2012/10/09

ADORAÇÃO CONTÍNUA E RENOVAÇÃO DA MENTE

Texto: Romanos 12.1- 2


 Domingo passado tratamos do tema Adoração e disse que: Adoração é atribuir honra a alguém que é digno. O dever supremo daqueles feitos à imagem de Deus é "atribuir dignidade" àquele em quem vivemos, nos movemos e temos a nossa existência. Nós adoramos a Deus porque Deus nos criou para adorá-lo. Adoração está no centro da nossa existência; no coração da nossa razão de ser. Você simplesmente foi criado para adora-lo, você nasceu pra isso... adorar a Deus faz parte de seu DNA...

No texto de Jo 4.24 diz: "e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade." Esse texto deixa-nos claro que se existe uma adoração em espírito e em verdade o contrario também é verdadeiro existe uma adoração que não é espiritual e nem verdadeira. Irmãos a verdadeira adoração de uma pessoa vai determinar o seu sucesso, não podemos esquecer que o ser humano foi criado para adorar. Se ele não adorar da maneira verdadeira, adorará da maneira errada. E é por isso que precisamos ter a compreensão da verdadeira adoração.

A cada dia que passa eu fico mais e mais impressionado com a fragilidade da igreja. Muitos foram enganados pelos "novos adoradores", que conduziram a Igreja para águas sujas e tempestuosas. A religiosidade evangélica moderna está à procura de um deus utilitarista e manipulável. Um deus que resolva os nossos problemas o mais rápido possível e que atenda a nossa voz de comando dada através de nossas petições.

Ao contrário do que se ensina hoje, a verdadeira adoração não é um tipo de ocultismo, recheado de citações bíblicas, que objetiva conquistar a vontade de Deus, mas é servir, fazer a vontade e a obra de Deus.

A urgente necessidade da igreja hoje é de maturidade. Queimam em meu coração as palavras de Richard Foster, e eu não me canso de repeti-las: "A superficialidade é a maldição de nosso tempo; a necessidade urgente hoje não é de um maior número de pessoas inteligentes, ou dotadas, mas de pessoas profundas".

Qual é a verdadeira adoração pastor....

Adoração é o reconhecimento, pelo homem finito, do valor infinito de Deus. É prostrar-se perante Ele, e compreender e reconhecer Sua grandeza e poder infinito. A adoração bíblica é centralizada em Deus e não nos seres humanos. Ela não tem por objetivo primordial edificar, elevar, purificar ou consagrar os adoradores. Esses resultados são secundários. O propósito da adoração é glorificar a Deus.

Na adoração, visualizamos a origem da nossa existência e o destino para o qual fomos chamados. Em sua adoração, o crente constata que é livre. Temos as palavras de pessoas libertadas, resgatadas. Diante de Deus somos livres para falar, livres para orar, livres para confessar e revelar os segredos de nosso coração. Livres para cantar, louvar e adorar.

O crente foi liberto por Cristo Jesus, e por isto ele pode adorar a Deus, num encontro sagrado em que Deus concede perdão, auxílio, consolo e direção. Então respondemos com louvor, freqüentemente recordando os grandes atos redentores de Deus.

Temos que reconhecer em nosso relacionamento com Deus, que Ele não pode ser subjugado por nós, Manipulado por nossas vontades e necessidades. Ele é soberano e grandioso. Sempre que alguém aspira de algum modo "exercer poder" sobre Deus, afetar ou influenciá-lo por intermédio de obras das mãos humanas, a verdadeira adoração é destruída.

Quero mostrar nessa noite 3 aspectos acerca da verdadeira adoração

1)    A verdadeira adoração esta baseada na misericórdia de Deus vs1

"Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador" Tito 3.5,6

As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim" (Lamentações 3.22).

Nenhum homem merece a misericórdia de Deus. Nenhum homem pode reclamar a misericórdia de Deus por mérito. As Escrituras concluem: "... pois todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Romanos 3:23).

Você percebe por que precisamos apreciar a misericórdia de Deus? O homem não tinha esperança de nada além da culpa do pecado. Ele era impotente para livrar-se do pecado porque não podia resistir às tentações do diabo. "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira" (Romanos 5:8-9). É-nos dito que, sob a nova aliança,"... para com as suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei" (Hebreus 8:12). Agradeçamos a Deus por sua misericórdia

As misericórdias do Senhor não têm numero: "Muitas, Senhor, são as tuas misericórdias" (Salmo 119.156). 

