2013/06/04

A GRAÇA DA CRUZ

Texto: 1 Coríntios 1:18
 Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus. (1 Coríntios 1:18 NVI)
Queridos todas as religiões e ideologias têm seu símbolo visual, que exemplifica um aspecto importante de sua história ou crenças. O Cristianismo, portanto, não é exceção quanto a possuir um símbolo visual. Todavia, a cruz não era o único símbolo do cristianismo.
Por causa das selvagens acusações dirigidas contra os cristãos, e da perseguição a que estes foram submetidos, eles tiveram de ser muito circunspectos (cautelosos), e evitar ostentar sua religião. Assim a cruz, agora símbolo universal do Cristianismo, a princípio foi evitada, não somente por causa da sua associação direta com Cristo, mas também em virtude de sua associação vergonhosa com a execução de um criminoso comum.
Um pouco mais tarde, provavelmente durante o segundo século, os cristãos perseguidos parecem ter preferido pintar temas bíblicos como a arca de Noé, Abraão matando o cordeiro no lugar de Isaque, Daniel na cova dos leões, seus três amigos na fornalha de fogo, Jonas sendo vomitado pelo peixe, alguns batismos, um pastor carregando uma ovelha, a cura do paralítico e a ressurreição de Lázaro. Tudo isso simbolizava a redenção de Cristo e não era incriminador, uma vez que somente os entendidos teriam sido capazes de interpretar o seu significado.
Um emblema cristão universalmente aceito teria, obviamente, de falar a respeito de Jesus Cristo, mas as possibilidades eram enormes.
Os cristãos podiam ter escolhido a manjedoura em que o menino Jesus foi colocado, ou o banco de carpinteiro em que ele trabalhou durante sua juventude em Nazaré, dignificando o trabalho manual, ou o barco do qual ele ensinava as multidões na Galiléia, ou a toalha que ele usou ao lavar os pés dos apóstolos, a qual teria falado de seu espírito de humilde serviço.
Também havia a pedra que, tendo sido removida da entrada do túmulo de José, teria proclamado a ressurreição. Outras possibilidades eram o trono, símbolo de soberania divina, o qual João, em sua visão, viu que Jesus partilhava, ou a pomba, símbolo do Espírito Santo enviado do céu no dia do Pentecoste. Qualquer destes sete símbolos teria sido apropriado para indicar um aspecto do ministério do Senhor. Mas, pelo contrário, o símbolo escolhido foi uma simples cruz..
ILUSTRAÇÃO: Havia no alto de uma montanha três árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes.
A primeira olhando às estrelas disse: Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros.
A segunda, olhando o riacho suspirou: Eu quero ser um navio grande para transportar reis e rainhas.
A terceira, olhou o vale e disse: Eu quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto que as pessoas ao olharem para mim levantem os olhos e pensem em Deus.
Muitos anos se passaram e, certo dia, três lenhadores cortaram as árvores que estavam ansiosas em ser transformadas naquilo que sonhavam.
Mas os lenhadores não costumavam ouvir ou entender de sonhos...
Que pena!...
A primeira árvore acabou sendo transformada em um cocho de animais coberto de feno.
A segunda virou um simples barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias.
A terceira foi cortada em grossas vigas e colocada de um lado num depósito.
Então, desiludidas e tristes, as três perguntaram: Por que isso?
Entretanto, numa bela noite, cheia de luz e estrelas, uma jovem mulher colocou seu bebê recém nascido naquele cocho de animais e, de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo.
A segunda árvore estava transportando um homem que acabou por dormir no barco em que se transformara. E quando a tempestade quase afundou o barco, o homem levantou-se e disse: Paz!
E num relance, a segunda árvore entendeu que estava transportando o rei do céu e da terra.
Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando vigas foram unidas em forma de uma cruz e um homem foi pregado nela.
Logo sentiu-se horrível e cruel. Mas pouco depois, no domingo seguinte, o mundo vibrou de alegria. E a terceira árvore percebeu que nela havia sido pregado um homem para a salvação da humanidade, e que as pessoas sempre se lembrariam de Deus e de seu filho Jesus Cristo ao olharem para ela.
