2025/07/18

Epístola de Paulo aos Romanos

Nas palavras do grande exegeta reformado, Willian Hendriksen: "Romanos é um livro candente. É saturado de instrução no tocante à vida e à doutrina. Comunica conforto à vida e.

Evitamos dizer que a Carta aos Romanos é um dos livros mais importantes para a exposição da doutrina da Fé Cristã, mesmo porque cremos na total inerrância das Escrituras, e que, portanto, todos os livros das Sagradas Escrituras são igualmente importantes. Preferimos em vez disso, dizer que Romanos traz em seu conteúdo de forma explícita doutrinas da Fé Cristã, e que, por isso, o estudo dessa carta torna-se imprescindível àqueles que querem aprofundar-se tanto no conhecimento quanto na prática das doutrinas cristãs.

A aplicabilidade da Carta aos Romanos se dá em qualquer época. Por exemplo: a igreja de Roma consistia em dois grupos, os judeus e os gentios. Por conseguinte, disputas entre estes dois grupos atormentavam a igreja, então Paulo mostra que em Deus "não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo Senhor é o Senhor de todos" (10.12). Este problema persiste em nossos dias, especialmente quando os crentes se esquecem de que são salvos pela Graça de Deus mediante a Fé em Cristo, e que, portanto, se retirarmos a Graça de cena, todos, os de dentro e os de fora da Igreja são iguais, pecadores miseráveis. Romanos é a defesa da Fé contra o preconceito religioso e a hipocrisia.

Quando Paulo escreveu Romanos, ele ainda não tinha estado em Roma, mas vinha pregando o evangelho desde sua conversão em 35 dC. Durante os dez anos anteriores, ele tinha fundado igreja através de todo o mundo mediterrâneo. Agora, estava chegando ao fim de sua terceira viagem missionária. Esta epístola é, portanto , uma declaração madura de sua compreensão do evangelho. Em Roma, a igreja havia sido fundada por outros cristãos; e Paulo, através de suas viagens, conheceu muito a respeito dos crentes de lá (16.3-15).

O tema doutrinal global que Paulo procura demonstrar é que Deus é Justo. Apesar de tudo que aconteceu neste mundo– mesmo que todos os seres humanos sejam pecadores (1.18-3.20); mesmo que Deus não puna, mas perdoe os pecadores culpados (3.21-5.21); mesmo que os crentes possam não viver completamente de uma maneira coerente com a justiça de Deus (6.1-8.17); mesmo que os crentes sofram e a redenção final retarde (8.18-39); mesmo que os muitos judeus não creiam (9.1-11.36) - ainda assim Deus é perfeitamente Justo e nos perdoou através de sua graça. Devido a essa grande misericórdia de um Deus tão justo, devemos seguir um modelo de vida coerente com a própria justiça de Deus (12.1-16.27).

Romanos é a história do plano de redenção de Deus em Cristo: a necessidade dele (1.18-3.20), a descrição detalhada da obra de Cristo e sua implicações para os cristãos (3.21-11.36) e a aplicação do evangelho à vida cotidiana (12.1-16.27).

No dias em que essa carta foi escrita, o mundo greco-romano era um mundo sem esperança. A concepção grega (e mais tarde a romana) não apresentava nenhuma esperança para o corpo (e nem mesmo para a alma) no momento da morte. O mundo em que vivemos não está muito diferente. Tanto lá como hoje, Romanos fala não só de uma esperança, mas da única esperança – Jesus Cristo. Veja os textos de 8.24, 26-39; 15.13; 11.33-36; 13.8-14; 16.25-27, isso sem falar em outros trechos que mostram o Evangelho de Cristo como a mensagem de esperança para o homem. . Romanos é a defesa da Fé (e da esperança) contra a incerteza e desespero causados pelo pecado.

Data / Local/ Ocasião

É mais provável que Paulo tenha escrito Romanos enquanto estava em Corinto, em 56 dC, fazendo uma coleta para ajudar os cristãos necessitados de Jerusalém (15.25-28,31; 2Co 8-9). Ele planejou ir a Jerusalém com essa coleta, depois visitar a igreja em Roma (1.10-11; 15.22-24). Depois de ser revigorado e apoiado pelos cristãos de Roma, planejou viajar para a Espanha para pregar o evangelho (15.24). Ele escreveu para dizer aos romanos sobre sua visita iminente. A carta, provavelmente tenha sido entregue por Febe (16.1-2)

Cerca de dez anos (entre 47 – 57 d.C) Paulo realizou intensa obra evangelística na região do Mar Egeu, concentrando-se na províncias romanas da Galácia, Macedônia, Acaia e da Ásia. Contudo fosse um "cidadão romano", título muito importante que conquistara por nascimento, enquanto que muitos adquiriam por grande soma de dinheiro (At.22.25-29), Paulo não conhecia sua capital e nutria em seu coração intenso desejo de ir até lá e pregar o Evangelho. Deve-se datar Romanos dentro do período compreendido pela terceira viagem missionária, quando o apóstolo estava empenhado a angariar fundos para a Igreja de Jerusalém. Quando Paulo escreveu 2Coríntios, enquanto viajava de Éfeso para Corinto, a coleta ainda estava incompleta (2Co.8.1-9).

