2012/10/09

DIÁLOGO CONTÍNUO COM DEUS

Texto: JOÃO 10.27,28

 Diálogo é uma conversação estabelecida entre duas ou mais pessoas. (do grego diálogos [διά = através e λογόι = palavra, conhecimento], pelo latim dialogus) .

O dialogo não é uma conversa. Em uma conversa nós falamos verbalmente com alguém ou com várias pessoas, sem necessariamente haver troca de informações. O dialogo é mais profundo exige uma atenção maior, exige uma inteiração maior, exige uma resposta.

Uma das maiores crises da humanidade nos dias de hoje, é a falta de diálogo, pouco se conversa, por conta disso pouco se conhece. Os relacionamentos, muitas vezes não passam de alguns minutos em volta de uma mesa durante a refeição no pouco tempo que temos muitas vezes de almoço, e quando se pensa ou se tem uma atitude diferente, chamando a família para um tempo de diálogo, os filhos vão para os quartos, o esposo e a esposa optam por cada um ir para um cômodo da casa, em seus computadores ou aparelhos de televisão, ou seja, nada de diálogo.

Na Grécia antiga, a retórica era uma das artes mais apreciadas. Havia aulas sobre como dialogar bem – e convencer. A capacidade de empreender debates e, pela força dos argumentos, era vista como admirável. O filósofo Sócrates foi mestre nisso, com sua "maiêutica socrática"

 Mas o que percebo é que a falta de diálogo está se tornando Crônica. Todos querem falar, ninguém quer ouvir. Resultado: caos.

Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que cerra os seus lábios é tido por entendido. Provérbios 17:28

O que responde antes de ouvir comete estultícia que é para vergonha sua. Provérbios 18:13

Como pendentes de ouro e gargantilhas de ouro fino, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento. Provérbios 25:12

O coração do entendido adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios busca a sabedoria. Provérbios 18:15

O sábio ouvirá e crescerá em conhecimento, e o entendido adquirirá sábios conselhos; Provérbios 1:5

No Cristianismo o dialogo é primordial, sem diálogo não existe a fé: eu falo pela oração, Deus responde pela Bíblia. Isso é diálogo. Remova oração ou leitura da Palavra e você tem uma religião capenga, o religare com Deus não acontece.

Queridos Deus não quer só falar ou só ouvir: Deus quer relacionamento. Pois só o verdadeiro relacionamento gera intimidade entre Criador e criatura.

Ter um dialogo com Deus evita mal-entendidos. Evita heresias. Evita que compreendamos mal o nosso Deus. O cristão não é um cristão se não sabe dialogar, pois ser filho de Deus pressupõe saber pôr em prática essa disciplina espiritual chamada "diálogo". O diálogo torna tudo mais humano, mais honesto, mais cristão. Sem diálogo não há amor.

Muitas vezes, senão sempre a nossa troca de informações em saber sobre o que Ele quer e tem preparado para nós, tem sido parecido com aquilo que muitos vivem dentro de seus lares. A superficialidade de Relacionamento.

Contudo irmãos Deus não nos criou para vivermos uma comunicação quebrada, truncada dentro dos nossos lares, com as pessoas que amamos e muito menos com Ele, o nosso Senhor e Salvador. Em João 10,10 Jesus disse: "eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância."

Quando ele disse vida, ele esta referindo-se a tudo, inclusive na questão da nossa comunicação com Ele. Porque essa comunicação estava quebrada antes de Cristo. Ele reatou, possibilitou o homem se achegar diante dele sem o peso da lei que nos condenava.

Aliás a palavra Vida Abundante usada aqui nesse versículo é ZOE, significando "a vida que tem a mesma qualidade de vida de Jesus", Zoe significa que temos uma mega vida ou seja uma vida maravilhosa e excelente. Para que venhamos possuir essa mega vida essa ZOE e venhamos desfrutar de um diálogo continuo precisamos aprender duas coisas importantíssimas, que são pré-requisitos para que isso aconteça.

            1º precisamos reconhecer a sua voz, para que ele fale conosco.

 No Evangelho de João capítulo 10. 27 diz: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem". A conversa com qualquer pessoa, se inicia através, de um chamado, apresentação, de uma atitude. O diálogo com Deus, passa pelo discernimento de que ele nos chama para uma conversa diária, sejam para ouvir as nossas necessidades, para nos orientar, ensinar, corrigir e também para que nós o conheçamos de maneira mais profunda. Ouvir a voz de Deus, também implica em querermos desenvolver uma via de duas mãos na comunicação, deixando de lado aquilo que muita vezes pode ser definido no relacionamento com o Pai como um "monólogo". Como nós vimos na ilustração da oração. Tem pessoas que falam com deus por falar, por desencargo de consciência.

Você já teve alguma experiência de ouvir a voz de Deus? Como precisamos ouvir a voz de Deus, receber d'Ele uma orientação direta e clara para as nossas vidas! Todos podem ouvir a voz de Deus. Todas as ovelhas escutam e identificam a voz de Deus. As ovelhas de Jesus o seguem porque ouvem e conhecem a Sua voz (Jo 10:4).

A expressão ouvem sua voz é uma das principais características do relacionamento entre o pastor e suas ovelhas. O sentido da palavra é que elas prestam atenção, entendem, aprendem, pois essa voz é uma voz conhecida.

O fato queridos irmãos é que Deus tem falado ao homem desde a sua criação. Deus nos fala de um modo ou de outro, em sonhos, visões... (Jó 33:14-18), mas nós é que não temos parado para ouvir a Sua voz e perdemos a sensibilidade de ouvi-lo.

A falta de discernimento da voz de Cristo, faz com que deixemos de desfrutar daquilo que o Senhor tem como promessa para nós, se voltarmos um pouco pra trás no mesmo capitulo 10.10 vemos que "O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância", isto quer dizer que, quanto mais reconhecermos a sua voz, quanto mais atendermos aos seus ensinamentos, seremos mais cheios da presença do Senhor, jamais nos desviaremos do seu caminho.

É muito importante esse princípio de reconhecer a voz de Jesus para que haja um dialogo contínuo, pois tem muitas ovelhas ouvindo outras vozes que não são do verdadeiro pastor. Existem muitas vozes no mundo e todas têm um significado, um propósito de orientar, guiar, pastorear a quem ouve – "Há sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo; nenhuma delas, contudo, sem sentido". I Coríntios 14.10.

A ovelha que pertence ao rebanho do verdadeiro pastor tem uma característica muito singular que a difere de outras ovelhas que é de ouvir e segui a voz do seu pastor, de conhecer a voz do seu pastor entre todas as outras vozes.

Há ovelhas (quando digo ovelhas estou apenas usando a linguagem bíblica, mas estou me referindo a pessoas) que ouvem a voz dos críticos e afeta a sua disposição em segui e servir a Deus na igreja, não tem o Senhor como o seu pastor, mais sim a voz dos críticos e fofoqueiros como o seu pastor, pois está ouvindo a sua voz.

Ovelhas que ouvem as outras ovelhas doentes falar mal da igreja, de Jesus, e seguem os seus conselhos deixando de congregar, indo a qualquer lugar, não tem o Senhor como seu pastor, mais, as ovelhas doentes pois dão ouvidos a sua voz.

As ovelhas que ouvem a voz do desânimo, da discórdia, da separação, tornando-se rebelde, desobediente a Deus, a sua palavra, a sua igreja, não tem o Senhor como o seu pastor, mais, a voz dos demônios que tem pastoreado a sua vida.

