2011/08/21

Servindo a maneira de Deus

Texto: 2 Sm 6.1-11

Um dos textos mais chocantes do Velho Testamento é este no qual Uzá é fulminado por Deus por ter tocado na Arca da Aliança quando os bois que a levavam tropeçaram (II Sm 6: 1-11). Assusta não apenas ao leitor de hoje, mas também apavorou a Davi na hora em que aconteceu. Essa é uma passagem interessante a qual o Senhor nos adverte para não cometermos o mesmo erro que Uzá cometeu ao tentar segurar a arca da aliança quando a mesma estava pendendo.
Era um dia de grande alegria em Israel. "Davi e todo o Israel alegravam-se perante Deus, com todo o seu empenho; em cânticos, com harpas, com alaúdes, com tamboris, com címbalos e com trombetas" (1 Crônicas 13:8). Depois de mais de 40 anos de desprezo, a arca de Deus estava voltando para ficar novamente no meio do povo de Israel (1 Crônicas 13:1-3; 1 Samuel 4:1-11).
Esse objeto tão sagrado para o povo foi incrivelmente largado juntando pó em Siló, por alguns anos. Durante esse tempo o povo perdeu o seu senso de temor e de maravilha que uma vez sentira com respeito a arca poderia se dizer que juntara-se pó também nas almas dos israelitas. Foi então que vieram as guerras com os temíveis Filisteus. Desesperados por um bom objeto de sorte que os protegesse, os israelitas tiraram o pó da arca de Deus e trouxeram para a batalha.
É claro que eles não queriam se arrepender e tornar-se um povo fiel ao Senhor, muito pelo contrario a sua filosofia era "viveremos uma vida perversa e egoísta, mas quando entrarmos numa luta poderemos invocar o nome de nome de Deus e Ele ganharam a batalha para nós", esse era o pensamentos real deles, alias irmãos esse pensamento tem sido o mesmo de muitas pessoas só querem Deus quando é convenientes para eles... para uma cura, para uma benção na família, na empresa etc. Deus só serve para essas coisas.mas uma coisa vou lhe dizer irmãos, esse tipo de gente vai quebrar a cara e se dar muito mal do mesmo jeito que o povo de Israel se deu.
A bíblia nos conta que na primeira batalha eles perderam 4000 homens, eles pararam coçaram a cabeça como que dizendo ué o que deu errado a arca esta conosco. Foram para segunda batalha e mais trinta mil homens morreram numa triste derrota e o mais terrível a arca foi levada pelos filisteus. É assim irmão que acontece com quem não teme a Deus, ele mesmo se torna o seu inimigo e com certeza a vida dessa pessoa não vai virar em nada só em tristeza e morte.
Ao levarem a arca os Filisteus enfrentaram grandes desesperos por contas das doenças que os sobrevieram, a desgraça era tanta que ele evitavam a arca como um soldado evita uma granada atirada contra ele numa guerra. Colocaram a arca num carro de bois e enviaram de volta a Israel.
A arca esteve na casa de Abinadabe, numa montanha em Quiriate-Jearim por vinte anos. Havia sido devolvida a Israel pelos filisteus depois de uma grande crise geral de ratos e hemorróidas (I Samuel 5 e 6), imagine! Eles só conseguiram ficar com a arca seqüestrada por sete meses, e a devolveram aos israelitas em desespero, acompanhada do estranho "sacrifício" que o Deus deles pedia: hemorroidinhas e ratinhos de ouro. Daí ela foi parar em Bete-semes. O povo de lá recebeu-a com curiosidade e, ignorando completamente as leis levíticas e sacerdotais, abriram a arca santa para olhar dentro! Deus então feriu mais de cinqüenta mil homens de dentre eles, para se fazer entendido.
Os Bete-semitas ao invés de se arrependerem e se preparem para a tarefa de se comportarem com a arca de maneira apropriada, não, fizeram foi tratar de se livrar dela rapidamente. Chamaram os homens de Quiriate-Jearim e deram o "presente de grego" para eles. Já o pessoal de Quiriate era diferente. Abinadabe foi consagrado por eles para ser o guardador da arca, e tudo com certeza na mais perfeita conformidade com a palavra de Deus. A arca ficou na casa dele, tranqüila, por vinte anos…
Até que, aí que chegamos ao nosso ponto, a arca teve de ser retirada para ser levada de volta à Jerusalém. Davi estava ansioso por restaurar a arca do Senhor ao local onde ela pertencia. Mandou trazer a arca. O pessoal se põe a caminho. Mete a arca num carro de boi e pé na estrada. Só que um dos bois, lá pelas tantas dá um tropeção. A arca balança, balança, vai cair… foi então que Uzá estendeu sua mão para segura-la, e Deus o matou instantaneamente.
Para entender o porquê isso aconteceu com Uzá precisamos saber mais a respeito da arca de Deus o que ela representava de fato: A palavra arca significa uma "caixa" ou "gaveta", no entanto não era uma caixa comum. Caixa e tampa de madeira de acácia, também não era impressionantemente grande, tendo aproximadamente 1,15cm metros de comprimento e quase 0,70cm de largura e de altura. Cobriu-se de ouro puro por dentro e por fora. Para seu transporte, necessário para um povo ainda nômade (nómada), foram colocadas quatro argolas de ouro nas laterais, onde foram transpassados varas de acácia recobertas de ouro. Assim, o objeto podia ser carregado pelo meio do povo. - (Êxodo 25:10 a 16). Contudo irmãos essa caixa para os antigos hebreus era o mais sagrado artefato.
A arca continha três objetos: uma jarra de ouro que guardava o miraculoso maná que havia caído do Céu quando Deus alimentou Israel no deserto; a vara de Arão, isto é, seu cajado, que havia tão miraculosamente brotado, muito depois de ela ter-se tornado um pedaço de madeira morta; e os itens grandes, as tábuas onde estavam escritos os dez mandamentos.
Sobre a tampa, chamada Propiciatório "o Kapporeth", foi esculpida uma peça em ouro, formada por dois querubins ajoelhados de frente um para o outro, cujas asas esticadas para frente, tocavam-se na extremidade, formando um arco, de modo defensor e protetor. Eles se curvavam em direção à tampa em atitude de adoração (Êxodo 25:10-21; 37:7-9). Segundo relato bibico, Deus se fazia presente no propiciatório no meio dos dois Querubins de ouro em uma presença misteriosa que os Judeus chamavam Shekinah ou presença de Deus.
A Arca fazia parte do conjunto do Tabernáculo, com outras tantas especificações. Ela ficaria repousada sobre um altar, também de madeira coberto de ouro, com uma coroa de ouro ao lado. Somente os sacerdotes levitas poderiam transportar a tocar na arca, e apenas o Sumo-Sacerdote, uma vez por ano, no dia da expiação, quando a Luz de Shekiná se manifestava, entrava no santíssimo do templo. Estando ele em pecado, morreria instantaneamente.
Segundo a Bíblia, Deus revelava-se como uma fumaça que se manifestava com sua shekiná (Presença) entre os querubins que tinham asas de anjos, corpo de homem e rosto de bebê, e que estavam ligados em baixo pelos joelhos em cima do propiciatório e ligados em cima pelas asas que sendo assim formava um circulo entre eles (simbolizando tudo que é ligado na terra Também será ligado no céu) e era justamente onde estava a shekiná e era ali que DEUS falava com Moises. Tocá-la era um ato tolo, pois quem a tocasse era logo morto pela ira de DEUS, razão pela qual existiam varas para seu transporte. Ninguém poderia também olhar para dentro dela. Num dado episódio 70 homens morreram porque olharam dentro dela 1 Sm 6.19
A Arca representava o próprio Deus entre os homens. A crença de Sua presença ativa fez com que os hebreus, por várias vezes, carregassem o objeto à frente de seus exércitos nas batalhas realizadas durante a conquista de Canaã. Inicialmente, a presença da Arca era suficiente para que pequenos contingentes hebreus aniquilassem exércitos cananeus inteiros. Mas quando dispensavam-na, sofriam derrotas desastrosas.
Enfim a Arca era o símbolo máximo da presença de Deus. Ela caminhava à frente do povo durante as suas andanças pelo deserto e indicou o ponto exato por onde Israel deveria atravessar o Jordão. Depois da construção de um Templo Fixo, permaneceu intocável no compartimento mais nobre da construção. Perante ela o Sacerdote intercedia pelo povo

