2006/10/02

Daí-lhe vós mesmo de comer !!! MT 14.13-21

O cenário social da atualidade se configura como um difícil momento da história. A complexidade dos problemas sociais vai se intensificando á medida que a população da terra vai aumentando. Questões como a moradia, fome, desperdício, educação, criminalidade, indigentes, sem-terra, distribuição e renda, suborno, doenças, etc,.. Vem agravando no mundo todo.
Qual o papel da igreja em meio a tudo isso? Como fazer com que a igreja abra seus olhos para um mundo submerso a tão grande crise?
Amados nesse texto de Mateus14.13 a 21, Jesus nos ensina que temos uma responsabilidade social e deixa bem claro que que temos a obrigação de amenizar os sofrimentos das pessoas quer seja fome, ou qualquer outra coisa que os façam sofrer.
No versículo 15 e 16 Jesus foi inquirido por seus discípulos a dispensar o povo para que estes fossem a uma cidade mais próxima e alí se alimentassem, na cabeça dos discípulos Jesus já tinha feito a sua parte, saciou a fome espiritual daquele povo, agora eles já podiam ir, é como se eles dissessem assim “o que cabe a nós, já fizemos, agora que eles se virem”
Eu pergunto a você que está lendo essa reflexão, será que a missão da igreja se limita apenas a evangelizar?
NÃO!!!!!!!!!!!!! O próprio Jesus repreendeu seus discípulos e disse-lhes dai-lhes vós de comer!!
No meu entendimento a missão da igreja além de evangelizar é também lutar por justiça na sociedade e demonstrar de maneira concreta o amor de Cristo aos carentes. A cada dia que passa a humanidade encontra-se mais e mais necessitada da demonstração desse amor. A igreja não pode ficar indiferente a essa realidade, é preciso entender que tanto a evangelização, quanto a ação social, devem caminhar lado a lado, pois ambos se constituem em autenticas expressões de amor a Deus e ao próximo.
“a evangelização e a responsabilidade social são irmãs gêmeas, elas são filhas do amor pois a evangelização consiste em dizer palavras de amor e o serviço social significa praticar atos de amor” John Stott
Muitos irmãos estão dispostos a cumprir a ordem de evangelizar, mas não ouvem o chamado a ocupar-se dos pobres, dos enfermos, dos famintos e dos desesperados.
Querido leitor preste atenção neste conceito de igreja: “ a igreja é a única instituição no mundo inteiro que não é feita para seus membros, mas sim para aqueles que estão de fora”
Deus não criou a igreja para que ela se restringisse em si mesma. Há comunidades que não conseguem enxergar além de si, transformando-se em clubes fechados, abertos apenas aos que preenchem determinados critérios de afinidade. No entender dessas igrejas investir recursos por exemplo na recuperação de viciados, de prostitutas, de meninos de rua, e no sustento de missionários não valem a pena não dá lucro. É triste observar que muitos crentes e muitas igrejas levantam vários argumentos contra esse tipo de envolvimento social, eis alguns:
1º “nós temos de investir aqui!!!”; amados temos que investir aqui assim, mas com vista para o crescimento do reino e não apenas da igreja. 2º “pobre sempre vai existir!!!”; é verdade só que isso não é justificativa para uma deformação no evangelho. 3º “é muito caro!!!”; para algumas pessoas, a igreja não deve levar a sério a dimensão social do evangelho porque é algo que gasta muito dinheiro, preferem gastar o dinheiro na igreja, na construção de templos luxuosos, na manutenção da igreja, na verdade alguns se preocupam mais com a glória da denominação ou do líder, do que o progresso do evangelho integral.
Meu querido a igreja tem que ter consciência de sua responsabilidade social. Mas quem é a igreja? A igreja sou eu, a igreja é você!!!! E o que você tem feito para amenizar o sofrimento alheio?
Na grande maioria das vezes jogamos nossas responsabilidades, e também nossa apatia em cima da igreja (instituição). E esquecemos que eu (igreja) sou chamado a “levar as boas novas aos quebrantados e a curar os quebrantados de coração, a proclamar a libertação doas cativos, e a por as liberdades os presos e anunciar o ano aceitável do Senhor e a consolar os que choram” ( Is 61)...“E as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja.”
Era isso que Jesus estava ensinando para seus discípulos, “dá vocês de comer para esse povo”.
Não adianta apenas falarmos de amor se não demonstramos através de nossas obras, nós não precisamos fazer obras para sermos justificados, mas o mundo verá que fazemos por que amamos esse Deus tremendo e se assim agirmos não seremos mais questionados no que diz respeito a hipocrisia de nossa postura, porque muitas vezes falamos o que não vivemos.
Tiago diz que a fé sem obras é morta. A palavra diz que “se amamos a Deus guardamos seus mandamentos e seu maior mandamento é que amemos o nosso próximo com a nós mesmos. ”
Se queremos sair desse marasmo, dessa apatia espiritual, para ouvirmos a voz de Deus e ver seus milagres, então devemos doar-se aos necessitados, servir ao seu próximo. De água a quem tem sede, pão a quem tem fome, carinho a que nunca sentiu, visites os enfermos, os idosos, os presos, não viva esse evangelho fétido da individualidade, do moralismo, do comodismo, do conformismo que muitos tem pregado e vivido hoje, mas pelo contrário deixe o evangelho genuíno viver em você.
Deus não criou e alcançou você para que viva acomodado em uma comunidade vivendo apenas de palavras que ecoadas retinem nas paredes do seu coração e do seu próprio ego e não conseguem transpor as paredes da igreja. Mas Ele quer que você viva na plenitude de sua palavra e sinta o que ele sente em relação a humanidade.
No versículo 14 Jesus se compadeceu daquelas pessoas, Ele teve compaixão deles, compaixão quer dizer: pesar, dó, a dor de outrem, Ele demonstrou misericórdia e ternura por aquela gente.
Por isso todo o esforço, todo empenho, toda energia, todo talento, todo recurso tecnológico, todo dinheiro, todo investimento numa vida, enfim tudo que a igreja utilizar em prol da missão integral no reino de Deus no mundo, não é em vão!!!.
Em Mateus 25.34-40 nos mostra muito clara que Deus chegara para você e dirá “vinde bendito do meu Pai, entrai na posse do reino que voz está preparado desde da fundação do reino que está preparado desde a fundação do mundo”.
Quero finalizar essa reflexão com essa ilustração muito oportuna.
Há algum tempo, uma mulher pobre procurou ajuda de um religioso. Este prometeu orar por ela. Depois ela escreveu um poema, e o entregou a um dos diretores de uma missão.
Eu tive fome, e tu formaste um grupo humanitário para discutir a minha fome
Estive presa, e tu te retiraste discretamente para a tua capela e oraste pela minha libertação.
Estava nua, e na tua mente, questionaste a moralidade da minha aparência.
Estive enferma, e tu te ajoelhas-te e agradeceste a Deus por tua saúde.
Estava desabrigada, e tu me falaste do abrigo espiritual do amor de Deus.
Estava solitária, e tu me deixaste sozinha, a fim de orar por mim.
Parecia tão santo, tão próximo de Deus!
Mas ainda estou com fome...e sozinha... e com frio...

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