Na ocasião em que escreveu à igreja de Roma, esta coleta aparentemente já estava terminada (Rm.15.26-28). Portanto, assumimos que Paulo escreveu sua epístola aos Romanos estando na cidade de Corinto, enquanto permanecia ali por três meses, em 57 d.C, no final de sua terceira viagem missionária, antes de viajar para Jerusalém levando os donativos aos irmãos dessa cidade que estavam passando sérias necessidades (Rm.15.25; At.20.2-3)9 .

Os autores são unânimes em afirmar que a origem geográfica da epístola aos Romanos é a cidade de Corinto, durante a estadia de Paulo ali que durou um trimestre segundo At. 20: 3. Alguns dos nomes citados no último capítulo desta epístola tais como Febe, a provável portadora da Epistola, que servia na igreja de Cencréia, cidade portuária, próximo à Corinto (Rm. 1:1); Gaio, a quem Paulo se refere como sendo seu hospedeiro (Rm. 16:23) também referido em I Co. 1: 14.; a menção da saudação enviada por Timóteo (Rm. 16:21), também referido com estando com Paulo em Corinto por ocasião da terceira visita (II Co. 1:1) e a referência à saudação enviada por Erasto (Rm. 16:23), também referido em II Tm. 4:20. Sobre este Erasto "tesoureiro da cidade" Gundry destaca: Há uma inscrição descoberta em Corinto e datada do primeiro século da era cristão que diz: Erasto, comissário das obras públicas, lançou este pavimento às suas próprias custas. Estritamente falando, "comissário das obras públicas não é a mesma coisa que "tesoureiro das cidade", mas é natural pensar que Erasto subiu do posto de comissário para tesoureiro da cidade ou que fora rebaixado de tesoureiro para comissário, podendo também as duas palavras ser sinônimas.

Todos estes nomes mencionados por Paulo, estando relacionados à cidade de Corinto, evidência de forma clara, a origem da Epístola aos Romanos. Ademais, uma epístola como esta, escrita cuidadosa e ponderadamente, só podia se redigida com calma, quando Paulo pôde fixar residência por algum tempo num lugar. Em Atos 20:3 somos informados que Paulo demorou três meses em Corinto, tempo suficiente para a redação da epístola.

OCASIÃO

Porque Paulo teria escrito à igreja de Roma, visto que nem ele nem nenhum dos outros apóstolos fundara aquela igreja e nem mesmo nunca a visitara antes? É a carta um tratado teológico ou simplesmente uma carta ocasionada por circunstâncias da carreira de Paulo?

Pode ser, de algum modo uma e outra coisa, mas o ponto é se o apóstolo quis, por iniciativa própria, expor o evangelho que pregava, ou se tomou da pena para escrever uma carta ditada por problemas iminentes. Na resposta a estas questões, Davidson argumenta: Há quem pense que Paulo sentia estarem contados os seus dias, pelo que desejava deixar à posteridade uma declaração definitiva daquilo que pregava. Admite-se que a doutrina do apóstolo foi mau compreendida em seus dias, sendo atacada, nunca deixando de ter críticos ( especialmente nas fileiras do judaísmo), não havendo sido jamais apresentada de uma forma sistematizada. Sugere-se, portanto, que Romanos é o documento do testamento final do grande apóstolo dos gentios. Além disso, argumenta-se que a igreja de Roma era a depositária que convinha deste documento oficial autorizado. A forma lógica e teológica da epístola, que é a mais sistemática, mais raciocinada e mais doutrinária de quantas cartas que Paulo escreveu, não oferece base para a teoria formal.

