2010/10/26

O Cordão de Três Dobras

Texto: Eclesiastes 4.9-12

 

A Bíblia diz em Eclesiastes 4.9-12 que "melhor é serem dois do que um", mas termina falando sobre o cordão de três dobras e revelando que é melhor serem três do que dois. Fica implícito que a conta de uma terceira dobra no cordão está mostrando que o "time" aumentou.

"Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade." (Eclesiastes 4.12)

Salomão afirma que se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão. Isto mostra que um cordão dobrado oferece maior resistência. Porém, ao acrescentar-se uma terceira dobra, ele fica ainda mais resistente! Se há benefícios em ser dois, há muito mais em ser três!

Salomão não fez esta afirmação direcionada exclusivamente ao casamento; ele fala de relacionamento de um modo geral. E, em qualquer relacionamento, a terceira dobra poderia ser mais uma pessoa. Porém, quando examinamos a revelação bíblica acerca do casamento, descobrimos que, no modelo divino, deve sempre haver a participação de uma terceira parte. E isto não fala da presença de algum filho e nem tampouco de um (abominável) triângulo amoroso! Fala da participação do Senhor no casamento.

A presença de Deus é a terceira dobra e deve ser cultivada na vida do casal. Adão e Eva não ficaram sozinhos no Éden, Deus estava diariamente com eles e, da mesma forma como idealizou com o primeiro casal, Ele quer participar do nosso casamento também!

Vemos esta questão do envolvimento de Deus na união matrimonial sob três diferentes perspectivas:

1. Deus como parte do compromisso do casal;

2. Deus como fonte de intervenção na vida do casal;

3. Deus como modelo e referência para o casal.

 

UMA DUPLA ALIANÇA

O casamento é uma aliança que os cônjuges firmam entre si e também com Deus. O Senhor, através do profeta Malaquias, referiu-se ao casamento como sendo uma aliança entre o homem e a sua mulher:

"Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança". (Malaquias 2.14)

A esposa foi chamada por Deus como "a mulher da tua aliança", o que deixa claro qual é o enfoque bíblico do casamento. Esta aliança matrimonial não é apenas uma aliança dos cônjuges entre si, mas do casal com Deus. O matrimônio, portanto, é uma dupla aliança. Malaquias diz que Deus se faz presente testemunhando a aliança do casal. O mesmo conceito também nos é apresentado no livro de Provérbios:

"Para te livrar da mulher adúltera, da estrangeira, que lisonjeia com palavras, a qual deixa o amigo da sua mocidade e se esquece da aliança do seu Deus". (Provérbios 2.16,17)

Novamente as Escrituras condenam o abandono ao cônjuge, pois neste texto, assim como em Malaquias, a infidelidade é abordada. Nesta situação, é a mulher quem foi infiel ao amigo de sua mocidade e é chamada de alguém que se esqueceu da aliança do seu Deus. A palavra "aliança", neste versículo de Provérbios, fala não apenas da aliança entre os cônjuges, mas da aliança deles com Deus. Fala da obediência que alguém deve prestar à Lei do Senhor e também se refere ao matrimônio como uma aliança da qual Deus quer participar.

No Antigo Testamento vemos Deus, por intermédio de Moisés, seu servo, entregando a Israel dez mandamentos que se destacavam de todos os demais. Eles foram chamados de "as palavras da aliança": 

"E, ali, esteve com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água; e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, as dez palavras". (Êxodo 34.28)

Um destes mandamentos mostra que preservar o casamento não é apenas uma obrigação da aliança contraída entre os cônjuges; é parte da aliança firmada com o próprio Deus: "Não adulterarás" (Êx 20.14). As ordenanças do Senhor foram escritas (incluindo a ordem de não adulterar) e o livro onde foram registradas passou a ser chamado de "o livro da aliança":

"Moisés escreveu todas as palavras do Senhor… E tomou o livro da aliança e o leu ao povo; e eles disseram: Tudo o que falou o Senhor faremos e obedeceremos. Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas palavras." (Êxodo 24.4a,7,8)

Portanto, o casamento é uma dupla aliança; é uma aliança dos cônjuges entre si, mas também é uma aliança de ambos com Deus. Logo, o Senhor está presente na aliança, no compromisso do casamento. Esta é uma das formas em que Deus pode ser a terceira dobra no relacionamento conjugal.

 

EDIFICAR COM A BÊNÇÃO DE DEUS

Outra forma como Deus pode e quer participar no casamento é podendo intervir, agir em nossas vidas e relacionamento conjugal. Não temos a capacidade de fazer este relacionamento funcionar somente por nós mesmos; aliás, temos que admitir nossa dependência de Deus para tudo, pois o Senhor Jesus Cristo mesmo declarou: "sem mim nada podeis fazer" (Jo 15.5). A Palavra de Deus nos ensina que precisamos aprender a edificar com a bênção de Deus, e não apenas com nossa própria força e capacidade: 

"Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela." (Salmo 127.1)

"Edificar a casa" é uma linguagem bíblica para a construção do lar, não do prédio em que se mora. Provérbios 14.1 declara que "A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba". Isto não quer dizer que temos uma mulher "pedreira" e outra "demolidora", pois o texto fala do ambiente do lar e não de um edifício físico.

Há ingredientes importantes para edificação da casa (Pv 24.3), mas o essencial é cultivar diária e permanentemente a presença de Deus.

 

PARECIDOS COM DEUS

Uma outra maneira como Deus se torna parte em nosso casamento é como modelo e referência para nossas vidas. O Senhor é o padrão no qual devemos nos espelhar!

"Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados." (Efésios 5.1)

O Novo Testamento revela com clareza que o plano divino para cada um de nós é conformar-mo-nos com a imagem do Senhor Jesus Cristo:

"Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos." (Romanos 8.29)

As Escrituras declaram que fomos "predestinados" (destinados de ante-mão) para sermos conformes à imagem de Jesus! Cristo é nosso referencial de conduta; o apóstolo João declara que "aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou" (1 Jo 2.6). O apóstolo Pedro afirmou que devemos seguir os Seus passos, o que significa: caminhar como Ele caminhou (1 Pe 2.21). A transformação que experimentamos na vida cristã é progressiva (a Bíbia chama "de glória em glória) e tem endereço certo: tornar-nos semelhantes a Jesus (2 Co 3.18).

