2025/07/18

O Chamado de Deus

O chamado de Deus é uma expressão de propósito divino e destino revelado através da vontade de Deus para nossas vidas, conforme descrito na Bíblia.

Jeremias 1:5 - "Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações."

A essência do nosso chamado primário é o amor. Antes da fundação do mundo, Deus nos amou e nos criou para amá-Lo de volta. Este é o cerne do nosso propósito: amar a Deus e glorificá-Lo em tudo o que fazemos.

É nesse amor recíproco que encontramos a plenitude da vida e a realização do nosso propósito no Senhor. Como o Grande Mandamento nos ensina: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento".


Exemplos no Antigo Testamento

1. Moisés: Moisés foi chamado por Deus para liderar os filhos de Israel para fora da escravidão no Egito e guiá-los em direção à terra prometida. Seu chamado era libertar seu povo da opressão e conduzi-los à terra que Deus havia prometido a Abraão.

2. Elias: Elias foi chamado por Deus para confrontar a idolatria e a injustiça em Israel. Ele desafiou os profetas de Baal no monte Carmelo e defendeu a adoração ao Deus verdadeiro. Seu chamado era restaurar a adoração a Yahweh em Israel e trazer o povo de volta à fidelidade ao Senhor.


Exemplo no Novo Testamento

3. Paulo: Antes de sua conversão, Paulo, então conhecido como Saulo, perseguia os seguidores de Jesus. No entanto, em uma experiência transformadora no caminho de Damasco, ele foi chamado por Jesus para ser um apóstolo aos gentios e proclamar o evangelho. Seu chamado era levar a mensagem de salvação aos não judeus e estabelecer igrejas em várias regiões do mundo conhecido.

4. Timóteo: Timóteo foi um jovem discípulo que recebeu orientação e encorajamento de Paulo. Ele foi chamado por Deus para pastorear e liderar a igreja em Éfeso e em outras comunidades cristãs. Seu ministério era cuidar das igrejas, ensinar a Palavra de Deus e encorajar os crentes a viverem uma vida piedosa.

Esses exemplos destacam como o chamado de Deus pode variar em termos de missão e contexto, mas todos são chamados a servir e glorificar a Deus de acordo com Seus desígnios.

Hermenêutica: Deus conhece nosso propósito desde antes de nascermos. Esse chamado é pessoal e único para cada indivíduo, lembrando-nos que nossa vida tem um propósito e uma missão divina.


2. A Resposta ao Chamado

Isaías 6:8 - "Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: 'Quem enviarei? Quem irá por nós?' E eu respondi: 'Eis-me aqui. Envia-me!'"

Hermenêutica: Responder ao chamado de Deus requer disposição e coragem. No mundo atual, isso pode significar aceitar responsabilidades e desafios que Deus coloca em nosso caminho, mesmo quando parecem difíceis ou incertos. Isso é vocação!!! A Vocação é a doação de si mesmo para o Senhor e para o mundo na qual a pessoa corresponde à vida que recebeu de graça. Ela é um dom de Deus para ser doado para os outros. Jesus fez de si mesmo uma continua doação

Efésios 2:10 - "Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos."

Hermenêutica: O serviço é uma manifestação prática do nosso chamado. Servir aos outros é uma maneira de viver nossa fé diariamente, impactando positivamente aqueles ao nosso redor.


O Chamado ao Serviço

Versículo: Mateus 20:28 - "Assim como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos."

Hermenêutica: No mundo contemporâneo, onde o individualismo está em alta, a mensagem de servir aos outros como Jesus fez é um desafio. Devemos buscar oportunidades em nossa vida diária para servir aos outros, seja através de voluntariado, doações ou simplesmente ajudando aqueles ao nosso redor.


A Alegria de Servir

Versículo: Filipenses 2:17 - "Mesmo que eu esteja sendo derramado como oferta de bebida sobre o sacrifício e serviço que provêm da sua fé, estou alegre e me regozijo com todos vocês."

Hermenêutica: Servir aos outros pode trazer uma profunda sensação de realização e alegria. Em tempos de crise e incerteza, como a pandemia, vimos inúmeros exemplos de pessoas encontrando alegria em ajudar os outros, seja entregando alimentos a vizinhos em quarentena ou oferecendo suporte emocional.

Encontrar alegria no cumprimento do nosso chamado é uma bênção. Mesmo diante de dificuldades, a certeza de que estamos seguindo o propósito de Deus traz uma profunda felicidade e satisfação.


A Humildade no Serviço

Versículo: João 13:14 - "Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros."

Hermenêutica: A humildade é crucial no serviço cristão. Num mundo que valoriza a autopromoção, ser humilde é contracultural. Devemos lembrar que nenhum ato de serviço é pequeno demais e que todos somos chamados a servir, independentemente de nossa posição ou status.


Os Dons para o Serviço

Versículo: 1 Pedro 4:10 - "Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus."

Hermenêutica: Cada pessoa tem dons únicos que podem ser usados para o serviço. Identificar e usar esses dons no contexto de nossas comunidades locais pode fortalecer o corpo de Cristo e nos ajudar a impactar positivamente aqueles ao nosso redor.


3. O Privilégio de Ser Chamado

1 Pedro 2:9 - "Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz."

Hermenêutica: Ser chamado por Deus é um privilégio que nos coloca em uma posição especial para cumprir Seus propósitos. No contexto moderno, isso nos motiva a viver de forma que reflita essa honra e responsabilidade.

A Satisfação no Serviço

Versículo: João 4:34 - "Disse-lhes Jesus: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e completar a sua obra."

Hermenêutica: Encontrar satisfação no serviço é uma maneira de nos conectarmos mais profundamente com nossa fé. No contexto atual, isso pode significar encontrar propósito e alegria em nossas vocações e atos de bondade.


4. O Impacto do Serviço

Versículo: Mateus 25:40 - "E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo aos mais pequeninos, a mim o fizestes."

Hermenêutica: O impacto de nosso serviço pode ser profundo e duradouro. Pequenos atos de bondade e serviço podem ter efeitos significativos na vida dos outros, lembrando-nos que nosso serviço não é em vão.

O Serviço como Testemunho

Versículo: Mateus 5:16 - "Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus."

Hermenêutica: Nossos atos de serviço são uma forma de testemunhar sobre nossa fé. Hoje, isso pode ser visto em como vivemos nossas vidas diariamente, inspirando outros através de nossas ações e atitudes positivas.







Familia

Texto Base: Salmo 127:1 - Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam. Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.

O Salmo 127 é um cântico de peregrinação, atribuído a Salomão, que nos lembra da soberania de Deus em todas as áreas da vida. Este versículo específico destaca a futilidade dos esforços humanos para se manter uma família, sem a bênção e a intervenção divina.

1. A Dependência de Deus: O versículo começa com uma condição:

"Se o Senhor não edificar a casa…".

Isso nos ensina que, sem Deus, nossos esforços são inúteis. Podemos planejar, trabalhar arduamente e vigiar, mas sem a presença e a bênção de Deus, tudo isso será em vão.

Na vida cotidiana, muitas vezes nos esforçamos para alcançar nossos objetivos, seja na carreira, na família ou em projetos pessoais. No entanto, este salmo nos lembra que devemos colocar Deus no centro de tudo o que fazemos. Devemos buscar Sua orientação e confiar em Sua provisão, sabendo que Ele é o verdadeiro edificador e guardião.

Para a igreja, este salmo é um chamado à dependência total de Deus. Em nossos ministérios, programas e atividades, devemos reconhecer que sem a direção e a bênção de Deus, nossos esforços não terão frutos duradouros. É um lembrete de que a igreja deve ser construída sobre a fundação de Cristo e guiada pelo Espírito Santo.

Contudo o salmo ele especifica ainda mais onde devemos depender de Deus.

"Se o Senhor não edificar a casa…".

Isso nos lembra que, para construir uma família forte e saudável, precisamos da orientação e bênção de Deus. As famílias são chamadas a colocar Deus no centro de suas vidas e decisões. Para que uma família seja verdadeiramente abençoada e próspera, deve estar fundamentada em Deus. Todos os membros da família, devem buscar a direção e a bênção do Senhor.

Josué 24:15 - "Eu e a minha casa serviremos ao Senhor."

Josué com esta frase celebre está dizendo que sua família tinha uma:

  • Unidade Familiar: Indica que a família está unida em seus valores e crenças, trabalhando juntos para um objetivo comum.

  • Compromisso: Reflete um compromisso firme e decidido de servir a Deus, independentemente das circunstâncias.

  • Prioridade Espiritual: Demonstra que a fé e o serviço a Deus são prioridades na vida da família, acima de outras preocupações.

O princípio central é que, sem a bênção e a ajuda de Deus, todos os esforços humanos são inúteis. A continuação do versículo diz vão trabalham os que a edificam. Precisamos reconhecer que, por mais que nos esforcemos, há limites para o que podemos alcançar por conta própria. Não temos controle sobre a nossa casa a não ser que nos posicionemos em Deus e deixemos Ele comandar a nossa casa.

A própria Segurança de nossa casa está exclusivamente em Deus: O versículo também fala "se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela"

Isso nos ensina que nossa verdadeira segurança não está em nossas próprias habilidades ou em medidas humanas, mas em Deus. Ele é nosso protetor e guardião, e devemos confiar Nele para nossa proteção e bem-estar.