Não parece provável, porém, que Paulo estivesse preocupado com o pouco tempo que talvez lhe pudesse restar., como que sentisse "escaparem-se as areias do tempo" e sua carreira prestes a terminar, de modo que fosse necessário deixar um sistema de Teologia à posteridade; nem tão pouco é possível sustentar que, apesar do vasto conteúdo teológico, Romanos seja menos importante que as demais cartas escritas pelo apóstolo, ao contrário, o ensino da epístola aos romanos é completo à luz do ensino das demais. Indubitavelmente, certas circunstâncias imediatas sugerem o motivo que impeliu o apóstolo à produção dessa epístola: A – O desejo do apóstolo de visitar os crentes de Roma, expresso várias vezes no decorrer da carta: (1:10-14; 14:22; 15:32) B – Uma exposição clara acerca da condição de morte espiritual (3:28) incluindo todos os homens, quer sejam judeus quer gentios, colocando-os todos debaixo de uma mesma realidade de alienação de Deus, combatendo talvez um problema interno que era comum nas igrejas neotestamentárias, normalmente provocados por judaizantes . A solução para esta alienação é apresentada dentro da exposição que o apóstolo faz da soberania de Deus em eleger um povo específico sem configurações étnicas e raciais, mas composto de todas etnias e raças e sobre eles aplicar a obra de redenção. C – A intenção de Paulo de continuar sua obra missionária, voltando agora seus olhos para o ocidente, desejando chegar até à Espanha, entendendo que sua tarefa no oriente já está concluída, imbuído no desejo de chegar até "aos confins do mundo"; este interesse levou-o a apelar aos crentes de Roma que o apoiassem nesse empreendimento, considerando ser Roma um verdadeiro centro estratégico e sua comunidade cristã é um grupo influente naquele sentido. (15:24,28) D - Dificuldades práticas de caráter ético, enfrentadas pelos crentes também podem ser arroladas como necessidade de uma palavra de orientação do apóstolo. A seção ética do capítulo quatorze e primeira parte do capítulo quinze evidencia isto.

Há, porém, outras necessidades que ocasionaram a escrita da carta, as quais o apóstolo as esboçam em cunho doutrinário e teológico, estas descreveremos no próximo ponto, dentro dos propósitos da carta.

Autor

A origem da igreja de Roma – Pouco é sabido acerca da origem desta importante igreja. No mundo dos dias de Paulo, o nome Roma era muito significativo e há, perceptivelmente, um fascínio muito grande do apóstolo por esta cidade, expresso no seu grande desejo de pregar ali (Rm.1: 10- 13). A igreja cristã em Roma já existia há algum tempo quando Paulo lhe escreveu a epístola. Em At. 28:15 a existência daquela igreja é aceito como algo largamente conhecido, fato atestado pela representação oficial, através de um grupo de irmãos, enviados por esta igreja, para receber Paulo no Ápio Fórum. Paulo declara expressamente não ser o fundador desta igreja: Rm. 1: 10-15, 15:20-22. A hipótese de Pedro ter sido o fundador desta igreja é também facilmente descartada, pois estas declarações mais se embasam no zelo destorcido, que pretendia, talvez, evidenciar uma origem nobre à igreja que mais tarde seria a sede do cristianismo. Sobre este ponto, Champlin destaca: Cumpre-nos observar, entretanto, que o apóstolo Pedro ainda se encontrava em Jerusalém, ao tempo da conferência referida em Gálatas 2:1-10, que corresponde à chamada visita da fome" que Paulo fez à Jerusalém, segundo o que se lê em Atos 11:27. Portanto é altamente improvável que Simão Pedro tenha tido qualquer participação pessoal na fundação da igreja cristã de Roma. Além disso, Paulo nos dá a impressão que a igreja romana fora estabelecida muitos anos antes de sua visita (Rm. 15:22). E em parte alguma Paulo dá a impressão que a fundação desta igreja tenha sido realização sua. 6 Escritores como Davis, F. Davidson, Gundry e Champlin apontam duas hipóteses para o surgimento da igreja em Roma: Crê-se que a igreja de Roma se originou do testemunho e dos trabalhos dos cristãos cidadãos do Império, que viajavam constantemente para a metrópole, e dali para outras partes. Não é improvável que a obra de evangelização tivesse sido começada pelos "forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos" (At. 2:10). Essas testemunhas do evangelho teriam sido ajudadas posteriormente por cristãos da Antioquia da Síria, Éfeso e Corinto, e assim teve incremento a comunidade.

Com esta opinião também concordam Davis e Champlin. Guingry, porém, assevera acerca da possibilidade do evangelho ter chagado à Roma por ocasião do Pentecostes: Quiçá alguns dos judeus e prosélitos residentes em Roma, que tinham estado em Jerusalém no dia de Pentecostes e ali se tornaram cristãos, levaram de volta o evangelho a Roma , no alvorece mesmo da história cristã. (vide At. 2:10) 8 Evidentemente as duas hipóteses são perfeitamente possíveis, no que tange ao surgimento da igreja cristã na capital do império, bem como podemos pensar no trabalho sendo plantado pelos residentes em Roma e fortalecido pelos imigrantes convertidos que para lá foram numa ocasião posterior

