ferramenta importante para que a gente tenha sucesso naquilo que buscamos, ela nos mantém no foco. O indivíduo bem disciplinado cumpre seus propósitos no momento certo e centraliza as energias naquilo que realmente é importante para a realização de seus projetos

Quando pensamos a respeito das disciplinas espirituais como Oração e Jejum, somos tentados a pensar que as Disciplinas são apenas para os gigantes espirituais e, por isso, estão além de nosso alcance; ou são apenas para os contemplativos que devotam todo o tempo à oração e à meditação. Longe disso. Esse entendimento não esta correto. Na intenção de Deus, as Disciplinas da vida espiritual são para seres humanos comuns: pessoas que têm empregos, que cuidam dos filhos, que lavam pratos e cortam grama. Na realidade, as Disciplinas são mais bem exercidas no meio de nossas atividades normais diárias.

Outro erro comum que cometemos quando pensamos em disciplinas espirituais é pensar que elas são muito difíceis de por em pratica e alguns pensam  que elas requer um certo tempo de tempo de conversão por aqueles que vão colocá-la em pratica...isso não é verdade, as Disciplinas Espirituais não são difíceis. Não precisamos estar bem adiantados em questões de teologia para praticar as Disciplinas.  Os recém-convertidos - até mesmo as pessoas que ainda não se entregaram a Jesus - deveriam praticá-las.

Qual é a exigência então? A exigência fundamental é que você queira mais de Deus, é suspirar por Deus. O salmista escreveu: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Salmo 42:1, 2).

Agora eu entendo que temos (como igreja) uma dificuldade sim nesta área das disciplinas espirituais e esta é uma dificuldade de ordem prática. Simplesmente não sabemos como explorar a vida interior. Ao longo do tempo e eu não sei determinar quando isso aconteceu, nós Igreja perdemos o jeito de se relacionar com essas disciplinas. Precisamos fazer algo urgentemente para voltarmos ao caminho.

No primeiro século e anteriormente, não era necessário dar instruções sobre como “praticar” as Disciplinas da vida espiritual. A Bíblia chamou o povo a Disciplinas tais como jejum, meditação, adoração e celebração e quase não deu instrução nenhuma sobre a forma de executá-las. É fácil de ver a razão por quê. Essas Disciplinas eram tão freqüentemente praticadas e de tal modo constituíam parte da cultura geral que o “como fazer” era conhecimento comum.

Jejuar, por exemplo, era tão comum que ninguém perguntaria o que comer antes de um jejum, como quebrar um jejum, ou como evitar a vertigem enquanto jejuava - toda a gente já sabia. Isto não se verifica em nossa geração. Hoje existe uma ignorância abismal dos mais simples e práticos aspectos de quase todas as Disciplinas Espirituais clássicas. E por conta disso deixamos de receber muitas bênçãos porque as Disciplinas permitem-nos colocar-nos diante de Deus de sorte que ele possa transformar-nos.

O apóstolo Paulo disse: “O que semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna” (Gálatas 6:8).

Elas são os meios de graça de Deus. As Disciplinas Espirituais visam ao nosso bem. Elas têm por finalidade trazer a abundância de Deus para nossa vida. É por conta disso que creio que essa campanha de oração e Jejum será uma benção para a minha vida, para a sua vida e para a vida da igreja.

ORAÇÃO

 “A oração - a oração secreta, fervorosa, de fé - jaz à raiz de toda piedade pessoal”, escreve William Carey

A oração arremessa-nos à fronteira da vida espiritual. A oração é o que nos leva à obra mais profunda e mais elevada do espírito humano. A oração verdadeira cria e transforma a vida.. Orar é mudar. A oração é a avenida central que Deus usa para transformar-nos. Se não estivermos dispostos a mudar, Então não ore e nem entre nessa campanha.

 Quanto mais nos aproximamos do pulsar do coração de Deus, tanto mais vemos nossa necessidade e tanto mais desejamos assemelhar-nos a Cristo. Tanto mais seremos mudados. Na oração, começamos a pensar os pensamentos de Deus à sua maneira: desejamos as coisas que ele deseja, amamos as coisas que ele ama. Progressivamente, aprendemos a ver as coisas da perspectiva divina.

Todos quantos têm andado com Deus consideraram a oração como principal negócio de suas vidas. As palavras de Marcos, “Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava”, soam como um comentário sobre o estilo de vida de Jesus (Marcos 1.35). Jesus mesmo sendo Deus se aprofundou em oração. E nós devemos seguir seus passos na caminhada da oração.

Martinho Lutero declarou: “Tenho tanto o que fazer que não posso prosseguir sem passar três horas diariamente em oração.” Ele sustentava como axioma(verdade) espiritual que “Aquele que orou bem, estudou bem.”  João Wesley disse: “Deus nada faz senão em resposta à oração”, e apoiava sua convicção devotando duas horas diariamente a esse exercício sagrado. John Hyde, missionário na Índia, fez da oração um característica tão dominante de sua vida que foi apelidado de “Hyde que Ora”. Para esses, e para todos os que enfrentaram com bravura as profundezas da vida interior, respirar era orar. A oração não era um pequeno hábito preso à periferia de suas vidas - ela era a vida deles, eles agiam com a convição que suas orações faziam uma diferença objetiva.  