Esse salmos me fez lembra de texto do Novo Testamento que se relaciona com ele, que esta no Evangelho de Mateus 7:24-27, onde Jesus fala sobre a importância de construir a casa sobre a rocha, que simboliza ouvir e praticar Suas palavras.

Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.25 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela não desabou, porque tinha sido construída sobre a rocha.26 E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia.27 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.

Jesus ensina sobre a importância de praticar Suas palavras, comparando aqueles que as seguem a um homem sábio que construiu sua casa sobre a rocha, e aqueles que não as seguem a um homem insensato que construiu sua casa sobre a areia. Aqui estão cinco princípios e ensinamentos que podemos extrair desse trecho:

Fundamentação Sólida: Construir a vida sobre os ensinamentos de Jesus é como construir uma casa sobre uma rocha, proporcionando estabilidade e segurança em tempos de adversidade. Resiliência nas Adversidades: Aqueles que seguem os ensinamentos de Jesus serão capazes de resistir às dificuldades e desafios da vida, assim como a casa construída sobre a rocha resiste às tempestades.

Prática da Palavra: Não basta apenas ouvir os ensinamentos de Jesus; é essencial colocá-los em prática. A verdadeira sabedoria está em viver de acordo com esses princípios.

Consequências da Desobediência: Ignorar os ensinamentos de Jesus e não colocá-los em prática é comparado a construir uma casa sobre a areia, que inevitavelmente desmorona diante das adversidades.

Assim como no Salmo 127, a mensagem é que sem a fundação correta (Deus), nossos esforços dentro da nossa casa serão em vão.

Agora eu acredito que os papéis de cada membro da família é importante também nesse processo de construção de uma família totalmente dependente de Deus. Para ter uma família abençoada, a postura do homem, da mulher e dos filhos devem ser fundamentadas em princípios bíblicos e no temor ao Senhor.

Mas antes de falar sobre os papéis dos pais quero falar sobre o Valor dos Filhos:

Os filhos são um presente de Deus e devem ser criados na presença do Senhor. Eles são a continuidade da fé e a esperança para o futuro da igreja e da sociedade.

Provérbios 22:6 - "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso não se desviará dele."

Os pais têm a responsabilidade de ensinar e guiar seus filhos nos caminhos do Senhor, para que cresçam firmes na fé e se tornem adultos tementes a Deus.

Dito isso aqui estão alguns pontos importantes:

O Papel do Pai: O pai é o líder da família, responsável por prover, proteger e guiar seus filhos no caminho do Senhor. Sem a bênção e a direção de Deus, seus esforços serão em vão. Você precisa ser um homem de Deus dentro de sua casa. A tua palavra tem que ter peso. Você precisa assumir essa responsabilidade. Ela foi designada por Deus.

Efésios 6:4 - "Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor."

O pai deve ser um exemplo de fé e integridade, buscando sempre a orientação de Deus para edificar sua casa sobre a rocha firme que é Cristo.

O Papel da Mãe: A mãe é a cuidadora e educadora dos filhos, desempenhando um papel crucial na formação espiritual e moral deles. Sua influência é fundamental para a edificação de um lar temente a Deus.

Provérbios 31:27-28 - "Ela vigia o andamento da sua casa e não come o pão da preguiça. Seus filhos se levantam e a elogiam; seu marido também a elogia."

A mãe deve ser uma mulher de oração e sabedoria, ensinando seus filhos a amar e temer ao Senhor, contribuindo para a edificação de um lar sólido e abençoado.

Infelizmente estamos vivendo em uma sociedade que prefere viver uma família tipo comercial de margarina, tudo muito perfeito em casa, nas redes sociais etc. Onde esses papéis de pais já não diz mais nada, os filhos fazem o que querem, vivem como querem, e ao invés de receber uma correção daqueles que lhe são autoridades para que se mantenham no temor do Senhor, recebem apoio pra continuarem no pecado. Não tem uma palavra de contrariedade dos pais. Talvez por medo ou até para evitar a fadiga do confronto.

Ta faltando disciplina irmãos. Claro!!! A disciplina deve ser aplicada com amor e não de maneira que provoque ira ou ressentimento nos filhos. É importante encontrar um equilíbrio entre disciplina e encorajamento, para que os filhos cresçam em um ambiente de amor e respeito.

Na cultura greco-romana, os pais tinham autoridade absoluta sobre seus filhos. Eu sei que anos atrás alguns pais exageravam na disciplina o que muitas vezes resultava em disciplina severa e até abusiva. Também não concordo com esse tipo de exagero

Mas pais não podemos abandonar as disciplinas. Não faça isso por amor aos seus filhos. No futuro eles vão te agradecer.

O próprio Deus Pai assim nos trata:

Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Hebreus 12:6-7

É claro, hoje temos um entendimento diferente do que a 40 anos atrás, mas não podemos abandonar a correção dos nossos filhos, podemos adotar Disciplina Positiva

Os pais devem buscar formas de disciplina que sejam construtivas e edificantes, em vez de punitivas e destrutivas.

Isso faz parte da educação espiritual, que deve ser uma parte contínua da vida familiar, com os pais ensinando e modelando os valores cristãos diariamente.

O Papel dos filhos: Para que haja uma harmonia no lar e essa família seja uma família verdadeiramente cristã, você filho também tem um papel importante a cumprir dentro dela.

Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra. Efésios 6:1-3

Sabe como você conseguirá honrar os seus Pais? Quando você verdadeiramente honrar o Deus de seus pais. Existe um pântano muito perigoso que é colocado no caminho de todos vocês rumo a honra, pântano que vocês precisam evitar. Muitos tem se afogado nele, alguns conseguiram evitá-lo ou até mesmo sair dele.

O Pântano Duplicidade: Muitos jovens frequentam a igreja, mas suas vidas refletem os valores do mundo. Essa duplicidade pode levar à hipocrisia e afastamento de Deus.

1 João 2:15-16 - "Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo."

É crucial que os jovens entendam a importância de viver uma vida coerente com os ensinamentos de Cristo, tanto dentro quanto fora da igreja. Vocês precisam lutar bravamente e resistirem às tentações do mundo.

Mateus 6:24 - "Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro."

Viver uma vida dividida entre os valores do mundo e os ensinamentos de Deus pode levar à destruição espiritual e moral. Isso afeta não apenas o indivíduo, mas toda a família.

Gálatas 5:16-17 - "Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam."

A duplicidade pode causar conflitos familiares, falta de paz e afastamento de Deus. É essencial que a família esteja unida na fé e busque viver de acordo com os princípios bíblicos.

Somente uma vida de Santidade lhe dará poder para fugir da duplicidade. Você consegue !!! a Biblia

Jovens, eu escrevi a vocês, porque são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece, e vocês venceram o Maligno. 1 João 2

Conclusão

A unidade familiar e os papéis de cada membro são fundamentais na construção de uma família cristã genuína.

1. Unidade Familiar

A unidade familiar é essencial para criar um ambiente de amor, apoio e segurança. Em uma família cristã, a unidade é fortalecida pela fé comum e pelos valores compartilhados. A oração em conjunto, a leitura da Bíblia e a participação em atividades religiosas ajudam a manter a família unida e centrada em Deus.

2. Papel dos Pais

Os pais têm a responsabilidade de liderar a família espiritualmente. Eles devem ser exemplos de fé e integridade, ensinando os filhos a seguir os caminhos de Deus. Isso inclui a instrução na Palavra de Deus, a disciplina com amor e a criação de um ambiente onde os filhos se sintam amados e valorizados.

3. Papel dos Filhos

Os filhos são chamados a honrar e obedecer aos pais, conforme ensinado nas Escrituras. Eles devem aprender a importância da fé, do respeito e da responsabilidade. A participação ativa dos filhos nas atividades familiares e religiosas ajuda a fortalecer os laços familiares e a desenvolver um caráter cristão.







O Evangelho de João

O Evangelho segundo João, também referido como Evangelho de João, o Quarto Evangelho ou simplesmente João, é um dos quatro Evangelhos canônicos no Novo Testamento. Ele tradicionalmente está posicionado como o quarto Evangelho, sucedendo aos Evangelhos sinóticos de Mateus, Marcos e Lucas.

Este Evangelho está tão relacionado em estilo e conteúdo com as outras três epístolas joaninas que os estudiosos tratam estes quatro livros, juntamente com o Livro de Apocalipse, como uma única coleção de escritos dentro da literatura joanina, embora não necessariamente tenham sido escritos pelo mesmo autor.

Alguns estudiosos sugeriram que uma tradição tenha se desenvolvido em torno da "comunidade joanina", que deu origem a este Evangelho. A descoberta de um grande número de fragmentos de papiro de manuscritos com temas joaninos levou mais estudiosos a reconhecer que os textos estavam entre os mais influentes da Igreja primitiva. Os discursos contidos neste Evangelho tiveram seu enfoque em questões do debate igreja-sinagoga no momento da sua composição. É notável que, em João, a comunidade parece definir-se principalmente em contraste com o judaísmo, e não como parte de uma comunidade cristã mais ampla. Embora o cristianismo tenha começado como um movimento dentro do judaísmo, ele se separou gradualmente do judaísmo por causa de mútua oposição entre as duas religiões.

