2014/03/10

O COMPROMISSO DE VIVER PARA CRISTO

“Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” Gálatas 2.19-20

A epístola aos Gálatas, intitulada corretamente por muitos como a Declaração da Independência Cristã, parece controverso quando ouvimos afirmações de que esta carta mostra também a nossa completa dependência a Deus que também é uma verdade. A nossa independência, tão pregada na epístola aos Gálatas, diz respeito à legislação mosaica e suas exigências como agente salvador ou norma de conduta cristã, ou seja ela está falando de uma independência da lei.

Foi comum naquela época e me parece que nesse tempo que estamos vivendo no cristianismo ver as pessoas se relacionar com a estrutura e não com o objeto principal do cristianismo. Que é Cristo. As pessoas estão muito mais dispostas a seguir regras e condutas impostas pelela igreja do que desenvolver uma vida de intimidade com  Cristo. A nossa dependência está nele. Somente nele.

Essa dependência nada mais é que um relacionamento com o nosso Deus, pois o relacionamento é a ligação entre duas pessoas. E é através deste relacionamento que tratamos e nos comunicamos com Ele. Porem muitos estão demonstrando esse relacionamento como uma dependência as leis de Deus. Só que a lei por si só ela não salva o ser humano, mas apenas o condena.

Do verso 15-21, Paulo começa a tratar da importante questão teológica de como uma pessoa é salva. Paulo deixa claro que a salvação vem somente da graça de Deus por meio da fé que a pessoa tem em Cristo Jesus. Não há nada que a pessoa possa fazer... Deus, por meio de Cristo, já fez tudo para a nossa salvação. E Paulo conclui que, se a pessoa fosse salva por obedecer à lei mosaica, então Cristo teria morrido à toa. O sacrifício vicário seria em vão...

Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; (Efésios 2:8 NVI)

Obras da lei poderia justificar uma pessoa somente se ela guardarsse perfeitamente toda a lei Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. Tiago 2:10 Cristo morreu porque todos são pecadores, tanto judeus como gentios. Todos pecaram e carecem da graça de Deus. Mas se voltarmos à lei, negamos a graça de Cristo, ela invalida a morte dele.

A verdadeira vida cristã, não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. Para que isto me aconteça tenho que morrer. A ideia aqui é a morte do meu "eu" do egoísmo. No momento que eu entreguei minha vida a Cristo e o recebi como meu Senhor e Salvador, quando fiz isso, no mundo espiritual eu morri, para o pecado, para minha carne, para o mundo e para Satanás.

Os livros que mais se tornam best sellers nas livrarias hoje são os chamados livros de “auto-ajuda”, livros que possuem como princípio o ensino do individualismo. Ensinam que ninguém precisa de ajuda para ser bem sucedido na vida. Você não precisará de um professor ou um guia. Hoje as pessoas estão substituindo o conhecimento das universidades, a sabedoria dos mais velhos e até a Deus. Pelo seu auto conhecimento. Basta comprar e ler o livro.  Por de traz deste princípio encontramos o egocentrismo, onde o indivíduo se considera o centro de tudo e não carece de auxilio algum. e muito menos de Deus. Assim entendemos porque são tão vendidos, pois todos nos somos egocêntricos de alguma forma. O egocêntrico é aquele que ama só a si mesmo, que não se importa com os outros. O egocêntrico acha que não precisa de ninguém e mesmo quando admite precisar, só admite a fim de obter favores daqueles ao seu redor.  O egocentrico é o centro do mundo e o deus de sua própria vida. O egocêntrico só pensa no em receber glórias.

Porem não é isso que um viver em compromisso com Cristo nos propõe, devemos nos esvaziar do nosso eu se quisermos nos encher de Cristo e dar a ele toda a glória. Quando Paulo  disse Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim, não estava dizendo que a sua carne física havia sido crucificada, mas que o seus pecados haviam sido crucificados com Cristo. Paulo deixa claro que não era mais as suas paixões carneis, suas vontades e desejos que imperavam em sua vida, mais sim o andar em espírito.Para ele a sua vida era semelhante aos dizeres de João Batista em João 3.30: “E necessário que ele cresça e que eu diminua”. Devemos viver como pessoas crucificadas, ou seja, mortas, sem olharmos para nós mesmos, para não ressucistar o velho homem.

Sundar Singh, um grande missionário, propôs ir ao Tibete, para evangelizar seus habitantes. A viagem foi difícil, pois foi obrigado a caminhar na neve, sob os implacáveis ventos do Himalaia.

 Em sua companhia, viajava um tibetano que retornava a seu país. De repente, Sundar viu na neve o corpo de um homem, e percebeu que a vida ainda estava nele. Fez, então, sinal para seu companheiro, que caminhava na frente, sugerindo-lhe que o ajudasse a carregar o caído. O tibetano, porém, protestou, negando-se a prestar auxílio, dizendo:- “Se não acelerarmos o passo, o senhor e eu estaremos mortos dentro de alguns minutos.”

Sundar não deu ouvidos à sugestão do companheiro. Colocou o homem às costas e foi seguindo o mesmo caminho do tibetano. Se, antes, era difícil caminhar na neve, ainda mais agora, que tinha de carregar nos ombros o peso de um homem.

Lá adiante, depois de uma boa caminhada, Sundar notou que à sua frente jazia o corpo de um homem. Era o tibetano, morto pelo rigor da friagem assassina.