O Senhor Jesus atribuiu ao "coração duro" o grande motivo da falência do matrimônio (Mt 19.8). As promessas de Deus ao Seu povo no Antigo Testamento eram de um transplante de coração (Ez 36.26); o Senhor disse que trocaria o coração de pedra (duro, da natureza humana decaída) por um coração de carne (maleável, com a natureza divina). A nova natureza deve afetar nosso casamento. Se Deus passar a ser o modelo ao qual os cônjuges buscam se conformar, certamente se aproximarão um do outro e viverão muito melhor!

Pense em dois cônjuges cristãos manifestando as nove características do fruto do Espírito (Gl 5.22,23): "amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio". Se manifestarmos a natureza de Deus, andaremos na plenitude do propósito divino para os relacionamentos. Quando o marido e a mulher vão se tornando parecidos com Deus, então eles ficam mais parecidos um com o outro.

Quero falar de apenas três (entre muitos) valores que encontramos na pessoa de Deus e que deveríamos reproduzir em nossas vidas. Certamente muitos casamentos podem ser salvos somente por praticar estes princípios:

  

Amar

Se Deus será parte de nosso casamento como modelo e referência, então temos que aprender a andar em amor, uma vez que as Escrituras nos revelam que Deus é amor (1 Jo 4.8). A revelação bíblica de que Deus é amor não foi dada apenas para que saibamos quem Deus é, mas para que nos tornemos imitadores d'Ele:

"Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave." (Efésios 5.1,2)

Há diferentes palavras usadas no original grego (língua em que foram escritos os manuscritos do Novo Testamento) para amor: "eros" (que retrata o amor de expressão física, sexual), "storge" (que fala de amor familiar), "fileo" (que aponta para o amor de irmão e/ou amigo), e "ágape" (que enfoca o amor sacrificial). Quando a Bíblia fala do amor de Deus, usa a palavra "ágape"; este é o amor que devemos manifestar!

Ao escrever aos coríntios, o apóstolo Paulo ensina como é a expressão deste amor:

"O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." (1 Coríntios 13.4-7)

Se imitarmos a Deus e manifestarmos este tipo de amor, as coisas certamente serão bem diferentes em nosso matrimônio!

 

Ceder

A grande maioria das brigas e discussões gira em torno de quem está certo, de quem tem a razão. Muitas vezes, não vale à pena ter a razão; há momentos em que a melhor coisa é ceder, quer isto seja agradável, quer não! Observe o que Jesus Cristo nos ensinou a fazer:

"Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes." (Mateus 5.39-41)

Ilustração:

Oito da noite, numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo e ela consultou no mapa antes de sair. Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que vire, na próxima rua, à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderiam ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado.  Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno. Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber: Se tinha tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devia ter insistido um pouco mais...  E ela diz: Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!

Moral da história: Essa cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente, de tê-la ou não. Diante disso me pergunto: 'Quero ser feliz ou ter razão?

Se seguirmos a Deus, como nosso modelo e referencial, e aos seus princípios, o casamento tem tudo para funcionar. O matrimônio não é um desafio por causa da pessoa com quem convivemos, e sim porque este convívio suscita nossa carnalidade e egoísmo e mostra quem nós somos! A dificuldade não está no cônjuge e sim em nossa inaptidão em ceder. Se amadurecermos nesta área, nossa vida conjugal definitivamente colherá os frutos.

Perdoar

Perdoar significa deixar livre, soltar, libertar, despedir, mandar embora, atribuir um favor incondicional àquele que nos feriu. É não levar em conta o mal causado; é não reter a mágoa ou ferida; é agir como se o incidente nunca houvesse acontecido.

No início do casamento, é fácil perdoar o cônjuge. Mas, depois de perdoá-lo várias vezes, começamos a pensar se não o estamos incentivando com nossa aparente tolerância. Às vezes, hesitamos em perdoar por temer que, ao fazer isso, estejamos permitindo que o mesmo erro ocorra novamente. Existe, porém, uma linha clara entre permitir e perdoar. Em outras palavras, podemos continuar a pedir ao cônjuge que mude seu modo de ser, e oramos para que isso ocorra, mas, se ele não mudar, recusamo-nos a deixar isso nos consumir e a nos tornar pessoas amargas. Perdoar não significa dar ao ofensor um passe livre para voltar a cometer os mesmos erros. O perdão não torna a outra pessoa certa; nos torna livres.

Perdoar é uma decisão que tomamos, e sabemos se perdoamos ou não. Não perdoamos alguém acidentalmente, sem perceber. Mas é possível não perdoar sem perceber. Achamos que perdoamos, mas não é verdade.

Perdoar é uma escolha que precisamos fazer todos os dias. E a escolha deve ser viver em perdão. Isso se aplica principalmente ao casamento. Além de amar seu cônjuge, a atitude mais importante que você deve tomar no casamento é perdoá-lo.

Até nos casamentos bem-sucedidos, o perdão é sempre necessário. Mesmo que duas pessoas completamente diferentes vivam juntas e em harmonia, sempre haverá decepções, mal-entendidos e mágoas. Precisamos sempre suportar um ao ouro e perdoar um ao outro. "Não fiquem irritados uns com os outros e perdoem uns aos outros, caso alguém tenha alguma queixa contra outra pessoa. Assim como o Senhor perdoou vocês, perdoem uns aos outros" (Cl 3.13).

Não podemos esperar o momento em que o cônjuge mereça ser perdoado ou nos peça perdão. A falta de perdão é assassina. Mata o casamento. Mata a saúde. Mata a alegria. E ainda nos impede de caminhar perto de Deus.

Então é preciso entender que os integrantes de uma família devem ter harmonia, buscar o amor, a compreensão e o perdão sempre. Os cônjuges precisam trabalhar em cima do perdão para que as feridas do passado possam ser cicatrizadas. Um casamento não pode subsistir sem perdão, pois invariavelmente os cônjuges irão errar uns com os outros.