Os ensinamentos de Jesus encontrados nos Evangelhos sinóticos são muito diferentes dos registrados em João, e desde o século XIX os estudiosos aceitam quase por unanimidade que esses discursos joaninos são menos prováveis de serem históricos do que as parábolas sinóticas, e provavelmente foram escritos para fins teológicos.

Além disso, os estudiosos geralmente concordam que João não é totalmente visto como sem valor histórico: certas afirmações contidas no Evangelho de João são tão antigas ou mais antigas que comparadas a seus pares sinóticos, como a sua representação da topografia em torno de Jerusalém é frequentemente relatada como superior a dos sinóticos. Além disso, o seu testemunho de que Jesus foi executado um dia antes da Páscoa pode ser mais preciso que o de Mateus, Marcos e Lucas, a sua apresentação de Jesus no jardim e a reunião realizada pelas autoridades judaicas antes da morte dele são possivelmente mais historicamente plausíveis do que comparada a seus paralelos sinóticos.

O Evangelho de João é significativamente diferente dos Evangelhos sinóticos, com grandes variações no material, na ênfase teológica, na cronologia e no estilo literário. Há também algumas discrepâncias entre João e os sinóticos, o que resulta em algumas contradições.

João não tem descrição de episódios vistos nos sinóticos, como o batismo de Jesus, o chamado dos Doze, os exorcismos, as parábolas, a Transfiguração e a Última Ceia. Por outro lado, inclui cenas não encontradas nos sinóticos, como a de Jesus transformando a água em vinho no casamento em Caná, a ressurreição de Lázaro, Jesus lavando os pés de seus discípulos e várias visitas a Jerusalém.

No quarto Evangelho, a mãe de Jesus, Maria, embora mencionada com frequência, nunca é identificada pelo nome. João afirma que Jesus era conhecido como o "filho de José" em João 6:42 Para João, a cidade de origem de Jesus é irrelevante, pois ele vem de além deste mundo, e sim de Deus Pai.

Enquanto João não menciona diretamente o batismo de Jesus, ele cita a descrição de João Batista da descida do Espírito Santo como uma pomba, como acontece no batismo de Jesus nos sinóticos. Os principais discursos sinóticos de Jesus estão ausentes, incluindo o Sermão da Montanha e o Discurso das Oliveiras, além de que os exorcismos dos demônios não são mencionados em nenhuma ocasião, ao contrário dos sinóticos. João nunca lista todos os Doze Discípulos e nomeia pelo menos um discípulo, Natanael, cujo nome não é encontrado nos sinóticos. Tomé recebe um apelido além de seu nome, onde é descrito como "Tomé, o Dídimo".

Jesus é identificado com o Verbo ("Logos"), e o Verbo é identificada com theos ("deus" em grego); nenhuma identificação sobre tal é feita nos sinóticos. Em Marcos, Jesus exorta os discípulos a manter sua divindade em segredo, mas em João ele é muito aberto ao discutir isso, mesmo se referindo a si mesmo como "Eu sou", o título que Deus atribui a si mesmo em Êxodo em sua auto-revelação a Moisés. Nos sinóticos, o tema principal é o Reino de Deus e o Reino dos Céus (o último especificamente em Mateus), enquanto o tema de João é Jesus como a fonte da vida eterna e o Reino é mencionado apenas duas vezes. Em contraste com a expectativa sinótica do Reino (usando o termo parousia, que significa "presença"), João apresenta uma escatologia mais individualista.

Também há discrepâncias relacionadas a fatos cronológicos, pois de acordo com os sinóticos, o ministério de Jesus decorre em um único ano, mas no de João ele acontece em três, como evidenciado por referências a três passagens da Páscoa. Os eventos não estão todos na mesma ordem: a data da crucificação é diferente, como é o tempo da unção de Jesus em Betânia, e a limpeza do templo ocorre no início do ministério de Jesus e não perto do seu fim.

No que diz respeito ao estilo literário, o vocabulário é diferente e cheio de importação teológica: em João, Jesus não executa "milagres" , mas "sinais" que revelam a sua identidade divina. A maioria dos estudiosos considera que João não contém parábolas. Em vez disso, contém histórias ou alegorias metafóricas, como as do Bom Pastor e da Videira Verdadeira, em que cada elemento individual corresponde a uma pessoa, grupo ou coisa específica. Alguns estudiosos, no entanto, encontram algumas parábolas como a história curta da mulher materna ou do grão que está morrendo.

Ainda observam-se discrepâncias de conteúdo entre os Evangelhos, pois de acordo com os sinóticos, como no episódio da prisão de Jesus, que segundo Marcos, Mateus e Lucas foi uma reação à limpeza do templo, enquanto, segundo João, foi desencadeada pela ressurreição de Lázaro. Os fariseus, retratados como uniformemente opostos a Jesus nos Evangelhos sinóticos, são retratados como divididos; eles discutem frequentemente entre si nos relatos de João. Alguns, como Nicodemos, chegam até a ser parcialmente simpatizantes de Jesus. Acredita-se que seja uma descrição histórica mais precisa dos fariseus, que fez do debate um dos princípios do seu sistema de crença.

Quem Escreveu Esse Livro?

Apesar do autor do Evangelho de João ser anônimo, a tradição cristã geralmente a atribui para João, o Apóstolo, filho de Zebedeu e um dos doze apóstolos de Jesus.

O Apóstolo João escreveu esse livro. Em todo o livro ele se refere a si mesmo como "o discípulo a quem Jesus amava"

O discípulo amado.

João, portanto é o autor desse "Evangelho espiritual", como assim o chamou Clemente de Alexandria (150-215 d.C.). O livro traz várias referências ao discípulo "a quem Jesus amava" (Jo 13.23; 19.26; 20.2) e encerra com a expressão: "Este é o discípulo que testifica dessas coisas e as escreveu" (Jo 21.24). João trabalhava com o pai e o irmão no ramo da pesca eram pescadores (Mc 1.19,20, Mateus 4:21). João provavelmente foi discípulo de João Batista (João 1:35–40). Tornou-se um dos discípulos mais próximos de Jesus, ao lado de Pedro e Tiago, tendo o privilégio de estar presente em momentos ímpares, como na transfiguração (Mt 17.1). O que muito se destaca na vida de João, portanto, é sua intimidade com Jesus (Jo 13.25). Os estudiosos acreditam que o texto passou por duas a três redações, ou "edições", antes de chegar à sua forma atual.

O diligente pastor João, já idoso, era também evangelista e apologista. Seu Evangelho tem esse duplo caráter, sobressaindo nele uma firme apologia da doutrina central da fé cristã. Esse propósito é diretamente anunciado por ele, quando, após registrar os sinais que evidenciavam a divindade de Cristo, afirmou: "Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e que para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (Jo 20.31). O Evangelho de João tem, portanto, crucial importância tanto para a propagação das Boas-Novas da Salvação aos que ainda não creem, quanto para a firmeza e permanência da nossa fé, através da vida que somente no Filho de Deus podemos ter.

Quando e Onde Foi Escrito?

O Evangelho de João foi o último a ser escrito. Não há uma data específica. Não sabemos exatamente quando João escreveu esse livro. Estima-se que tenha sido escrito entre 60 d.C. e 100 d.C .

Nessa época, e nos séculos seguintes, foram intensos os debates teológicos em torno das doutrinas centrais da fé cristã. Muitas heresias foram forjadas pelo judaísmo, que tentou se reestabelecer após a Diáspora, ocorrida depois de 70 d.C., quando aconteceu a destruição de Jerusalém. Também no seio do cristianismo surgiram muitos hereges. Dentre os falsos ensinos destaca-se o que negava a divindade de Jesus. O amoroso apóstolo João, o mesmo autor de 1, 2 e 3 João e do Apocalipse, havia estabelecido muitas igrejas, especialmente na Ásia Menor. Foi justamente de lá, mais precisamente de Éfeso (hoje, Turquia), que escreveu seu Evangelho, cujo escrito serviu para solidificar a fé de cristãos não somente de seu tempo, mas de todas as épocas, chegando até nós.

Para Quem e Por Que Esse Livro Foi Escrito?

Apesar de os escritos de João ser para todas as pessoas, sua mensagem também foi dirigida a um público mais específico. O Élder Bruce R. McConkie, do Quórum dos Doze Apóstolos, escreveu: "O evangelho de João é um relato escrito para os santos; é um evangelho especificamente para a Igreja"

João afirmou que seu propósito ao escrever esse livro era persuadir outras pessoas a "[crer] que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus; e para que, crendo, [tenham] vida em seu nome" (João 20:31). As cenas da vida de Jesus nele descritas são cuidadosamente escolhidas e com essa intenção.

O consenso entre os estudiosos na segunda metade do século XX era de que João era um livro independente dos Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), mas essa concordância foi desfeita na última década do século e agora há muitos estudiosos que acreditam que João tinha conhecimento de algumas partes de Marcos e possivelmente de Lucas, pois ele compartilha alguns itens de vocabulário e grupos de acontecimentos organizados na mesma ordem.

Termos-chave dos sinóticos, no entanto, estão ausentes por completo ou parcialmente, implicando que, se o autor realmente conhecia esses Evangelhos, ele se sentia livre para escrever de forma independente. Muitos acontecimentos, como o casamento em Caná, o encontro de Jesus com a mulher samaritana no poço e a ressurreição de Lázaro, não são semelhantes nos sinóticos, e muitos estudiosos acreditam que o autor os chamou de uma fonte independente chamada "Evangelho dos Sinais", os discursos de Jesus de uma segunda fonte de" discurso", e o prólogo de um hino primitivo.