As misericórdias do Senhor não estão debaixo do tempo: "A sua misericórdia dura para sempre" (Salmo 106. 1). 

As misericórdias do Senhor não acabam, pois "renovam-se a cada manhã" (Lamentações 3.23).

2)    A verdadeira adoração é apresentar o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Vs1

O apóstolo Paulo diz: "Rogo-vos, pois, irmãos pelas misericórdias de Deus, que apresenteis vossos corpos como sacrifício vivo, santo e, agradável a Deus, que é o vosso culto racional". Depois de expor sobre a gloriosa salvação que recebemos pela fé em Cristo, Paulo insta a igreja para demonstrar essa verdade através de uma vida de consagração. Nossa consagração a Deus é uma resposta ao seu amor, uma reação à ação da sua misericórdia dispensada a nós.

Na antiga dispensação os animais do sacrifício iam arrastados ao altar, involuntariamente, mas nós devemos voluntariamente oferecer o nosso corpo a Deus como um sacrifício vivo, santo e agradável. Nosso corpo foi comprado pelo sangue de Cristo; é morada do Espírito e habitação de Deus. Portanto, deve ser oferecido a ele como um sacrifício vivo. Nosso corpo não é destinado à impureza, por isso sua entrega precisa ser um sacrifício santo. Nosso corpo é para o Senhor e por isso, seu sacrifício precisa ser agradável, ou seja, sem mácula.

 O apóstolo Paulo diz que essa consagração é que constitui o nosso culto racional. A palavra "racional" significa lógico, coerente, autêntico. O culto que agrada a Deus é aquele onde há coerência e consistência entre o altar e o trabalho, entre o templo e o lar, entre a adoração e a vida. O culto que prestamos a Deus no altar é vazio de significado se não é acompanhado por uma vida de obediência e fidelidade a Deus (Is 1.15; Am 5.21-23; Ml 1.6-10).

Paulo esta falando da necessidade de estabelecermos em nossa vida uma postura de santidade. Santidade é o hábito de ser de uma só mente com Deus, de acordo com o que as Escrituras descrevem como sendo a mente dele. Quais as características de uma pessoas santa:

Um homem SANTO se esforçará para evitar cada pecado conhecido, e guardar cada mandamento revelado. A inclinação de sua mente será decisivamente direcionada para Deus. O desejo do seu coração será o de fazer a vontade do Pai. Ele temerá muito mais a desaprovação divina do que a do mundo e terá o mesmo sentimento que Paulo teve quando disse: "Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus" (Rm 7.22).

Um homem SANTO se esforçará para ser como o Senhor Jesus Cristo. Ele não somente viverá uma vida de fé nele, e dele receberá paz e força para vier o dia-a-dia, mas também trabalhará para ter a mente de Cristo e ser conforme à sua imagem (Rm. 8.29).

Um homem santo buscará mansidão, longanimidade, bondade, paciência, gentileza e controle de sua língua. Dará um bom testemunho, será muito paciente, tolerante para com os outros, e também não se apressará em exigir os seus direitos.

Um homem SANTO buscará temperança e autonegação. Lutará para mortificar os seus desejos carnais, crucificar sua carne com suas tentações e lascívias, fugir das paixões e controlar suas inclinações carnais, sempre que elas se manifestarem. (Lc. 21.34 e 1Co. 9.27).

Um homem santo buscará misericórdia e bondade no trato com os outros...Será como Dorcas, "notável pelas boas obras e esmolas que fazia", que não somente se propôs a fazer ou falou a respeito das boas obras, mas as praticou (At 9.36).

Um homem santo buscará a pureza de coração. Temerá toda a corrupção e impureza de espírito e tentará evitar todas as coisas que podem levá-lo a se contaminar. Ele sabe que o seu coração facilmente se inflama, e tentará cuidadosamente evitar a brasa da tentação. Um homem SANTO buscará o temor a Deus.

Um homem SANTO buscará humildade. Desejará, em sua mente simples e caridosa, ter os outros em mais alta estima do que a si mesmo. Também perceberá mais o mal existente em seu coração do que em qualquer outro neste mundo.