Quem é o seu pastor? A resposta é: Qual voz você tem ouvido e obedecido? Se for a de Jesus acima de todas as outras vozes, o Senhor é o seu pastor. Mas, se for às vozes de pessoas, demônios, criticas, desânimo, etc, com certeza Jesus não é o seu pastor, pois "as ovelhas o seguem, pois conhecem a sua voz. Elas não seguirão um estranho, mas fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos". João 10.4-5.

Se tivermos discernimento da voz de Deus, e paramos para ouvi-lo, conseguiremos assim cumprir aquilo que o Senhor tem designado a nós.

             2º aspecto para que haja um dialogo contínuo: Uma vez que reconhecemos sua voz precisamos segui-lo.

Temos nós condições espirituais, para dizer e afirmar que a voz que ouvimos é a voz de Deus? Sim é possível, a partir do momento que a nossa compreensão sobre os valores de Cristo em nossa vida, passam do teórico para o prático, ou seja, não apenas temos conhecimento sobre Deus, Jesus e o Espírito Santo, mas seguimos os passos do mestre, desenvolvemos um diálogo contínuo com Deus, e por conta dessa atitude Deus nos faz uma promessas: João 10.28 "Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão".

O ato de seguir a Cristo, reconhecer a sua voz e ouvi-lo, dá-nos a garantia de certeza de uma vida eterna, de proteção e cuidado de Deus sobre nós.

            Nosso desafio então é nos colocarmos diante do Senhor, e estarmos com o coração aberto, para ouvir a voz de Deus e disposto a seguir os seus ensinamentos de maneira, que o nosso relacionamento com o Pai não seja unilateral e sim seja desenvolvida uma via de comunicação entre nós e Deus. Reconhecendo a sua voz o seguimos, e seguindo-o entendemos dia a dia o mover e a ação de Deus em nossas vidas.

Seguir a Jesus ,é viver uma vida em abundancia, pois qual outra proposta de vida, é melhor do que a vida com Deus? Nenhuma... todos nós queremos ter uma vida melhor, uma vida segura, abençoada, com alegria, paz e amor, e mesmo que o "lobo" venha ameaçar a nossa integridade, sabemos que o Senhor nos reconhece como suas ovelhas, porque sabemos distinguir a voz do bom pastor que é Cristo.

Porque segui-lo: Caio Fabio... seguindo a Cristo

Jesus é o Filho do homem; é a flor que brotou entre os espinhos da civilização humana; é o Sol que nunca se põe; é a Lua que jamais míngua, é a primavera eterna da esperança, é o pão da vida, é a luz do mundo, é Deus com cara e carne de homem, é homem com natureza e coração de Deus.

Segui-lo é seguir o novo. Andar com ele é palmilhar caminhos nunca vistos. Acompanhá-lo é aventurar-se a mergulhar no lago que aos olhos do viajor cansado era miragem. O mundo no qual ele nos introduz apresenta visões jamais vistas, melodias e palavras nunca antes ouvidas, concepções e ideias que em tempo algum surpreenderam o coração humano.

Seguir Jesus é o mais fascinante projeto de vida. Nada pode ser comparado à possibilidade de existir em Jesus. Aceitar seu convite é deixar-se transformar em metáforas vivas: a mente se torna repleta de ideias como um rio povoado de cardumes; o coração abrasa-se como vulcão em erupção; os pés adquirem a velocidade das gazelas e dos leopardos no encalço da sua presa; as mãos se transformam em garras que não ferem, só curam; o olhar se converte em sol que ilumina recônditos escuros do coração, e os ouvidos se metamorfoseiam em caracóis captores do som dos mares conturbados da experiência humana e da voz como a voz de muitas águas do Senhor da História.

Andar com Jesus é fazer da vida uma liturgia, e da liturgia, vida. Em Cristo, existir é culto, e o corpo é um "sacrifício vivo, santo e agradável a Deus"; a mente, um santuário que oferece culto inteligente. Na verdade, Cristo transforma a vida em sacramento.

 

Conclusão

Apresentamos nessa noite, dois pré - requisitos para um dialogo contínuo com Deus,  que foram reconhecer a sua voz e segui-lo, para dai sim podermos desfrutar daquilo que de Deus tem de melhor para nós.

Os dois pré – requisitos aqui apresentados, são fundamentais para que tenhamos discernimento da voz do Senhor e para que não venhamos nos perder do caminho da vida eterna. Ouça a voz de Cristo, siga-o e desta forma viverás de maneira abundante, e tudo que pedirdes ao Pai, ele lhe concederá.

ADORAÇÃO CONTÍNUA E RENOVAÇÃO DA MENTE

Texto: Romanos 12.1- 2


 Domingo passado tratamos do tema Adoração e disse que: Adoração é atribuir honra a alguém que é digno. O dever supremo daqueles feitos à imagem de Deus é "atribuir dignidade" àquele em quem vivemos, nos movemos e temos a nossa existência. Nós adoramos a Deus porque Deus nos criou para adorá-lo. Adoração está no centro da nossa existência; no coração da nossa razão de ser. Você simplesmente foi criado para adora-lo, você nasceu pra isso... adorar a Deus faz parte de seu DNA...

No texto de Jo 4.24 diz: "e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade." Esse texto deixa-nos claro que se existe uma adoração em espírito e em verdade o contrario também é verdadeiro existe uma adoração que não é espiritual e nem verdadeira. Irmãos a verdadeira adoração de uma pessoa vai determinar o seu sucesso, não podemos esquecer que o ser humano foi criado para adorar. Se ele não adorar da maneira verdadeira, adorará da maneira errada. E é por isso que precisamos ter a compreensão da verdadeira adoração.

A cada dia que passa eu fico mais e mais impressionado com a fragilidade da igreja. Muitos foram enganados pelos "novos adoradores", que conduziram a Igreja para águas sujas e tempestuosas. A religiosidade evangélica moderna está à procura de um deus utilitarista e manipulável. Um deus que resolva os nossos problemas o mais rápido possível e que atenda a nossa voz de comando dada através de nossas petições.

Ao contrário do que se ensina hoje, a verdadeira adoração não é um tipo de ocultismo, recheado de citações bíblicas, que objetiva conquistar a vontade de Deus, mas é servir, fazer a vontade e a obra de Deus.

A urgente necessidade da igreja hoje é de maturidade. Queimam em meu coração as palavras de Richard Foster, e eu não me canso de repeti-las: "A superficialidade é a maldição de nosso tempo; a necessidade urgente hoje não é de um maior número de pessoas inteligentes, ou dotadas, mas de pessoas profundas".

Qual é a verdadeira adoração pastor....

Adoração é o reconhecimento, pelo homem finito, do valor infinito de Deus. É prostrar-se perante Ele, e compreender e reconhecer Sua grandeza e poder infinito. A adoração bíblica é centralizada em Deus e não nos seres humanos. Ela não tem por objetivo primordial edificar, elevar, purificar ou consagrar os adoradores. Esses resultados são secundários. O propósito da adoração é glorificar a Deus.

Na adoração, visualizamos a origem da nossa existência e o destino para o qual fomos chamados. Em sua adoração, o crente constata que é livre. Temos as palavras de pessoas libertadas, resgatadas. Diante de Deus somos livres para falar, livres para orar, livres para confessar e revelar os segredos de nosso coração. Livres para cantar, louvar e adorar.

O crente foi liberto por Cristo Jesus, e por isto ele pode adorar a Deus, num encontro sagrado em que Deus concede perdão, auxílio, consolo e direção. Então respondemos com louvor, freqüentemente recordando os grandes atos redentores de Deus.

