2025/07/18

FESTAS DAS PRIMICIAS

"Também tereis santa convocação no dia das primícias, quando trouxerdes oferta nova de manjares ao SENHOR, segundo a vossa Festa das Semanas; nenhuma obra servil fareis." (Nm 28.26)

O sentido bíblico mais comum da palavra primícia nos é revelada em Êxodo 23. 19: "As primícias dos frutos da tua terra trarás à Casa do SENHOR, teu Deus." No Antigo Testamento havia ordem de Deus para que o povo dedicasse os primeiros (e melhores) frutos de suas colheitas ao Senhor. Isso era feito quando esses frutos eram colhidos e levados aos sacerdotes como oferta consagrada a Deus no tabernáculo e mais tarde no templo. Era uma oferta de gratidão acima de tudo.

A festa das Primícias era uma das três festas ordenadas por Deus a Israel, que deveriam ser observadas todos os anos (Ex 23.14-16). Nesta festa, cada cidadão de Israel deveria se apresentar diante do Senhor com os primeiros frutos de tudo o que possuía. Se tivesse plantações, ofertaria as primícias do que ceifou. Também todo primogênito seria consagrado ao Senhor, fosse nascido de animal ou de mulher (Ex 13.2).

Mas, o que são primícias? A palavra tem a ver com "a qualidade daquilo que é primeiro: primeiros frutos, primeiro filho, primeira alegria, etc.". E porque Deus exige as primícias? Em Êx 13.12-16 é demonstrado que Deus exige as primícias devido o livramento que produziu com Israel, tirando-os do Egito (através da morte dos primogênitos) e os levando à Terra Prometida.

A festa das Primícias no Novo Testamento ficou conhecida como o dia de Pentecostes ou festa das Semanas. A palavra Pentecostes vem da palavra grega "qüinquagésima", porque a festa era comemorada 50 dias após a Páscoa. O Pentecostes dos judeus era a comemoração da entrega da Lei na Sinai, bem como sinalizava para as bênçãos de Deus sobre a nação. A festa sempre era celebrada no início da colheita, Israel se reunia em assembléia solene neste período para comemorar a paz e a prosperidade do Senhor. Neste período eram oferecidos os melhores produtos do campo e do rebanho como expressão de agradecimento (Números 28:26).

Simbolicamente a festa das Primícias apontava para a outorga do Espírito Santo a Igreja. O que de fato ocorreu exatamente neste dia festivo (At 2:1). O apostolo Paulo chamou o Espírito Santo de "primícias" (Rm 8.23). O Espírito, então, é descrito como o início de uma colheita. Neste caso é Deus, e não o adorador, quem dá as primícias. São as primícias de Deus para o homem (2 Co 5.5). Assim como nos tempos do Antigo Testamento as primícias eram o início de uma colheita muito maior que estava ainda por vir, assim o recebimento do Espírito Santo pelo crente, é apenas o prenúncio das coisas melhores que hão de vir. Agora, nós temos o Espírito Santo e após o Arrebatamento, deveremos ter a bênção da colheita inteira que inclui a ressurreição e a glorificação dos eleitos de Deus.

A Festa das Primícias no Novo Testamento marcou o início da presença bendita do Espírito Santo na igreja. Os crentes agora estão sob Sua direção assim como os discípulos eram guiados por Jesus. Jesus exerce Seu Senhorio sobre nós do céu, e na terra o Espírito Santo nos transmite Sua vida e instruções, fazendo de Cristo uma realidade em nossa vida. O apostolo Paulo nos diz que fomos ressuscitados com Cristo (Cl 3.1), que estamos assentados com ele nos lugares celestiais (Ef 2.6) e que possuímos "as primícias do Espírito" (Rm. 8.23). É fato consumado que o Novo Testamento nos ensina que Deus habita em nós pelo seu Espírito Santo (Rm 8.9).

Ora, se os dons de Deus nos são finalmente administrados pelo Espírito Santo, e somos santificados por Ele, certamente se vê que seria um abuso condenável negligenciar a imensa divida que temos para com Deus. Por outro lado, seria uma verdadeira loucura pensar que podemos de alguma forma enriquecer a Deus dando-lhes as coisas materiais que temos em nossas mãos. Todavia somos seus servos, seus mordomos, e devemos administrar com zelo, justiça e santidade aquilo que o Senhor nos tem proporcionado. E foi exatamente para nos mostrar que essa é a maneira divina e altamente recomendada de administração, que Deus recomendou antigamente ao povo de Israel realizar a Festa das Primícias.