1.2- Evidências internas – No capítulo 15: 22-29, temos a mais forte evidência interna acerca da época em que a carta foi escrita. Aqui o apóstolo revela que está prestes a viajar para Jerusalém levando a coleta para os pobres daquela região vitimados pela forme profetizada por Ágabo em At. 11: 27-30, quando então espera estar desimpedido para visitar Roma e depois a Espanha. O recolhimento das ofertas para as igrejas da Judéia no qual Paulo estava empenhado a fazer, além do texto acima referido, é também apontado em I Co 16:1-4; II Co. 8-9 e At. 24:17. Champlin9 destaca que a data da escrita da epístola esta vinculada à menção que Paulo faz da coleta descrita nos textos acima, .na qual o apóstolo está empenhado. Estes indícios mostram (especialmente Rm. 15: 25-26), que quando ele escreveu a Epístola, já havia completado o seu serviço de recolhimento da oferta, a última parte da qual foi completada em Corinto, quando então cumpriria a intenção de ir até Jerusalém, afim de levar a oferta completa. De Jerusalém, ele iria a Roma. Assim, pois, durante algum tempo, quando de sua permanência final em Corinto, sendo esta a terceira visita (II Co. 13:1), redige e endereça a carta à igreja de Roma, pouco ante de se dirigir à Jerusalém, na parte final de sua terceira viagem missionária. O que dataria a carta entre 56 e 59 d. C. Davidson assevera acerca da data da carta: Temos uma indicação da época no capítulo 15 da data em que a carta foi escrita. Foi à s vésperas de partir para a Palestina que Paulo endereçou a carta à Roma. Relativamente à cronologia exata da vida e obra da vida de Paulo nenhuma autoridade pode ser dogmatizada, mas o tempo da visita à Jerusalém é colocado entre os anos 56 e 59 A. D. não sendo possível outras datas. 10 A data da escrita como sendo imediatamente anterior à visita a Jerusalém é ponto pacífico na evidência interna descrita em Rm. 15: 25, marcando a parte final de sua terceira viagem missionária , isso data a escrita da carta, como já mencionamos entre 57 e 59 d. C.

2.3 – Evidencias externas - Pela clareza expressa nas evidências internas acerca da época em que a carta foi escrita, não há disputa entre os autores, nem mesmo entre os Pais da igreja. A palavra de Paulo em Rm. 15:22-29 é conclusiva sobre quando da escrita da carta. "estas regiões" mencionadas no v. 23 fazem referência ao oriente; à Grécia, à Corinto, as quais ele estava prestes a deixar pois os seus olhos agora estão voltados para o ocidente e sua intenção é ir até a Espanha, v. 24. O texto de At. 20:2-3 : " Havendo atravessado aquelas terras, fortalecendo os discípulos com muitas exortações, dirigiu-se para a Grécia, onde demorou três meses...." Esta e as demais indicações mostram que Paulo escreveu a epístola aos Romanos ao final de sua permanência na Grécia (Acaia), ou seja , em Corinto, durante a sua terceira visita àquela cidade: "Esta é a terceira vez que vou ter convosco..." II Co. 13:1 e 12:!4. Champlin11 diz que Paulo escreveu a Carta quando estava prestes a visitar a cidade de Roma, quando está decididamente resolvido a voltar-se para o ocidente, por crer que seu trabalho missionário deveria se estender naquela direção, atingindo inclusive a Espanha. Assim sendo, Paulo provavelmente escreveu imediatamente antes da porção final de sua terceira viagem missionária, o que situaria a data da epístola, a partir da 53 d. C. Uma data tão requerente, porém, não parece muito provável, uma vez que a carta fora escrita em Corinto, na fase final da terceira viagem, que os escritores afirmam ter sido concluída entre 57 e 59, sendo esta a data mais provável para a Carta.

Das treze cartas tradicionalmente atribuídas a Paulo, a carta aos romanos é uma das que menos enfrenta problema de disputa em sua autoria. Se a autoria das Epístolas pastorais, (I e II Timóteo e Tito), com exceção de Filemon, sofrem algum tipo de questionamento por parte dos eruditos críticos, as Epístolas chamadas "gerais" ( Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses e I e II Tessalonicenses) são aceitas praticamente de modo unânime como epístolas genuinamente paulinas pelos estudiosos. Dentre essas nove, a autoria de quatro delas não encontram nenhum tipo de disputa, a saber: I e II Coríntios, Gálatas e Romanos. Acerca destas há consenso absoluto no que diz respeito à autoria; sendo todas, indubitavelmente oriundas da pena de Paulo. 1.1 – Evidências internas – A- A simples comparação entre as quatro obras clássicas paulinas: Romanos, I e II Coríntios e Gálatas no que se refere a questões de estilo e vocabulário, revela de forma incontestável que estas quatro epístolas foram escritas pelo mesmo autor sacro. Sobre a comparação do estilo e vocabulário empregado entre os escritos de Paulo, especialmente as quatro cartas onde há unanimidade quanto à autoria, Champlin assevera:

Aceitar uma delas como Paulina é aceitar todas as outras três e rejeitar una delas, é rejeitar as demais. Estilo e vocabulário são elementos que não podem ser facilmente copiados ou imitados; e estas epístolas revelam-nos o mesmo homem, dotado de um estilo literário intensamente pessoal, o, que revela a personalidade de seu autor de forma notável e indiscutível.