O Evangelho segundo João faz uso extensivo das escrituras judaicas: João cita diretamente elas, faz referência a figuras importantes e usa narrativas delas como base para vários dos seus discursos. O autor também estava familiarizado com fontes não-judaicas: o Logos do prólogo (o Verbo que está com Deus desde o início da criação), por exemplo, foi derivado do conceito judaico de sabedoria e dos filósofos gregos; João 6 faz alusão não apenas ao Êxodo, mas também aos cultos greco-romanos, e João 4 faz referência às crenças messiânicas dos samaritanos.

Quais São Algumas Características Marcantes Desse Livro?

Cerca de 92 por cento do material contido no Evangelho de João não se encontra em nenhum outro relato dos evangelhos. Isso se deve provavelmente ao fato de que o público alvo de João — os membros da Igreja que já tinham um entendimento sobre Jesus Cristo — era incontestavelmente diferente do público alvo de Mateus, Marcos e Lucas. Dos sete milagres relatados por João, cinco não foram registrados em nenhum outro evangelho. Enquanto Mateus, Marcos e Lucas dão muitas informações sobre o ministério de Jesus na Galileia, João registra muitos acontecimentos ocorridos na Judeia. O Evangelho de João é ricamente doutrinário, sendo alguns dos principais temas a divindade de Jesus como o Filho de Deus, a Expiação de Cristo, a vida eterna, o Espírito Santo, a necessidade de nascer de novo, a importância do amor ao próximo e de acreditar no Salvador.

João enfatizou a divindade de Jesus como Filho de Deus. João registrou mais de 100 referências de Jesus ao Seu Pai com mais de 20 referências somente em João 14. Uma das maiores contribuições de João é a inclusão dos ensinamentos do Salvador a Seus discípulos horas antes de ser preso, inclusive a grande Oração Intercessória, oferecida na noite em que sofreu no Getsêmani. Essa parte do relato de João (João 13–17) representa mais de 18 por cento das páginas do livro de João, dando-nos um entendimento maior da doutrina do Salvador e do que Ele espera de Seus discípulos.

João, que geralmente descreve os oponentes de Jesus simplesmente como "os judeus", é mais consistentemente hostil aos "judeus" do que qualquer outro livro do Novo Testamento. O historiador e ex-sacerdote católico romano James Carroll afirma: "O clímax deste movimento vem no capítulo 8 de João, quando Jesus é retratado como denunciando "os judeus" que estavam reunidos no Templo como descendentes de Satanás". Em João 8:44, Jesus diz aos judeus: "Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele." Em 8:38 e 11:53, "os judeus" são retratados como cidadãos com desejo de matar a Jesus. No entanto, Carroll adverte que esta e outras declarações semelhantes no Evangelho segundo Mateus e na Primeira Epístola aos Tessalonicenses devem ser vistas como "evidência não do ódio dos judeus, mas dos conflitos sectários entre os judeus" nos primeiros anos da igreja cristã.

Conforme observado pelo estudioso do Novo Testamento Obrey M. Hendricks, Jr.: "Embora sua interpretação mordaz sobre os judeus tenha aberto acusações a João de antissemitismo, uma leitura cuidadosa revela que "os judeus" são uma designação de classe, não uma religião ou agrupamento étnico, em vez de denotar adeptos do judaísmo em geral, o termo refere-se principalmente às autoridades religiosas hereditárias do Templo". Nos séculos seguintes, João foi usado para apoiar a polêmicas antissemitas, mas o autor do Evangelho se considerava como um judeu, defendeu Jesus e seus seguidores como judeus, e provavelmente escreveu para uma comunidade em grande parte judaica.

Estrutura e conteúdo

Capítulos

O Evangelho de João pode ser dividido em quatro seções: um prólogo (João 1:1-18), um Livro dos Sinais (João 1:19-50), um Livro da Glória (João 13:1-20,31) e um epílogo (21). A estrutura é esquemática: existem sete "sinais" que culminam na ressurreição de Lázaro (prenunciando a ressurreição de Jesus) e sete provérbios e discursos sobre "Eu sou", que culminaram com a proclamação de Jesus como "meu senhor e meu Deus" - o mesmo título (dominus et deus) reivindicado pelo imperador romano Domiciano.

Prólogo

Ver artigo principal: No princípio era o Verbo

No prólogo do Evangelho de João, o autor inicia citando que "No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus". Ele coloca Jesus como figura cósmica como o Logos foi feito carne e revelado por Deus, dando a salvação aos que nele acreditam. João Batista, André e Natanael testemunham ele como o Cordeiro de Deus, o Filho de Deus, e o Cristo.

Livro dos Sinais

O Livro dos Sinais aborda a narrativa do ministério público de Jesus, iniciando com a apresentação dos primeiros discípulos de Jesus. Consiste em sete milagres ou "sinais", intercalados com longos diálogos, discursos, e trechos "amém, amém", e "Eu Sou", que culminaram com a ressurreição de Lázaro dentre os mortos. Em João, é isso, e não a limpeza do Templo, que leva as autoridades a ter executado Jesus. Os sete sinais consistem no milagre de Jesus no casamento em Caná, na cura do filho do oficial real, na cura do paralítico em Betesda, na alimentação dos 5.000, na caminhada sobre a água, na cura do homem nascido cego, e na ressurreição de Lázaro.

Outros incidentes relatados neste segmento do Evangelho incluem a limpeza do Templo; a conversa de Jesus com o fariseu Nicodemos, onde ele explica a importância do renascimento espiritual; a sua conversa com a samaritana no poço, onde ele fala o Discurso sobre a Água da Vida; o Discurso do Pão da Vida, que levou muitos de seus discípulos a rejeitarem-o; a mulher adúltera; o argumento de que Jesus é a Luz do Mundo; a resposta de Jesus a Pilatos; a perícope do Bom Pastor; a rejeição de Jesus pelos judeus; o versículo Jesus chorou; o plano para matar Jesus; a unção de Jesus; a entrada triunfal em Jerusalém; a predição da glorificação do Filho do Homem; e a predição do Juízo Final.

Livro da Glória

Jesus realizando o discurso de adeus para os seus onze discípulos remanescentes. O Livro da Glória aborda a narrativa da Paixão de Cristo, da Ressurreição de Jesus e das aparições de Jesus após a ressurreição. Ele inicia a narrativa da Paixão com um relato da Última Ceia que difere significativamente daquela encontrada nos Evangelhos sinóticos, com Jesus lavando os pés dos discípulos em vez de inaugurar uma nova aliança de seu corpo e sangue. Isto é sucedido pelo discurso de adeus de Jesus, um relato de sua traição, prisão, julgamento, morte, sepultamento, aparições após a ressurreição, e um convite final para seus seguidores. Também inclui a negação de Pedro, a instituição do Novo Mandamento e da Nova Aliança, a promessa de Paráclito, a promessa da Videira Verdadeira, a Oração do Sumo Sacerdote, a zombaria com Jesus e a coroação com espinhos, o Ecce homo, a descoberta do túmulo vazio, o Noli me tangere, a Grande Comissão e a incredulidade de Tomé.

A seção termina com uma conclusão sobre o propósito do Evangelho: "[tais relatos] foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.".

Epílogo

Ver artigo principal: João 21

O epílogo, registrado no capítulo 21 do Evangelho de João, aborda a aparição de Jesus após a ressurreição para os seus discípulos, em um lago, a pesca milagrosa, a profecia da crucificação de Pedro, a restauração de Pedro, e o fato dele ser o Discípulo amado. A maioria dos estudiosos acredita que este capítulo seja uma adição ao Evangelho em si.



Epístola de Paulo aos Romanos

Nas palavras do grande exegeta reformado, Willian Hendriksen: "Romanos é um livro candente. É saturado de instrução no tocante à vida e à doutrina. Comunica conforto à vida e.

Evitamos dizer que a Carta aos Romanos é um dos livros mais importantes para a exposição da doutrina da Fé Cristã, mesmo porque cremos na total inerrância das Escrituras, e que, portanto, todos os livros das Sagradas Escrituras são igualmente importantes. Preferimos em vez disso, dizer que Romanos traz em seu conteúdo de forma explícita doutrinas da Fé Cristã, e que, por isso, o estudo dessa carta torna-se imprescindível àqueles que querem aprofundar-se tanto no conhecimento quanto na prática das doutrinas cristãs.

A aplicabilidade da Carta aos Romanos se dá em qualquer época. Por exemplo: a igreja de Roma consistia em dois grupos, os judeus e os gentios. Por conseguinte, disputas entre estes dois grupos atormentavam a igreja, então Paulo mostra que em Deus "não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo Senhor é o Senhor de todos" (10.12). Este problema persiste em nossos dias, especialmente quando os crentes se esquecem de que são salvos pela Graça de Deus mediante a Fé em Cristo, e que, portanto, se retirarmos a Graça de cena, todos, os de dentro e os de fora da Igreja são iguais, pecadores miseráveis. Romanos é a defesa da Fé contra o preconceito religioso e a hipocrisia.