O missionário então entendeu, naquele instante, que também teria morrido, se não tivesse um fardo às costas. O intenso esforço físico manteve o seu corpo quente e salvou-lhe a vida. A atitude individualista e egocêntrica do tibetano matou- o, mas a generosidade do missionário salvou-o.

Um dos maiores inimigos da nossa vida crista é o nosso ego, o que significa o nosso desejo pessoal. A Bíblia chama este inimigo de carne. O Apostolo Paulo descreve esta luta interior da seguinte maneira: Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam. Gálatas 5.17 Na vida crista a única forma de vencer é reconhecer que já estamos crucificados com Cristo, e isto tem diversas implicações. Vou separar apenas duas:

Se vc quer ter um compromisso de viver para Cristo, existe implicações. Uma em relação ao seu compromisso com Ele e a outra diz respeito a sua atitude para com Ele.

 

 COMPROMISSO com Cristo

1. Morto para o pecado

“Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.”  Romanos 6.11  

Notem que o Apostolo Paulo utiliza a frase: considerai-vos mortos para o pecado. Claro que qualquer cristão está vulnerável ao pecado, e pode cometê-lo. O próprio apostolo Paulo sentia constantemente a fúria da sua natureza pecaminosa, ele disse "aquilo que quero fazer não consigo e aquilo que não quero acabado fazendo." Mas isto deveria ser uma exceção a regra. Cometemos pecado pois somos pecadores, não porque gostamos de pecar..

Alguém pode perguntar pastor mas como é estar morto para o pecado?

No século IV, quando a fé cristã era pregada em seu poder no Egito, um jovem irmão procurou o grande Macarius: "mestre", disse ele, "qual é o sentido de ser morto e sepultado com Cristo?"

"Meu filho", respondeu Macarius, "você se lembra de nosso querido irmão que morreu e foi sepultado há pouco tempo?

Vá agora à sepultura dele e conta-lhe todas as coisas maldosas que você já escutou dele e diga que nós estamos contentes que ele tenha morrido e agradecidos por livrarmo-nos dele, porque ele foi uma preocupação tão grande para nós e causou tanto desconforto na igreja. Vá, meu filho, e diga isso, e ouça o que ele há de responder."

O jovem ficou surpreso e duvidou se realmente tinha entendido, mas Macarius só disse: "Faça como eu mandei, meu filho, e venha e me diga o que seu irmão que partiu vai lhe dizer."

O moço fez como foi mandado e retornou. "Bem, e o que o nosso irmão disse?", perguntou Macarius. "Disse, mestre!", ele exclamou. "Como podia dizer qualquer coisa? Ele está morto."

"Vá, agora de novo, meu filho, e repita todas as palavras bondosas e lisonjeiras que você ouviu sobre ele. Diga-lhe o quanto sentimos sua falta, que grande santo ele foi, que nobre obra ele fez, como a igreja inteira dependia dele, e volte e conte-me o que ele diz."

O jovem começou a entender a lição que Macarius queria lhe ensinar. Ele voltou ao túmulo e dirigiu muitos elogios ao homem morto, depois retornou a Macarius. "Ele não responde nada, mestre. Ele está morto e sepultado."

"Você sabe agora, meu filho", disse o velho mestre, "o que é ser morto com Cristo. Louvor e censura nada são para aquele que está realmente morto e sepultado com Cristo" (Anônimo). Estar morto com Cristo significa não responder aos nossos desejos, aos estímulos mundanos...

Muitos dos cristãos modernos estão vivendo na prática do pecado, dando mau testemunho e sujando o cristianismo, vivendo de uma forma dúbia satisfazendo os desejos da carne, vivendo de acordo com seus planos, sua vontade, seus ideais, seus pensamentos, etc., mas ao mesmo tempo querem viver como Cristo. Esta é a razão da falta de poder, e da frieza espiritual de muitos.

Precisamos dar plena liberdade para que Cristo viva sua vida poderosa em nós. Isto mudará radicalmente o nosso viver, pois viveremos na dimensão espiritual, mas para isso precisamos morrer para a carne, para o pecado.

Pois quando éramos controlados pela carne, as paixões pecaminosas despertadas pela Lei atuavam em nosso corpo, de forma que dávamos fruto para a morte. Mas agora, morrendo para aquilo que antes nos prendia, fomos libertados da Lei, para que sirvamos conforme o novo modo do Espírito, e não segundo a velha forma da Lei escrita. (Romanos 7:5, 6 NVI)

O verdadeiro cristão tem nojo do pecado( não do pecador) e um desejo interior de santidade e comunhão com Deus.  

2. Vivo para Deus

O texto diz que devemos nos considerar mortos para o pecado e vivos para Deus. A ideia aqui é de alinhar toda a nossa vida, projetos, ideais e desejos, com a vontade de Deus. Em outras palavras tudo o que fizermos, a forma como iremos aplicar o nosso tempo, talentos e recursos, deveremos fazer para cumprir a vontade de Deus. O verdadeiro cristão não tem outra razão para viver a não ser Cristo e sua vontade.

Paulo também afirma que esta vida tem que ser vivida pela fé e não por emoções passageiras. Não podemos firmar nossa vida espiritual nas emoções, pois elas são instáveis.  A única forma de viver a verdadeira vida crista é pela Fé em Deus e atraves sua Palavra.