É notável como as referidas epístolas contêm em seu próprio conteúdo, a reivindicação de terem sido escritas pelo apóstolo Paulo, e o conteúdo de cada uma delas evidencia em termos de estilo literário, vocabulário e linguagem utilizada, a composição de um único autor. B- Na abertura da epístola há um considerável detalhe para fortalecer a afirmação da autora Paulina desta carta. As cartas antigas eram compostas de uma forma geral em sua estrutura: o remetente se preocupava em enviar saudações ao seu destinatário e em se identificar pelo próprio nome, falar acerca de suas credenciais e seguindo seu estilo próprio, o remetente usava uma forma padrão de saudação. Vejamos o prólogo da carta onde estes elementos são facilmente identificados: "1-Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deu,...5- por intermédio de quem, viemos a receber graça e apostolado por amor do nome, para a obediência por fé entre todos os gentios, 6- de cujo o número sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo.7- A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a vós outros e paz , da parte de Deus, nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo."

C- A extensa lista biográfica descrita no capítulo 16 também se constitui numa forte evidência interna acerca da autoria Paulina desta carta. É curiosa a forma calorosa expressada pelo apóstolo O fato do apóstolo citar o nome de tantas pessoas conhecidas dele que agora estavam residindo na cidade de Roma e congregando naquela igreja exprime de forma clara e inquestionável o fato de ter sido Paulo e não outro, o autor desta magnânima carta.

A maioria dos exegetas e peritos nos estudos do NT atribui a Paulo a autoria dessa carta. Argumentos contrários a autoria Paulina tais como: Lucas não menciona no livro de Atos o estabelecimento de uma igreja em Roma, e assim Paulo não poderia ter escrito uma carta aos romanos, não merecem nem mesmo consideração. Os argumentos favoráveis à autoria de Paulo são classificados como: internos e externos.

Argumentos Externos

Em ordem do mais recente ao mais antigo destacamos4 : ✓ Eusébio, o grande historiador eclesiástico, escrevendo no início do século VI, lista Romanos entre as "quatorze (sic!) cartas de Paulo"; ✓ Orígenes (210 – 250); ✓ Tertuliano (193-216); ✓ Clemente de Alexandria (190 – 200); ✓ O Fragmento Muratoriano5 (180 – 200) também atesta que Paulo é o autor de Romanos nas seguintes palavras (HENDRIKSEN, 2001, p.12): "Ora, as epístolas de Paulo, quais são elas, donde e por que razão foram enviadas, elas mesmas esclarecem àquele que está disposto a entender. Antes de tudo, ele escreveu por extenso aos Coríntios...então aos Gálatas... e aos Romanos sobre a ordem das Escrituras, notificando também que Cristo é o principal tema nelas". ✓ Irineu (182 – 188) em seu livro "Contra Heresias III.XVI" citando o Rm.5.17 (assim como outros trechos de Romanos) sempre afirma: "Paulo, falando aos romanos em..."; ✓ Marcião (144 ano em que viajou para Roma), atribuiu a Paulo a autoria dessa carta, um dos poucos livros do NT que ele preservara no "seu próprio" cânon6 7 . ✓ Policarpo (155 ano do seu martírio), discípulo de João e bispo de Esmirna. Numa carta que ele escreveu aos filipenses, cita a carta de Paulo aos Romanos; ✓ Inácio, bispo de Antioquia em seu caminho para Roma e para o martírio, no início do século II, numa série de cartas que ele escreveu às igrejas, nas quais constava várias citações das cartas de Paulo, dentre elas a de Romanos; ✓ Clemente, bispo de Roma (século I), em sua carta que escreva aos Coríntios, mostra que várias vezes a pessoa de Paulo ligada à autoria de Romanos.

A aceitação da Epístola de Paulo aos Romanos no Cânon Sagrado nunca encontrou oposição expressiva. Os Pais da igreja foram unânimes em aceitar esta epístola. Sobre este fato, Champlin argumenta: Nenhum dos livros do Novo Testamento foi aceito como canônico antes da epístola aos Romanos, pois quando se fizeram as declarações sobre "cânon" neotestamentário a epístola aos romanos sempre foi incluída, e isto nos pronunciamentos de pessoas ou grupos ortodoxos ou heréticos. 4

O texto de II Pedro 3:15-16: "e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor como igualmente o nosso amado irmão Paulo (grifo meu) vos escreveu segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca desses assuntos, como, de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas cousas difíceis de se entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles." é indicado como a evidência externa comprovatória da autoria Paulina desta carta. Segundo Champlin5 , esta passagem, "evidentemente" faz alusão à Rm. 2:4:"Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?" e esta passagem juntamente com os demais escritos paulinos é denominado de "Escrituras", como cita o próprio texto de II Pedro, sendo esta, a mais antiga indicação da autoria de Paulo para a carta à igreja de Roma.