Quando Paulo escreveu Romanos, ele ainda não tinha estado em Roma, mas vinha pregando o evangelho desde sua conversão em 35 dC. Durante os dez anos anteriores, ele tinha fundado igreja através de todo o mundo mediterrâneo. Agora, estava chegando ao fim de sua terceira viagem missionária. Esta epístola é, portanto , uma declaração madura de sua compreensão do evangelho. Em Roma, a igreja havia sido fundada por outros cristãos; e Paulo, através de suas viagens, conheceu muito a respeito dos crentes de lá (16.3-15).

O tema doutrinal global que Paulo procura demonstrar é que Deus é Justo. Apesar de tudo que aconteceu neste mundo– mesmo que todos os seres humanos sejam pecadores (1.18-3.20); mesmo que Deus não puna, mas perdoe os pecadores culpados (3.21-5.21); mesmo que os crentes possam não viver completamente de uma maneira coerente com a justiça de Deus (6.1-8.17); mesmo que os crentes sofram e a redenção final retarde (8.18-39); mesmo que os muitos judeus não creiam (9.1-11.36) - ainda assim Deus é perfeitamente Justo e nos perdoou através de sua graça. Devido a essa grande misericórdia de um Deus tão justo, devemos seguir um modelo de vida coerente com a própria justiça de Deus (12.1-16.27).

Romanos é a história do plano de redenção de Deus em Cristo: a necessidade dele (1.18-3.20), a descrição detalhada da obra de Cristo e sua implicações para os cristãos (3.21-11.36) e a aplicação do evangelho à vida cotidiana (12.1-16.27).

No dias em que essa carta foi escrita, o mundo greco-romano era um mundo sem esperança. A concepção grega (e mais tarde a romana) não apresentava nenhuma esperança para o corpo (e nem mesmo para a alma) no momento da morte. O mundo em que vivemos não está muito diferente. Tanto lá como hoje, Romanos fala não só de uma esperança, mas da única esperança – Jesus Cristo. Veja os textos de 8.24, 26-39; 15.13; 11.33-36; 13.8-14; 16.25-27, isso sem falar em outros trechos que mostram o Evangelho de Cristo como a mensagem de esperança para o homem. . Romanos é a defesa da Fé (e da esperança) contra a incerteza e desespero causados pelo pecado.

Data / Local/ Ocasião

É mais provável que Paulo tenha escrito Romanos enquanto estava em Corinto, em 56 dC, fazendo uma coleta para ajudar os cristãos necessitados de Jerusalém (15.25-28,31; 2Co 8-9). Ele planejou ir a Jerusalém com essa coleta, depois visitar a igreja em Roma (1.10-11; 15.22-24). Depois de ser revigorado e apoiado pelos cristãos de Roma, planejou viajar para a Espanha para pregar o evangelho (15.24). Ele escreveu para dizer aos romanos sobre sua visita iminente. A carta, provavelmente tenha sido entregue por Febe (16.1-2)

Cerca de dez anos (entre 47 – 57 d.C) Paulo realizou intensa obra evangelística na região do Mar Egeu, concentrando-se na províncias romanas da Galácia, Macedônia, Acaia e da Ásia. Contudo fosse um "cidadão romano", título muito importante que conquistara por nascimento, enquanto que muitos adquiriam por grande soma de dinheiro (At.22.25-29), Paulo não conhecia sua capital e nutria em seu coração intenso desejo de ir até lá e pregar o Evangelho. Deve-se datar Romanos dentro do período compreendido pela terceira viagem missionária, quando o apóstolo estava empenhado a angariar fundos para a Igreja de Jerusalém. Quando Paulo escreveu 2Coríntios, enquanto viajava de Éfeso para Corinto, a coleta ainda estava incompleta (2Co.8.1-9).

Na ocasião em que escreveu à igreja de Roma, esta coleta aparentemente já estava terminada (Rm.15.26-28). Portanto, assumimos que Paulo escreveu sua epístola aos Romanos estando na cidade de Corinto, enquanto permanecia ali por três meses, em 57 d.C, no final de sua terceira viagem missionária, antes de viajar para Jerusalém levando os donativos aos irmãos dessa cidade que estavam passando sérias necessidades (Rm.15.25; At.20.2-3)9 .

Os autores são unânimes em afirmar que a origem geográfica da epístola aos Romanos é a cidade de Corinto, durante a estadia de Paulo ali que durou um trimestre segundo At. 20: 3. Alguns dos nomes citados no último capítulo desta epístola tais como Febe, a provável portadora da Epistola, que servia na igreja de Cencréia, cidade portuária, próximo à Corinto (Rm. 1:1); Gaio, a quem Paulo se refere como sendo seu hospedeiro (Rm. 16:23) também referido em I Co. 1: 14.; a menção da saudação enviada por Timóteo (Rm. 16:21), também referido com estando com Paulo em Corinto por ocasião da terceira visita (II Co. 1:1) e a referência à saudação enviada por Erasto (Rm. 16:23), também referido em II Tm. 4:20. Sobre este Erasto "tesoureiro da cidade" Gundry destaca: Há uma inscrição descoberta em Corinto e datada do primeiro século da era cristão que diz: Erasto, comissário das obras públicas, lançou este pavimento às suas próprias custas. Estritamente falando, "comissário das obras públicas não é a mesma coisa que "tesoureiro das cidade", mas é natural pensar que Erasto subiu do posto de comissário para tesoureiro da cidade ou que fora rebaixado de tesoureiro para comissário, podendo também as duas palavras ser sinônimas.

Todos estes nomes mencionados por Paulo, estando relacionados à cidade de Corinto, evidência de forma clara, a origem da Epístola aos Romanos. Ademais, uma epístola como esta, escrita cuidadosa e ponderadamente, só podia se redigida com calma, quando Paulo pôde fixar residência por algum tempo num lugar. Em Atos 20:3 somos informados que Paulo demorou três meses em Corinto, tempo suficiente para a redação da epístola.

OCASIÃO

Porque Paulo teria escrito à igreja de Roma, visto que nem ele nem nenhum dos outros apóstolos fundara aquela igreja e nem mesmo nunca a visitara antes? É a carta um tratado teológico ou simplesmente uma carta ocasionada por circunstâncias da carreira de Paulo?

Pode ser, de algum modo uma e outra coisa, mas o ponto é se o apóstolo quis, por iniciativa própria, expor o evangelho que pregava, ou se tomou da pena para escrever uma carta ditada por problemas iminentes. Na resposta a estas questões, Davidson argumenta: Há quem pense que Paulo sentia estarem contados os seus dias, pelo que desejava deixar à posteridade uma declaração definitiva daquilo que pregava. Admite-se que a doutrina do apóstolo foi mau compreendida em seus dias, sendo atacada, nunca deixando de ter críticos ( especialmente nas fileiras do judaísmo), não havendo sido jamais apresentada de uma forma sistematizada. Sugere-se, portanto, que Romanos é o documento do testamento final do grande apóstolo dos gentios. Além disso, argumenta-se que a igreja de Roma era a depositária que convinha deste documento oficial autorizado. A forma lógica e teológica da epístola, que é a mais sistemática, mais raciocinada e mais doutrinária de quantas cartas que Paulo escreveu, não oferece base para a teoria formal.

Não parece provável, porém, que Paulo estivesse preocupado com o pouco tempo que talvez lhe pudesse restar., como que sentisse "escaparem-se as areias do tempo" e sua carreira prestes a terminar, de modo que fosse necessário deixar um sistema de Teologia à posteridade; nem tão pouco é possível sustentar que, apesar do vasto conteúdo teológico, Romanos seja menos importante que as demais cartas escritas pelo apóstolo, ao contrário, o ensino da epístola aos romanos é completo à luz do ensino das demais. Indubitavelmente, certas circunstâncias imediatas sugerem o motivo que impeliu o apóstolo à produção dessa epístola: A – O desejo do apóstolo de visitar os crentes de Roma, expresso várias vezes no decorrer da carta: (1:10-14; 14:22; 15:32) B – Uma exposição clara acerca da condição de morte espiritual (3:28) incluindo todos os homens, quer sejam judeus quer gentios, colocando-os todos debaixo de uma mesma realidade de alienação de Deus, combatendo talvez um problema interno que era comum nas igrejas neotestamentárias, normalmente provocados por judaizantes . A solução para esta alienação é apresentada dentro da exposição que o apóstolo faz da soberania de Deus em eleger um povo específico sem configurações étnicas e raciais, mas composto de todas etnias e raças e sobre eles aplicar a obra de redenção. C – A intenção de Paulo de continuar sua obra missionária, voltando agora seus olhos para o ocidente, desejando chegar até à Espanha, entendendo que sua tarefa no oriente já está concluída, imbuído no desejo de chegar até "aos confins do mundo"; este interesse levou-o a apelar aos crentes de Roma que o apoiassem nesse empreendimento, considerando ser Roma um verdadeiro centro estratégico e sua comunidade cristã é um grupo influente naquele sentido. (15:24,28) D - Dificuldades práticas de caráter ético, enfrentadas pelos crentes também podem ser arroladas como necessidade de uma palavra de orientação do apóstolo. A seção ética do capítulo quatorze e primeira parte do capítulo quinze evidencia isto.