Temos que reconhecer em nosso relacionamento com Deus, que Ele não pode ser subjugado por nós, Manipulado por nossas vontades e necessidades. Ele é soberano e grandioso. Sempre que alguém aspira de algum modo "exercer poder" sobre Deus, afetar ou influenciá-lo por intermédio de obras das mãos humanas, a verdadeira adoração é destruída.

Quero mostrar nessa noite 3 aspectos acerca da verdadeira adoração

1)    A verdadeira adoração esta baseada na misericórdia de Deus vs1

"Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador" Tito 3.5,6

As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim" (Lamentações 3.22).

Nenhum homem merece a misericórdia de Deus. Nenhum homem pode reclamar a misericórdia de Deus por mérito. As Escrituras concluem: "... pois todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Romanos 3:23).

Você percebe por que precisamos apreciar a misericórdia de Deus? O homem não tinha esperança de nada além da culpa do pecado. Ele era impotente para livrar-se do pecado porque não podia resistir às tentações do diabo. "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira" (Romanos 5:8-9). É-nos dito que, sob a nova aliança,"... para com as suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei" (Hebreus 8:12). Agradeçamos a Deus por sua misericórdia

As misericórdias do Senhor não têm numero: "Muitas, Senhor, são as tuas misericórdias" (Salmo 119.156). 

As misericórdias do Senhor não estão debaixo do tempo: "A sua misericórdia dura para sempre" (Salmo 106. 1). 

As misericórdias do Senhor não acabam, pois "renovam-se a cada manhã" (Lamentações 3.23).

2)    A verdadeira adoração é apresentar o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Vs1

O apóstolo Paulo diz: "Rogo-vos, pois, irmãos pelas misericórdias de Deus, que apresenteis vossos corpos como sacrifício vivo, santo e, agradável a Deus, que é o vosso culto racional". Depois de expor sobre a gloriosa salvação que recebemos pela fé em Cristo, Paulo insta a igreja para demonstrar essa verdade através de uma vida de consagração. Nossa consagração a Deus é uma resposta ao seu amor, uma reação à ação da sua misericórdia dispensada a nós.

Na antiga dispensação os animais do sacrifício iam arrastados ao altar, involuntariamente, mas nós devemos voluntariamente oferecer o nosso corpo a Deus como um sacrifício vivo, santo e agradável. Nosso corpo foi comprado pelo sangue de Cristo; é morada do Espírito e habitação de Deus. Portanto, deve ser oferecido a ele como um sacrifício vivo. Nosso corpo não é destinado à impureza, por isso sua entrega precisa ser um sacrifício santo. Nosso corpo é para o Senhor e por isso, seu sacrifício precisa ser agradável, ou seja, sem mácula.

 O apóstolo Paulo diz que essa consagração é que constitui o nosso culto racional. A palavra "racional" significa lógico, coerente, autêntico. O culto que agrada a Deus é aquele onde há coerência e consistência entre o altar e o trabalho, entre o templo e o lar, entre a adoração e a vida. O culto que prestamos a Deus no altar é vazio de significado se não é acompanhado por uma vida de obediência e fidelidade a Deus (Is 1.15; Am 5.21-23; Ml 1.6-10).

Paulo esta falando da necessidade de estabelecermos em nossa vida uma postura de santidade. Santidade é o hábito de ser de uma só mente com Deus, de acordo com o que as Escrituras descrevem como sendo a mente dele. Quais as características de uma pessoas santa:

Um homem SANTO se esforçará para evitar cada pecado conhecido, e guardar cada mandamento revelado. A inclinação de sua mente será decisivamente direcionada para Deus. O desejo do seu coração será o de fazer a vontade do Pai. Ele temerá muito mais a desaprovação divina do que a do mundo e terá o mesmo sentimento que Paulo teve quando disse: "Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus" (Rm 7.22).

Um homem SANTO se esforçará para ser como o Senhor Jesus Cristo. Ele não somente viverá uma vida de fé nele, e dele receberá paz e força para vier o dia-a-dia, mas também trabalhará para ter a mente de Cristo e ser conforme à sua imagem (Rm. 8.29).

Um homem santo buscará mansidão, longanimidade, bondade, paciência, gentileza e controle de sua língua. Dará um bom testemunho, será muito paciente, tolerante para com os outros, e também não se apressará em exigir os seus direitos.

Um homem SANTO buscará temperança e autonegação. Lutará para mortificar os seus desejos carnais, crucificar sua carne com suas tentações e lascívias, fugir das paixões e controlar suas inclinações carnais, sempre que elas se manifestarem. (Lc. 21.34 e 1Co. 9.27).

Um homem santo buscará misericórdia e bondade no trato com os outros...Será como Dorcas, "notável pelas boas obras e esmolas que fazia", que não somente se propôs a fazer ou falou a respeito das boas obras, mas as praticou (At 9.36).

Um homem santo buscará a pureza de coração. Temerá toda a corrupção e impureza de espírito e tentará evitar todas as coisas que podem levá-lo a se contaminar. Ele sabe que o seu coração facilmente se inflama, e tentará cuidadosamente evitar a brasa da tentação. Um homem SANTO buscará o temor a Deus.

Um homem SANTO buscará humildade. Desejará, em sua mente simples e caridosa, ter os outros em mais alta estima do que a si mesmo. Também perceberá mais o mal existente em seu coração do que em qualquer outro neste mundo.

Um homem SANTO buscará fidelidade em todos os seus deveres e relacionamentos. Por seus motivos serem os mais sublimes, e contando com o adicional da ajuda divina, ele não se contentará apenas em cumprir suas obrigações, mas, melhor ainda, tentará ajudar aqueles que não se preocupam com a sua alma. Pessoas santas devem, em todos os momentos, desejar praticar o bem, e devem se envergonhar se algo de mal acontecer a alguém que elas poderiam ter ajudado. Elas devem lutar por ser boas esposas e bons maridos, bons pais e bons filhos, bons patrões e bons empregados, bons vizinhos, bons amigos, bons cidadãos, bons em particular e em público, bons no local de trabalho e no ambiente familiar. O Senhor Jesus perguntou ao seu povo algo que exige reflexão, quando diz: "Que fazeis demais" (Mt. 5.47).

Por fim um homem SANTO encherá sua mente com coisas espirituais. Tentará se concentrar inteiramente nas coisas do alto, não se apegando às coisas deste mundo...Ele buscará viver como alguém cujos tesouros estão no céu e cuja permanência nesta terra é vista apenas como a de um peregrino, que viaja para a sua casa. Sua maior fonte de prazer está na comunhão com Deus por meio da oração, da leitura da Palavra e da reunião do seu povo. Ele dará valor a cada coisa, lugar e relacionamentos, uma vez que esses fatores o trazem mais para perto de Deus.

3)    A verdadeira adoração depende da contínua renovação da mente vs2

A inconformação (Rm 12.2)

O apóstolo Paulo diz: "E não vos conformeis com o presente século…" (Rm 12.2). O crente não vive numa bolha espiritual, mas no mundo. Ele foi salvo do mundo, está no mundo, mas não pertence ao mundo. Os valores do mundo não são mais os seus valores. A ética do mundo não é mais a sua ética. O crente tem, agora, a mente de Cristo.

Conformar-se com o mundo é adaptar-se ao seu sistema. É ser como o mundo é, é adaptar-se ao seu sistema. É abraçar seu relativismo. É entrar no seu esquema. O mundo tem uma fôrma que está sempre mudando de acordo com suas conveniências. O mundo não tem um padrão absoluto de conduta. Ele está entregue ao relativismo moral e à decadência dos costumes.

A lei da vantagem prevalece nos acordos comerciais e nos relacionamentos. As pessoas existem para serem exploradas e não para serem servidas. Os desejos da carne existem para serem atendidos e não controlados. O prazer carnal deve ser consumado sem levar em conta a verdade de Deus ou o amor ao próximo. A ética do mundo é egoísta, é imoral, é atentatória contra Deus e contra o homem.