A verdade é que no relacionamento familiar nós experimentamos ofensas: um amigo que nos trai, um filho ingrato, a parcialidade dos pais, uma palavra áspera, uma acusação falsa, uma data pessoal esquecida, a indiferença para conosco de alguém que nos é importante. O perdão é a possibilidade da convivência.  O perdão é um indicador de nossa compreensão do amor de Deus por nós. Todos nós perante a ofensa exercemos a escolha. Podemos perdoar ou tornar-nos ressentidos, amar ou odiar, estabelecer relacionamentos ou rompê-los. A primeira escolha leva-nos à liberdade constante, uma vida de sinceridade e opções. A segunda escolha, inevitavelmente, leva-nos a uma escravidão dentro de nós mesmos. A primeira resulta em crescimento espiritual, a segunda, em amargura.

Que possamos aprender que a melhor maneira de viver um casamento em liberdade é decidir antes ser uma pessoa que perdoa. A pressão diminui, porque não haverá necessidade de tomar essa decisão todas as vezes que alguém nos ofender e precisarmos nos livrar da decepção, da mágoa ou da própria ira, por que o perdão cura e liberta.

Pelo perdão, abrimos o caminho para Deus trazer à nossa alma, a cura e a restauração. Andar em perdão é andar em vitória. Andando em perdão, não há como o inimigo conseguir penetrar em nossa alma, ferir nosso relacionamento e macular a nossa família.

Se imitarmos nosso modelo e referencial, que é Deus, e perdoarmos como Ele perdoa – como um ato de misericórdia e não de merecimento, incondicional e sacrificialmente – levaremos nosso relacionamento a um profundo nível de cura, restauração e intervenção divina. A instrução bíblica é muito clara em relação a isto:

"Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou." (Efésios 4.32)

Concluindo, sem Deus (presente, intervindo e como nosso referencial) no casamento será impossível viver a plenitude do propósito divino para o matrimônio. Mesmo um casal que nunca se divorcie, viverá toda sua vida conjugal aquém do plano de Deus; por melhor que pareça sua relação matrimonial aos olhos humanos, ainda estará distante do que poderia e deveria viver.

 Extraido e adaptado

 

 

 


 

Tema: A Ceia do Senhor

Texto: 1 Coríntios 11.23-26

 O que é a Ceia do Senhor? Como e quando deve ser celebrada? Quem pode participar dela? Quero esclarecer um pouco desta ordenança de Jesus praticada em nossas igrejas…

A celebração da Ceia foi uma das ordenanças deixadas pelo Senhor (Mt. 26.26-30; I Co. 11.23-25). Os discípulos poderiam se envolver com outras atividades e esquecerem o principal, o valor da morte e ressurreição de Cristo. Por isso, para eles, bem como para nós hoje, a Ceia tem um significado rememorativo.

Os elementos da Ceia – o pão e o cálice – são símbolos do sacrifício do Cordeiro de Deus para a nossa salvação. O pão representa o Seu corpo (I Pe. 2.22-24) e o cálice simboliza o sangue do Senhor (Mc. 14.24). A Ceia deve ter observação contínua (Lc. 22.14-20) como o fizeram os primeiros discípulos (At. 2.42; 20.7; I Co. 11.26).  

Com base em I Co. 11.21, depreendemos que, em Corinto, a Santa Ceia não era uma refeição simbólica apenas, como acontece em nosso meio nos dias atuais, mas uma refeição de verdade. Fica claro também pelo texto que cada um dos participantes levava uma porção de comida que era compartilhada uns com os outros.

 

UMA INSTITUIÇÃO DE CRISTO

"…o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão, e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes em que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha." (1 Coríntios 11.23-6)

Observando a expressão "fazei isto", percebemos que se trata de uma ordem de Jesus. É um imperativo, e fica ainda mais evidente ser uma ordenança para a Igreja, quando Jesus repete a expressão "todas as vezes que"… mostrando que este ato deveria ser parte da nossa prática cristã.

Mas é preciso que haja atenção em relação ao significado dessa celebração, o descaso e a irrelevância dada à Ceia é pecado com graves conseqüências (I Co. 11.30).

Recomendamos, por ocasião da Ceia do Senhor:

1) sinceridade na apreciação (Lc. 22.17-19);

2) auto-exame em reconhecimento dos pecados (I Co11.27-29);

3) comunhão com os irmãos (I Co 10.16-17); e

4) esperança quanto à manifestação do Senhor, no dia que Ele vier (I Co. 11.25,26).

   

UM MEMORIAL

Lugar algum das Escrituras menciona o pão e o vinho se tornando literalmente o corpo e o sangue do Senhor na hora em que o partilhamos. Pelo contrário, Jesus deixa claro o caráter simbólico do ato ao dizer: "fazei isto em memória de mim".

A ceia do Senhor é um momento de recordação do que ele fez por nós ao morrer na cruz para a remissão dos nossos pecados. Quando a celebramos, estamos anunciando a morte do Senhor Jesus até que Ele volte! Os elementos são, portanto, figurativos, e não literais.

 

UM RITUAL DE ALIANÇA

Os orientais davam muito valor à alianças, e as respeitavam. Quando Jesus institui exatamente o pão e o vinho como os elementos da ceia, ele sabia exatamente o quê estava fazendo. Para os judeus, o pão e vinho faziam parte de um ritual de aliança de sangue, o mais alto nível de aliança a que alguém poderia se submeter.

Ao contrair uma aliança deste nível, as duas partes estavam declarando que misturavam suas vidas e tudo o que era de um passava a ser de outro e vice-versa; por isso Jesus declarou na ceia que o cálice era a aliança NO SEU SANGUE, estabelecendo com isso, na ceia, um ritual de aliança.

No Velho Testamento vemos Abraão indo ao encontro de Melquisedeque, sacerdote do Deus altíssimo, e levando pão e vinho. O que era isto? Um ritual de aliança. Quando ceamos, estamos reconhecendo que realmente estamos aliançados com Cristo, e que nossas vidas estão misturadas, fundidas uma na outra "Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito."                    (1 Co.6.17).