Há, porém, outras necessidades que ocasionaram a escrita da carta, as quais o apóstolo as esboçam em cunho doutrinário e teológico, estas descreveremos no próximo ponto, dentro dos propósitos da carta.

Autor

A origem da igreja de Roma – Pouco é sabido acerca da origem desta importante igreja. No mundo dos dias de Paulo, o nome Roma era muito significativo e há, perceptivelmente, um fascínio muito grande do apóstolo por esta cidade, expresso no seu grande desejo de pregar ali (Rm.1: 10- 13). A igreja cristã em Roma já existia há algum tempo quando Paulo lhe escreveu a epístola. Em At. 28:15 a existência daquela igreja é aceito como algo largamente conhecido, fato atestado pela representação oficial, através de um grupo de irmãos, enviados por esta igreja, para receber Paulo no Ápio Fórum. Paulo declara expressamente não ser o fundador desta igreja: Rm. 1: 10-15, 15:20-22. A hipótese de Pedro ter sido o fundador desta igreja é também facilmente descartada, pois estas declarações mais se embasam no zelo destorcido, que pretendia, talvez, evidenciar uma origem nobre à igreja que mais tarde seria a sede do cristianismo. Sobre este ponto, Champlin destaca: Cumpre-nos observar, entretanto, que o apóstolo Pedro ainda se encontrava em Jerusalém, ao tempo da conferência referida em Gálatas 2:1-10, que corresponde à chamada visita da fome" que Paulo fez à Jerusalém, segundo o que se lê em Atos 11:27. Portanto é altamente improvável que Simão Pedro tenha tido qualquer participação pessoal na fundação da igreja cristã de Roma. Além disso, Paulo nos dá a impressão que a igreja romana fora estabelecida muitos anos antes de sua visita (Rm. 15:22). E em parte alguma Paulo dá a impressão que a fundação desta igreja tenha sido realização sua. 6 Escritores como Davis, F. Davidson, Gundry e Champlin apontam duas hipóteses para o surgimento da igreja em Roma: Crê-se que a igreja de Roma se originou do testemunho e dos trabalhos dos cristãos cidadãos do Império, que viajavam constantemente para a metrópole, e dali para outras partes. Não é improvável que a obra de evangelização tivesse sido começada pelos "forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos" (At. 2:10). Essas testemunhas do evangelho teriam sido ajudadas posteriormente por cristãos da Antioquia da Síria, Éfeso e Corinto, e assim teve incremento a comunidade.

Com esta opinião também concordam Davis e Champlin. Guingry, porém, assevera acerca da possibilidade do evangelho ter chagado à Roma por ocasião do Pentecostes: Quiçá alguns dos judeus e prosélitos residentes em Roma, que tinham estado em Jerusalém no dia de Pentecostes e ali se tornaram cristãos, levaram de volta o evangelho a Roma , no alvorece mesmo da história cristã. (vide At. 2:10) 8 Evidentemente as duas hipóteses são perfeitamente possíveis, no que tange ao surgimento da igreja cristã na capital do império, bem como podemos pensar no trabalho sendo plantado pelos residentes em Roma e fortalecido pelos imigrantes convertidos que para lá foram numa ocasião posterior

1.2- Evidências internas – No capítulo 15: 22-29, temos a mais forte evidência interna acerca da época em que a carta foi escrita. Aqui o apóstolo revela que está prestes a viajar para Jerusalém levando a coleta para os pobres daquela região vitimados pela forme profetizada por Ágabo em At. 11: 27-30, quando então espera estar desimpedido para visitar Roma e depois a Espanha. O recolhimento das ofertas para as igrejas da Judéia no qual Paulo estava empenhado a fazer, além do texto acima referido, é também apontado em I Co 16:1-4; II Co. 8-9 e At. 24:17. Champlin9 destaca que a data da escrita da epístola esta vinculada à menção que Paulo faz da coleta descrita nos textos acima, .na qual o apóstolo está empenhado. Estes indícios mostram (especialmente Rm. 15: 25-26), que quando ele escreveu a Epístola, já havia completado o seu serviço de recolhimento da oferta, a última parte da qual foi completada em Corinto, quando então cumpriria a intenção de ir até Jerusalém, afim de levar a oferta completa. De Jerusalém, ele iria a Roma. Assim, pois, durante algum tempo, quando de sua permanência final em Corinto, sendo esta a terceira visita (II Co. 13:1), redige e endereça a carta à igreja de Roma, pouco ante de se dirigir à Jerusalém, na parte final de sua terceira viagem missionária. O que dataria a carta entre 56 e 59 d. C. Davidson assevera acerca da data da carta: Temos uma indicação da época no capítulo 15 da data em que a carta foi escrita. Foi à s vésperas de partir para a Palestina que Paulo endereçou a carta à Roma. Relativamente à cronologia exata da vida e obra da vida de Paulo nenhuma autoridade pode ser dogmatizada, mas o tempo da visita à Jerusalém é colocado entre os anos 56 e 59 A. D. não sendo possível outras datas. 10 A data da escrita como sendo imediatamente anterior à visita a Jerusalém é ponto pacífico na evidência interna descrita em Rm. 15: 25, marcando a parte final de sua terceira viagem missionária , isso data a escrita da carta, como já mencionamos entre 57 e 59 d. C.

2.3 – Evidencias externas - Pela clareza expressa nas evidências internas acerca da época em que a carta foi escrita, não há disputa entre os autores, nem mesmo entre os Pais da igreja. A palavra de Paulo em Rm. 15:22-29 é conclusiva sobre quando da escrita da carta. "estas regiões" mencionadas no v. 23 fazem referência ao oriente; à Grécia, à Corinto, as quais ele estava prestes a deixar pois os seus olhos agora estão voltados para o ocidente e sua intenção é ir até a Espanha, v. 24. O texto de At. 20:2-3 : " Havendo atravessado aquelas terras, fortalecendo os discípulos com muitas exortações, dirigiu-se para a Grécia, onde demorou três meses...." Esta e as demais indicações mostram que Paulo escreveu a epístola aos Romanos ao final de sua permanência na Grécia (Acaia), ou seja , em Corinto, durante a sua terceira visita àquela cidade: "Esta é a terceira vez que vou ter convosco..." II Co. 13:1 e 12:!4. Champlin11 diz que Paulo escreveu a Carta quando estava prestes a visitar a cidade de Roma, quando está decididamente resolvido a voltar-se para o ocidente, por crer que seu trabalho missionário deveria se estender naquela direção, atingindo inclusive a Espanha. Assim sendo, Paulo provavelmente escreveu imediatamente antes da porção final de sua terceira viagem missionária, o que situaria a data da epístola, a partir da 53 d. C. Uma data tão requerente, porém, não parece muito provável, uma vez que a carta fora escrita em Corinto, na fase final da terceira viagem, que os escritores afirmam ter sido concluída entre 57 e 59, sendo esta a data mais provável para a Carta.

Das treze cartas tradicionalmente atribuídas a Paulo, a carta aos romanos é uma das que menos enfrenta problema de disputa em sua autoria. Se a autoria das Epístolas pastorais, (I e II Timóteo e Tito), com exceção de Filemon, sofrem algum tipo de questionamento por parte dos eruditos críticos, as Epístolas chamadas "gerais" ( Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses e I e II Tessalonicenses) são aceitas praticamente de modo unânime como epístolas genuinamente paulinas pelos estudiosos. Dentre essas nove, a autoria de quatro delas não encontram nenhum tipo de disputa, a saber: I e II Coríntios, Gálatas e Romanos. Acerca destas há consenso absoluto no que diz respeito à autoria; sendo todas, indubitavelmente oriundas da pena de Paulo. 1.1 – Evidências internas – A- A simples comparação entre as quatro obras clássicas paulinas: Romanos, I e II Coríntios e Gálatas no que se refere a questões de estilo e vocabulário, revela de forma incontestável que estas quatro epístolas foram escritas pelo mesmo autor sacro. Sobre a comparação do estilo e vocabulário empregado entre os escritos de Paulo, especialmente as quatro cartas onde há unanimidade quanto à autoria, Champlin assevera:

Aceitar uma delas como Paulina é aceitar todas as outras três e rejeitar una delas, é rejeitar as demais. Estilo e vocabulário são elementos que não podem ser facilmente copiados ou imitados; e estas epístolas revelam-nos o mesmo homem, dotado de um estilo literário intensamente pessoal, o, que revela a personalidade de seu autor de forma notável e indiscutível.

É notável como as referidas epístolas contêm em seu próprio conteúdo, a reivindicação de terem sido escritas pelo apóstolo Paulo, e o conteúdo de cada uma delas evidencia em termos de estilo literário, vocabulário e linguagem utilizada, a composição de um único autor. B- Na abertura da epístola há um considerável detalhe para fortalecer a afirmação da autora Paulina desta carta. As cartas antigas eram compostas de uma forma geral em sua estrutura: o remetente se preocupava em enviar saudações ao seu destinatário e em se identificar pelo próprio nome, falar acerca de suas credenciais e seguindo seu estilo próprio, o remetente usava uma forma padrão de saudação. Vejamos o prólogo da carta onde estes elementos são facilmente identificados: "1-Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deu,...5- por intermédio de quem, viemos a receber graça e apostolado por amor do nome, para a obediência por fé entre todos os gentios, 6- de cujo o número sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo.7- A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a vós outros e paz , da parte de Deus, nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo."