As árvores haviam tido sonhos e desejos, mas sua realização foi muitas vezes maior do que haviam imaginado.
Nesta noite eu quero falar não da cruz especificamente, mas do simbolismo que esta por traz dela, quero falar de renuncia, de amor, de salvação, de misericórdia, de graça, do favor incondicional , da crucificaçao de Jesus Cristo por nós.
O Filho de Deus, nos amou e a si mesmo se entregou por nós. A cruz é ao mesmo tempo graça e a revelação do propósito divino de vencer a maldade humana assim exposta. Jesus morreu, entregando-se voluntariamente para fazer a vontade do Pai.
Porque a crucificação de Jesus que, apesar de seu horror, vergonha e dor, a faz tão importante ao ponto de Deus a planejar de antemão e de Cristo vir para suportá-la.?
1 - Porque sem ela não poderíamos estar aqui essa noite, ele morreu para nos dar vida.
Cristo morreu por nós. O sofrimento de Jesus culminou com sua morte. Ele, em obediência ao Pai, tomou o cálice amargo da ira de Deus até a última gota, suportou a cruz até que nossa redenção estivesse assegurada.
Além de ser necessária e voluntária, sua morte foi altruísta e benéfica. A cruz de Cristo não foi um acidente, mas um apontamento de Deus desde a eternidade. Cristo veio para morrer. Ele foi morto desde a fundação do mundo. Ele nasceu para ser o nosso substituto, representante e fiador.
A cruz sempre esteve incrustrada no coração de Deus, sempre esteve diante dos olhos de Cristo. Ele jamais recuou da cruz. Ele marchou para ela como um rei caminha para a coroação. O amor de Deus por nós é eterno. A causa do amor de Deus está nele mesmo.
Em sua mensagem no dia de Pentecostes, Pedro afirmou esta verdade quando disse que Jesus fora "entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus" (At 2.23). Pedro se achava presente quando tudo aconteceu; ele sabia que o Calvário não foi uma surpresa para Jesus. Anos mais tarde, quando escreveu a sua primeira epístola, Pedro chamou Jesus de Cordeiro que foi "conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo" (1Pe 1.20).
Apesar de Jesus ter se dado em nosso lugar, e isso é claro como temos visto até aqui, no entanto nós somos culpados por sua morte na cruz. É muito fácil culpar o povo judeu, Herodes, Pilatos e até os soldados romanos, mas saiba de uma coisa, se nós estivéssemos no lugar deles teríamos feito a mesma coisa. Deveras, nós o fizemos. Pois sempre que nos desviamos de Cristo, estamos "crucificando" para nós mesmos o Filho de Deus, e o "expondo à ignomínia" (Hb 6.6).
Nós também sacrificamos Jesus à nossa ganância como Judas quando pensamos em ganhar mais dinheiro do que no reino de Deus, à nossa inveja como os sacerdotes quando agimos como se não precisássemos dele pra nada, à nossa ambição como Pilatos quando por medo ou por querer agradar os outros deixamos de cumprir a palavra de Deus.
Estávamos lá quando crucificaram o meu Senhor. Não apenas como espectadores, mas também como participantes, participantes culpados, tramando, traindo, pechinchando e entregando-o para ser crucificado. Como Pilatos, podemos tentar tirar de nossas mãos a responsabilidade por meio da água. Mas nossa tentativa será inútil tanto quanto foi a dele.
Irmãos, TODOS PECARAM,  e este estado de pecado refere-se a todas as pessoas, sem exceção, inclusive a mim e a você. Todos nós somos pecadores e, portanto, merecemos a santa ira de Deus. Nossas obras de caridade não podem apagar nossos pecados.
 Tentarmos ser pessoas melhores não cancelará as milhares de maldades que cometemos até hoje e que, com certeza, ainda cometeremos durante a nossa vida. Não podemos ajudar a nós mesmos. A distância entre o homem e Deus tornou-se imensurável, pois Ele é santíssimo e não pode tolerar o pecado. E é exatamente por isso que ele morreu.