Se quisermos, portanto, experimentar em nossa vida a vontade de Deus e o adorarmos verdadeiramente, não podemos nos conformar com esse sistema corrompido de valores. O crente é uma pessoa inconformada com a filosofia prevalecente no mundo. Ele não ama o mundo nem é amigo do mundo. Ao contrário, ele é luz do mundo; tão oposto a ele como a luz é das trevas; tão necessário a ele, como a luz é para trazer claridade na escuridão.

A transformação (Rm 12.2)

Agora, o apóstolo complementa: "… mas, transformai-vos pela renovação da vossa mente…" (Rm 12.2). A ética do mundo está em constante mudança. Aquilo que era vergonhoso ontem é aplaudido hoje. Os princípios de Deus, porém, são imutáveis. Temos um padrão absoluto. Não precisamos ficar confusos e perdidos nos labirintos da dúvida. Jesus Cristo é o nosso modelo.

Quando olhamos para ele e estudamos sua Palavra, somos transformados progressivamente em sua própria imagem. Avançamos para o alvo rumo à estatura do varão perfeito. Somos, então, transformados de glória em glória, avançamos de fé em fé e caminhamos de força em força até entrarmos na glória, onde teremos um corpo semelhante ao corpo da glória de Cristo.

 A vontade de Deus não é conhecida por meios místicos, mas através de uma vida de consagração, onde nos apresentamos a Deus, nos inconformamos com o mundo e somos transformados pela renovação da nossa mente.

Essas são as três características da verdadeira adoração que deve estar presente em nossas vidas, caso contrario pode ser que estamos adorando da maneira errada.

 Quando for adorar lembre-se sempre do que Deus fez pela sua vida, lembre-se das misericórdia de Deus, lembre-se que a verdadeira adoração exige de você santidade, e um novo pensar.

 

 