Os mais antigos Pais da Igreja também apontam o apóstolo Paulo como sendo o autor de Romanos. Márciom – (150 d. C.) ao elaborar um "cânon", incluía a epístola aos Romanos e atribuía a sua autora à Paulo. A posição de Márciom, por causa das suas muitas heresias, levou muitos Pais da Igreja a fazerem seus respectivos pronunciamentos. Todos esses Pais da Igreja, sem qualquer exceção, dentre os que se preocupavam com este problema, também incluíram a epístola aos Romanos em seus respectivos cânones. "Os cânones" mais antigos, pertencentes ao século segundo d. C. incluíam cerca de dez das epístolas de Paulo. Numa data ainda mais antiga, escritores que não contavam com nenhum tipo de "cânon" formal, mesmo assim, demonstravam respeito e conhecimento por diversas das epístolas de Paulo, incluindo a epístola aos Romanos e a atribuição à Paulo como seu autor. Entre estes são citados Clemente de Roma ( 95 d. C. ), Inácio de Antioquia (110 d.C.) e Policarpo de Esmirna ( 110 d.C.) Mais tarde, Tertuliano (cerca de 200 d. C) também atestaria a epístola aos Romanos bem como sua autoria Paulina como "canônico."

Argumentos Internos

Chegando o mais próximo possível da época de Paulo, encontramos o apóstolo Pedro afirmando: "e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, 16 ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles".

Qual o destinatário da Carta

A Igreja em Roma era composta basicamente de dois grupos: os judeus e os gentios. Uma questão que sempre surge nesse tópico é qual dos dois grupos predominava ali. Desde os dias do ministério terreno de Cristo (26 a 30 d.C), no grupo daqueles que O seguia, estavam também os gentios (Mt.8.10, 11; cf. 21.41) e os samaritanos (Jo.4). Um pouco mais adiante, no livro de Atos, temos o Pentecostes. Neste dia em que estavam reunidas ali pessoas de várias nações (cf. At.2.5-11). Ainda em Atos vemos a intensa tarefa evangelística dos discípulos retomando as atividades inclusive na Samaria. A Filístia e, provavelmente, até mesmo a Etiópia ouviram o Evangelho (At.8). Outro fator que contribuiu muito para a expansão do Evangelho foi o avançado sistema de estradas construídas pelo Império Romano, interligando por terra todas as regiões. As famosas Via Ápia, Via Cornélia, Via Aurélia, Via Valéria, etc, compunham este magnífico complexo viário.

Embora não existissem os modernos meios de comunicação como os nossos, os meios daquela época não deixavam nada a desejar, e guardadas as devidas proporções, eram muito eficientes. O sistema naval da época era muito avançado também. As naus singravam os mares de um canto a outro trazendo e levando produtos para abastecer as populações. Roma tinha uma população que variava entre 1 milhão a 1,5 milhão de pessoas que precisavam ser alimentadas. Paulo fez uso freqüente desse tipo de transporte como nos mostra uma leitura simples em Atos. As pessoas iam para Roma por ser ela a capital do Império. Com o fim de se estabelecerem a li, administrar seus negócios, ocupar-se da indústria, procurar uma profissão, estudar, ou até mesmo escapar da prisão, pis numa megalópole como Roma, esconder-se era bem mais fácil do que parecia ser. Argumentando sobre o surgimento da igreja em Roma, Willian Hendriksen afirma10:

"Tornar-se-á evidente que, em seus primórdios mais antigos, a igreja romana teria sido, provavelmente, iniciada não (exceto indiretamente) por algum apóstolo, mas pela plebe composta de judeus e prosélitos que haviam testemunhado os milagres do Pentecostes e haviam, mais tarde, regressado a seus lares em Roma. É preciso enfatizar que esses 'leigos' eram judeus ou, em alguns casos, tinham, em determinada época, se convertido à religião judaica. Não causaria surpresa, pois, se descobríssemos que em seus próprios primórdios a igreja em Roma revelasse esse caráter judaico".

A mesma argumentação, a saber, que a igreja romana teria como um dos principais fatores para o seu nascimento o Pentecostes, é sustentada também por F.F.Bruce

"Conforme At.2.10, a multidão de peregrinos presentes em Jerusalém para a festa do Pentecoste do ano 30 A.D., e que ouviu Pedro pregar o Evangelho, incluía 'visitantes procedentes de Roma, 'tanto judeus como prosélitos' (RSV). Não temos informação sobre se alguns deles estavam entre os três mil que creram na mensagem de Pedro e foram batizados. Talvez seja significativo que aqueles visitantes romanos são o único grupo europeu a receber menção expressa entre os peregrinos. Em todo caso, todos os caminhos levavam a Roma e, uma vez que o cristianismo estava firmemente estabelecido na Palestina e nos territórios circunvizinhos, era inevitável que fosse levado para Roma". Além disso, temos o registro de um pai latino do século IV, conhecido como "Ambrosiaster", o qual na introdução de seu Comentário sobre Romanos, nos informa que a igreja romana foi fundada não pelos apóstolos, mas por certos cristãos judaicos que lhe impuseram uma "forma judaica". Essa "forma judaica" o que está registrado em At.15.1; 21.17-24 com referência à igreja em Jerusalém13 . Quanto ao grupo predominante na igreja romana, Robert H. Gundry tende mais para os gentios do que para os judeus14: "Alguns eruditos sustentam que a igreja de Roma era composta, principalmente, de cristãos judeus. Argumentam esses que a ênfase dada à nação judaica, nos capítulos nono a décimo primeiro, que o apelo ao exemplo de Abraão, que as citações extraídas do Antigo Testamento e que as passagens nas quais Paulo parece argumentar contra certas objeções tipicamente judaicas (...) subentendem que se tratava de uma congregação judaica. No entanto, de conformidade com os capítulos nove a onze, Deus pôs de lado, temporariamente, à nação judaica, por causa dos gentios, e por essa razão tais capítulos podem, bem pelo contrário, indicar que os leitores originais desta epístola eram, principalmente, gentios".