O Evangelho de Marcos

Evangelho de Marcos é o mais breve dos quatro evangelhos, mas é rico em termos cristológicos. Assim como os outros evangelhos. O Evangelho de Marcos, o segundo livro do Novo Testamento, oferece um relato conciso e dinâmico da vida e ministério de Jesus Cristo. Este Evangelho é conhecido por sua narrativa rápida e direta, destacando a ação e os milagres de Jesus. Essa obra é repleta de detalhes vívidos e emocionantes, que proporcionam aos leitores uma visão mais profunda da vida e dos ensinamentos de Jesus.

Marcos começa seu Evangelho com o batismo de Jesus por João Batista e destaca a autoridade divina de Jesus sobre demônios, doenças e elementos naturais. O texto enfatiza a humanidade de Jesus, mostrando suas emoções e experiências terrenas. Marcos também destaca a necessidade da fé por meio de eventos como a cura do paralítico e a alimentação dos cinco mil. O Evangelho de Marcos atinge seu clímax com a crucificação e ressurreição de Jesus. A ressurreição é um elemento central, evidenciando a vitória sobre a morte e estabelecendo a base para a esperança cristã. Marcos termina com a comissão de Jesus aos discípulos para pregar o Evangelho a todas as nações. Ao enfatizar a natureza servil de Jesus e seu sacrifício redentor, o Evangelho de Marcos oferece uma visão única da pessoa de Cristo e do chamado à fé e ao discipulado.

Para Marcos o centro da cristologia é ter a imagem de Jesus como o Servo Sofredor. O verdadeiro discipulado deve imitar Jesus em seu ministério e em seu sofrimento. A simplicidade e urgência do relato o tornam uma fonte fundamental para a compreensão da mensagem cristã.

Data / Local

Quanto ao tempo em que foi escrito, o Evangelho de Marcos não nos fornece nenhuma informação definitiva. O autor não faz menção da destruição de Jerusalém, portanto, deve ter sido escrito antes desse acontecimento, acredita-se que tenha sido escrito por Marcos, discípulo de Pedro, por volta do ano 65-70 d.C. O lugar onde foi escrito era provavelmente Roma. Alguns supõem Antioquia (comp. Marcos 15:21 com Atos 11:20).

Autor

O autor do segundo livro da Bíblia era judeu de uma tribo de Levi. Filho de Maria de Jerusalém e sobrinho/primo de Barnabé - Cl 4:10. Não pertenceu ao grupo dos doze apóstolos originais. Foi convertido à fé cristã depois da morte de Jesus e batizado pelo próprio Pedro, que costumava freqüentar a casa de seus pais, juntamente com Maria mãe de Jesus e outros cristãos do "O Caminho". Assim já fazia parte de uma das primeiras famílias cristãs de Jerusalém, quando Paulo e Barnabé chegaram a Jerusalém, no ano 44, trazendo os auxílios da Igreja de Antioquia, na hoje Turquia.

Seu nome de origem era João. Depois tomou um sobrenome romano - Marcos - At 12:12. Isto se fez necessário em razão de o Império Romano estar presente em todas as regiões por onde viajara, na companhia dos apóstolos.

É a tradição atual e aparentemente bem fundada que Marcos obteve o conteúdo deste Evangelho principalmente dos discursos de Pedro. Na casa de sua mãe ele teria muitas oportunidades de obter informações dos outros apóstolos e seus apoiadores, mas ele era especialmente "o discípulo e intérprete de Pedro".

João Marcos, que foi companheiro de Paulo, Barnabé e Pedro em suas missões. Quando ainda era jovem, João Marcos acompanhou Paulo e Barnabé em uma viagem missionária, mas depois desistiu. Paulo ficou zangado com ele, mas Barnabé não desistiu de Marcos. Tempos depois, parece que Paulo perdoou Marcos. Mais tarde, João Marcos trabalhou com o apóstolo Pedro. Foi a partir das recordações de Pedro que Marcos escreveu seu livro. Como o livro não recorre muito ao Antigo Testamento e explica algumas tradições judaicas, Marcos foi provavelmente escrito para apresentar a vida de Jesus a cristãos que não eram judeus.

O autor é mencionado várias vezes no Novo Testamento, começando no livro de Atos, capítulos 12 e 13, em Colossenses 4:10 e finalmente em 2 Timóteo 4:11. Apesar de seu livro ser o segundo em nossas Bíblias, foi ele quem primeiro escreveu. Além de autor do segundo dos evangelhos sinóticos é considerado o fundador da igreja do Egito. A principal fonte de informações sobre sua vida está no livro Atos dos Apóstolos.