O PROPÓSITO DA ADORAÇÃO É A INTIMIDADE COM DEUS

Texto: JOÃO 4.21-24

Proposição: Levar a Igreja, a adorar a Deus em Espírito e em Verdade!
            Por que você adora a Deus? Qual o propósito da adoração? Pra responder essas perguntas precisamos primeiramente saber o que é adoração? Pois como podemos dizer que adoramos a Deus se não sabemos o que significa adorar.
Primeiramente quero dizer que de uma forma ou de outra a adoração esta presente em nossas vidas mais do que damos conta. O mundo nos chama às suas várias formas de adoração todos os dias. Anúncios nos chamam a gastar o nosso dinheiro (a adoração de Mamon). De várias formas, somos chamados a dar o nosso tempo aos esportes, televisão e outras diversões (a adoração do prazer). Podemos planejar as coisas de tal forma que nos tornamos o centro das nossas vidas (a adoração do eu).
O chamado para adoração no culto do Dia do Senhor é designado para nos afastar de todas as outras adorações, para que nos foquemos no Deus vivo e verdadeiro. Quando você vem adorar no domingo, você pode estar preocupado com alguma coisa no percurso de carro. Você pode se sentir estressado após levar as crianças ao banheiro, alimentá-las rapidamente, deixá-las na sala de escola bíblica, e subir (em tempo!) ao auditório. Você pode estar cansado de uma semana movimentada. Pode estar mal-humorado por inúmeras razões.
À adoração convida você a colocar todas essas coisas de lado, e entrar solene e alegremente no alto privilégio da adoração. Deus mesmo, através do seu ministro, chama você a dar-lhe a glória que é devida ao seu nome. Ouça cuidadosamente as palavras do chamado à adoração:
"Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor" (Sl. 100:4). "Adorai o SENHOR na beleza da santidade" (Sl. 29:2).  "Cantai ao SENHOR um cântico novo, porque fez maravilhas" (Sl. 98:1). "Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos" (Sl. 95:6)
Adoração é atribuir honra a alguém que é digno. O dever supremo daqueles feitos à imagem de Deus é "atribuir dignidade" àquele em quem vivemos, nos movemos e temos a nossa existência (Atos 17:28). A adoração cristã tem sido corretamente definida como "a atividade da nova vida de um crente na qual, reconhecendo a plenitude da Divindade como revelada na pessoa de Jesus Cristo e seus poderosos atos redentores, busca pelo poder do Espírito Santo prestar ao Deus vivo a glória, honra e submissão que lhe é devida" (Robert Rayburn). "Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças" (Apocalipse 5:12).
Nossa adoração deve refletir a adoração do céu, na qual todos os que estão ao redor do trono de Deus dão-lhe glória. "O Pai procura a tais que assim o adorem" (João 4:23). A sua adoração pessoal, em sua família, e especialmente quando reunido como uma igreja deveria ser a experiência mais maravilhosa da sua vida. Deveria ser um antegozo de uma eternidade de adoração àquele que nos salvou e nos abençoou com imensuráveis bondades. 
Nós adoramos a Deus porque Deus nos criou para adorá-lo. Adoração está no centro da nossa existência; no coração da nossa razão de ser. Deus nos criou para ser sua imagem - uma imagem que refletiria sua glória. De fato, toda a criação foi trazida à existência para refletir a glória divina. O salmista nos diz que "os céus proclamam a glória de Deus; e o firmamento anuncia as obras das suas mãos" (Salmos 19:1). O apóstolo Paulo na oração com que ele inicia a epístola aos Efésios mostra claramente que Deus nos criou para louvá-lo.
"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado (...)" (Efésios 1:3-6).
Esta oração diz muita coisa sobre a adoração dos mais antigos Cristãos. Ela mostra a consciência que os primeiros Cristãos tinham do significado último de sua adoração. Eles entendiam a si mesmos como tendo sido destinados e nomeados para viver para o louvor da glória de Deus (Efésios 1:12). Quando o Catecismo de Westminster nos ensina, "O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre", ele dá testemunho desse mesmo princípio básico; Deus nos criou para adorá-lo. Realmente, é aqui que nós devemos começar quando, como teólogos Reformados, nós perguntamos o que é adoração. Adoração deve, acima de tudo, servir à glória de Deus.
Diante dessa breve explicação agora podemos responder as perguntas inicialmente feitas. Por que você adora a Deus? Porque voc simplesmente foi criado para adora-lo, você nasceu pra isso... adorar a Deus faz parte de seu DNA...
Qual propósito da adoração? O propósito da adoração é a Intimidade com Deus, o propósito da adoração é de nos aproximar de Deus ao ponto de desfrutarmos mais intimamente de sua presença. É interessante observar a definição da palavra "intimidade", segundo o Dicionário Aurélio: "Vida íntima; vida particular"; "Que está muito dentro; Que atua no interior; Muito cordial, afetuoso; Estreitamente ligado por afeição e confiança". Ressalta-se aqui a definição que diz que o íntimo "atua no interior".
Ser íntimo de alguém requer tempo e esforço para conhecer e ser conhecido por esse alguém como você realmente é. Intimidade é conhecer o outro profundamente. É conhecer os anseios, os desejos e os segredos do coração do outro, assim é a intimidade com Deus: é conhecê-lo profundamente, atendendo aos desejos do Seu coração.
No entanto vemos por parte de muitos que se denominam cristãos atitudes completamente opostas a esse propósito divino. O apostolo Paulo nos adverte para evitarmos essas pessoas se dizem cristãs, vivem por fora como adoradores, mas no fundo em seus corações negam essa adoração. 2 Timóteo 3.5 lemos: "tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se também destes."
Eles agem como se estivessem servindo a Deus. Mas adoram sim o sistema, a instituição, a si mesmos se se deixarem a ser transformados. Pois quando há poder na adoração, há mudança de vida de valores, de atitudes, o poder na adoração é reposta de uma vida de testemunho e discipulado, vida que prega e faz diferença. O que não acontece, pois em 1 Timóteo 6.3-5 mostra que esse tipo de pessoa só trazem problemas.
Se alguém ensina falsas doutrinas e não concorda com a sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino que é segundo a piedade, é orgulhoso e nada entende. Esse tal mostra um interesse doentio por controvérsias e contendas acerca de palavras, que resultam em inveja, brigas, difamações, suspeitas malignas e atritos constantes entre pessoas que têm a mente corrompida e que são privados da verdade, os quais pensam que a piedade é fonte de lucro. 
 A falta de conhecimento na palavra de Deus, a falta de foco do ensino da palavra e a falta de adoração distanciam as pessoas de uma vida de intimidade com Deus.
            Que tipo de vida em adoração você tem tido com o Pai? Tem tido um propósito, um foco, está dentro da palavra dos ensinamentos de Cristo? Que tipo de cristão você é?
No evangelho segundo João 4.23,24 o Senhor Jesus, em seu clássico diálogo com a mulher samaritana, declara: Mas vem a hora e já chegou em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. Hoje, há quase dois mil anos após aquela declaração, Deus continua contando com verdadeiros adoradores. Através desse texto, Jesus nos ensinou 3 coisas sobre a adoração
             1º A essência da adoração não depende do espaço:
A essência da adoração não depende de como, onde e quando é feita, mas do conhecimento do próprio Deus (vs 21-22); Os verdadeiros adoradores são aqueles que conhecem a Deus e são conhecidos por Deus. Deus não vive numa busca desenfreada por qualquer tipo de adorador que o adore de qualquer maneira. Ele é e sempre será adorado de verdade por aqueles que verdadeiramente lhe pertencem. O verbo grego zhte/w (procurar, buscar) sugere exatamente isso. O Pai busca seus eleitos com o intuito de torná-los seus adoradores.
A verdadeira adoração é prestada a Deus somente por aqueles que nasceram do Espírito de Deus. "Aquele que é nascido da carne, é carne", disse Jesus, e, portanto, toda assim chamada adoração feita por pecadores não regenerados é carnal. Somente um coração regenerado pode cantar a nova canção (Salmo 40:3).
A verdadeira adoração surge a partir de um contínuo andar com Deus. Um homem que dificilmente pensa em Deus durante os seis dias da semana, não está apto a adorá-lo corretamente no sétimo dia. Se tal pessoa fala quanto está se "regozijando" na adoração, alguma coisa está errada com ele! Ele está se entretendo ou está recebendo aquela vaga sensação de desafio que o homem natural desfruta. Por outro lado, em meio à verdadeira adoração, tal pessoa deveria sentir quanto está afastada de Deus e sentir uma tristeza santa por sua negligência para com a glória do Senhor.
A verdadeira adoração requer preparação. Um homem não pode simplesmente achegar-se à presença de Deus sem qualquer preparação de coração e alma, e esperar, então, por uma "adoração instantânea". Davi disse: "Ao meu coração me ocorre: buscai a minha presença; buscarei, pois, Senhor, a Tua presença" (Salmo 27:8). A verdadeira adoração, no dia do Senhor, surge de uma mente preparada para Deus.
            No diálogo com aquela mulher, Jesus percebeu que pra ela, Adorar a Deus dependia de um espaço e não uma atitude do coração. John Piper, em seu livro Desejando Deus diz que: "Adoração não é apenas um ato de força de vontade que nos leva a atitudes exteriores. Sem que haja envolvimento de coração, não há adoração verdadeira. Envolver o coração significa dar vida a sentimentos, emoções e afetos. Onde os sentimentos de Deus estiverem mortos, morta também estará a adoração".
           2º A essência da Adoração é ter comunhão em espírito e em verdade (vs23,24);
Nosso Senhor ensinou à samaritana que quem conhece Deus de fato, só pode adorá-lO em espírito e em verdade. Estudiosos da Bíblia têm dado diversas interpretações para a expressão "em espírito e em verdade" de João 4.23,24. Parece razoável entendermos que ao estabelecer o modo correto de adorar a Deus, isto é, em espírito e em verdade, Jesus estava criticando o culto judaico e o culto samaritano.
Os samaritanos acreditavam que adoravam o mesmo Deus dos judeus, mas não aceitavam as mesmas Escrituras dos judeus, a não ser os cinco primeiros livros, o Pentateuco de Moisés. Como não aceitavam os demais livros da revelação divina (por acharem que eram invenções dos judeus), o culto dos samaritanos era defeituoso. Por isso Jesus disse à mulher:
"Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus" (v22).
Os samaritanos adoravam "em espírito", isto é, adoravam aquele que eles não conheciam "com alegria e verdadeiro entusiasmo". Mas e daí? Não adoravam "em verdade" porque rejeitavam 34 livros do Velho Testamento, a Bíblia de então. A revelação de Deus nas Escrituras é progressiva; portanto, é impossível conhecê-lO verdadeiramente ficando apenas com os cinco primeiros livros da Bíblia. Por outro lado, os judeus aceitavam toda Escritura. Por isso conheciam Deus e tinham tudo para adorá-lO corretamente. "Tinham tudo", mas não o faziam. Os judeus se limitavam à formalidade de um culto onde o espírito não estava presente. Faltavam emoção, vida e alegria no culto judaico.
Contudo, uma nova era estava surgindo para a adoração. Logo, logo tanto judeus como samaritanos compreenderiam que para adorar a Deus o que menos importava era o espaço físico. O que conta "não é onde se deve adorar, mas a atitude do coração e da mente, e a obediência à verdade de Deus quanto ao objeto e o método de adoração. Não é o onde, mas o como e o quê o que realmente importa". Deus quer homens e mulheres que O adorem com o espírito dos samaritanos e a verdade dos judeus.
             3º A essência da adoração é a adoração procurada por Deus (v23)
 A adoração que Deus procura é a adoração que é caracterizada pelo esquecimento de si mesmo e pela ausência de qualquer concentração no homem. O publicano permaneceu em pé, distante, abaixou sua cabeça e orou: "Ó Deus, sê misericordioso comigo, pecador". Em nossos cultos, dirigidos pelas Escrituras e dependentes de Cristo, estamos verdadeiramente adorando a Deus; não deixamos simplesmente que as coisas caminhem, mas unicamente queremos adorar; nós adoramos o Deus vivo em espírito e em verdade, sabendo que o Pai está buscando ativamente tais pessoas que O adorem! O ato de Deus achar em nós adoradores, não por uma necessidade e sim pelo fato da criatura chegar mais próximo do seu criador, e ainda de estarmos mais próximos a semelhança de seu filho Jesus Cristo.
A adoração que Deus procura é a adoração que é sempre um produto e uma perspectiva da grandeza de Deus e da nossa pequenez. O profeta Isaías vê a grandeza de Deus e clama: "Ai de mim! Estou perdido! porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!" (Isaías 6:5). João, na ilha de Patmos, vê o Senhor e nos diz: "Quando O vi, caí a seus pés, como morto" (Apocalipse 1:17). Qualquer coisa de novo que introduzimos na adoração, que não tenha como objetivo exaltar a Deus, é simplesmente uma concessão ao desejo por novidade que, caracteriza todos os homens naturais.

Porque Orar em família?