C- A extensa lista biográfica descrita no capítulo 16 também se constitui numa forte evidência interna acerca da autoria Paulina desta carta. É curiosa a forma calorosa expressada pelo apóstolo O fato do apóstolo citar o nome de tantas pessoas conhecidas dele que agora estavam residindo na cidade de Roma e congregando naquela igreja exprime de forma clara e inquestionável o fato de ter sido Paulo e não outro, o autor desta magnânima carta.

A maioria dos exegetas e peritos nos estudos do NT atribui a Paulo a autoria dessa carta. Argumentos contrários a autoria Paulina tais como: Lucas não menciona no livro de Atos o estabelecimento de uma igreja em Roma, e assim Paulo não poderia ter escrito uma carta aos romanos, não merecem nem mesmo consideração. Os argumentos favoráveis à autoria de Paulo são classificados como: internos e externos.

Argumentos Externos

Em ordem do mais recente ao mais antigo destacamos4 : ✓ Eusébio, o grande historiador eclesiástico, escrevendo no início do século VI, lista Romanos entre as "quatorze (sic!) cartas de Paulo"; ✓ Orígenes (210 – 250); ✓ Tertuliano (193-216); ✓ Clemente de Alexandria (190 – 200); ✓ O Fragmento Muratoriano5 (180 – 200) também atesta que Paulo é o autor de Romanos nas seguintes palavras (HENDRIKSEN, 2001, p.12): "Ora, as epístolas de Paulo, quais são elas, donde e por que razão foram enviadas, elas mesmas esclarecem àquele que está disposto a entender. Antes de tudo, ele escreveu por extenso aos Coríntios...então aos Gálatas... e aos Romanos sobre a ordem das Escrituras, notificando também que Cristo é o principal tema nelas". ✓ Irineu (182 – 188) em seu livro "Contra Heresias III.XVI" citando o Rm.5.17 (assim como outros trechos de Romanos) sempre afirma: "Paulo, falando aos romanos em..."; ✓ Marcião (144 ano em que viajou para Roma), atribuiu a Paulo a autoria dessa carta, um dos poucos livros do NT que ele preservara no "seu próprio" cânon6 7 . ✓ Policarpo (155 ano do seu martírio), discípulo de João e bispo de Esmirna. Numa carta que ele escreveu aos filipenses, cita a carta de Paulo aos Romanos; ✓ Inácio, bispo de Antioquia em seu caminho para Roma e para o martírio, no início do século II, numa série de cartas que ele escreveu às igrejas, nas quais constava várias citações das cartas de Paulo, dentre elas a de Romanos; ✓ Clemente, bispo de Roma (século I), em sua carta que escreva aos Coríntios, mostra que várias vezes a pessoa de Paulo ligada à autoria de Romanos.

A aceitação da Epístola de Paulo aos Romanos no Cânon Sagrado nunca encontrou oposição expressiva. Os Pais da igreja foram unânimes em aceitar esta epístola. Sobre este fato, Champlin argumenta: Nenhum dos livros do Novo Testamento foi aceito como canônico antes da epístola aos Romanos, pois quando se fizeram as declarações sobre "cânon" neotestamentário a epístola aos romanos sempre foi incluída, e isto nos pronunciamentos de pessoas ou grupos ortodoxos ou heréticos. 4

O texto de II Pedro 3:15-16: "e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor como igualmente o nosso amado irmão Paulo (grifo meu) vos escreveu segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca desses assuntos, como, de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas cousas difíceis de se entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles." é indicado como a evidência externa comprovatória da autoria Paulina desta carta. Segundo Champlin5 , esta passagem, "evidentemente" faz alusão à Rm. 2:4:"Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?" e esta passagem juntamente com os demais escritos paulinos é denominado de "Escrituras", como cita o próprio texto de II Pedro, sendo esta, a mais antiga indicação da autoria de Paulo para a carta à igreja de Roma.

Os mais antigos Pais da Igreja também apontam o apóstolo Paulo como sendo o autor de Romanos. Márciom – (150 d. C.) ao elaborar um "cânon", incluía a epístola aos Romanos e atribuía a sua autora à Paulo. A posição de Márciom, por causa das suas muitas heresias, levou muitos Pais da Igreja a fazerem seus respectivos pronunciamentos. Todos esses Pais da Igreja, sem qualquer exceção, dentre os que se preocupavam com este problema, também incluíram a epístola aos Romanos em seus respectivos cânones. "Os cânones" mais antigos, pertencentes ao século segundo d. C. incluíam cerca de dez das epístolas de Paulo. Numa data ainda mais antiga, escritores que não contavam com nenhum tipo de "cânon" formal, mesmo assim, demonstravam respeito e conhecimento por diversas das epístolas de Paulo, incluindo a epístola aos Romanos e a atribuição à Paulo como seu autor. Entre estes são citados Clemente de Roma ( 95 d. C. ), Inácio de Antioquia (110 d.C.) e Policarpo de Esmirna ( 110 d.C.) Mais tarde, Tertuliano (cerca de 200 d. C) também atestaria a epístola aos Romanos bem como sua autoria Paulina como "canônico."

Argumentos Internos

Chegando o mais próximo possível da época de Paulo, encontramos o apóstolo Pedro afirmando: "e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, 16 ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles".

Qual o destinatário da Carta

A Igreja em Roma era composta basicamente de dois grupos: os judeus e os gentios. Uma questão que sempre surge nesse tópico é qual dos dois grupos predominava ali. Desde os dias do ministério terreno de Cristo (26 a 30 d.C), no grupo daqueles que O seguia, estavam também os gentios (Mt.8.10, 11; cf. 21.41) e os samaritanos (Jo.4). Um pouco mais adiante, no livro de Atos, temos o Pentecostes. Neste dia em que estavam reunidas ali pessoas de várias nações (cf. At.2.5-11). Ainda em Atos vemos a intensa tarefa evangelística dos discípulos retomando as atividades inclusive na Samaria. A Filístia e, provavelmente, até mesmo a Etiópia ouviram o Evangelho (At.8). Outro fator que contribuiu muito para a expansão do Evangelho foi o avançado sistema de estradas construídas pelo Império Romano, interligando por terra todas as regiões. As famosas Via Ápia, Via Cornélia, Via Aurélia, Via Valéria, etc, compunham este magnífico complexo viário.

Embora não existissem os modernos meios de comunicação como os nossos, os meios daquela época não deixavam nada a desejar, e guardadas as devidas proporções, eram muito eficientes. O sistema naval da época era muito avançado também. As naus singravam os mares de um canto a outro trazendo e levando produtos para abastecer as populações. Roma tinha uma população que variava entre 1 milhão a 1,5 milhão de pessoas que precisavam ser alimentadas. Paulo fez uso freqüente desse tipo de transporte como nos mostra uma leitura simples em Atos. As pessoas iam para Roma por ser ela a capital do Império. Com o fim de se estabelecerem a li, administrar seus negócios, ocupar-se da indústria, procurar uma profissão, estudar, ou até mesmo escapar da prisão, pis numa megalópole como Roma, esconder-se era bem mais fácil do que parecia ser. Argumentando sobre o surgimento da igreja em Roma, Willian Hendriksen afirma10:

"Tornar-se-á evidente que, em seus primórdios mais antigos, a igreja romana teria sido, provavelmente, iniciada não (exceto indiretamente) por algum apóstolo, mas pela plebe composta de judeus e prosélitos que haviam testemunhado os milagres do Pentecostes e haviam, mais tarde, regressado a seus lares em Roma. É preciso enfatizar que esses 'leigos' eram judeus ou, em alguns casos, tinham, em determinada época, se convertido à religião judaica. Não causaria surpresa, pois, se descobríssemos que em seus próprios primórdios a igreja em Roma revelasse esse caráter judaico".

A mesma argumentação, a saber, que a igreja romana teria como um dos principais fatores para o seu nascimento o Pentecostes, é sustentada também por F.F.Bruce

"Conforme At.2.10, a multidão de peregrinos presentes em Jerusalém para a festa do Pentecoste do ano 30 A.D., e que ouviu Pedro pregar o Evangelho, incluía 'visitantes procedentes de Roma, 'tanto judeus como prosélitos' (RSV). Não temos informação sobre se alguns deles estavam entre os três mil que creram na mensagem de Pedro e foram batizados. Talvez seja significativo que aqueles visitantes romanos são o único grupo europeu a receber menção expressa entre os peregrinos. Em todo caso, todos os caminhos levavam a Roma e, uma vez que o cristianismo estava firmemente estabelecido na Palestina e nos territórios circunvizinhos, era inevitável que fosse levado para Roma". Além disso, temos o registro de um pai latino do século IV, conhecido como "Ambrosiaster", o qual na introdução de seu Comentário sobre Romanos, nos informa que a igreja romana foi fundada não pelos apóstolos, mas por certos cristãos judaicos que lhe impuseram uma "forma judaica". Essa "forma judaica" o que está registrado em At.15.1; 21.17-24 com referência à igreja em Jerusalém13 . Quanto ao grupo predominante na igreja romana, Robert H. Gundry tende mais para os gentios do que para os judeus14: "Alguns eruditos sustentam que a igreja de Roma era composta, principalmente, de cristãos judeus. Argumentam esses que a ênfase dada à nação judaica, nos capítulos nono a décimo primeiro, que o apelo ao exemplo de Abraão, que as citações extraídas do Antigo Testamento e que as passagens nas quais Paulo parece argumentar contra certas objeções tipicamente judaicas (...) subentendem que se tratava de uma congregação judaica. No entanto, de conformidade com os capítulos nove a onze, Deus pôs de lado, temporariamente, à nação judaica, por causa dos gentios, e por essa razão tais capítulos podem, bem pelo contrário, indicar que os leitores originais desta epístola eram, principalmente, gentios".