Cristo morreu na cruz do Calvário para nos dar vida. Jesus no Evangelho de João 10.10 nos diz que Ele veio para nos dar vida e vida em abundância. Só necessita de vida quem está morto e o apóstolo Paulo nos fala em Ef 2.1: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados".
 A condição do homem sem Deus é desesperadora. A Bíblia diz que Jesus morreu "pelos pecados, o justo pelos injustos". Aquele que é gloriosamente santo morreu em favor daqueles que são miseravelmente pecadores.
Observem a história da redenção! O homem, criado em retidão e perfeição, rebelou-se contra Deus, desobedecendo a Sua Palavra e colocando-se, por isso, debaixo de Sua ira (Ef 2.3). A justiça de Deus demanda a punição do pecado humano.  E é por isso que a situação do homem, devido ao seu pecado, tornou-se desesperadora. O diagnóstico que Paulo faz se refere ao homem caído em uma sociedade caída em todos os tempos e em todos os lugares. Esse é um retrato da condição humana universal.
O pecado não é uma dessas enfermidades que alguns homens contraem e outros não. É algo em que todo ser humano está envolvido e de que todo ser humano é culpado. A Bíblia nos fala que "o salário do pecado é a morte" (Rm 6.23a), e não há graus de morte, só graus de decomposição. O pecador perdido que diz: "Não sou tão mau quanto outras pessoas", não está captando a mensagem. A questão não é decadência, é morte.
Jesus morreu para que tivéssemos vida! Rm 6.23b que "o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor". O pecado paga salários a seus escravos – e o salário é a morte. Deus nos dá, não salário, mas algo melhor e muito mais generoso: por sua graça, ele nos dá a vida eterna como dom – a vida eterna que nos pertence por nossa união com Cristo.  Por isso quando você olhar para cruz lembre-se que é graça, amor, misericordia... 1ª Ele morreu para nos dar vida.
2 - Em segundo lugar a crucificação é importante porque, Cristo morreu na cruz do Calvário para vivermos para Ele.
No momento em que me uno a Cristo eu estou me rendendo a Sua vontade, como disse o apóstolo Paulo em Gl 2.19,20: "Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim". Uma coisa é ter Cristo como Salvador outra é tê-lo como Senhor. Um bom exemplo disso nós também encontramos em 2Co 5.14,15: "Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou".
Porque Cristo morreu por nós, agora devemos viver para Ele. Isso é serviço. O Salvador não morreu por nós para vivermos uma vida egoísta e centrada em nós mesmos, mas morreu para vivermos para Ele. Obviamente, não servimos a Cristo para sermos salvos, mas porque já fomos salvos. As nossas boas obras não são a causa da nossa salvação, mas sua consequência.
A fé e as obras caminham juntas. Somos salvos pela fé, para as obras. Não somos salvos pelas obras nem pela fé mais as obras. Não cooperamos com Deus na nossa salvação. Recebemo-la gratuitamente. Somos salvos por Cristo mediante a fé para a prática das boas obras. As obras não são a causa da nossa salvação, mas a evidência dela. A fé é a causa instrumental da nossa salvação e; as obras, o resultado visível dela.
Há dois perigos quanto a este assunto. O primeiro deles é a prática das boas obras em substituição à fé em Cristo. Muitas pessoas tentam comprar a salvação com suas obras. Pensam que podem chegar a Deus pelo mérito de suas obras. Isso é um engano. A Bíblia é clara e peremptória em afirmar que pelas obras da lei ninguém pode ser justificado diante de Deus. Essa tola pretensão, além do mais, anularia por completo o perfeito, cabal e substitutivo sacrifício de Cristo na cruz.
O segundo perigo é imaginar que a fé pode ser legítima sem obras. A Bíblia diz que a fé sem as obras é morta. Fomos criados em Cristo para as boas obras. Cristo morreu na cruz para formar um povo zeloso de boas obras. Somos justificados diante de Deus pela fé, mas demonstramos esse fato diante dos homens pelas obras.