Jesus deixou bem claro aos que o seguiam que não bastava apenas simpatizar-se com ele ou segui-lo pelos milagres que operava, mas que era necessário aliança, e aliança no mais elevado e sagrado nível que os judeus conheciam: a aliança de sangue.

Muitos não compreendem isto por não conhecer os costumes da época, mas era a este tipo de aliança que Jesus se referia ao proferir estas palavras:

"Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, permanece em mim e eu nele." (João 6.53-56)

É óbvio que Jesus não falava sobre comer a carne literalmente, mas sim sobre aliança, sobre mistura de vida; isto fica claro quando o Mestre conclui dizendo que tal pessoa permaneceria nele e ele nesta pessoa. Este texto também não fala diretamente da ceia, mas sim da nossa aliança com Cristo; embora deixe claro qual é figura da ceia: um ritual de aliança onde testemunhamos comunhão entre nós e o Senhor Jesus Cristo.

 

UM TEMPO DE COMUNHÃO

No início do Cristianismo realizava-se uma refeição ritual conhecida como a "festa ágape" Estas festas do amor tinham aparentemente uma refeição completa, com cada participante trazendo os seus próprios alimentos, e com a refeição sendo comida em uma sala comum. Eles só não festejavam no domingo porque que ficou conhecido como o Dia do Senhor, para recordar a ressurreição, a aparição de Cristo aos discípulos na estrada de Emaús.

Judas e o apóstolo Paulo se referem a isto como "a festa do amor", por meio de advertência, o que reflete parte de seu propósito. As ênfases na expressão "corpo" que encontramos no ensino bíblico da ceia, reflete esta visão de unidade e comunhão. A mesa é um lugar de comunhão em praticamente quase todas as culturas e épocas, e a mesa do Senhor não deixa de ter também esta característica.

 

UM ATO DE CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS

Na epístola de Paulo aos coríntios, fica claro que a Ceia do Senhor tem conseqüências espirituais; ela será sempre um momento de benção ou de maldição para os que dela participam.

 

BENÇÃO

"Porventura o cálice da benção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?" (1 Coríntios 10.16)

Observe o termo "cálice da benção". Isto não é figurado, é real. A Ceia do Senhor traz bênçãos espirituais sobre aqueles que dela participam.

Um outro termo empregado neste versículo, que nos revela algo importante, é "comunhão"; quando ceamos, estamos pela fé acionando um poderoso princípio, temos comunhão com o sangue e com o corpo de Cristo! O que isto significa? Quando derramou seu sangue, Jesus o fez para a remissão de nossos pecados, logo, ao comungarmos o sangue, estamos provando que tipo de bênçãos? A purificação, e também a proteção, pois o diabo não pode transpor o poder do sangue para nos tocar.

"Porque, naquela noite, passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até aos animais; executarei juízo sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o SENHOR." (Ex 12.23)

E o que significa ter comunhão com o corpo? O corpo de Jesus foi moído porque ele tomou sobre si nossas enfermidades, e as nossas dores carregou sobre si, e pelas suas feridas fomos sarados

"Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados." (Is 53.4-5).

 A obra redentora de Cristo nos proporciona cura física, e na Ceia do Senhor é um momento onde podemos provar a benção da saúde a da cura. Muitos estavam fracos e doentes na igreja de Corinto por não discernirem o corpo do Senhor na Ceia.

Ao falar sobre comungarem com o corpo do Senhor, Paulo se referia não apenas ao corpo do Cristo crucificado por meio do qual somos sarados, mas também ao corpo ressurreto, no qual habita toda a plenitude da divindade e é fonte de vida aos que com ele comungam.

A Ceia do Senhor deve ser um momento especial de comunhão, reflexão, devoção, fé, e adoração. Tudo deve ser feito de coração e com reverência, pois é um ato de conseqüências espirituais.

 

MALDIÇÃO

A Bíblia não usa especificamente esta palavra, mas mostra que a maldição pode vir como um juízo de Deus para quem desonra a Ceia do Senhor. Depois de ter dito que ao participar da mesa do Senhor a pessoa está anunciando a morte de Jesus até que ele venha, Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, traz a seguinte advertência:

"Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice, pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão porque há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos que dormem. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo." (1 Coríntios 11.27-32)

Para muitas pessoas, a Ceia é algo que as amedronta; preferem não participar dela quando não se sentem dignas, para não serem julgadas. Mas veja que a Bíblia não nos manda deixar de tomar, e sim fazer um auto-exame antes, pois se houver necessidade de acerto devemos fazê-lo o mais depressa possível.

"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (1 Jo 1.9).

Deixar de participar da mesa do Senhor é desonrá-la também! Devemos ansiar pelo momento em que dela partilharemos, e não evitá-la. Mas há aqueles que querem fingir que estão bem, e participam sem escrúpulo algum do que é sagrado; para estes, não tardará o juízo.

Participar da mesa do Senhor tem conseqüências espirituais; ou o cristão é abençoado ou é amaldiçoado. Não há meio termo; a refeição não é apenas um simbolismo; não se participa da Ceia do Senhor como se participa de uma cerimônia qualquer, pois é um momento santificado por Deus e de implicações no reino espiritual.

 

QUEM PARTICIPA

A Ceia, como ritual de aliança que é, destina-se, portanto, aos que já se encontram em aliança com Cristo; ou seja, aos que já nasceram de novo e estão em plena comunhão com Deus. Há igrejas que só servem a Ceia para quem pertence ao seu rol de membros; consideramos isto um grande erro, pois a Ceia do Senhor é para quem o serve de todo coração, independentemente de tal pessoa congregar em nossa igreja local ou não; se a pessoa faz parte do Corpo de Cristo na terra, então deve participar da mesa.

Há ainda, aqueles que afirmam só poder participar da Ceia do Senhor quem já se batizou nas águas, mas não há sustentação bíblica para isto; desde o momento em que a pessoa se comprometeu com Cristo em sua decisão ela já está dentro da aliança firmada por Jesus na cruz. Entendemos que o novo convertido deva ser encaminhado para o batismo tão logo seja possível.