Sobre sua morte há um consenso entre os historiadores mais importantes que em Alexandria, na Páscoa do ano de 68, o evangelista Marcos teria sido martirizado pelos pagãos fanáticos religiosos que adoravam os deuses gregos. Os sacerdotes pagãos diziam que o sangue do galileu, como o chamavam, era um presente aos deuses.

O povo em estado de êxtase, delirando e carregando imagens nas costas, liderados por sacerdotes pagãos e idolatras, invadiram sua casa e furiosos os espancaram, o arrastaram para fora com violência para um linchamento público, depois, ainda vivo, amarraram uma corda ao pescoço do evangelista Marcos e o arrastaram pelas ruas com cavalos.

Qual o destinatário da Carta

Este Evangelho foi destinado principalmente para os romanos. Isto parece provável quando se considera que ele não faz referência à lei judaica, e que o escritor toma o cuidado de interpretar palavras que um gentio provavelmente não entenderia, como "Boanerges" (Marcos 3:17); "Talita cumi" (Marcos 5:41); "Corbã" (Marcos 7:11); "Bartimeu" (Marcos 10:46); "Aba" (Marcos 14:36); "Eloí", etc. (Marcos 15:34). Os costumes judaicos também são explicados (Marcos 7:3; 14:3, 12; 15:42). Marcos usa também certas palavras latinas que não são encontradas em nenhum dos outros Evangelhos, como "speculator" (Marcos 6:27, traduzido, "executor"), "xestes" (uma decomposição de sextarius, traduzido ,"vasilhas", Marcos 7:4, 8), "quadrans" (Marcos 12:42, traduzido, "de pouco valor"), "centurion" (Marcos 15:39,44-45). Ele só cita duas vezes o Antigo Testamento (Marcos 1:2;15:28).

A principal característica do Evangelho de Marcos

O Evangelho segundo Marcos tem um caráter que difere em certos aspectos de todos os outros. Cada Evangelho, como vimos, tem seu próprio caráter; cada um está ocupado com a Pessoa do Senhor de um ponto de vista diferente: como uma Pessoa divina, o Filho de Deus; como o Filho do homem; como o Filho de Davi, o Messias apresentado aos judeus, Emanuel. Mas Marcos está ocupado com nenhum desses títulos. É o Servo que encontramos aqui - e, em particular, Seu serviço como portador da palavra - o serviço ativo de Cristo no evangelho. A glória da Sua divina Pessoa manifesta-se, é verdade, de maneira extraordinária através do Seu serviço e, por assim dizer, apesar de Si mesmo, de modo que Ele evita as suas consequências. Mas ainda serviço é o assunto do livro. Sem dúvida, encontraremos o caráter de Seu ensinamento se desenvolvendo (e a verdade conseqüentemente sacudindo as formas judaicas sob as quais ele foi mantido), bem como o relato de Sua morte, do qual tudo dependia para o estabelecimento da fé. Mas aquilo que distingue este Evangelho é o caráter de serviço e de Servo que está ligado à vida de Jesus - a obra que Ele veio realizar pessoalmente como vivendo na terra. Por causa disso, a história do Seu nascimento não é encontrada em Marcos. Abre com o anúncio do começo do evangelho. João Batista é o arauto, o precursor daquele que trouxe essas boas novas ao homem.

As características desse evangelho são:

(1) a ausência da genealogia de nosso Senhor,

(2) a quem ele representa como vestido de poder, o "leão da tribo de Judá".

(3.) Marcos também registra com maravilhosa minuciosidade as palavras (Marcos 3:17;5:41;7:11,34;14:36), bem como a posição (Marcos 9:35) e os gestos (Marcos 3:5,34;5:32;9:36;10:16) do nosso Senhor.

(4) Ele também é cuidadoso para registrar os detalhes da pessoa (Marcos 1:29,36;3:6,22, etc.), número (Marcos 5:13;6:7, etc.), local (Marcos 2:13;4:1;7:31, etc.) e tempo (Marcos 1:35;2:1;4:35, etc.), que os outros evangelistas omitem.

(5.) A frase "e imediatamente"ocorre quase quarenta vezes neste Evangelho; enquanto no Evangelho de Lucas, que é muito mais longo, é usado apenas sete vezes, e em João apenas quatro vezes.

Divisão do livro

De um total de 662 versículos, Marcos tem 406 em comum com Mateus e Lucas, 145 com Mateus, 60 com Lucas e no máximo 51 peculiares a si mesmo.