Um homem SANTO buscará fidelidade em todos os seus deveres e relacionamentos. Por seus motivos serem os mais sublimes, e contando com o adicional da ajuda divina, ele não se contentará apenas em cumprir suas obrigações, mas, melhor ainda, tentará ajudar aqueles que não se preocupam com a sua alma. Pessoas santas devem, em todos os momentos, desejar praticar o bem, e devem se envergonhar se algo de mal acontecer a alguém que elas poderiam ter ajudado. Elas devem lutar por ser boas esposas e bons maridos, bons pais e bons filhos, bons patrões e bons empregados, bons vizinhos, bons amigos, bons cidadãos, bons em particular e em público, bons no local de trabalho e no ambiente familiar. O Senhor Jesus perguntou ao seu povo algo que exige reflexão, quando diz: "Que fazeis demais" (Mt. 5.47).

Por fim um homem SANTO encherá sua mente com coisas espirituais. Tentará se concentrar inteiramente nas coisas do alto, não se apegando às coisas deste mundo...Ele buscará viver como alguém cujos tesouros estão no céu e cuja permanência nesta terra é vista apenas como a de um peregrino, que viaja para a sua casa. Sua maior fonte de prazer está na comunhão com Deus por meio da oração, da leitura da Palavra e da reunião do seu povo. Ele dará valor a cada coisa, lugar e relacionamentos, uma vez que esses fatores o trazem mais para perto de Deus.

3)    A verdadeira adoração depende da contínua renovação da mente vs2

A inconformação (Rm 12.2)

O apóstolo Paulo diz: "E não vos conformeis com o presente século…" (Rm 12.2). O crente não vive numa bolha espiritual, mas no mundo. Ele foi salvo do mundo, está no mundo, mas não pertence ao mundo. Os valores do mundo não são mais os seus valores. A ética do mundo não é mais a sua ética. O crente tem, agora, a mente de Cristo.

Conformar-se com o mundo é adaptar-se ao seu sistema. É ser como o mundo é, é adaptar-se ao seu sistema. É abraçar seu relativismo. É entrar no seu esquema. O mundo tem uma fôrma que está sempre mudando de acordo com suas conveniências. O mundo não tem um padrão absoluto de conduta. Ele está entregue ao relativismo moral e à decadência dos costumes.

A lei da vantagem prevalece nos acordos comerciais e nos relacionamentos. As pessoas existem para serem exploradas e não para serem servidas. Os desejos da carne existem para serem atendidos e não controlados. O prazer carnal deve ser consumado sem levar em conta a verdade de Deus ou o amor ao próximo. A ética do mundo é egoísta, é imoral, é atentatória contra Deus e contra o homem.

Se quisermos, portanto, experimentar em nossa vida a vontade de Deus e o adorarmos verdadeiramente, não podemos nos conformar com esse sistema corrompido de valores. O crente é uma pessoa inconformada com a filosofia prevalecente no mundo. Ele não ama o mundo nem é amigo do mundo. Ao contrário, ele é luz do mundo; tão oposto a ele como a luz é das trevas; tão necessário a ele, como a luz é para trazer claridade na escuridão.

A transformação (Rm 12.2)

Agora, o apóstolo complementa: "… mas, transformai-vos pela renovação da vossa mente…" (Rm 12.2). A ética do mundo está em constante mudança. Aquilo que era vergonhoso ontem é aplaudido hoje. Os princípios de Deus, porém, são imutáveis. Temos um padrão absoluto. Não precisamos ficar confusos e perdidos nos labirintos da dúvida. Jesus Cristo é o nosso modelo.

Quando olhamos para ele e estudamos sua Palavra, somos transformados progressivamente em sua própria imagem. Avançamos para o alvo rumo à estatura do varão perfeito. Somos, então, transformados de glória em glória, avançamos de fé em fé e caminhamos de força em força até entrarmos na glória, onde teremos um corpo semelhante ao corpo da glória de Cristo.

 A vontade de Deus não é conhecida por meios místicos, mas através de uma vida de consagração, onde nos apresentamos a Deus, nos inconformamos com o mundo e somos transformados pela renovação da nossa mente.

Essas são as três características da verdadeira adoração que deve estar presente em nossas vidas, caso contrario pode ser que estamos adorando da maneira errada.

 Quando for adorar lembre-se sempre do que Deus fez pela sua vida, lembre-se das misericórdia de Deus, lembre-se que a verdadeira adoração exige de você santidade, e um novo pensar.

 

 

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