Precisamos crer, que o nosso eu já foi crucificado com Cristo, e também crer que Ele,  Cristo, está vivendo em nós. Se nossas atitudes são muito diferentes das atitudes de Cristo, precisamos verificar se realmente estamos mortos. Este é o processo de santificação. Quanto mais percebermos nossas atitudes erradas, comparando-as com as atitudes de Cristo, mais nos arrependeremos, e submeteremos nossas vidas a Ele, e pela fé viveremos de vitória em vitória. Esse é o primeira implicação para vivermos um compromisso com Cristo, morrermos para o pecado e estamos vivos paras as coisas de Deus. A segunda implicação diz respeito a nossa atitude para com Ele.

 AS ATITUDES DO COMPROMISSO

Aguardo ansiosamente e espero que em nada serei envergonhado. Ao contrário, com toda a determinação de sempre, também agora Cristo será engrandecido em meu corpo, quer pela vida, quer pela morte; porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro. Filipenses1.20-21

1.              Viver para Cristo.

A transformação da vida ao receber a Cristo não se refere somente a libertação do pecado, dos vícios e da vida errada. Ela também inclui novos propósitos e novos ideais. Todo cristão deve viver para cumprir os propósitos e ideais de Deus aqui na terra.

Um exemplo clássico que temos é do próprio Senhor Jesus, quando esteve no Getsemani, suando gotas de sangue, consciente de todo o sofrimento que estava adiante, orou: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua”. Lucas 22.42

Nosso compromisso deve ser o mesmo: não mais a minha vontade, mas a vontade de Deus.

Paulo também mostra este compromisso de uma forma contundente e radical: Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus. Atos 20.24

2.              Não considerar a minha vida de valor algum para mim mesmo.

Neste compromisso, os valores mudam. Claro que a vida é importante, mas quando colocada na perspectiva ministerial, ela perde o valor pessoal, e nos coloca numa situação de inteira dependência e abertura a servir ao Senhor como e onde ele quer. Somos chamdos para fazer a diferença.

A Bíblia afirma que Deus nos confiou o “Ministério da Reconciliação” II Coríntios 5. 18. O nosso compromisso deve ser de completar o ministério que Deus nos entregou. E este ministério é fazer novos discípulos de Cristo.

Por isso devemos consagrar totalmente nossas vidas para servir ao Senhor, levando as pessoas a conhecê-lo como Senhor e Salvador, e ajuda-las no seu crescimento espiritual até que elas também tenham o mesmo compromisso e comecem a se multiplicar espiritualmente fazendo outros discípulos.

Quando Paulo falar que morrer é lucro ele está apenas nos lembrando que não devemos temer nada porque de acordo com a Bíblia, todo aquele que recebe a Cristo como Senhor e Salvador tem vida eterna. Portanto temos certeza de salvação, do perdão, somos justificados de todos os pecados e temos vida eterna. Por isso que Paulo esta afirmando que o morrer é lucro. Cerramos os olhos aqui, e o abrimos na presença de Deus, quando morremos.

A verdadeira vida cristã implica num compromisso muito sério, de morrer para o pecado, mundo, carne e diabo, e viver para Cristo. E viver para Cristo é estar cheio do seu Espírito. Muitas vezes achamos que pecado é roubar, matar fazer coisas erradas apenas e esquecemos que não estarmos cheio do Espírito Santo também é um ato de rebeldia aberta a Deus. A sua palavra nos diz Enchei-vos do Espírito... É uma ordenança.

Em certa feita Billy Graham foi convidado para pregar em uma igreja e já pronto para iniciar o seu sermão, foi interrompido pelo pastor que disse:

_Pastor Billy Graham, antes de iniciar seu sermão expulsaremos um irmão de nosso rol de membros, pois foi pego embriagado ontem a noite. Billy Graham então faz uma pergunta aquele pastor:

_Sua igreja esta cheia do Espírito Santo?

Ele respondeu meio sem graça:

_Não

Billy Graham então diz:

_Bem, então você precisará excluir todos os seus membros de sua igreja antes de excluir este irmão que foi pego embriagado, pois se os membros desta igreja não estão cheios do Espírito Santo estão cheios da natureza humana produzindo assim os frutos da carne e não do Espírito.

Concluímos então que Paulo ao dizer que: “…e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do filho de Deus…”, quer dizer que a nossa fé em Cristo torna se mais viva neste mundo, por meio da nossa santificação, ou seja, por meio da nossa busca constante pelas coisas de Deus e luta contra a carne.  E se queremos realmente ter um compromisso verdadeiro de viver com Cristo precisamos dar atenção ao que foi falado essa noite.

 

ÁUDIO: http://www.youtube.com/watch?v=vIKjNCbrps0&feature=youtu.be

MARCAS DO VERDADEIRO CRISTÃO

 

Então Barnabé foi a Tarso procurar Saulo e, quando o encontrou, levou-o para Antioquia. Assim, durante um ano inteiro Barnabé e Saulo se reuniram com a igreja e ensinaram a muitos. Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos. Atos 11.25-26

A Palavra cristão aparece apenas três vezes no Novo Testamento. (Atos 11.26, 26.28 e I Pedro 4.16). O significado da palavra Cristãos no grego é "Pequenos Cristos" - dando o sentido de que o cristão deve ser uma cópia submissa de Cristo. A designação não está relacionada à religião de alguém, mas sim, à identidade que essa pessoa tem com a pessoa de Cristo! Ela foi utilizada pelos gregos e romanos, em referencia aos seguidores de Cristo. No original ela significa aquele que aderiu a Cristo, ou aquele que é um seguidor de Cristo.