Texto Base: Josué 24.14-17/ Gn 18.19


Todos nós, como seres humanos, temos direitos e deveres. Quase sempre, há a tendência de reivindicarmos os nossos direitos sem uma disposição correspondente para o cumprimento os nossos deveres. Daí as dificuldades que as pessoas enfrentam tanto na vida pessoal quanto nas relações com a Sociedade. Na vida cristã a ênfase recai no cumprimento das ordenanças deixada por Deus que vemos claramente em suas Palavra, no entanto vemos uma clara desobediência por parte de muitos cristãos os quais se descuidaram de uma responsabilidade claramente implicada.

Quando não cumprimos essas ordenanças descobrimos o estado real de nossa mente e se torna manifesto se temos ou não um amor ardente por Deus e por Seu serviço.

Dentre os deveres da vida cristã, a oração é o mais importante. Jesus mesmo em Lucas 18.1 nos conta uma parábola sobre orar sempre sem esmorecer, por que a oração é importante? porque direciona a nossa vida nos caminhos de Deus.

Orar nem sempre é gratificante para a natureza humana, para a carne. Há coisas que nos dão mais prazer do que orar. Mas a oração é um dever. O não cumprimento desse dever causa danos irreparáveis na vida cristã.

Nossas Igrejas nunca serão melhores, enquanto os crentes não estimarem intensamente a Oração. Quando levamos a Deus a nossa súplica, aperfeiçoamos a nossa fé. (Hebreus 11.6) "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam".

A oração não muda os propósitos de Deus com relação as nossas vidas, mas nos ajusta, nos coloca, nos alinha a eles. O tempo que passamos com o Senhor em oração pode liberar um poder capaz de transformar nossas vidas. A oração é o poder mais dinâmico que este mundo jamais conheceu.

Certamente todos nós aqui sabemos do valor da oração. É por isso que oramos. No entanto não é um exercício espiritual fácil de ser praticado. Temos os inimigos da oração: o cansaço físico, o sono, a preguiça mental, a dificuldade de concentração, os sons do mundo, as tarefas cotidianas, a falta de fé no que Deus pode fazer, etc. Não é fácil reservar tempo para oração, mas é preciso fazê-lo.

Isso se aplica evidentemente tanto à adoração pública (individual) como à adoração em família. Sem dúvida, não é de todo difícil comprovar a obrigação da piedade doméstica.

Considere primeiro o exemplo de Abraão, o pai dos fiéis e o amigo de Deus. Foi por sua piedade doméstica que recebeu uma bênção da parte do próprio Jeová: "Porque Eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para agir com justiça e juízo" (Gn 18.19).

O patriarca é aqui elogiado por instruir seus filhos e a seus servos na mais importante de todas as obrigações: "O caminho do Senhor", a verdade acerca de Sua gloriosa pessoa.

Note bem as palavras: "Ele há de ordenar a seus filhos"; ou seja, ele usará a autoridade que Deus lhe havia dado como pai e cabeça de sua casa para fazer valer as responsabilidades da piedade familiar.

Abraão também orava com sua família e a instruía: onde quer que armasse sua tenda, ali edificava um altar a Jeová (Gn 12.7; 13.4).

Os exemplos de outros santos homens são similares ao de Abraão. Considere a piedosa determinação de Josué, o qual declarou a Israel: "Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor" (24.15). Ele não permitia que nem os elevados postos que ocupava nem as prementes responsabilidades públicas que se acumulavam sobre si atraíssem sua atenção até o ponto de descuidar do bem-estar espiritual de sua família.

Temos também Davi que, quando trouxe de volta a arca de Deus para Jerusalém com alegria e ação de graças, logo após liberar-se de suas responsabilidades públicas, voltou "para abençoar a sua casa" (2Sm 6.20). Além destes eminentes exemplos, podemos citar o caso de Jó (1.5) e o de Daniel (6.10).

Limitando-nos somente a um exemplo no Novo Testamento, pensamos na história de Timóteo, que foi criado num lar piedoso. Paulo lembrou da "fé não fingida" que havia nele e, acrescentou, "a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe, Eunice" (2Tm 1.5). Há alguma surpresa, então, que o apóstolo pudesse dizer-lhe: "Desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras" (3.15)?

Por outro lado, podemos observar quão aterradoras ameaças são pronunciadas contra aqueles que fazem pouco caso dessa responsabilidade.

"Derrama a Tua indignação sobre os gentios que não Te conhecem, e sobre as gerações [famílias] que não invocam o Teu nome" (Jr 10.25)!

Perceba queridos irmãos que as famílias sem oração são aqui associadas aos pagãos que não conhecem o Senhor. Que vergonha para uma familia que se diz cristã e não oram e adoram a Deus juntas. Ora!, há muitas famílias pagãs que se reúnem para adorar a seus falsos deuses. E que vergonha é isso a milhares de cristãos professos. Observe também que Jeremias 10.25 registrou uma terrível imprecação igualmente para ambos grupos: "Derrama a Tua indignação sobre...". Quão sonoramente deveriam falar-nos essas palavras!

Não é suficiente que oremos como indivíduos, em privado, em nosso lar; é-nos requerido que honremos a Deus também em nossa família. Pelo menos uma vezes por dia – pela manhã e pela noite – toda a família deveria reunir-se para inclinar-se diante do Senhor, pais e filhos, para confessar seus pecados, para dar graças pelas misericórdias de Deus, para buscar Sua ajuda e bênção.

Não se deve permitir que nada interfira com esta obrigação: todas as outras necessidades domésticas devem ser adequadas a ela. A cabeça da família é quem deve dirigir as devoções, mas, se estiver ausente, ou seriamente enfermo ou é um incrédulo, então, a esposa deve tomar seu lugar. Em nenhuma circunstância deve-se faltar com a adoração em família. Se vamos desfrutar da bênção de Deus sobre nossa família, então, que seus membros se reúnam diariamente para o louvor e a oração. "Eu honrarei aos que Me honram", 1 Samuel 2:30 é Sua promessa.

Um antigo escritor bem disse: "Uma família sem oração é como uma casa sem teto, aberta e exposta a todas as tormentas do céu." Todas as nossas comodidades domésticas e bênçãos temporais brotam da generosidade amorosa do Senhor, e o melhor que podemos fazer em troca é reconhecer com gratidão, juntos, Sua bondade em relação a nós como família.

As desculpas para o descumprimento dessa sagrada obrigação são vãs e sem valor. Que proveito terá, quando tivermos de dar uma explicação a Deus pela mordomia de nossa família, dizer que não tivemos tempo disponível, trabalhando duro da manhã até a noite? Quanto mais foram prementes, (urgentes) nossas obrigações temporais, maior nossa necessidade de buscar socorro espiritual. Nenhum cristão pode alegar que não está qualificado para tal labor: os dons e os talentos se desenvolvem pelo uso e não pela negligência.

As vantagens e as bênçãos da adoração em família são incalculáveis.

Primeiro, a adoração em família prevenirá de muito pecado. Ela protege a alma, comunica um sentido da majestade e da autoridade de Deus, coloca verdades solenes na mente, faz com que desçam benefícios de Deus sobre o lar.

A piedade pessoal no lar é um meio de influência poderoso, para comunicar piedade aos pequenos. As crianças são principalmente criaturas de imitação, que amam copiar o que vêem em outros. "Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei em Israel, a qual deu aos nossos pais para que a fizessem conhecer a seus filhos; para que a geração vindoura a soubesse, os filhos que nascessem, os quais se levantassem e a contassem a seus filhos; para que pusessem em Deus a sua esperança, e se não esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os Seus mandamentos" (Sl 78.5-7).