Os critérios básicos são: estar aliançado com Cristo, e com vida espiritual em ordem. Contudo, não proibimos ninguém de participar, apenas ensinamos o que a Bíblia diz, para que cada pessoa julgue-se a si mesma. Nem Judas Iscariotes, em pecado e endemoninhado foi proibido por Jesus de participar da Ceia.

"Ora, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze... Todavia, a mão do traidor está comigo à mesa. (Lc 22.3;21).

A instrução bíblica é que a pessoa se examine a si mesma, e não que seja examinada pelos outros. Portanto não examinamos ninguém, nem as proibimos, só instruímos. Se a pessoa insistir em participar de forma indigna colherá o juízo divino.

 

ONDE ACONTECE

Não há um lugar determinado para se realizar a Ceia, onde quer que estejam reunidos os cristãos ela poderá ser feita.

No livro de Atos, lemos que o pão era partido de casa em casa (Atos 2.46), "Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração," o que nos deixa totalmente à vontade em relação a celebrá-la nas células; mas Paulo ao usar as seguintes palavras: "…quando vos reunis na igreja…" e "Se alguém tem fome coma em casa…" (1 Coríntios 11.18 e 34); revela que na cidade de Corinto a Ceia era praticada também num local maior de reunião para toda a igreja.

Portanto, como nos reunimos no templo e nas casas, à semelhança dos dias do Novo Testamento, também praticamos a Ceia do Senhor nos dois locais de reunião, sendo que a maior incidência se dá no templo quando reunimos todo o corpo local.

 

QUANDO ACONTECE

Entendemos que não há uma periodicidade definida pela Bíblia quanto à celebração da Ceia; Jesus apenas disse:

"…fazei isto, TODAS AS VEZES QUE o beberdes, em memória de mim" (1 Co 11.25b).

Esta expressão "todas as vezes que" nos dá liberdade de fazermos quando quisermos, mas sempre em memória do Senhor Jesus Cristo.

Em nossa igreja, celebramos a Ceia do Senhor mensalmente no templo, e não temos periodicidade definida nas casas.

 Conclusão

Como presbiterianos, nós somos herdeiros da linha teológica do reformador João Calvino, ele defendia a presença espiritual de Cristo na Santa Ceia. Ele sempre dizia ("sursum corda", "elevemos os corações"), ele dizia que não era Cristo quem descia para tomar forma de pão e de vinho, mas era a Igreja quem era elevada espiritualmente aos céus para participar da Ceia na presença de seu Senhor (Calvino, Breve tratado sobre a Ceia do Senhor, § 51).

Segundo a nossa teologia, não acontece qualquer transformação interna no pão e do vinho, nem é repetido o sacrifício de Cristo na cruz. Mas sim, pela operação do Espírito Santo, todos quantos, com fé, comem e bebem e são alimentados fisicamente do pão e do vinho, também comem e bebem e são alimentados espiritualmente do Corpo e do Sangue de Cristo. O sacrifício do Senhor Jesus na cruz não é repetido, mas os benefícios da sua morte em nosso lugar são atualizados, trazidos para nós no presente pela ação do Espírito Santo.

(Calvino, As Institutas, IV.17.10; Confissão de Fé de Westminster, 39.7)

Quando comemos do pão e bebemos do cálice, diz o Apóstolo Paulo, anunciamos a morte do Senhor até que ele venha (I Co. 11.26). Quando participamos da Comunhão do Corpo e do Sangue do Senhor, nos é dada uma prévia, uma amostra e uma garantia do grande banquete que nos aguarda, quando Cristo finalmente vier buscar sua Noiva, que é a Igreja "Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro." (Ap. 19.9).

Portanto, a celebração da Santa Ceia, é um testemunho visível, palpável e do mistério da nossa fé, do motivo da nossa viva esperança, de que Cristo morreu e ressuscitou, e voltará na glória do seu reino eterno.

Deus nos conceda que, como testemunhas fiéis, que testemunham da verdade, possamos comunicar ao mundo a Verdade do Evangelho, para que, vendo o mundo nossa perseverança "na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações", "com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo" (At. 2.42, 46, 47), acrescente-nos o Senhor, dia a dia, os que serão salvos.

                                         Extraido e Adaptado

 


 

Tema: Há três grandes perigos na vida de um discípulo de Cristo. (1)

Texto: Mateus 6.19-24

1) As finanças;   

O que Jesus falou sobre esse tema.

"Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; Mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. São os teus olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará. Não podeis servir a Deus e as riquezas."

Esse texto, diferente do que muitos pensam, não é somente para os ricos. Mas para ricos e pobres. A riqueza tem a característica da crescente ganância.  Quanto mais se tem, mais se quer. A pobreza tem característica do crescente desânimo, preocupação, pouca fé e depressão.

 

Fé e finanças no reino de Deus.

Sem dúvida nenhuma, o dinheiro é uma das principais armas de Satanás, para derrotar o crente e tirar o seu sossego, a sua paz. E, infelizmente, nós vemos muitos irmãos que têm suas vidas desorganizadas no aspecto financeiro. Será que isto está dentro da vontade de Deus, para suas vidas? É claro que não!

A Bíblia mantém princípios bem definidos, acerca das finanças. Se forem observados, o sucesso (ser bem sucedido do ponto de vista de Deus) será certo; se não forem, as dificuldades certamente virão.

Deus confia a cada um de nós certos recursos e capacidades, e espera que sejamos bons mordomos daquilo que possuímos. Quando Deus criou a terra e tudo que nela há, ele criou o homem para que esse fosse o mantenedor ou mordomo.

Mordomo à administrador de bens, criado principal.

A função do mordomo é ser um servo fiel. Tudo o que temos pertence a Deus. Nossa casa, nosso carro, nosso dinheiro, nossa família, a roupa que usamos a comida que temos na mesa. Nosso corpo não é nosso – ele voltará para o pó da terra.

O que precisa ficar claro em nossos corações que somos despenseiros do Senhor, ou seja, somos seus administradores fiéis. (1 Co.4:2: "O que se requer dos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel").