 O Apóstolo Paulo alegremente anunciou que “somos cooperadores de Deus” (1 Coríntios 3.9); isto é, estamos trabalhando com Deus para determinar o resultado dos acontecimentos. Quando você ora a mão de Deus se move.

Por isso irmãos comece essa campanha crendo que Deus  usará as suas orações para mover nao só seus pedidos, seus sonhos mas também o mundo. interceda por outros. Acredite no que você esta orando.

Existe um poder que emana da oração e esse poder esta disponível a todos os crentes, ela abre portas que estavam fechadas, ela traz a existência situações e coisas que não existiam, ela transforma situações desfavoráveis em favorável, ela traz vida ao que estava morto, traz cura ao incurável etc.

A oração é a maior força que atua na terra. Orar é conectar o altar com o trono, é unir a fraqueza humana à onipotência divina. É entrar na sala do trono e falar com aquele que tem as rédeas da história em suas mãos.

 Sendo Deus soberano, escolheu agir na história por meio das orações do seu povo. A oração move o braço daquele que governa o universo.

 Nada é impossível para oração feita a Deus, em nome de Jesus, no poder do Espírito, porque nada é impossível para Deus. Tudo quanto Deus pode fazer, pode ser alcançado pela oração. Uma igreja de joelhos tem mais poder do que um exército. Hernandes dia Lopes

Existe um poder na inimaginável na oração. Precisamos aprender a orar e não só aprender a orar, mas viver em oração. O Apostolo Paulo instrui os irmãos de Tessalônica dizendo: Orai sem cessar. 1 Tessalonicenses 5:17. Sabendo disso, o adversário de nossas almas faz tudo o que puder para impedir que alguém se dedique à oração. Todo desestímulo, todo obstáculo é levantado contra a oração. Um estudioso afirmou que “o diabo ri de nossa sabedoria, zomba de nossas pregações, mas TREME DIANTE DE NOSSAS ORAÇÕES”. E é verdade. A oração faz tremer o inferno!  A rainha da Inglaterra disse certa vez: “Tenho mais medo de um crente que ora do que de um exército armado”.

Jamais devemos esperar até que sintamos a disposição de orar. A oração é como qualquer outro mister; talvez não nos sintamos com disposição de trabalhar, mas uma vez que nos damos ao trabalho por um tempinho, começamos a gostar dele. Pode ser que não sintamos disposição para estudar piano, mas uma vez que tocamos o instrumento por algum tempo, sentimos vontade de tocá-lo. Da mesma forma, nossos músculos de oração precisam ser flexionados um pouco, e uma vez iniciada a corrente sangüínea da intercessão, descobriremos que estamos dispostos a orar.

JEJUM

O jejum é bíblico. Está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. Os profetas, os apóstolos, o próprio Jesus, bem como muitos servos de Deus do passado como Agostinho, Lutero, Calvino, John Knox, John Wesley, Dwight Moody e outros mais através da história praticaram o jejum.

 Ainda hoje, o jejum é uma prática devocional importante que não pode ser esquecida pela igreja. Mas quando consideramos o ensino de Jesus sobre o jejum, não há como negar que o Mestre esperava que jejuássemos :

“Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuardes, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt.6:16-18).

Embora Jesus não esteja mandando jejuar, suas palavras revelam que ele esperava de nós esta prática. Ele nos instruiu até na motivação correta que se deve ter ao jejuar. E quando disse que o Pai recompensaria a atitude correta do jejum, nos mostrou que tal prática produz resultados!

O que é jejum? É a abstenção de alimento por um período definido para um propósito definido. O jejum não é apenas abstinência de alimento. Não é um regime para emagrecer. Ele deve ter propósitos espirituais claros.

 “Algumas pessoas têm exaltado o jejum religioso elevando-o além das Escrituras e da razão; e outras o têm menosprezado por completo.” - João Wesley equilíbrio

Em uma cultura onde a paisagem está pontilhada de restaurantes de todos os tipos, o jejum parece fora de lugar, fora de passo com o tempo, com esse tempo moderno. Com efeito, o jejum tem estado em geral descrédito, tanto dentro como fora da igreja, por muitos anos. A publicidade com a qual somos alimentados hoje convenceu-nos de que se não tomarmos três boas refeições por dia, entremeadas com diversas refeições ligeiras, corremos o risco de morrer de fome.  Isto, aliado à crença popular de que é uma virtude positiva satisfazer a todo apetite humano, fez que o jejum parecesse obsoleto.

 Quem quer que pratique seriamente ou tente jejuar é bombardeado com objeções. “Entendo que o jejum é prejudicial à saúde.” Ele minará as suas forças e assim você não poderá trabalhar.” “Não destruirá ele o tecido saudável do corpo?” Tudo isto, naturalmente, é uma tolice baseada no preconceito.