Queridos a espantosa decadência moral e espiritual das multidões de hoje podem ser resultado do descuido dessa irresponsabilidade por parte dos pais em negligenciar  a oração e o culto em família. A oração diária no lar é um meio de graça bendito para dissipar aquelas paixões malditas a que nossa natureza comum se encontra sujeita.

Em segundo lugar a oração em família obtém para nós a presença e a bênção do Senhor. Há uma promessa de Sua presença, a qual é peculiarmente aplicável a essa responsabilidade.  Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles. Mateus 18:19-20.  Muitos têm encontrado na adoração em família essa ajuda e comunhão com Deus, a qual buscavam, com menos resultado, na oração privada.

Em terceiro lugar a oração em família mantem a espiritualidade de nosso lar.

Mas, se vos parece mal o servirdes ao Senhor, escolhei hoje a quem haveis de servir; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do Rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor.

Nossa sociedade é marcada pela licenciosidade e pelo descompromisso com os valores cristãos. O mundo contemporâneo está mergulhado em profunda imoralidade. O materialismo e o consumismo do mundo contemporâneo têm levado os membros da família a se esquecerem da vida piedosa no lar.

Uma família fundamentada nos princípios da Palavra de Deus pode oferecer cura para uma sociedade espiritualmente enferma. Necessitamos profundamente do avivamento da espiritualidade no lar.

A Família cristã era o baluarte da piedade em épocas passadas, mas nesses dias maus, centenas de famílias chamadas cristãs não realizam a adoração no lar, não estabelecem restrições, nem ministram qualquer disciplina e ensino aos seus filhos. Como podemos esperar que o reino de Deus prospere, quando os discípulos de Cristo não ensinam o evangelho a seus próprios filhos. Repare três coisas neste texto: Josué 24.14-15

Primeiro, Josué não fez da adoração ou culto ao Deus vivo uma opção. No verso 14, ele ordenou Israel a temer o Senhor. No verso 15 ele enfatiza que o Senhor deseja ser adorado e cultuado voluntariamente e deliberadamente em nossas famílias.

Segundo, no verso15, Josué reforça o culto a Deus em família com seu próprio exemplo. O verso 15 demonstra que ele estava se endereçando aos cabeças dos lares. Esse verso declara que Josué irá fazer o que ele quer que todo chefe de família em Israel faça: servir ao Senhor,

  Josué sabe que ainda havia muita idolatria em Israel. Ele tinha acabado de dizer ao povo para afastar os falsos deuses (v. 14). Ele sabia que sua família iria nadar contra a correnteza em continuar servindo ao Senhor mesmo assim ele enfaticamente declara que sua família irá proceder assim de qualquer maneira.

Terceiro, a palavra servir no verso 15 é uma palavra abrangente. Ela é traduzida como adoração (culto) muitas vezes nas Escrituras. A palavra original não inclui apenas servir a Deus em todas as esferas de nossas vidas, mas também em atos especiais de culto .

Certamente todo marido temente a Deus e pastor deve dizer como Josué: "Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor". Nós buscaremos a Deus, cultuaremos a Ele e oraremos a Ele como família. Nós leremos Sua Palavra, repleta de instruções e reforçar seus ensinamentos em nossa família.

Ainda que com dificuldades, com lutas, com fraqueza, aprendamos a orar em família. Que a oração e adoração familiar seja para nós um hábito diário. Que experimentemos o poder de Deus através deste canal. Que nos identifiquemos com o Senhor Jesus, que preferia a oração às multidões (Mt. 14:22, 23), que dava o melhor do seu tempo para estar com Deus. Desliguemos o rádio, a TV, o computador, o celular, entremos no lugar secreto e mantenhamos uma comunhão com Deus. 

 

2012/09/03

O VALE DA DOR


Referência: Mateus 26.36-46

INTRODUÇÃO

1. O vale da dor é incontornável. Todos passamos por ele. Todos sofremos.

2. Jesus também teve o seu Getsêmani. O jardim do Getsêmani fica no sopé do Monte das Oliveiras, pois ali existia muitos olivais. Getsêmani significa lagar de azeite, prensa de azeite.

3. Por ser um aparato destinado a receber os frutos da oliveira, para transformá-los em óleo, produto de muitas utilidades, o dito aparato era instalado mesmo no interior do jardim das Oliveiras.

4. Foi neste lagar de azeite, onde as azeitonas eram esmagadas, que Jesus experimentou o mais intensa e cruel agonia. Ali sua vida foi moída. Ali foi esmagado sob o peso dos nossos pecados. Ali seu corpo foi golpeado. Ali suou sangue. Ali enfrentou a fúria do inferno, o silêncio do céu.

I. O PRELÚDIO DO VALE DA DOR 

1. Olhe pela janela dos quatro evangélicos e veja que noite fatídica foi aquela para Jesus.

2. Lá estava Jesus, com os doze discípulos, celebrando a Páscoa

a) Ele ensina a eles a humildade, lavou-lhes os pés;

b) Ele aponta o traidor, e este sai na escuridão daquela noite para o trair;

c) Ele lhes dá o novo mandamento;

d) Ele avisa a Pedro "Nesta noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes".

e) Ele lhes consola: "Não se turbe o vosso coração…"

f) Ele ora por eles (Jo 17).

3. Saem de noite, do Cenáculo, na noite da trama, da armadilha, dos acordos escusos, do suborno traidor, na calada da noite. O sinédrio está reunido na surdina, urdindo planos diabólicos, subornando testemunhas, comprando a consciência fraca de Judas.

4. Saem do Cenáculo apenas em 11. Judas não voltou. Descem o Monte Sião. Cruzam o Vale do Cedrom. Entram no Getsâmani. Era noite. Dos 11 que o acompanham, 8 estão ficando para trás. E parece que por ordem dele: "Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar."

5. Continua Jesus caminhando, mas agora, somente com 3. A angústia toma conta de sua alma. A morte, o salário do pecado, o acossa. "A minha alma está profundamente triste até a morte".

6. Os 3 ficam também para trás. Ele agora segue sozinho. Ajoelhou-se o Senhor do céu e da terra. Ajoelhou-se o Rei do Universo. Ajoelhou-se o Deus encarnado.

Prostrou-se com o rosto em terra – humilhou-se.

Ora intensamente, numa luta de sangrento suor.

O anjo de Deus vem consolá-lo.

Judas capitaneia a súcia, a turba maligna.

Os inimigos caem. Cristo se entrega voluntariamente.

II. AS MENSAGENS DO VALE DA DOR

1. No Vale da dor enfrentamos profunda tristeza – v. 38 

No Getsêmani da vida você terá tristeza. Sim, se Cristo passou pelo Vale da Dor, nós também passaremos. Vida Cristã é um vale de lágrimas. Temos alegria do céu, mas cruzamos também os vales da dor. Passamos por desertos esbraseantes, por ondas revoltas, por ventos contrários, por rios caudalosos, por fornalhas ardentes.

Jesus também teve tristeza e não foi só no Getsêmani:

a) Ficou triste com a morte do seu amigo Lázaro – e essa tristeza levou-o também a chorar. Quantas vezes você já ficou triste e chorou pela morte de um amigo, de um ente querido?

b) Ficou triste e chorou sobre a cidade de Jerusalém – Jesus chorou ao contemplar a impenitente cidade de Jerusalém, assassina de profetas, rebelde. Ele disse: "Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedrejas os que te foram enviados, quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus filhotes, mas tu não o quisestes". Quantas vezes você já chorou por um parente ou amigo que se recusou a crer em Cristo até a hora da morte?

c) Ficou triste no Getsêmani – Agora, entre a ramagem soturna das oliveiras, sob o clima denso da trama, e peso da cruz Jesus declara: "A minha alma está profundamente triste até a morte".

d) Por que Jesus estava triste?