Muitos crentes, vivendo desorganizadamente no aspecto financeiro muitas vezes endividados, não apenas impedem a si mesmos de servirem a Deus, mas também vivem afligidos; sentem a aflição de ver as contas amontoando no final do mês, sabendo que não têm o dinheiro para saldá-las imediatamente. Deus sabia que sofreríamos este tipo de pressão e não queria ver-nos envolvidos nisso. Por isso, Sua Palavra diz: "A ninguém fiqueis devendo coisa alguma" (Rm. 13:8). E fez apenas uma exceção: nossa dívida de amor. Esta é a única dívida que precisamos estar constantemente pagando e nunca terminaremos de pagar.

Muitos desperdiçam seu dinheiro por falta de critérios no manejamento. O desleixo no emprego do dinheiro pode ser pela desatenção para com o dinheiro em si, e pela negligência em relação àquilo que possuímos.

Muitas pessoas são desleixadas com seu dinheiro. Não prestam atenção à maneira como gastam. Sua reclamação típica é a seguinte: "Não sei onde foi parar o meu dinheiro este mês!"- Temos que nos lembrar de um adágio que diz: "Quem quiser administrar seus bens corretamente, não pode se perguntar aonde foi parar o dinheiro; ele é que tem que dizer para onde o dinheiro deve ir".

Depois que uma pessoa levou alguns anos para chegar a um ponto de confusão financeira, tem que esperar e talvez dar a Deus algum tempo para operar em sua vida e livrá-la dessa confusão

E o primeiro passo párea sairmos dessa confusão é entregarmos o dizimo. O dízimo é oferta de gratidão pelo que Deus já fez em nossas vidas. Quando não entregamos o nosso dízimo, o que estamos dizendo é: Senhor eu não creio em ti. Tu não és o Senhor da minha vida. Sou um administrador infiel Pai.

Se não dizimamos Deus deixa de ser o Senhor das nossas vidas. Quem tem o poder sobre ela então? Quando isso acontece damos legalidade para satanás agir em nossas vidas.

Joel 1.4 diz "O que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador, comeu o gafanhoto destruidor".

Malaquias 3.6-9 à Não dizimar é tornar-se ladrão de Deus.

Você está trazendo maldição sobre a tua vida.

 

O que não é o dízimo e O que não é oferta, no reino de Deus?

à Não é PAGAMENTO é sinal de GRAÇA.

à Você não oferta para receber mais, mas em gratidão pelo que Deus já fez em sua vida.

à Dizimar não significa prosperar financeiramente. "Depois que passei a ofertar me tornei um empresário, troquei de carro, comprei uma casa na praia".

É um compromisso com seus irmãos onde você congrega.

 

1)              NÃO VALORIZE O QUE É EFÊMERO.

 

Efêmero: Passageiro, não dura, tem fim.

Ao considerar esse ensino de Jesus fica muito evidente o quanto era importante para Ele, como ainda é, reconstruir os nossos valores. Muitos esquecem que após atravessar a porta estreita ainda nos espera o caminho apertado. E devido a esse "esquecimento" é bastante comum permanecermos valorizando aquilo que já não mais deveria ter valor.

De "bate-pronto" me responda: Televisão ou leitura bíblica? Entretenimento ou serviço? Demais coisas ou Reino de Deus? Benefício ou compromisso? Receber ou dar? "Olho por olho, dente por dente" ou a outra face? Poderíamos ir muito além, mas simplesmente seja honesto (a), quais são os teus atuais valores: ainda são os teus ou já são os de Jesus?!

Tenho por certo que o Mestre estava indicando a natureza destrutível dos tesouros acumulados sobre a terra quando fez essas comparações: Traça, ferrugem, escavar e roubar!

Exatamente isso, tesouros destrutíveis! Esperança depositada sobre aqueles ou aquilo que não pode dar esperança. Segurança firmada sobre pessoas e circunstâncias que ao menor sinal de mudança frustram as mais confiáveis expectativas. Realização buscada nas futilidades daqueles ou daquilo que é extremamente passageiro. Tesouros destrutíveis!

Conquistas esplendorosas sem despojos eternos!

Vitórias expressivas sem troféus e medalhas inesquecíveis!

Bênçãos surpreendentes sem transformação que perdure!

Satisfação imediata sem valores perpétuos!

Isso mesmo, tesouros sobre a terra, tesouros destrutíveis!

Podemos levar alguma coisa dessa terra?

A roupa que usamos hoje, não será a mesma de amanhã. Ela desgasta. Os bens são corruptíveis. Nem o homem mais rico, nem o mais miserável sobre a face da terra poderá levar qualquer coisa daqui. Jesus disse: Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra.

Mas o que nós fazemos?

Está incutido em nossa sociedade que devemos acumular bens. Vivemos numa sociedade que se valoriza o ter e não o ser. Se você tem você é!

Exemplo: Eu entrando numa loja de motos. Não fui atendido. Porque esta mal arrumado. Essa é a sociedade que vivemos, É triste ter que afirmar, mas as igrejas assimilaram esse principio. Se valoriza o que tem e não o que é.

O discípulo de Jesus precisa compreender que é insensato acumular propriedades e bens terrenos. Pois a traça e a ferrugem corroem! Ferrugem = grego à Brosis também traduzido por caruncho. A idéia aqui é de baús de madeira onde se guardavam as preciosidades. Esses baús podem ser perfurados pelo caruncho e traça. Exemplo do feijão

O que Jesus está dizendo para seus discípulos é o seguinte. Não valorize o que é efêmero. Baú (proteção, segurança) é corruptível. Queira você ou não queira ele vai ser corroído.

O que você tem feito de baú em sua vida? Qual é o lugar seguro onde você deposita a sua riqueza?

 

 

 

 

2)               INVISTA NAS COISAS DO ALTO.

 

"Mas ajuntai para vós outros tesouros no céu".

TESOUROS NO CÉU

1. Fé em Jesus Cristo. O primeiro e maior de todos os tesouros é o que garante nossa entrada no céu. Salvação em Jesus Cristo. "Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus." Jo.3:18. Temos que investir em nossa fé, alimentar nossa fé, para não perdermos este tesouro. ´...desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor.` Fil.2:12.