Depois de apresentar os argumentos que apóiam ambas as posições quanto ao assunto e também mostrar os argumentos contrários, Willian Hendriksen compartilhando da mesma posição de Gundry, diz15 16: "Minha conclusão, pois, é que (...) a maioria dos membros da igreja romana era composta de cristãos dentre os gentios, ainda que seja desconhecida a exata proporção de judeus em relação aos gentios".

A principal característica de Romanos

A ênfase da doutrina cristã mostra em seus muitos termos teológicos: pecado, salvação, graça, fé, justiça, justificação, santificação, redenção, morte e ressurreição.

A preocupação de Paulo com Israel é vista em seu status atual, seu relacionamento com os gentios e sua salvação final. Ele até observa que ele mesmo prefere ir para o inferno em vez de seus companheiros judeus por rejeitar o Messias (9:1-2).

Romanos define para nós mais termos e conceitos e teológicos fundamentais do que qualquer outro livro bíblico, como:

Justificação (5: 1)
Santificação (6: 1-13)
Propiciação (3: 23-25)
Imputação (4: 6-8)
Glorificação (8: 16-23)
Preservação (8: 35-39)
Súplica (8:26, 27)
Transformação (12: 1, 2).

Divisão do livro

I. JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (Ro 1: 18-11: 36)

A. PECADO - A "NECESSIDADE" DE SALVAÇÃO

1. A necessidade dos gentios ( Romanos 1: 18-2: 16 )

2. A necessidade dos judeus ( Romanos 2: 17-3: 8 )

3. A necessidade universal de salvação ( Romanos 3: 9-‐20 )


B. JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ - A "PROVISÃO" FEITA PARA A SALVAÇÃO

1. A justiça de Deus através da fé ( Romanos 3: 21-‐31 )

2. Abraão como exemplo ( Romanos 4: 1-25 )


C. LIBERDADE - O "RESULTADO" DA SALVAÇÃO

1. Livre da ira ( Romanos 5: 1-21 )

2. Liberdade do pecado ( Romanos 6: 1-‐23 )

3. Liberdade da lei ( Romanos 7: 1-‐25 )

4. Liberdade da morte ( Romanos 8: 1-‐39 )


D. JUDEU E GENTIO - O "ÂMBITO" DA SALVAÇÃO

1. Deus escolhe salvar os crentes ( Romanos 9: 1-‐33 )

2. Israel escolheu confiar em sua própria justiça ( Romanos 10: 1-21 )

3. Tanto judeus como gentios podem ter salvação pela fé ( Romanos 11: 1-‐36 )

II A VIDA TRANSFORMADA (Romanos 12: 1-15: 13)

Observações Finais (Romanos 15: 14-‐16: 27).

PROPÓSITO DA CARTA

Paulo sempre desejou visitar a igreja em Roma (cf. 1.10,11; 15.22). Mas, por questões adversas ele não pode realizar seu desejo (pelo menos no tempo da escrita da carta). Impossibilitado disso, então ele remete a carta à igreja, e faz isso por que os ama. Comentando sobre esse ponto, W.Hendriksen diz18: "É estranho que esta razão profundamente pessoal (anseio por comunhão, etc.), uma razão claramente formulada pelo próprio apóstolo, seja muito ignorada. Às vezes a ênfase é posta inteiramente na motivação teológica ou no incentivo missionário: Paulo deseja corrigir os erros antinomianos e/ou deseja fazer de Roma a sede missionária para a evangelização da Espanha. Certamente, essas questões são importantes, mas deve-se começar com a primeira razão declarada por Paulo nesta mesma epístola". Além disso, seu coração se encontrava aflita por duas questões, pelas quais Paulo pede aos crentes romanos que intercedam por ele junto a Deus: (a) ser morto pelos judeus rebeldes e que eram contrários a ele, (b) que os irmãos de Jerusalém vissem com bons olhos e recebessem com alegria o generoso donativo que ele trazia da parte dos gentios, Rm.15.3119 . É dito com freqüência que Romanos é um compêndio teológico. De fato, esta carta é riquíssima em seu conteúdo. Traz consigo uma gama de assuntos pertinentes não somente àquela igreja, mas a todas igrejas, todos os crentes de todos os lugares em todos os tempos. Contudo, Paulo não tinha em vista escrever um compêndio teológico. Ele tinha em mente corrigir, exortar e auxiliar a igreja em questões que precisavam de sua atenção. Os crentes romanos não estavam compreendendo bem as promessas de Deus a Israel, daí Paulo lhes orienta sobre o assunto como podemos ver nos capítulos 9 – 11. A questão dos alimentos puros versus os impuros precisava de mais esclarecimento (14.13-18) – um ataque frontal ao legalismo e cerimonialismo judaico.

Curiosidades sobre o Evangelho de Lucas

  • As mulheres são discípulas de Jesus.

Possivelmente por influência da cultura grega o evangelista Lucas cita um número maior de mulheres seguidoras e discípulas de Jesus dos outros evangelistas. É considerado o Evangelista das mulheres. (Personagens). Não esta apegado a estrutura patriarcal da família Judaica e do menosprezo do judaísmo pela mulher que as consideram impuras. A religião Judaica impõe duramente o sistema do "Puro e do Impuro" Em Lucas a mulher participa da evangelização, acompanha o grupo dos discípulos atua na obra de Jesus.

Maria, mãe de Jesus para Lucas é aquela que se dispõe a participar da história da salvação. É nela que começa a se manifestar o mistério do Deus encarnado. Maria passa ser o modelo do discípulo/ da discípula, pois acolhe Jesus, está presente no seu ministério (4,16-30), discurso inaugural da sinagoga de Nazaré. Além de Maria encontramos ao longo do evangelho de Lucas outras mulheres: Maria, chamada Madalena, Joana, mulher de Cuza, Suzana, que seguem Jesus desde a Galileia (Lc 8,1-3), elas estão presentes na sua morte e são as primeiras testemunhas da Ressurreição (Lc 22,27 e 23,50-56), as mulheres Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também são narradas várias curas e encontros significativos, nos quais as mulheres são protagonistas: a sogra de Pedro, a mulher pecadora, a mulher com fluxo de sangue.

  • Os milagres surpreendentes registrados por Lucas

O Livro de Lucas registra diversos milagres surpreendentes realizados por Jesus durante seu ministério terreno. Esses milagres demonstram o poder divino de Jesus e sua capacidade de transformar vidas.

Um dos milagres mais conhecidos registrados por Lucas é a cura do paralítico. Jesus, ao ver a fé daqueles que o trouxeram, disse ao paralítico: "Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa". E imediatamente o homem se levantou, carregou seu leito e saiu glorificando a Deus.

Outro milagre impressionante registrado por Lucas é a ressurreição do filho da viúva de Naim. Jesus, ao se deparar com o cortejo fúnebre, teve compaixão da mãe que havia perdido seu único filho e disse a ele: "Jovem, eu te digo, levanta-te!". O jovem então voltou à vida e foi entregue à sua mãe, causando grande espanto e louvor a Deus.

Além desses, Lucas também registra a cura de diversos enfermos, a libertação de pessoas possuídas por demônios e até mesmo a ressurreição de Lázaro. Cada um desses milagres mostra a compaixão de Jesus pelos que sofrem e sua capacidade de trazer vida e esperança onde havia apenas desespero.

Esses milagres registrados por Lucas nos ensinam que, assim como Jesus, devemos ter compaixão pelos necessitados e estar dispostos a agir em favor deles. Eles nos mostram que o poder de Deus está presente em nossas vidas e que podemos ser instrumentos de cura e transformação para os que nos cercam.

Portanto, ao ler o Livro de Lucas, somos convidados a contemplar esses milagres surpreendentes e a refletir sobre o poder de Deus em nossa própria vida. Que possamos ser inspirados pelos exemplos de cura, libertação e ressurreição registrados por Lucas e buscar viver uma vida de fé, esperança e compaixão.

  • Um dos aspetos centrais dos dois livros de Lucas é a universalidade da fé cristã, que apesar das suas raízes no judaísmo se dirige a todos os povos e nações, sem exceção. Lucas, precisamente por não ser judeu (foi o único autor gentio de livros da Bíblia), estava numa posição privilegiada para escrever estes livros, revelando contudo um conhecimento notável sobre o judaísmo e as Escrituras, particularmente da Septuaginta, uma das primeiras traduções do Antigo Testamento para a língua grega. Tanto o Evangelho de Lucas como o livro dos Atos apresentam um prólogo segundo o modelo formal de escrita da literatura greco-romana. Ambos os livros são endereçados a Teófilo, provavelmente um novo crente, também gentio, que precisava de ser encorajado na sua fé, sendo particularmente relevantes na sociedade atual, globalizada e multicultural.