Marcos é convencionalmente dividido em duas partes:

1. O ministério de Jesus cura e pregação na Galiléia (1.1-8.26);
2. O sofrimento de Jesus predito; Sua morte em Jerusalém; Sua ressurreição (8.27-16.8 + 16.9-20).

- Escreve para os gentios

- Sem Genealogia

- Apenas uma citação do Antigo Testamento

- O mais curto dos quatro evangelhos.

- Detalhes curtos e vívidos.

- Jesus amou o jovem e rico governante

- Homem sem nome, vestido de linho.

Os principais temas do livro pode ser dividido e 3 partes:

1. O Filho de Deus

Marcos mostra que Jesus é o Filho de Deus, com autoridade divina para curar, ensinar, fazer milagres e perdoar pecados. Jesus era mais que um homem normal. Ele foi enviado por Deus.

Às vezes, as pessoas pensam que o Evangelho de Marcos nos mostra o lado humano de Jesus, enquanto o Evangelho de João, as cartas de Paulo, Hebreus e outros livros do Novo Testamento apresentam Jesus como divino. Sem dúvida, em Marcos, Jesus é apresentado como verdadeiro homem. Jesus é o novo Adão que obedece plenamente a Deus e restaura a paz original projetada no jardim do Éden (veja Mc 1:12-13).

A humanidade de Jesus é na maioria das vezes mais fácil de ver, pois Jesus é claramente um homem que vive e se move no Mundo Antigo. Ele demonstra ira, compaixão, cansaço, fome, sofrimento e morre. Devemos afirmar e nos alegrar com a plena humanidade de Jesus, pois nosso Salvador é verdadeiramente humano, não menos do que nós.

No entanto, se pensarmos que Marcos apresenta Jesus apenas como verdadeiramente humano, estaremos subestimando de forma drástica e entendendo mal esse evangelho. É certo que, com muita frequência, esse tem sido o caso em relatos acadêmicos sobre Jesus segundo Marcos. Mas não devemos perder as indicações claras que Marcos nos dá de que Jesus é divino.

Em Marcos 1:1, a mensagem do evangelho é a mensagem de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Isso já pressupõe a divindade de Jesus, como as referências futuras que usam a linguagem "Filho de Deus" deixam claro. A próxima referência a "Filho de Deus" ocorre no batismo de Jesus, em que a voz sobrenatural celestial identifica Jesus como o Filho de Deus (Mc 1:11). No que se segue, Jesus é identificado em várias ocasiões por seres sobrenaturais como o Filho de Deus (Mc 1:24; 3:11; 5:7-10), inclusive na transfiguração, onde vemos um vislumbre da glória divina de Jesus (Mc 9:2-7). De fato, em Marcos, nenhum personagem humano não possuído por demônios confessa Jesus como o Filho de Deus até o final do evangelho, quando um centurião romano na cruz confessa Jesus como o Filho de Deus (Mc 15:39). Depois da cruz, vemos claramente em Marcos que Jesus foi de fato ressuscitado dos mortos, como Ele previu (Mc 16:1-8), e isso também aponta para a glória divina de Jesus que foi antecipada na transfiguração.

Poderíamos também listar outras maneiras de ver a divindade de Jesus em Marcos, no fato de que a promessa de que o Senhor viria ao Seu templo se aplica a Ele (Is 40:3; Mc 1:2-3), a autoridade com que Jesus perdoa pecados (Mc 2:5-6), Sua autoridade sobre a natureza (Mc 4:35-41) e Sua autoridade para ressuscitar os mortos (Mc 5:35-43). Em suma, Jesus não é apenas verdadeiramente humano em Marcos, mas também verdadeiramente divino.

2. Os milagres de Jesus

Marcos é um livro de ação. Apenas algumas das parábolas de Jesus são registradas, mas os milagres têm grande destaque. Os milagres mostram o poder real de Jesus, que muda vidas.

3. O sacrifício de Jesus

Outra característica fundamental de Marcos é a intencionalidade da morte de Jesus. Alguns argumentam que os evangelhos não têm uma teologia da expiação.

Marcos dedica vários capítulos à última semana de Jesus, em que ele preparou os discípulos para sua morte e ressurreição. Jesus sabia que iria morrer e se ofereceu voluntariamente, para pagar por nossos pecados. Sua ressurreição mostrou sua vitória sobre a morte, que é a grande esperança de todos que creem nele.

Mas Marcos refuta essa posição, pois Jesus declara abertamente o propósito de Sua morte em pelo menos duas ocasiões.

Um dos textos mais claros em que Jesus fala da intenção de sua morte é Mc 10:45: "Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos." Observe a linguagem de substituição "em resgate por muitos". Essa frase reflete a linguagem do Servo sofredor de Is 53:11-12.