Através dos séculos a palavra foi expandida para todos aqueles que pertencem ao seguimento ideológico chamado cristianismo e com isso acabou perdendo o seu sentido original: "seguidor ou pertencente a Cristo." Muitos cristãos vivem de forma errônea hoje como se Cristo pertencesse a nós, como se nós fossemos o dono dele e é ele que tem que nos seguir. Se voltarmos às raízes, o verdadeiro cristão é aquele que tem um compromisso profundo com Cristo, com seus ensinos e vive os princípios da Palavra de Deus.

 

I - O CRISTÃO VERDADEIRO É NASCIDO DE NOVO

1 Havia um fariseu chamado Nicodemos, uma autoridade entre os judeus. Ele veio a Jesus, à noite, e disse: "Mestre, sabemos que ensinas da parte de Deus, pois ninguém pode realizar os sinais miraculosos que estás fazendo, se Deus não estiver com ele". Em resposta, Jesus declarou: "Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo". Perguntou Nicodemos: "Como alguém pode nascer, sendo velho? É claro que não pode entrar pela segunda vez no ventre de sua mãe e renascer!" Respondeu Jesus: "Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito. O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito. Joao 3.1-6

Nicodemos era um homem muito religioso O texto afirma que era fariseu e uma autoridade entre os Judeus. Os fariseus estudavam profundamente o Antigo Testamento e procuravam observar e obedecer a lei; oravam pelo menos cinco vezes ao dia; eram rigorosos na guarda do sábado, em outras palavras eram excelentes religiosos. O problema destas pessoas, é que, nas raras exceções, não são pobres de espírito no sentido de humildade. Confiam em sua justiça própria, creem que são dignos e merecedores da salvação.

 Hoje em dia temos muitas pessoas assim. Crêem que por serem religiosos, pagarem suas promessas, irem a igreja, darem seus dízimos, serão salvos da condenação eterna. Qual será a surpresa desses como foi daqueles que ouviram essas palavra de Jesus  Muitos me dirão naquele dia: 'Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?' Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês que praticam o mal! Mt 7.22-23

Este religioso chamado Nicodemos, começou a reconhecer que havia algo especial em Jesus Cristo, e decidiu procura-lo. A primeira afirmativa de Jesus foi contundente" "Se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus". Jesus afirmou que a pessoa precisa começar tudo de novo. Iniciar uma nova vida. Parar com sua auto confiança, auto suficiência, auto justificação e "zerar tudo". Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. II Coríntios 5.17.

Irmão se você é um cristão, mas continua chafurdado no pecado, no vicio, na idolatria, na religiosidade algo esta errado com você a velha criatura não passou é necessário você nascer de novo. Mas ninguém tem condição de operar o novo nascimento por si mesmo. É uma obra do Espírito Santo. Por isso que no texto acima no verso 6 Jesus diz: O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito. Aqui a pessoa já começa a reconhecer que é pobre de espirito e precisa de uma intervenção sobrenatural do Espírito Santo, para nascer de novo. O ser humano não pode fazer nada para nascer de novo. O que ele precisa é reconhecer que está perdido, condenado, por causa do seu pecado, longe de Deus, e impotente para dominar o pecado e seus desejos, e nesta situação de quebrantamento e humilhação, se render aos pés da cruz de Cristo, e dizer: Pai perdoa-me porque eu não sei o que estou fazendo. Chegai-vos para Deus, e ele se chegará para vós Tg4.8

Qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, independentemente de sua situação, pobre ou rico, sábio ou ignorante, bom ou mal, que se chegar a Deus, receberá perdão e salvação eterna.

 

II - O CRISTÃO VERDADEIRO É UMA OVELHA QUE SEGUE A CRISTO.

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem." João 10.27

A citação acima de Jesus Cristo é bem clara sobre o que é ser um verdadeiro cristão: Notem as três características de uma ovelha de Cristo: Ouve a voz do seu Senhor    "Ouvem a minha voz."

 A ovelha por natureza é submissa e aceita a liderança. Ela não se sente dona da situação. Os fariseus não se consideravam ovelhas, pois não queriam de modo algum se submeter e deixar de lado sua arrogância e ar de superioridade. Ao se apresentar como pastor Jesus deixou claro que é Ele e não nós que estamos no controle. E isso é uma benção!

Se somos os donos da Igreja então nós é que tomamos conta de tudo, mas se Ele é o dono, então é Ele e não nós que tomamos conta. É Ele o responsável maior por tudo. E o cabe a nós apenas, ouvirmos sua voz e obedecermos.

Como uma pessoa ouvirá a voz de Cristo? Claro que é através da Bíblia, onde está a revelação de Deus. Infelizmente muitas igrejas têm abandonado o estudo das Escrituras, e isto tem produzido consequências sérias no Corpo de Cristo. Tem formado cristãos analfabetos, cristãos iletrados na palavra do senhor. O Cristão verdadeiro é uma ovelha que ouve a voz do seu pastor, e o obedece. Precisamos conhecer profundamente os ensinos do Mestre e aplicá-los no viver diário.

Eu as conheço... bem diferente daqueles que disse que nunca conheceu!!!

Precisamos reaprender a ser ovelhas. Os religiosos judeus não foram considerados ovelhas, mas nós precisamos ser. Aliás a frase "minhas ovelhas" é sem dúvida uma das mais maravilhosas da Bíblia. Antes de pertencermos a uma denominação, de termos um estilo ou de vivenciarmos um modelo somos 'ovelhas' de Jesus.  Temos um relacionamento com Ele. Os acionistas de Igreja não se relacionam com Cristo, mas sim 'mandam' Nele fazendo exigências e dando ordens.