Contexto
Davi tinha acabado de tomar a cidade de Jerusalém e subido ao trono. O homem segundo o coração de Deus mal podia esperar para trazer a arca ao centro da cidade. A presença de Deus estava na arca e Davi queria "A Presença" segura no coração da capital. Israel e Judá tinham sido duramente divididas, mas agora juntas elas tinham uma nova capital, que não era nem em Israel nem em Judá. Recolocada em Jerusalém, a arca pertencia a todo o povo de Deus. Ela ajudaria a solidificar o reino do ponto de vista político e religioso.
No entanto queridos irmãos, Davi fez exatamente o que os Filisteus tinham feito com a arca de Deus: ele a puxou numa carroça e a caminho de Jerusalém milhares de israelitas em procissão festiva gritando e cantando, fazendo a maior festa foi quando o impensável aconteceu os bois tropeçaram fazendo com que a arca cambaleasse e Uzá instintivamente colocou sua mão para protegê-la
Uma pergunta surge em nossos corações: Por que Deus atingiu a Uzá? Que é que entra realmente nesta questão?
Sabe irmãos pensando a esse respeito e olhando para os dias de hoje percebi que a semelhança de nossos irmãos palestinos, freqüentemente tendemos a reduzir o Deus todo poderoso a um símbolo de boa sorte numa caixa.
E o grande problema de Uzá não foi que, com boas intenções, ele cometeu um pequeno erro. Oh, não. Uzá sabia exatamente o que estava fazendo. Ele era levita, um coatita, especificamente encarregado de tomar conta das coisas sagradas da arca (Números 4). De acordo com Êxodo 37, nas laterais da caixa sagrada havia anéis feitos de ouro, através dos quais pólos cobertos de ouro eram enfiados, e somente os coatitas podiam tocar esses pólos e carregar a arca em seus ombros. Ele com certeza sabia a respeito da pena de morte e tinham que tomar o cuidado para não olhar para aquela coisa sagrada e muito menos agarrá-la como se fosse um embrulho qualquer e atirá-la numa carruagem. A arca deveria ser carregada somente pelos sacerdotes, mas Uzá permitiu que ela fosse carregada por bois o que era uma irreverência muito grande.
A questão não é irmãos a caixa em si como sendo algo especial, mas sim que essa caixa representava o própria manifestação de Deus, tratá-la como tal simbolizava reverência para com um Deus Santo o criador do universo.
Uzá tinha com certeza crescido com a presença da arca sem sua casa. Vinte anos de convivência. A arca para ele era como uma peça de mobília ou um artefato de estimação. E esta intimidade lhe foi fatal. O menininho que cresceu acostumado à presença da arca da aliança em sua própria casa, agora homem, cai fulminado na frente de todos por um raio de Deus. Uzá não santificou o nome de Deus. O incidente é uma declaração de quão terrível é a irreverência, de tratar o nome do Senhor e as coisas sagradas com leviandade.