Um segundo texto que demonstra a natureza substitutiva da morte de Jesus está nas palavras da instituição na última ceia (Mc 14:22-25). Aqui Jesus mostra, por meio do pão e do vinho, que Seu corpo e sangue serão dados por muitos. Isso reflete novamente a passagem do Servo sofredor de Isaías 53 e deixa claro que Jesus pretendia que Sua morte fosse um sacrifício substitutivo. Portanto, é apropriado continuar a celebrar essa refeição em memória da morte de Jesus até que Ele volte (ver 1 Co 11:23-26).

Esboço do Evangelho de Marcos

Pode ser dividido por temas:

- Como um homem de ação (Marcos 3:20;6:31).
- A humanidade de Jesus ( Marcos 3: 5),
- Suspirando ( Marcos 7:34; 8:12),
- Compaixão" ( Marcos 1:41; 6:34)
- Divindade do Filho de Deus, ( Marcos 1:11; 9: 7),
- Reconhecido pelos demônios ( Marcos 3:11; 5: 7),
- Discernido por um centurião romano ( Marcos 15:39).
- O Filho de Deus é claro ( Marcos 13:32; 14: 61-62).
- Sua missão divina de perdoar o pecado (2: 5)
- Sacrifício ( Marcos 10:45).
- Propósito divino ( Marcos 8:31;9:31; 10: 32-34; 14: 21
a)

Curiosidades sobre o Evangelho de Marcos

Marcos e a jovem igreja primitiva

  • São Marcos desempenhou um papel crucial na jovem igreja primitiva, não apenas como evangelista, mas também como companheiro de viagem de São Paulo e São Barnabé em suas missões. Atos dos Apóstolos relata que houve um desentendimento entre Paulo e Barnabé sobre levar Marcos em uma viagem missionária, devido a uma deserção anterior de Marcos (Atos 15,36-41). No entanto, mais tarde, São Paulo reconheceu o valor de São Marcos e pediu sua presença em sua prisão em Roma, mostrando que a relação entre eles foi restaurada (2 Timóteo 4,11). Essa curiosidade destaca a humanidade dos primeiros líderes da Igreja e como eles superaram desafios e desentendimentos em sua missão de espalhar o Evangelho.

  • São Marcos Evangelista é uma figura complexa e multifacetada na tradição cristã. Conhecer essas curiosidades sobre sua vida, obra e legado nos ajuda a compreender melhor o contexto e as motivações por trás de seu Evangelho e a apreciar o impacto duradouro de sua contribuição para a fé cristã. Ao refletir sobre as histórias e símbolos associados a São Marcos, somos convidados a aprofundar nossa própria fé e a explorar os mistérios da vida de Jesus e sua mensagem de salvação para o mundo

  • Além de seu Evangelho**, Marcos também é creditado por ter escrito a primeira biografia de Pedro, um dos apóstolos mais próximos de Jesus. Essa obra, conhecida como "Primeira Epístola de Pedro", é uma demonstração do respeito e da conexão entre Marcos e Pedro. Seu trabalho como escritor não apenas preservou importantes eventos e ensinamentos, mas também contribuiu para o fortalecimento da fé cristã ao longo dos séculos.

  • Ao longo dos séculos, várias lendas e tradições surgiram em torno de Marcos. Uma delas é a tradição de que ele foi o fundador da Igreja Copta do Egito. Segundo essa tradição, Marcos teria pregado o evangelho no Egito e estabelecido uma comunidade cristã lá. Acredita-se também que ele tenha sido martirizado em Alexandria.

  • Outra lenda interessante é a associação de Marcos com o evangelho dos leões. Segundo essa lenda, quando Marcos estava pregando em Alexandria, um leão feroz apareceu e ameaçou atacá-lo. No entanto, Marcos fez o sinal da cruz sobre o leão, que se tornou dócil e se tornou seu fiel seguidor.










O Evangelho de Mateus

O Evangelho de Mateus é o primeiro livro do Novo Testamento. Ele era o principal Evangelho utilizado pela Igreja Primitiva. Através do evangelho de Mateus, todo cristão verdadeiro é instruído a cumprir com gratidão o serviço de anunciar o Reino de Deus.

O Evangelho começa com uma genealogia que traça a linhagem de Jesus desde Abraão até José, esposo de Maria, estabelecendo sua herança messiânica. O autor, em sua narrativa, enfatiza o cumprimento das profecias do Antigo Testamento em Jesus, retratando-o como o Messias esperado e o cumprimento das promessas divinas. Através de uma série de parábolas, sermões e milagres, Jesus ensina sobre o Reino de Deus, amor ao próximo, perdão e salvação.