 Não é o caso da ovelha que ouve a voz de Jesus. Ele declarou isso com veemência: "elas ouvem a minha voz." O quão interessados estamos em ouvir Jesus? Jesus Cristo conhece as suas ovelhas. Ele disse "eu as conheço."Ele sabe de nossas carências e fraquezas. Ele sabe o que é ser gente, pois foi como nós. Conhece a humanidade como nenhum outro pois criou o ser humano e assumiu a forma humana. Donos de Igreja não consideram as pessoas a não ser a si mesmos. Não as conhecem e não se importam com elas. São incapazes de sentir a dor alheia e chorar com os que choram. Jesus Cristo é Deus, portanto conhece todas as coisas, é onisciente, onipresente e onipotente, e Ele conhece quem realmente lhe pertence. Muitos afirmam que conhecem a Cristo, mas a questão aqui é se Cristo os conhece. O fato de Deus estar abençoando as pessoas não significa que elas lhe pertencem. Ele faz nascer sol e cair chuva sobre justos e injustos. (Mateus 5.45). Muitos estão enganados, pensando que são de Cristo, simplesmente porque receberam algum bem material ou solução de algum problema. Jesus sabe quem é ovelha e quem é bode.

Elas me seguem

Se somos ovelhas precisamos seguir ao pastor. Ele disse que suas ovelhas o seguem. Seguir é diferente de contemplar. É diferente de admirar. Seguir é imitar, é observar o exemplo e fazer igual.

 O Apóstolo Pedro entendeu isso quando declarou: "Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas" (1Pedro 2:21).

Há muitos membros de Igreja que fazem com Cristo o que os Fariseus fizeram: ignoram-no. Transformam a Igreja em uma sociedade que exalta bons princípios e boa convivência. Apenas isso. E Igreja é muito mais do que isso. Igreja é a união de ovelhas que seguem o pastor e o imitam porque sabem que é Ele o dono de suas vidas e quem as presenteará com a vida eterna.

Só Jesus pode dar algo tão maravilhoso. Ovelhas recebem a vida eterna e não os bons ou os religiosos. Donos de Igreja podem dar status ou prêmios humanos, mas não a vida eterna. Ovelhas tem a segurança expressa na frase "ninguém as arrebatará da minha mão." Jesus como pastor cuida de suas ovelhas melhor do que qualquer homem ou Instituição. Uma característica fundamental do discípulo de Cristo é a obediência à Sua Palavra.  Seguir a Cristo implica em conhecer Sua vontade, obedecê-la incondicionalmente e imitá-lo em suas atitudes.

O tempo que Jesus viveu aqui na terra, foi um modelo de vida que Ele espera dos seus seguidores. Ele amava, servia, ajudava e cuidava das pessoas. Ele nunca pecou, apesar de sofrer tentações como qualquer outro ser humano.( Hebreus 4.15).

Se somos ovelhas, devemos obedecer e imitar a Cristo em toda nossa maneira de viver. A Bíblia diz: "Aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou." I Joao 2.6

Hoje em dia há pessoas que se dizem ser ovelhas de Cristo, mas estão vivendo uma vida de pecado, e desobediência aberta à Palavra de Deus. Por isso precisamos de uma reforma, uma volta à Palavra, e um novo avivamento espiritual. Examine sua vida. Você está obedecendo incondicionalmente a Palavra de Deus? Esta vivendo uma vida santa? Ou está pecando e procurando desculpas para seu pecado?

 

III - O CRISTÃO VERDADEIRO TEM JESUS COMO SENHOR.

"E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai." Filipenses 5.11

Nós utilizamos a palavra "Senhor" naturalmente nos nossos relacionamentos. Mas na época do Novo Testamento a palavra "Senhor" somente era utilizada para as pessoas em autoridade. hoje a gente usa mais como uma forma de respeito. O escravo quando se referia ao seu dono dizia "meu Senhor", os súditos quando se referiam aos seus superiores utilizavam a mesma palavra. Quando a Bíblia afirma que Jesus Cristo é o Senhor, deixa claro que Ele tem toda autoridade, e é o dono de nossas vidas.

Precisa confessar e crer.

O verdadeiro cristão tem Jesus Cristo como Senhor. O Apóstolo Paulo deixou isto claro quando afirmou: Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Romanos 10.9 Note que a pessoa salva tem Cristo como Senhor.

Precisa crer que Ele é o dono da sua vida.

A Bíblia explica que Ele é o Senhor porque comprou a nossa vida, e se Ele é Senhor, nós somos seus escravos: "Pois aquele que, sendo escravo, foi chamado pelo Senhor, é liberto e pertence ao Senhor; semelhantemente, aquele que era livre quando foi chamado, é escravo de Cristo." I Coríntios 7.22-23  Se Ele comprou, é o dono e pode fazer o que quiser conosco, e nós como escravos devemos obedecê-lo em tudo.

Claro que somos contra a escravatura humana, pelo fato de pessoas explorarem as outras e as utilizarem como ferramenta de trabalho, oprimindo e abusando delas. Mas a ilustração bíblica é muito boa, no sentido de que Jesus é o dono das nossas vidas e que nós devemos servi-lo incondicionalmente. Jesus Cristo é o Senhor, amoroso, gracioso, perdoador e exigente em suas demandas. Ele espera nossa obediência e trabalho.