2. Vidas. Quando alcançamos vidas para Deus estamos acumulando tesouros no céu para nós. A Bíblia afirma que uma alma vale mais do que o mundo todo. "O que ganha almas é sábio` Pv.11:30. ´Meus irmãos, se alguém entre vós se desviar da verdade, e alguém o converter, sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados." Tig.5:20; Ez. 3:19.

3. Finanças. Quando investimos do nosso dinheiro no reino de Deus estamos acumulando um tesouro eterno nos céus. "Não que eu procure o donativo, mas o que realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso crédito." Fil.4:17. "As tuas orações e as tuas esmolas tem subido diante de mim." At. 10:4.

No que investimos nosso dinheiro? Já parou para pensar como a nossa mente trabalha a respeito disso?

O dízimo parece mais uma obrigação – esquecemos que é uma benção que Deus nos deixou participar.

Ele é o dono do ouro e da prata, mas deixou que participássemos da benção de contribuir. Um torcedor de futebol e um cristão. O time lançou uma nova camiseta. Custo 199,00 reais.  A igreja lançou uma campanha para a compra de um terreno. Será que o cristão ofertaria esse valor, com o mesmo sentimento do torcedor? Percebeu como temos dificuldade para investirmos no reino?

A conversão genuína passa pela nossa vida financeira.  "E eis que havia ali um homem chamado Zaqueu; e era este um chefe dos publicanos, e era rico... E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado... E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão." Lucas 19. 2,8-9.

Precisamos dessa libertação em nossas vidas para investir nas coisas do alto. Não estou falando em dar tudo o que você tem, mas ofertar de coração, ofertar com alegria, ofertar compreendendo que é dádiva do Senhor, ofertar investindo no reino. O que temos, bens e finanças, deve ser administrado com responsabilidade perante Deus. O verdadeiro cristão não vive escravizado por mâmon.

 

 

3)              LIBERTE-SE DA TIRANIA DE MÂMON.

 

"Não podeis servir a Deus e as (Mâmon) riquezas."

Tirania = injustiça, crueldade, violência, poder, domínio, opressão.

Mâmon = denominação dada por Jesus ao deus do dinheiro. Como esse espírito opera?

O mundo atual se diz livre dos zilhões de deuses pagãos de antigamente (com exceção da índia e seu hinduísmo, onde predominam mais de 15 mil divindades). A cultura capitalista se vê cada vez mais longe das religiões devido aos grandes avanços tecnológicos e os alegados "progressos" científicos. Assim, alega-se que o ser humano em breve estará totalmente livre dos deuses e das religiões… Quanta cegueira e autoengano…  Esquecem que toda a história humana é cíclica e só mudam os personagens, porque desde que o ser humano pisou na terra, ele tem sido o mesmo de sempre.

A verdade é que os deuses antigos ressurgiram e talvez com mais força do que antigamente. Já não estão em estátuas ou pictogramas, mas na ideologia social, o que significa que mesmo aqueles que se declaram ateus e sem religião estão sujeitos a eles. O mundo não percebe, mas os deuses estão vagando pela terra nesse exato momento, propagados pela mídia e pela globalização. Os mesmos deuses das civilizações que chamamos de "primitivas" e "ignorantes" retornaram do além, das fronteiras da história. Sim, os mesmos que exigiam sacrifícios de crianças, libações e prostituição cultual estão entre nós, uma civilização teoricamente mais civilizada, mais avançada… 

Quem são esses deuses afinal? O nome deles variavam de cultura a cultura, mas em essência eram todos a mesma coisa: uma ideologia concretizada e materializada em uma religião. Agora não precisamos mais de materializá-los em estátuas, basta que passamos sua filosofia para frente e o mundo se curvará diante deles.

MAMOM

Quem acha que está livre de religião e não adora a nenhum deus, mas tem grande apreço pelo capitalismo e o consumismo deve pensar duas vezes antes de sair se declarando ateu. Mamom é uma palavra hebraica para tudo que personifica dinheiro. O capitalismo moderno define que para ser feliz é preciso comprar, vender e ter dinheiro e em quantidades cada vez maiores. Nunca na história da humanidade correu tanto dinheiro como corre hoje em nossos comércios, bancos e bolsas de valores. Isso implica que a idolatria a Mamom em nossos dias é mais forte do que nunca…

Porém, a filosofia de Mamom não se resume ao dinheiro, este é apenas um objeto canalizador da verdadeira natureza do deus Mamom: o egocentrismo. Diz um ditado popular que dinheiro é poder. Assim, Mamom é Baal. Logo, Mamom e Baal são a mesma coisa, a diferença é que Mamom é a segunda pessoa da Trindade…  De fato, não é novidade pra ninguém que dinheiro e poder caminham juntos. Quanto mais dinheiro, mais poder e vice-versa.  E ambos são alimentados pelo ego.

A sociedade moderna nos quer convencer que dinheiro é felicidade ao mesmo tempo em que dinheiro é o que movimenta toda a maldade humana… quanta incoerência! Com dinheiro se compra vidas, se vende vidas, se troca vidas. É pelo dinheiro que o tráfico de todos os tipos se movimenta, é por dinheiro que muitos casamentos vão por água abaixo, é por dinheiro que os políticos se corrompem, é por dinheiro ou pela falta dele que milhões de pessoas passam fome, é por dinheiro que se fazem guerras, enfim, desde que o homem (ou o diabo mesmo) inventou essa praga chamada dinheiro (um conceito que se olharmos bem profundamente não tem razão de existir) o mundo tem se tornado cada dia pior. Dinheiro tem sido um estigma terrível para a sociedade, no entanto o sistema atual é o sistema mais dependente de dinheiro da história.

Novamente, até nas igrejas Mamom está. A Teologia da Prosperidade alimenta o ego dos pastores e sua ambição por dinheiro fácil, enquanto alimenta o mesmo desejo das ovelhas. Mamom tem se disfarçado de Jesus e enganado milhões de pessoas que estão em busca de receber algo de Deus, mas não estão dispostas a obedecê-lo.