Um dos aspectos mais notáveis do Evangelho de Mateus é o Sermão da Montanha, onde Jesus apresenta as bem-aventuranças e ensina sobre temas centrais da ética cristã, como humildade, misericórdia e justiça. Este discurso serve como um código de conduta para os seguidores de Jesus e estabelece os princípios fundamentais do Reino de Deus. Além disso, Mateus registra uma série de milagres realizados por Jesus, incluindo curas, exorcismos e até mesmo a ressurreição de mortos. Estes milagres não apenas demonstram o poder divino de Jesus, mas também servem como sinais do Reino de Deus e evidências de sua autoridade messiânica.

O Evangelho de Mateus também aborda os desafios enfrentados por Jesus, incluindo a oposição das autoridades religiosas e políticas da época, descreve os conflitos de Jesus com os fariseus e escribas, destacando a tensão entre a mensagem de Jesus e as tradições religiosas estabelecidas.

O ponto culminante do Evangelho é a paixão, morte e ressurreição de Jesus. O autor detalha a traição de Jesus por Judas, seu julgamento injusto perante Pilatos e sua crucificação. No entanto, a morte de Jesus é seguida pela sua ressurreição, que Mateus apresenta como a prova final de sua divindade e vitória sobre o pecado e a morte.

Em suma, o Evangelho Segundo São Mateus é uma obra fundamental que oferece uma visão profunda e significativa da vida, ensinamentos e missão de Jesus Cristo. Sua narrativa não apenas preserva os eventos da vida de Jesus, mas também transmite os ensinamentos eternos que continuam a inspirar e transformar vidas até os dias de hoje.

Data / Local

É amplamente aceito que o autor do Evangelho de Mateus utilizou o Evangelho de Marcos como uma fonte para seu material. Isso parece claro quando analisamos ambos os Evangelhos. Dos 661 versículos do Evangelho de Marcos, 606 possuem paralelo no Evangelho de Mateus. É possível que Marcos tenha escrito seu livro em Roma, quando estava associado ao apóstolo Pedro. Considerando que a obra de Marcos foi utilizada como fonte para Mateus, então uma data provável para esse Evangelho ter sido escrito é por volta 64 d.C. Porém a data específica é desconhecida.

  • Certamente antes da destruição de Jerusalém em 70 DC

  • Primeiros pais – 30-40AD

  • Estudiosos conservadores - entre 50-70AD

  • Estudiosos modernos - 80-90 DC (Mt. 22: 7)

Localização da escrita

Palestina ou Síria

Antioquia da Síria


Autor

Como acontece também com os outros Evangelhos, no livro de Mateus não consta o nome do seu autor. É atribuído ao apóstolo Mateus, também conhecido como Levi. a Igreja propôs que o cobrador de impostos, a quem Jesus conhece e convida para se tornar um discípulo, poderia ter sido o escritor. (Mt 9:9-13)

Após o século 18, alguns críticos começaram a contestar a autoria do primeiro Evangelho. Eles passaram a sugerir que o verdadeiro autor foi um cristão anonimo do século 1, e que talvez este tenha utilizado alguns manuscritos originalmente escritos pelo apóstolo Mateus para compor essa obra canônica.

Um dos pontos mais discutidos entre tais críticos é a dificuldade que existe com relação ao idioma em que o Evangelho de Mateus foi escrito. Existe a possibilidade de que Mateus tenha escrito sua obra em hebraico e grego.

Seja como for, a verdade é que não existem argumentos realmente convincentes para que de fato a autoria do Evangelho de Mateus, pelo próprio Mateus, seja contestada.

Assim, o apóstolo Mateus continua sendo o autor mais aceito entre os estudiosos, desde os mais antigos até os mais modernos. Mesmo que haja alguma dificuldade em se determinar com exatidão sua autoria, nada esconde a verdade que o próprio Espírito de Deus é o principal autor desse Evangelho.