Oração e Jejum


Convoquem uma reunião no Templo e anunciem um dia de jejum. Reúnam as autoridades e todo o povo de Judá no Templo do Senhor, nosso Deus, e orem a ele pedindo socorro. (Joel 1:14 NTLH)

Queridos irmãos essa noite quero trabalhar  o tema Oração e Jejum, já que no próximo Domingo iniciaremos a nossa campanha de 40 dias de Oração e Jejum. Achei por bem trabalhar esse assunto antes de iniciarmos esse propósito diante de Deus. Tenho certeza que será um desafio enorme para muitos de nós, pois essa campanha nos chama a um envolvimento mais profundo em nossa vida de oração.

Penso que esse desafio se intensifica devido o momento de superficialidade que estamos experimentando em todas as áreas da  sociedade e por que não dizer da igreja também. A superficialidade é maldição de nosso tempo. A doutrina da satisfação instantânea é, antes de tudo, um problema espiritual. A necessidade urgente hoje não é de um maior número de pessoas inteligentes, ou dotadas, mas de pessoas profundas.

Rumo a esse ideal de sermos pessoas profundas em nosso relacionamento com Deus precisamos primeiramente de Disciplina, essa é o primeira conselho pra você que vai participar desta campanha, tenha disciplina, pois é ela que vai nos fazer transitar da superficialidade para um relacionamento mais profundo com Deus.

Quando pensamos em disciplina pensamos em algo ruim, isso por conta do desgaste desta palavra no decorrer dos anos. Para muitos, disciplina é nos obrigarmos a fazer algo que não queremos ou gostamos, mas na realidade, disciplina não é isso. Ela é uma ferramenta importante para que a gente tenha sucesso naquilo que buscamos, ela nos mantém no foco. O indivíduo bem disciplinado cumpre seus propósitos no momento certo e centraliza as energias naquilo que realmente é importante para a realização de seus projetos

Quando pensamos a respeito das disciplinas espirituais como Oração e Jejum, somos tentados a pensar que as Disciplinas são apenas para os gigantes espirituais e, por isso, estão além de nosso alcance; ou são apenas para os contemplativos que devotam todo o tempo à oração e à meditação. Longe disso. Esse entendimento não esta correto. Na intenção de Deus, as Disciplinas da vida espiritual são para seres humanos comuns: pessoas que têm empregos, que cuidam dos filhos, que lavam pratos e cortam grama. Na realidade, as Disciplinas são mais bem exercidas no meio de nossas atividades normais diárias.

Outro erro comum que cometemos quando pensamos em disciplinas espirituais é pensar que elas são muito difíceis de por em pratica e alguns pensam  que elas requer um certo tempo de tempo de conversão por aqueles que vão colocá-la em pratica...isso não é verdade, as Disciplinas Espirituais não são difíceis. Não precisamos estar bem adiantados em questões de teologia para praticar as Disciplinas.  Os recém-convertidos - até mesmo as pessoas que ainda não se entregaram a Jesus - deveriam praticá-las.

Qual é a exigência então? A exigência fundamental é que você queira mais de Deus, é suspirar por Deus. O salmista escreveu: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Salmo 42:1, 2).

Agora eu entendo que temos (como igreja) uma dificuldade sim nesta área das disciplinas espirituais e esta é uma dificuldade de ordem prática. Simplesmente não sabemos como explorar a vida interior. Ao longo do tempo e eu não sei determinar quando isso aconteceu, nós Igreja perdemos o jeito de se relacionar com essas disciplinas. Precisamos fazer algo urgentemente para voltarmos ao caminho.

No primeiro século e anteriormente, não era necessário dar instruções sobre como “praticar” as Disciplinas da vida espiritual. A Bíblia chamou o povo a Disciplinas tais como jejum, meditação, adoração e celebração e quase não deu instrução nenhuma sobre a forma de executá-las. É fácil de ver a razão por quê. Essas Disciplinas eram tão freqüentemente praticadas e de tal modo constituíam parte da cultura geral que o “como fazer” era conhecimento comum.

Jejuar, por exemplo, era tão comum que ninguém perguntaria o que comer antes de um jejum, como quebrar um jejum, ou como evitar a vertigem enquanto jejuava - toda a gente já sabia. Isto não se verifica em nossa geração. Hoje existe uma ignorância abismal dos mais simples e práticos aspectos de quase todas as Disciplinas Espirituais clássicas. E por conta disso deixamos de receber muitas bênçãos porque as Disciplinas permitem-nos colocar-nos diante de Deus de sorte que ele possa transformar-nos.

O apóstolo Paulo disse: “O que semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna” (Gálatas 6:8).

Elas são os meios de graça de Deus. As Disciplinas Espirituais visam ao nosso bem. Elas têm por finalidade trazer a abundância de Deus para nossa vida. É por conta disso que creio que essa campanha de oração e Jejum será uma benção para a minha vida, para a sua vida e para a vida da igreja.

ORAÇÃO

 “A oração - a oração secreta, fervorosa, de fé - jaz à raiz de toda piedade pessoal”, escreve William Carey

A oração arremessa-nos à fronteira da vida espiritual. A oração é o que nos leva à obra mais profunda e mais elevada do espírito humano. A oração verdadeira cria e transforma a vida.. Orar é mudar. A oração é a avenida central que Deus usa para transformar-nos. Se não estivermos dispostos a mudar, Então não ore e nem entre nessa campanha.