Nunca uma civilização se ajoelhou tanto diante de Mamom como se ajoelha nossa sociedade moderna.  E por quê? Porque nossa cultura globalizada se baseia no imediatismo do "eu" e do "meu". A globalização e a grande oferta financeira fizeram com que as pessoas olhassem para si mesmas, a ficarem cada vez mais egocêntricas. Este é o poder escravizante de Mamom, fechar as pessoas em si mesmas tornando-as egocentricas. Mamom cria uma estrutura escravocrata onde os próprios escravos se escravizam…

O Evangelho de Jesus faz justamente o contrário. Ele transforma o ser humano de forma que este se interesse por fazer o bem ao seu próximo, a fim de construir uma sociedade revolucionária, não mais baseada no egocentrismo nem em sistemas egocêntricos de governo, mas baseada no amor mútuo e verdadeiro, no serviço e no compromisso. Não uma sociedade baseada no eu e no meu, mas em nós e no nosso. A essa sociedade, Jesus deu o nome de igreja.  Em essência, o Evangelho veio para nos libertar das cadeias que nós mesmos construímos.

Jesus alerta: "São os olhos a Lâmpada do corpo". Os olhos são a porta de entrada do nosso coração. Compra por impulso – isso não é normal, mas sim é a ação de mâmon. Os olhos se encantam a mente e diz: Eu preciso disso! O coração deseja.

Exemplos diversos à roupas, perfumes, carros, supérfluos, lanches, etc.

Internet à Quanto tempo vivemos sem ela, e hoje dizemos que não podemos viver sem ela em nossas vidas. Libertar-se de mâmon não é ser pobre!

Uma pessoa pode ser rica e mesmo assim ser livre para servir a Deus – não está preso as coisas materiais. Uma pessoa pode ganhar pouco e estar escravizado por Mâmon. A libertação de mâmon está relacionada com o nosso coração. Jesus disse: "Onde está o teu tesouro, aí estará o teu coração". O seu coração está em que lugar amado? Valorizando as coisas efêmeras ou nas coisas que são do alto?

Se nosso coração não estiver voltado para o Senhor, estará voltado para Mâmon. Os olhos em Mâmon transforma o dinheiro em maldição. Conseqüência é um coração escravizado pela cobiça. Uma alma sufocada pelo dinheiro. Quem vive escravizado por mâmon não descansa. Você já perdeu noites de sono por conta de dinheiro? Você já fez de tudo para comprar algo que não tinha condições de comprar?

Quando há esses sintomas em nossa vida. É hora de libertar-se da escravidão de mâmon! Mâmon nos escraviza de tal maneira que somos fascinados pelas coisas materiais. Esse fascínio é tão grande que o ser humano erra o alvo da sua vida.

 

CONCLUSÃO.

A Palavra de Deus é completa e perfeita. Nela encontramos o padrão de Deus para cada área de nossas vidas, inclusive sobre valores, gastos, economias etc...

Das 38 parábolas, 16 falam sobre dinheiro e posses; Na Bíblia há 500 versículos sobre oração, menos de 500 sobre fé e cerca de 2.350 versículos sobre dinheiro e posses. Se o Senhor falou tanto sobre esse assunto é porque Ele deseja que conheçamos a Sua perspectiva a respeito dessa área da vida. Deus quer que sejamos livres da escravidão que Satanás "pode" nos impor quando não obedecemos aos princípios bíblicos estabelecidos para esta área. Por isso situe: Qual nossa situação atual em relação às finanças? Onde quer que você esteja, Deus irá operar maravilhas, mas primeiro se entregue ao amor do Pai.

O que falamos nessa noite tem haver com a vida de todos os cristãos. Se o dinheiro rouba o nosso sono. Tira a nossa paz. Inquieta o espírito. Cria confusão e discórdia.

Precisamos, urgentemente, resgatar o verdadeiro sentido que ele deve ter em nossas vidas. Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará. Não podeis servir a Deus e a Mâmon!

Nós precisamos compreender, que nosso compromisso com Deus não afeta apenas nossa vida espiritual, mas, também, todos os aspectos de nossa existência. Em outras palavras, quando dedicamos nossa vida a Cristo, tudo que temos é dele.

Quem você escolhe servir??? Ser um dizimista é lutar contra mamom. Dar a Deus o dízimo e as primícias é um reconhecimento de que tudo pertence a Ele. Não há desculpa para não ser dizimista. Eu ganho muito, eu ganho pouco, tenho contas para pagar.

Jesus disse assim: "Dê, e será dado a ti; boa medida, recalcada, sacudida e transbordante..." Lucas 6:38.

"Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes." Malaquias 3:10.

"E o seu Senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor." Mateus 25:21.

Seja um dizimista fiel e veja Deus derramar das suas bênçãos sem medidas. Se liberte da escravidão de Mâmon.   Que Deus nos abençoe.


 

Tema: Há três grandes perigos na vida de um discípulo de Cristo. (2)

Texto: Mateus 6.25-34

1) As finanças;  2) A preocupação;  

 

Ansiedade & Preocupação

Irmãos vivemos num mundo em que todo o mundo anda "preocupado" com alguma coisa, basta ligar a televisão e veremos as noticias catástrofe afligiu um qualquer país distante, corrupção, tráfico de influências, inflação, a crise energética… a lista nunca mais acaba. Parte de nossa ansiedade advém de preocupações legítimas, porque estão voltadas para a satisfação de necessidades básicas (versos 25-26, 28-31).

Jesus resume as necessidades humanas em três grupos: alimento, bebida e roupa. Sem comida, sem água e sem proteção, ninguém sobrevive por muito tempo. É legítimo, portanto, que nos alimentemos, bebamos e nos protejamos. É legítimo que trabalhemos para comprar alimento e água e para morar e nos locomover. Trabalhar é legítimo; estudar é legítimo; planejar o futuro é legítimo; sonhar com uma casa confortável é legitimo; visualizar-se dirigindo um bom carro é legítimo.