Evidência Externa : Todas as fontes mais antigas atribuem autoria a Mateus: (1)

1. O Didaquê ( ca. 110 AD ) cita Mateus mais do que qualquer outro Evangelho.

2. As cartas de Inácio e Policarpo ( ca. 110 AD ) mostram uma familiaridade com este livro.

3. Os cristãos romanos conheciam o livro por volta de 120 dC , especialmente o relato dos magos.

4. A Epístola de Barnabé ( ca. 130 AD ) cita Mateus 20:16; 22:14 com "está escrito".

5. Papias ( ca. AD 140) observa que, "Mateus compôs a logia na língua hebraica" (citado por Eusébio, Eccl . Hist. 3.39.16). Embora o significado de logia seja contestado, é razoável concluir que se refere ao Evangelho, pois concorda com o título mais antigo (acima), concorda com os usos paralelos da palavra por Papias (Guthrie, 34-35), e ambos o NT e os Pais da Igreja usaram a palavra como sinônimo para as Escrituras (Harrison, 159).

6. Irineu escreveu: "Mateus também publicou um livro do Evangelho entre os hebreus em seu próprio dialeto" ( Contra as Heresias 3.1.1).

7. Orígenes declarou: "Aprendi pela tradição que o primeiro [evangelho] foi escrito por Mateus... para os convertidos do judaísmo" (citado por Eusébio, Ecl. Hist. 6.25.4).

Evidência Interna: O texto não menciona seu autor, mas alguns detalhes incidentais apoiam a tradição de que Mateus compôs o relato:

1. O cobrador de impostos é chamado de "Mateus" (9:9), enquanto ele é chamado de "Levi" nos outros Evangelhos Sinóticos (Marcos 2:14; Lucas 5:27).

2. O autor dá informações mais específicas sobre dinheiro do que qualquer outro escritor do Evangelho. Mateus usa três palavras para dinheiro não encontradas em outras partes das Escrituras (17:24, 27; 18:24), ele observa o custo de certos itens (25:15ss.; 26:6-9), e somente este Evangelho registra o pagamento do imposto do templo (17:24-27), que é consistente com a formação do autor como cobrador de impostos.

3. Como já mencionado, o cabeçalho do Evangelho é a mais antiga testemunha conhecida de sua autoria. O nome de Mateus aparece em todos os manuscritos conhecidos deste Evangelho.

4. Entende Jesus como o cumprimento das esperanças messiânicas judaicas e muito mais. (narrativa da infância).

5. Escreve um "bios" – uma biografia de Jesus de acordo com as normas clássicas.

6. Mateus também é muito crítico dos líderes judeus: ele usa uma linguagem muito forte para criticá-los

7. Menciona sua própria história em 9: 9

Coletor de impostos (τελωνίον, telonion) - Responsável pela cobrança de impostos comerciais e de importação / alfandegários. Não deve ser confundido com um publicano ou fazendeiro fiscal.

Filho de Alfeu (Marcos 2:14) e Maria (Marcos 15:40)?

Irmão de Tiago Menor e José?

Qual o destinatário da Carta

Provavelmente o Evangelho de Mateus teve como destinatário a igreja de Antioquia. Essa era uma congregação formada por judeus e gentios (Atos 15). O molde do pensamento e as formas de expressão empregadas pelo escritor mostram que o Evangelho de Mateus foi escrito para os cristãos judeus da Palestina. Seu grande objetivo é provar que Jesus de Nazaré era o Messias prometido, e que nele as antigas profecias tinham seu cumprimento. O Evangelho está repleto de alusões àquelas passagens do Antigo Testamento nas quais Cristo é predito e prefigurado.

O único objetivo que prevalece em todo o livro é mostrar que Jesus é aquele "de quem Moisés escreveu na lei e nos profetas". O Evangelho de Mateus contém não menos do que sessenta e cinco referências ao Antigo Testamento, quarenta e três delas sendo citações verbais diretas, superando em muito as encontradas nos outros Evangelhos.

Alguns detalhes do próprio Evangelho de Mateus demonstram que havia muitos judeus entre seus destinatários originais: O Evangelho de Mateus enfatiza as promessas feitas no Antigo Testamento sobre a vinda do Messias.

  • A genealogia de Jesus é apresentada recuando até Abraão.

  • A expressão "Jesus Filho de Davi" aparece repetidamente.

  • A utilização do termo "Reino dos Céus" ao invés de "Reino de Deus".

Quanto à linguagem em que o Evangelho de Mateus

Quanto à linguagem em que o Evangelho de Mateus foi escrito, há muita controvérsia. Muitos sustentam, de acordo com a velha tradição, que ela foi originalmente escrita em hebraico (isto é, o dialeto aramaico ou siro-caldeu, língua dos habitantes da Palestina), e depois traduzido para o grego, seja pelo próprio Mateus ou por algum pessoa desconhecida. Apesar desta teoria ter sido sinceramente mantida por hábeis críticos, não vemos nenhum motivo para adotá-la. Desde o princípio, este Evangelho em grego foi recebido como autoridade na Igreja. Não há nada para mostrar que é uma tradução. Embora Mateus escrevesse principalmente para os judeus, em toda parte eles estavam familiarizados com a língua grega. As mesmas razões que teriam sugerido a necessidade de uma tradução para o grego teriam levado o evangelista a escrever em grego a princípio.