1) Servir com consciência, temor e tremor
E este é a primeira lição que aprendo com Uzá e faço uma pergunta e você tocou na arca ultimamente?
Irmãos quando tornamos o pecado trivial em nossas vidas é semelhante a tocar a arca. Não olhamos o pecado com os olhos de Deus. O pecado matou seu filho, ele é para nós o nosso ponto fraco, uma fraqueza. Algumas pessoas tocam na arca quando assumem uma postura de comodismo frente ao pecado. "A eu sou humano e todo mundo pecou" é verdade, mas isso não nos habilita a permanecer e viver no pecado.
A bíblia diz "A alma que pecar essa morrerá" Qualquer um de nós esta vivo neste momento somente pela misericórdia e graça de um Deus bondoso e paciente. Tratar as coisas de Deus com irreverência, com leviandade, é como tocar na arca. Fico assustado quando, por exemplo, durante a ceia do Senhor ou no momento da palavra as pessoas tagarelam, cochicham, mexem nos celulares tiram a atenção daqueles que tem fome de Deus. O que aconteceria se Deus decidisse trata conosco como tratou com Uzá?
Hans Kung diz: "não fico surpreso por ver que Uzá morreu, e sim que o restante de nós ainda estamos vivos" Somos todos pecadores. Merecemos a morte irmãos.
Com freqüência cantamos hinos que contem o nome de Deus, dirigindo-nos a Ele de modo tão profano, tão irreverente, insensível e quando assim nos portamos perigosamente temos nossas mãos apegadas à arca. Ou quando tratamos a graça da vida de modo barato, esbanjando nossos dons que nos foram dados por Deus num jogo de ocupação trivial? Será que tem sido algo desonrado?
Conta-se uma lenda antiga, do rabino Malaki o Rabino ansioso e devoto orava fervorosa e persistentemente: "Oh Adonai, revela-me Teu verdadeiro nome, de modo quem eu possa conhecê-lo como os anjos conhecem". A cada manhã Malaki erguia esta petição. Finamente, Adonai honrou o pedido do velho rabino, o que fez Malaki voar e esconder-se sob sua cama, ganindo como um animal amedrontado, implorando a Adonai que o ajudasse a esquecer-se do verdadeiro nome.
"maldito é aquele que faz a obra de Deus relaxadamente" Jr 48.10a