Se Cristo morreu para formar um povo zeloso de boas obras, então, quando praticamos essas boas obras demonstramos que, de fato, pertencemos a esse povo. A Bíblia diz que não podemos amar a Deus sem amar o próximo. O nosso amor não deve ser apenas de palavras, mas traduzido em obras. Amor não é sentimento, é ação. Quem ama dá, distribui, reparte, caminha, discipula, chora junto, sofre junto.
Deus amou o mundo e deu o seu Filho Unigênito. O amor se evidencia pelas obras e não apenas pelas palavras. Não somos apenas o que falamos, mas, sobretudo, o que fazemos. Demonstramos que fazemos parte da família de Deus quando temos o coração aberto e as mãos abertas para as boas obras.
Você foi salvo para que pudesse viver para Ele. O que é que você acha que Deus quer fazer com você agora que o salvou? Deus tem um propósito em mente para sua vida. Quando nós realizamos esse propósito, experimentamos um inigualável sentimento de alegria e plenitude. Essa é a razão porque ser cristão é uma grande bênção. A partir do momento em que Jesus nos salvou, podemos começar a realizar o propósito de Deus para as nossas vidas. Deus quer que façamos boas obras com a nossa vida. Se ainda não fez isso, comece já.
E quando você olhar para a cruz lembre-se que essa cruz não é só amor, mas é responsabilidade...
3 - Em terceiro lugar a crucificação é importante porque, Cristo morreu na cruz do Calvário para que pudéssemos viver com Ele eternamente.
Portanto, se estamos prontos a receber aquilo que merecemos, só pode ser a morte; já a vida eterna é uma dádiva de Deus, inteiramente gratuita e absolutamente imerecida. Ela se alicerça unicamente na morte expiatória de Cristo, e a única condição para recebê-la é que nós estejamos em Cristo Jesus nosso Senhor, isto é, unidos pessoalmente a Ele pela fé.
Ele fez tudo isso por amor. Ele não morreu para fazer Deus nos amar. Cristo não comprou o amor de Deus pelos pecadores. Foi o amor que fez Cristo morrer por nós. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3:16.
Ilustração: Alguns anos atrás, um cartaz preparado por uma agência de propaganda obteve o primeiro lugar na exposição de publicidade. O cartaz apresentava uma cena da crucifixão com as seguintes palavras: "Ele poderia simplesmente ter cruzado os braços."
Cristo foi o canal pelo qual o amor de Deus nos alcançou. Sua morte foi a maneira pela qual Deus mostrou seu amor por nós.
O amor sempre faz algo para aqueles que são os recipientes deste amor. O amor de Deus entregou Cristo nas mãos da Justiça, com todos os nossos pecados sobre ele, e a Justiça o sentenciou à morte. O amor levou Cristo ao tribunal da Justiça e clamou: O amor de Deus é soberano, não é um amor baseado num relacionamento, não é um amor por obrigação.
O céu sempre foi real para Jesus, "o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus" (Hb 12.2). Foi a sua visão do céu que o sustentou quando a caminhada se tornou árdua. Séculos antes, a garantia do céu encorajou Abraão, Isaque e Jacó. Eles mantiveram os olhos fixos na cidade e país que Deus estava preparando para eles (Hb 11.13-16). Jesus em seu ministério sempre procurou renovar no coração de seus discípulos essa viva esperança.
Muitos tem suas próprias opiniões sobre o assunto, ou foram ensinados que não há nada depois da morte, mas não é isso que a maior autoridade no assunto nos deixou para que possamos refletir. O Deus da Bíblia, Pai de nosso Salvador Jesus Cristo nos mostra que há apenas dois lugares em que poderemos passar a eternidade, um é o céu de luz e paz (Mt. 25:34) um lugar preparado para os que crêem, desde a fundação do mundo; e o outro um lugar é o inferno de trevas e sofrimentos eternos (Mt. 25:41), para onde também vai o diabo e seus anjos.


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