Embora o corpo humano possa sobreviver apenas durante breve tempo sem ar ou sem água, ele pode passar muitos dias - em geral, cerca de quarenta - antes que comece a inanição, quando feito corretamente, o jejum pode ter efeitos físicos benéficos. Nós vivemos numa geração cujo deus é o estômago (Fp 3.19).

Quando você Jejua você esta indo na contra mão desta geração, porque quem jejua tem mais pressa de desfrutar da intimidade com Deus do que alimentar-se. Quem jejua tem mais fome do Pão do Céu do que do pão da terra. Quem jejua tem mais saudade do Pai do que das suas bênçãos. Quem jejua está mais confiado no poder que vem do céu do que nos recursos que procedem da terra. O jejum é um teste para conhecermos qual é o desejo que nos controla. Mais do que qualquer outra disciplina, o jejum revela as coisas que nos controlam.

Objetivo do Jejum

É sensato reconhecer que a primeira declaração que Jesus fez acerca do jejum tratou da questão de motivos (Mateus 6.16-18). Usar boas coisas para nossos próprios fins é sempre sinal de falsa religião. Quão fácil é tomar algo como o jejum e tentar usá-lo para conseguir que Deus faça o que desejemos.

Se nosso jejum não é para Deus, então fracassamos. John Piper definiu jejum como fome de Deus e não apenas pelas bênçãos de Deus. O jejum cristão nasce exatamente da saudade de Deus.

Benefícios físicos, êxito na oração, dotação de poder, discernimentos espirituais - estas coisas nunca devem tomar o lugar de Deus como centro de nosso jejum. João Wesley declarou: “Primeiro, seja ele [o jejum] feito para o Senhor com nosso olhar fixado unicamente nele. Que nossa intenção aí seja esta, e esta somente, de glorificar a nosso Pai que está no céu

 “Na verdade, devemos comer e jejuar para a glória de Deus (1Co 10.31). Quando nós comemos, saboreamos o emblema do nosso alimento celestial, o Pão da Vida. E quando jejuamos, dizemos, “eu amo a realidade acima do emblema”.

O alimento é bom, mas Deus é melhor (Mt 4.4). Na verdade quanto mais profundamente andamos com Cristo, mais famintos nós nos tornamos dele, mais saudade temos dele, mais desejamos da plenitude de Deus em nossa vida.” Hernandes dias Lopes

O propósito do jejum não é obter o favor de Deus ou mudar sua vontade (Is 58.1-12). Também não é para impressionar os outros com uma espiritualidade farisaica (Mc 6.16-18).

Nem é proclamar a nossa espiritualidade diante dos homens. O jejum deve ser uma demonstração do nosso amor a Deus.

O jejum é para nos humilharmos diante de Deus (Dn 10-12), para suplicarmos sua ajuda (2Cr 20.3; Et 4.16) e para nos retornarmos para ele de todo o nosso coração (Jl 2.12,13). O jejum é para reconhecermos nossa total dependência da proteção divina (Ed 8.21-23). O jejum é um instrumento para fortalecer-nos com o poder divino em face dos ataques do inferno (Mc 9.28,29).

Deus tem realizado grandes intervenções na história através da oração e do jejum do seu povo. Quando deu a lei para o seu povo, Moisés dedicou quarenta dias à oração e ao jejum no Monte Sinai. Deus libertou Josafá das mãos dos seus inimigos quando ele e seu povo se humilharam em oração e jejum (2Cr 20.3,4,14,15,20,21). Deus libertou o seu povo da morte através da oração e jejum da rainha Ester e do povo judeu (Et 4.16). Deus usou Neemias para restaurar Jerusalém quando este orou e jejuou (Ne 1.4). Deus usou Paulo e Barnabé para plantar igrejas no Império Romano quando eles devotaram-se à oração e ao jejum (At 13.1-4).

Os grandes reavivamentos na história da igreja foram respostas de oração e jejum. As campanhas evangelísticas com resultados mais promissores são regadas pela oração da igreja e o jejum dos fiéis. Aqueles que mais conhecem a intimidade de Deus e mais se deleitam nele são aqueles que praticam o jejum com certa regularidade.

Hoje temos muitos motivos que deveriam nos levar a jejuar. Precisamos urgentemente da intervenção de Deus em nossa vida, em nossa família, em nossa igreja, em nosso país. Que Deus nos desperte para orar e jejuar!

É tempo da igreja jejuar! É tempo da igreja voltar-se para Deus de todo o seu coração, com jejuns e com pranto. É tempo de buscar um reavivamento verdadeiro que traga fome de Deus em nossas entranhas, que traga anseio por um profundo despertamento da realidade de Deus em nossa igreja, em nossa cidade, em nossa nação

Que Deus nos leve a uma vida de quebrantamento e santidade! Que Deus sacie a nossa alma nos ricos banquetes da sua graça!

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