 Quanto mais nos aproximamos do pulsar do coração de Deus, tanto mais vemos nossa necessidade e tanto mais desejamos assemelhar-nos a Cristo. Tanto mais seremos mudados. Na oração, começamos a pensar os pensamentos de Deus à sua maneira: desejamos as coisas que ele deseja, amamos as coisas que ele ama. Progressivamente, aprendemos a ver as coisas da perspectiva divina.

Todos quantos têm andado com Deus consideraram a oração como principal negócio de suas vidas. As palavras de Marcos, “Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava”, soam como um comentário sobre o estilo de vida de Jesus (Marcos 1.35). Jesus mesmo sendo Deus se aprofundou em oração. E nós devemos seguir seus passos na caminhada da oração.

Martinho Lutero declarou: “Tenho tanto o que fazer que não posso prosseguir sem passar três horas diariamente em oração.” Ele sustentava como axioma(verdade) espiritual que “Aquele que orou bem, estudou bem.”  João Wesley disse: “Deus nada faz senão em resposta à oração”, e apoiava sua convicção devotando duas horas diariamente a esse exercício sagrado. John Hyde, missionário na Índia, fez da oração um característica tão dominante de sua vida que foi apelidado de “Hyde que Ora”. Para esses, e para todos os que enfrentaram com bravura as profundezas da vida interior, respirar era orar. A oração não era um pequeno hábito preso à periferia de suas vidas - ela era a vida deles, eles agiam com a convição que suas orações faziam uma diferença objetiva.  

 O Apóstolo Paulo alegremente anunciou que “somos cooperadores de Deus” (1 Coríntios 3.9); isto é, estamos trabalhando com Deus para determinar o resultado dos acontecimentos. Quando você ora a mão de Deus se move.

Por isso irmãos comece essa campanha crendo que Deus  usará as suas orações para mover nao só seus pedidos, seus sonhos mas também o mundo. interceda por outros. Acredite no que você esta orando.

Existe um poder que emana da oração e esse poder esta disponível a todos os crentes, ela abre portas que estavam fechadas, ela traz a existência situações e coisas que não existiam, ela transforma situações desfavoráveis em favorável, ela traz vida ao que estava morto, traz cura ao incurável etc.

A oração é a maior força que atua na terra. Orar é conectar o altar com o trono, é unir a fraqueza humana à onipotência divina. É entrar na sala do trono e falar com aquele que tem as rédeas da história em suas mãos.

 Sendo Deus soberano, escolheu agir na história por meio das orações do seu povo. A oração move o braço daquele que governa o universo.

 Nada é impossível para oração feita a Deus, em nome de Jesus, no poder do Espírito, porque nada é impossível para Deus. Tudo quanto Deus pode fazer, pode ser alcançado pela oração. Uma igreja de joelhos tem mais poder do que um exército. Hernandes dia Lopes

Existe um poder na inimaginável na oração. Precisamos aprender a orar e não só aprender a orar, mas viver em oração. O Apostolo Paulo instrui os irmãos de Tessalônica dizendo: Orai sem cessar. 1 Tessalonicenses 5:17. Sabendo disso, o adversário de nossas almas faz tudo o que puder para impedir que alguém se dedique à oração. Todo desestímulo, todo obstáculo é levantado contra a oração. Um estudioso afirmou que “o diabo ri de nossa sabedoria, zomba de nossas pregações, mas TREME DIANTE DE NOSSAS ORAÇÕES”. E é verdade. A oração faz tremer o inferno!  A rainha da Inglaterra disse certa vez: “Tenho mais medo de um crente que ora do que de um exército armado”.

Jamais devemos esperar até que sintamos a disposição de orar. A oração é como qualquer outro mister; talvez não nos sintamos com disposição de trabalhar, mas uma vez que nos damos ao trabalho por um tempinho, começamos a gostar dele. Pode ser que não sintamos disposição para estudar piano, mas uma vez que tocamos o instrumento por algum tempo, sentimos vontade de tocá-lo. Da mesma forma, nossos músculos de oração precisam ser flexionados um pouco, e uma vez iniciada a corrente sangüínea da intercessão, descobriremos que estamos dispostos a orar.

JEJUM

O jejum é bíblico. Está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. Os profetas, os apóstolos, o próprio Jesus, bem como muitos servos de Deus do passado como Agostinho, Lutero, Calvino, John Knox, John Wesley, Dwight Moody e outros mais através da história praticaram o jejum.

 Ainda hoje, o jejum é uma prática devocional importante que não pode ser esquecida pela igreja. Mas quando consideramos o ensino de Jesus sobre o jejum, não há como negar que o Mestre esperava que jejuássemos :

“Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuardes, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt.6:16-18).

Embora Jesus não esteja mandando jejuar, suas palavras revelam que ele esperava de nós esta prática. Ele nos instruiu até na motivação correta que se deve ter ao jejuar. E quando disse que o Pai recompensaria a atitude correta do jejum, nos mostrou que tal prática produz resultados!

O que é jejum? É a abstenção de alimento por um período definido para um propósito definido. O jejum não é apenas abstinência de alimento. Não é um regime para emagrecer. Ele deve ter propósitos espirituais claros.

 “Algumas pessoas têm exaltado o jejum religioso elevando-o além das Escrituras e da razão; e outras o têm menosprezado por completo.” - João Wesley equilíbrio

Em uma cultura onde a paisagem está pontilhada de restaurantes de todos os tipos, o jejum parece fora de lugar, fora de passo com o tempo, com esse tempo moderno. Com efeito, o jejum tem estado em geral descrédito, tanto dentro como fora da igreja, por muitos anos. A publicidade com a qual somos alimentados hoje convenceu-nos de que se não tomarmos três boas refeições por dia, entremeadas com diversas refeições ligeiras, corremos o risco de morrer de fome.  Isto, aliado à crença popular de que é uma virtude positiva satisfazer a todo apetite humano, fez que o jejum parecesse obsoleto.