1) Era porque sabia que Judas estava se aproximando com a turba assassina?

2) Era porque estava dolorosamente consciente de que Pedro o negaria?

3) Era porque sabia que o Sinédrio o condenaria?

4) Era porque sabia que Pilatos o sentenciaria.

5) Era porque sabia que o povo gritaria infrene: Crucifica-o?

6) Era porque sabia que o povo escolheria a Barrabás e o condenaria?

7) Era porque sabia que seria açoitado, cuspido e humilhado pelos soldados romanos?

8) Era porque sabia que os seus discípulos o abandonariam na hora da morte? NÃO!!!

A tristeza de Cristo era porque sua alma pura, estava recebendo toda a carga de todos os nossos pecados. Na cruz Deus escondeu o rosto do seu Filho. Ali ele foi feito pecado e maldição. Ali ele clamou: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"

Até o sol escondeu o rosto de Jesus, e as trevas cobriram a terra.

Jesus foi traspassado, moído. Na cruz ele desceu ao Hades.

Ali ele entristeceu-se porque sorveu sozinho o cálice da ira de Deus. Só pagou o preço da nossa redenção. Sofreu só, sangrou só, só morreu!

Como você tem enfrentado o seu vale de dor, o seu Getsêmani?

2. O vale da solidão- v. 39

No Getsêmani da vida, no vale da dor, muitas vezes, você sofrerá sozinho.

Nesta hora Jesus buscou dois refúgios: a solidariedade humana e a vontade divina. Na solidão precisamos de a) Comunhão Humana; b) Comunhão com Deus. Jesus pediu a presença dos 3 discípulos com ele. Jesus não pede nada, nem quer ouvir nada deles, mas pede a presença deles. Paulo também pediu que Timóteo fosse ter com ele e levasse João Marcos. Na hora da solidão, precisamos de gente e precisamos de Deus!

a) Muita gente há havia abandonado a Jesus (Jo 6:66). Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele. 
João 6:66

b) Seus discípulos o iam abandonar agora (Mt 26:56). Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram. Mateus 26:56

c) Pior de tudo, na cruz ia gritar: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" – As multidões o deixaram. Os discípulos o deixaram. Agora é desamparado pelo próprio Pai.

d) Muitas coisas disse Jesus às multidões. Quando porém, falou de um traidor, foi apenas para os 12. E únicamente para 3 desses 12 é que ele disse: "A minha alma está profundamente triste até à morte". E por fim, quando começou a suar sangue, estava completamente sozinho.

e) Quando Paulo estava no seu Getsêmani, na prisão romana, à beira do martírio, disse: "Todos me abandonaram. Na minha primeira defesa ninguém foi ao meu favor. Mas ali viu sua coroa.

f) Quando João foi exilado na Ilha de Patmos, passou pelo seu Getsêmani sozinho, mas ali Deus lhe abriu a porta do céu.

g) Quando Jó foi abandonado pela sua mulher, e acusado pelos seus amigos, pode ver a Deus face a face.

h) Como você tem enfrentado a sua solidão?

3. O vale da oração – v. 39,42,44

Quando passamos pelo Vale da dor, muitos murmuram, outros se desesperam, outros deixam de orar, outros deixam de ler a Bíblia, outros abandonam a igreja, outros se revoltam contra Deus.

Nas provas devemos aprender a orar como Jesus. Sua oração foi marcada por 5 características:

1) Humilhação – Ele, o Deus eterno, está de joelhos. Ele, o criador do universo, está com o rosto em terra, suando sangue. Como não deveríamos estar quando também atravessamos o vale da dor?

2) Intensidade (Lc 22:44) – Jesus enfrentou a maior batalha da sua vida em oração. A batalha foi tão intensa que Jesus começou a suar sangue. Foi uma oração de guerra. Ele se agonizou em oração. E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão. 
Lucas 22:44

3) Perseverança – Ele orou 3 vezes e progressivamente.

4) Vigilância (v. 41) – Jesus alertou os discípulos para vigiar e orar. Porque não vigiaram: 1) Dormiram na batalha; 2) Pedro negou Jesus; 3) Os discípulos fugiram; 4) Pedro cortou a orelha de Malco; 5) Não sabiam o que responder a Jesus? Seus olhos estavam carregados de sono, porque seus corações estavam vazios de oração.

5) Submissão (v. 39,42,44) – A oração não é que a vontade do homem seja feita no céu, mas para que a vontade de Deus seja feita na terra. Porque Jesus orou teve coragem para enfrentar a turba, a prisão, os açoites, a cruz, a morte. Sem oração você foge como os discípulos (v. 56). "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Mas se orar, o bicho foge". Muitos se desesperam quando cruzam o vale da dor, mas Cristo caiu de joelhos e orou e na oração prevaleceu. E você, tem se rendido a Deus? Tem se colocado de joelhos, dizendo: "eu me rendo Senhor, seja feita a tua vontade Senhor". Marcos 14:36 diz que Jesus começou sua oração, dizendo: "Aba, Pai". Era a palavra que uma criancinha usava para se dirigir ao seu Pai. Jesus se dirige a Deus, sabendo que ele é Pai, digno de toda confiança. O que nos livra da tentação é saber que no vale da dor: Deus é bom e ele é o nosso Pai.

4. O vale da Consolação (Lc 22:43) 

Deus nos consola nos dando livramento da prova, ou nos dando poder para vencer as provas.

a) Paulo ora 3 vezes pedindo cura do espinho na carne, mas Deus lhe diz: "A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza".

b) Tiago diz que devemos ter por motivo de toda a alegria, o passarmos por diversas tribulações (Tg 1:2-4).

c) No Getsêmani da vida, Deus o consolará: "E apareceu-lhe um anjo do céu que o confortava".

d) Jesus não encontrou pleno conforto nos seus discípulos, pois a vigília da solidariedade tinha se transformado no sono da fuga. Mas quando Jesus buscou a face do Pai, um anjo desceu do céu para confortá-lo. Porque os amigos mais solidários falharam, ele ficou solitário com o Pai e foi consolado.

e) Agora o sofredor manchado de sangue é consolado por um anjo do céu. Depois que travou a mais sangrenta batalha da história. Depois que aceitou sorver sozinho o cálice da ira de Deus. Depois que se dispôs a carregar o lenho maldito. Depois que se dispôs a se tornar maldição por nós. Depois que desafiou o inferno e seus demônios, foi consolado!

f) Deus nunca abandona os seus no vale da dor, no Getsêmani da vida. Ele é o Deus e Pai de toda consolação.

1) Os amigos de Daniel – No Getsêmani da fornalha foram consolados pelo anjo do Senhor.

2) Pedro na prisão – ia ser morto no dia seguinte, mas o anjo do Senhor o levantou, o guiou, o livrou, o consolou.

3) Paulo no naufrágio – Passou 14 dias na voragem do mar. Tempestade convulsiva. Todos haviam perdido a esperança. Mas Deus enviou seu anjo para confortar a Paulo e lhe garantiu a vitória.

4) Você tem sentido a consolação de Deus?

CONCLUSÃO 

1) Como foi que Jesus entrou no Getsêmani da sua vida? Profundamente angustiado, abatido e cheio de tristeza.

2) Como foi que saiu? Tão fortalecido e vitorioso que bastou somente uma palavra sua para fazer seus inimigos recuarem, caindo todos por terra. Jesus não foi preso, ele se entregou. Ele se deu. Ele morreu. Ele ressuscitou. Ele venceu. Ele está conosco. Ele nos consola, nos guia, nos leva para a Casa do Pai.

 Rev. Hernandes Dias Lopes