Depois de apresentar os argumentos que apóiam ambas as posições quanto ao assunto e também mostrar os argumentos contrários, Willian Hendriksen compartilhando da mesma posição de Gundry, diz15 16: "Minha conclusão, pois, é que (...) a maioria dos membros da igreja romana era composta de cristãos dentre os gentios, ainda que seja desconhecida a exata proporção de judeus em relação aos gentios".

A principal característica de Romanos

A ênfase da doutrina cristã mostra em seus muitos termos teológicos: pecado, salvação, graça, fé, justiça, justificação, santificação, redenção, morte e ressurreição.

A preocupação de Paulo com Israel é vista em seu status atual, seu relacionamento com os gentios e sua salvação final. Ele até observa que ele mesmo prefere ir para o inferno em vez de seus companheiros judeus por rejeitar o Messias (9:1-2).

Romanos define para nós mais termos e conceitos e teológicos fundamentais do que qualquer outro livro bíblico, como:

Justificação (5: 1)
Santificação (6: 1-13)
Propiciação (3: 23-25)
Imputação (4: 6-8)
Glorificação (8: 16-23)
Preservação (8: 35-39)
Súplica (8:26, 27)
Transformação (12: 1, 2).

Divisão do livro

I. JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (Ro 1: 18-11: 36)

A. PECADO - A "NECESSIDADE" DE SALVAÇÃO

1. A necessidade dos gentios ( Romanos 1: 18-2: 16 )

2. A necessidade dos judeus ( Romanos 2: 17-3: 8 )

3. A necessidade universal de salvação ( Romanos 3: 9-‐20 )


B. JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ - A "PROVISÃO" FEITA PARA A SALVAÇÃO

1. A justiça de Deus através da fé ( Romanos 3: 21-‐31 )

2. Abraão como exemplo ( Romanos 4: 1-25 )


C. LIBERDADE - O "RESULTADO" DA SALVAÇÃO

1. Livre da ira ( Romanos 5: 1-21 )

2. Liberdade do pecado ( Romanos 6: 1-‐23 )

3. Liberdade da lei ( Romanos 7: 1-‐25 )

4. Liberdade da morte ( Romanos 8: 1-‐39 )


D. JUDEU E GENTIO - O "ÂMBITO" DA SALVAÇÃO

1. Deus escolhe salvar os crentes ( Romanos 9: 1-‐33 )

2. Israel escolheu confiar em sua própria justiça ( Romanos 10: 1-21 )

3. Tanto judeus como gentios podem ter salvação pela fé ( Romanos 11: 1-‐36 )

II A VIDA TRANSFORMADA (Romanos 12: 1-15: 13)

Observações Finais (Romanos 15: 14-‐16: 27).

PROPÓSITO DA CARTA

Paulo sempre desejou visitar a igreja em Roma (cf. 1.10,11; 15.22). Mas, por questões adversas ele não pode realizar seu desejo (pelo menos no tempo da escrita da carta). Impossibilitado disso, então ele remete a carta à igreja, e faz isso por que os ama. Comentando sobre esse ponto, W.Hendriksen diz18: "É estranho que esta razão profundamente pessoal (anseio por comunhão, etc.), uma razão claramente formulada pelo próprio apóstolo, seja muito ignorada. Às vezes a ênfase é posta inteiramente na motivação teológica ou no incentivo missionário: Paulo deseja corrigir os erros antinomianos e/ou deseja fazer de Roma a sede missionária para a evangelização da Espanha. Certamente, essas questões são importantes, mas deve-se começar com a primeira razão declarada por Paulo nesta mesma epístola". Além disso, seu coração se encontrava aflita por duas questões, pelas quais Paulo pede aos crentes romanos que intercedam por ele junto a Deus: (a) ser morto pelos judeus rebeldes e que eram contrários a ele, (b) que os irmãos de Jerusalém vissem com bons olhos e recebessem com alegria o generoso donativo que ele trazia da parte dos gentios, Rm.15.3119 . É dito com freqüência que Romanos é um compêndio teológico. De fato, esta carta é riquíssima em seu conteúdo. Traz consigo uma gama de assuntos pertinentes não somente àquela igreja, mas a todas igrejas, todos os crentes de todos os lugares em todos os tempos. Contudo, Paulo não tinha em vista escrever um compêndio teológico. Ele tinha em mente corrigir, exortar e auxiliar a igreja em questões que precisavam de sua atenção. Os crentes romanos não estavam compreendendo bem as promessas de Deus a Israel, daí Paulo lhes orienta sobre o assunto como podemos ver nos capítulos 9 – 11. A questão dos alimentos puros versus os impuros precisava de mais esclarecimento (14.13-18) – um ataque frontal ao legalismo e cerimonialismo judaico.