A principal característica do Evangelho de Mateus

A principal característica deste Evangelho pode ser expressa no lema: "Eu não vim para destruir, mas para cumprir". A principal característica do Evangelho de Mateus é que ele expõe a glória real de Cristo e mostra que ele é o verdadeiro herdeiro do trono de Davi. É o evangelho do reino. Mateus usa a expressão "reino dos céus" (trinta e duas vezes), enquanto Lucas usa a expressão "reino de Deus" (trinta e três vezes). Algumas palavras latinizadas ocorrem neste Evangelho, como kodrantes (Mateus 5:26), em Latim quadrang, e phragello (Mateus 27:26), em Latim lagello. Deve ser lembrado que Mateus era um coletor de impostos para o governo romano e, portanto, estava em contato com aqueles que usam a língua latina.

Divisão do livro

"De um total de 1071 versos, o Evangelho de Mateus tem 387 em comum com Marcos e Lucas, 130 com Marcos, 184 com Lucas, apenas 387 sendo peculiar a si mesmo"

O livro está apropriadamente dividido nestas quatro partes:

Mateus 1-2 Contendo a genealogia, o nascimento e a infância de Jesus.

Mateus 3-3:11 Os discursos e ações preparatórias de João Batista para o ministério público de Cristo.

Mateus 4:12-20:16 Os discursos e ações de Cristo na Galileia.

Mateus 20:17-28 Os sofrimentos, morte e ressurreição de nosso Senhor.

Esboço do Evangelho de Mateus

  1. Prólogo (1:1-2:23): Contém a genealogia, o nascimento de Jesus e dados de sua infância e juventude.

  2. A vinda do Reino dos Céus (3:1-7:29): João Batista anunciou que Jesus é o Messias que traz o Reino dos Céus. Também lemos sobre a tentação de Jesus e o grande Sermão da Montanha.

  3. As obras do Reino dos Céus (8:1-10:42): Essa seção relata muitos milagres de Jesus, e também mostra a missão do Reino.

  4. A natureza do Reino dos Céus (11:1-13:58): Jesus explicou a verdadeira natureza de seu reino. Ele mostrou que não se tratava de um reino conforme as expectativas populares. As parábolas de Jesus registradas no capítulo 13 mostram claramente essa verdade.

  5. A Autoridade do Reino dos Céus (14:1-18:35): Mais uma vez os milagres realizados por Jesus apontam para sua autoridade como Messias.

  6. As mudanças do Reino dos Céus (19:1-25:46): Nessa seção Jesus denunciou a hipocrisia dos religiosos judeus. Ele também ensinou sobre as grandes mudanças que o seu reino promove. Nessa seção também está registrado o sermão profético de Jesus.

  7. A paixão e a ressurreição de Cristo (26:1-28:20): Essa seção relata com detalhes as aflições as quais Jesus foi submetido. Assim, Ele é apresentado como o Rei vitorioso que ressuscitou. Antes da ascensão ao céu, Jesus também comissionou os seus discípulos a pregarem o Evangelho por todo o mundo.

Curiosidades sobre o Evangelho de Mateus

  • Dentre os Evangelhos, o Evangelho de Mateus é o que possui mais estilo judaico.

  • Era o Evangelho mais utilizado pela Igreja Primitiva, principalmente para discipulados.

  • É o Evangelho que mais cita a frase "para que se cumprisse o que fora dito".

  • A palavra "reino" é encontrada cinquenta e seis vezes no Evangelho de Mateus. A expressão "Reino dos Céus" só é encontrada nesse Evangelho.

  • É o Evangelho que mais apresentou Jesus como Rei dos Judeus.

  • Os cinco sermões principais encontrados no Evangelho de Mateus (Sermão do Monte, Instruções aos Doze, As Parábolas do Reino, A Comunidade Cristã, que trata do caráter dos verdadeiros seguidores do Senhor, e o Sermão Escatológico de Jesus contém os textos mais completos entre os Evangelhos sobre o ensino de Jesus.

  • Embora tenha sido originalmente escrito para a igreja em Antioquia, constituída de judeus e gentios, claramente o objetivo do Evangelho de Mateus não era apenas ficar restrito aquela congregação, mas que fosse propagado também entre todos os seguidores de Cristo ao longo dos tempos.