 Quem quer que pratique seriamente ou tente jejuar é bombardeado com objeções. “Entendo que o jejum é prejudicial à saúde.” Ele minará as suas forças e assim você não poderá trabalhar.” “Não destruirá ele o tecido saudável do corpo?” Tudo isto, naturalmente, é uma tolice baseada no preconceito.

Embora o corpo humano possa sobreviver apenas durante breve tempo sem ar ou sem água, ele pode passar muitos dias - em geral, cerca de quarenta - antes que comece a inanição, quando feito corretamente, o jejum pode ter efeitos físicos benéficos. Nós vivemos numa geração cujo deus é o estômago (Fp 3.19).

Quando você Jejua você esta indo na contra mão desta geração, porque quem jejua tem mais pressa de desfrutar da intimidade com Deus do que alimentar-se. Quem jejua tem mais fome do Pão do Céu do que do pão da terra. Quem jejua tem mais saudade do Pai do que das suas bênçãos. Quem jejua está mais confiado no poder que vem do céu do que nos recursos que procedem da terra. O jejum é um teste para conhecermos qual é o desejo que nos controla. Mais do que qualquer outra disciplina, o jejum revela as coisas que nos controlam.

Objetivo do Jejum

É sensato reconhecer que a primeira declaração que Jesus fez acerca do jejum tratou da questão de motivos (Mateus 6.16-18). Usar boas coisas para nossos próprios fins é sempre sinal de falsa religião. Quão fácil é tomar algo como o jejum e tentar usá-lo para conseguir que Deus faça o que desejemos.

Se nosso jejum não é para Deus, então fracassamos. John Piper definiu jejum como fome de Deus e não apenas pelas bênçãos de Deus. O jejum cristão nasce exatamente da saudade de Deus.

Benefícios físicos, êxito na oração, dotação de poder, discernimentos espirituais - estas coisas nunca devem tomar o lugar de Deus como centro de nosso jejum. João Wesley declarou: “Primeiro, seja ele [o jejum] feito para o Senhor com nosso olhar fixado unicamente nele. Que nossa intenção aí seja esta, e esta somente, de glorificar a nosso Pai que está no céu

 “Na verdade, devemos comer e jejuar para a glória de Deus (1Co 10.31). Quando nós comemos, saboreamos o emblema do nosso alimento celestial, o Pão da Vida. E quando jejuamos, dizemos, “eu amo a realidade acima do emblema”.

O alimento é bom, mas Deus é melhor (Mt 4.4). Na verdade quanto mais profundamente andamos com Cristo, mais famintos nós nos tornamos dele, mais saudade temos dele, mais desejamos da plenitude de Deus em nossa vida.” Hernandes dias Lopes

O propósito do jejum não é obter o favor de Deus ou mudar sua vontade (Is 58.1-12). Também não é para impressionar os outros com uma espiritualidade farisaica (Mc 6.16-18).

Nem é proclamar a nossa espiritualidade diante dos homens. O jejum deve ser uma demonstração do nosso amor a Deus.

O jejum é para nos humilharmos diante de Deus (Dn 10-12), para suplicarmos sua ajuda (2Cr 20.3; Et 4.16) e para nos retornarmos para ele de todo o nosso coração (Jl 2.12,13). O jejum é para reconhecermos nossa total dependência da proteção divina (Ed 8.21-23). O jejum é um instrumento para fortalecer-nos com o poder divino em face dos ataques do inferno (Mc 9.28,29).

Deus tem realizado grandes intervenções na história através da oração e do jejum do seu povo. Quando deu a lei para o seu povo, Moisés dedicou quarenta dias à oração e ao jejum no Monte Sinai. Deus libertou Josafá das mãos dos seus inimigos quando ele e seu povo se humilharam em oração e jejum (2Cr 20.3,4,14,15,20,21). Deus libertou o seu povo da morte através da oração e jejum da rainha Ester e do povo judeu (Et 4.16). Deus usou Neemias para restaurar Jerusalém quando este orou e jejuou (Ne 1.4). Deus usou Paulo e Barnabé para plantar igrejas no Império Romano quando eles devotaram-se à oração e ao jejum (At 13.1-4).

Os grandes reavivamentos na história da igreja foram respostas de oração e jejum. As campanhas evangelísticas com resultados mais promissores são regadas pela oração da igreja e o jejum dos fiéis. Aqueles que mais conhecem a intimidade de Deus e mais se deleitam nele são aqueles que praticam o jejum com certa regularidade.

Hoje temos muitos motivos que deveriam nos levar a jejuar. Precisamos urgentemente da intervenção de Deus em nossa vida, em nossa família, em nossa igreja, em nosso país. Que Deus nos desperte para orar e jejuar!

É tempo da igreja jejuar! É tempo da igreja voltar-se para Deus de todo o seu coração, com jejuns e com pranto. É tempo de buscar um reavivamento verdadeiro que traga fome de Deus em nossas entranhas, que traga anseio por um profundo despertamento da realidade de Deus em nossa igreja, em nossa cidade, em nossa nação

Que Deus nos leve a uma vida de quebrantamento e santidade! Que Deus sacie a nossa alma nos ricos banquetes da sua graça!