Curiosidades sobre o Evangelho de Lucas

  • As mulheres são discípulas de Jesus.

Possivelmente por influência da cultura grega o evangelista Lucas cita um número maior de mulheres seguidoras e discípulas de Jesus dos outros evangelistas. É considerado o Evangelista das mulheres. (Personagens). Não esta apegado a estrutura patriarcal da família Judaica e do menosprezo do judaísmo pela mulher que as consideram impuras. A religião Judaica impõe duramente o sistema do "Puro e do Impuro" Em Lucas a mulher participa da evangelização, acompanha o grupo dos discípulos atua na obra de Jesus.

Maria, mãe de Jesus para Lucas é aquela que se dispõe a participar da história da salvação. É nela que começa a se manifestar o mistério do Deus encarnado. Maria passa ser o modelo do discípulo/ da discípula, pois acolhe Jesus, está presente no seu ministério (4,16-30), discurso inaugural da sinagoga de Nazaré. Além de Maria encontramos ao longo do evangelho de Lucas outras mulheres: Maria, chamada Madalena, Joana, mulher de Cuza, Suzana, que seguem Jesus desde a Galileia (Lc 8,1-3), elas estão presentes na sua morte e são as primeiras testemunhas da Ressurreição (Lc 22,27 e 23,50-56), as mulheres Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também são narradas várias curas e encontros significativos, nos quais as mulheres são protagonistas: a sogra de Pedro, a mulher pecadora, a mulher com fluxo de sangue.

  • Os milagres surpreendentes registrados por Lucas

O Livro de Lucas registra diversos milagres surpreendentes realizados por Jesus durante seu ministério terreno. Esses milagres demonstram o poder divino de Jesus e sua capacidade de transformar vidas.

Um dos milagres mais conhecidos registrados por Lucas é a cura do paralítico. Jesus, ao ver a fé daqueles que o trouxeram, disse ao paralítico: "Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa". E imediatamente o homem se levantou, carregou seu leito e saiu glorificando a Deus.

Outro milagre impressionante registrado por Lucas é a ressurreição do filho da viúva de Naim. Jesus, ao se deparar com o cortejo fúnebre, teve compaixão da mãe que havia perdido seu único filho e disse a ele: "Jovem, eu te digo, levanta-te!". O jovem então voltou à vida e foi entregue à sua mãe, causando grande espanto e louvor a Deus.

Além desses, Lucas também registra a cura de diversos enfermos, a libertação de pessoas possuídas por demônios e até mesmo a ressurreição de Lázaro. Cada um desses milagres mostra a compaixão de Jesus pelos que sofrem e sua capacidade de trazer vida e esperança onde havia apenas desespero.

Esses milagres registrados por Lucas nos ensinam que, assim como Jesus, devemos ter compaixão pelos necessitados e estar dispostos a agir em favor deles. Eles nos mostram que o poder de Deus está presente em nossas vidas e que podemos ser instrumentos de cura e transformação para os que nos cercam.

Portanto, ao ler o Livro de Lucas, somos convidados a contemplar esses milagres surpreendentes e a refletir sobre o poder de Deus em nossa própria vida. Que possamos ser inspirados pelos exemplos de cura, libertação e ressurreição registrados por Lucas e buscar viver uma vida de fé, esperança e compaixão.

  • Um dos aspetos centrais dos dois livros de Lucas é a universalidade da fé cristã, que apesar das suas raízes no judaísmo se dirige a todos os povos e nações, sem exceção. Lucas, precisamente por não ser judeu (foi o único autor gentio de livros da Bíblia), estava numa posição privilegiada para escrever estes livros, revelando contudo um conhecimento notável sobre o judaísmo e as Escrituras, particularmente da Septuaginta, uma das primeiras traduções do Antigo Testamento para a língua grega. Tanto o Evangelho de Lucas como o livro dos Atos apresentam um prólogo segundo o modelo formal de escrita da literatura greco-romana. Ambos os livros são endereçados a Teófilo, provavelmente um novo crente, também gentio, que precisava de ser encorajado na sua fé, sendo particularmente relevantes na sociedade atual, globalizada e multicultural.




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