2) Servir a maneira de Deus
A segunda lição que aprendo olhando agora para a vida de Davi em relação a esse episódio é que Davi quis agradar a Deus ele disse vou agradar a Deus de uma forma muito grande trazendo a arca de Deus para onde estamos. Davi estava feliz todo povo cantava tinha muita musica e dança ta tudo dando certo e ele pensava é isto que Deus quer. Até que aconteceu o fato com Uzá
E algo que entendi é quantas vezes nós acreditamos que servindo a Deus já estamos agradando a Ele, porque somos líderes, somos pastores, somos levitas, porque temos uma participação na igreja e com isso acreditamos que Deus já esta feliz, porém às vezes vem surpresa como Uzá teve nesse dia, é quando Deus olha a maneira de como o servimos, porque a questão não é só servir, não é só fazer as coisas, é fazê-la a maneira de Deus, da maneira que lhe agrada. A questão não é pregar, a questão é pregar da maneira que fale aquilo que Deus tem para as pessoas. É isso que agrada a Deus, é servir da maneira de Deus.
Às vezes nos dedicamos tanto a obra do Senhor que esquecemos do Senhor da obra e ai o nosso serviço deixa de ser agradável a Deus. Já o nosso ministério não esta sendo edificado por um fundamento correto que é Deus, esta sendo fundamentado em nossa experiência, em nossa sabedoria, em nossa força e por isso muitas vezes começamos a sentir que o ministério é uma carga pesada porque não estamos levando da maneira de Deus, não é como agrada Ele, estamos lutando em nossa própria força, em nossa própria sabedoria, na nossa experiência e Deus quer que voltemos para Ele, que não importa aquilo que façamos o quão pequeno seja o nosso serviço para Ele sempre devemos voltar para Ele, e possamos perguntar-lhe estou naquilo que Tu queres, é assim que Tu queres.
E isso que Deus olha em nosso coração, Deus olha nossa atitude, Deus olha porque estamos fazendo aquilo que fazemos e é quando ele olha o nosso coração e vê que muitas vezes nossa atitude não é a correta, diante de todo o mundo é o Maximo e às vezes a muitas pessoas que vão te elogiar e te louvar então você acredita que esta fazendo a melhor coisa e acredita que Deus esta feliz, mas Deus não vê como vê o homem, Deus sempre olha o coração, Ele sempre vai mais adiante e quando alguém deixa que Ele o olhe é nessa hora que percebemos que temos falhado com Ele, que estamos perdendo, estamos servindo, mas não como agrada a Ele. A nossa motivação deve ser o amor as pessoas e não fazer em busca de um reconhecimento.
Talvez tenha sido esse sentimento que Davi teve diante desse episódio acreditar que Deus estava feliz com ele e descobrir que não era bem assim e Deus quer que hoje você olhe para Ele e possa enxergar como esta a sua relação com Ele e se algum momento você começou a andar sozinho e deixou Deus em algum lugar em seu caminho, se algum momento a sua atitude mudou, se como você esta servindo é como Deus se agrada ou então simplesmente você esta fazendo as coisas só por fazer, baseada em sua própria força e sabedoria, mas não esta mais buscando a Ele e o que esta sustentando seu ministério não é Ele.
Hoje eu sei que Deus te trouxe aqui neste lugar por que quer falar ao seu coração, Ele precisa colocar motivações corretas e não haverá motivação correta se a sua relação com Deus estiver mal. O que você vai falar a sua Igreja, o que você vai falar as pessoas se você não esta vivendo uma relação plena com Deus, se você esta fazendo muitas coisas, mas esta distante de dEle, hoje é um dia para que você volte para Ele e decida fazer as coisas da maneira que agrada a Ele.

Um comentário:

Alice Paes disse...

Amei a mensagem, precisava mesmo ler isso.
Impactante quando diz que achamos que o fato de termos um cargo na igreja já estamos agradando a Deus. Até mesmo os irmãos de banco, ou aqueles que vão aos domingos, acredito que pensem "já faço minha parte" Quando na verdade Deus quer muito mais que isso, que o busquemos de coração para fazer sua obra conforme Ele determina a cada um de acordo com nossas características e com o que Ele quer que sejamos.
Deus abençoe a ti e tua família pastor. Em nome de Jesus.
Meditarei na palavra.