2011/11/04

O poder triunfante da paciência

Referência: Tiago 5.7-12
 
INTRODUÇÃO
1. Tiago começa a sua carta com uma chamada à perseverança sob as provações (1:2-4) e termina a carta exortando os crentes a serem pacientes até à vinda do Senhor (5:7-8). As provas e não experiências místicas são o caminho da santificação e do aperfeiçoamento (1:4).
2. Em (1:12) a recompensa é a coroa da vida e (5:7-8) a recompensa é a vinda de Cristo (5:7-8). No começo o caminho da perfeição é a oração (1:5) e no final da carta, ele volta ao mesmo tópico (5:13-18). No começo oramos por nós, no fim oramos pelos outros.
3. Tiago fala da segunda de Cristo sob dois aspectos:
1) Como uma alegre esperança (5:7-8 e 10-11);
2) Como uma temível expectativa (5:9,12). Para os salvos o Senhor vem trazendo compaixão e misericórdia (5:11). Para os ímpios o Juíz vem (5:9), trazendo julgamento (5:12).
Ao mesmo tempo que a vinda do Senhor será o dia glorioso para o seu povo, será o terrível dia do Senhor para os ímpios.
Ilustração: O fazendeiro que zombava dos crentes trabalhando em frente a igreja no domingo. Colheu mais que os crentes e mandou uma carta para o jornal explicando sua posição: Enquanto os crentes iam para a igreja eu trabalhei. Colhi mais que eles. Deus não me castigou. O que vocês pensam disso? O jornalista publicou a carta e colocou uma nota de rodapé: Deus não ajusta suas contas na colheita. Veja o Salmo 73.
4. A vinda do Senhor é um sinal de alerta sobre o perigo do mau uso da língua. Devemos ter cuidado para não queixarmos uns dos outros (5:9). Também devemos ter cuidado para não fazer juramentos impróprios (5:12). É mais fácil fazer um voto do que cumpri-lo. Mas fazer um voto, devemos cumpri-lo, porque Deus não gosta de tolos (Ec 5:4). É mais importante ser real do que dramático.  Quando você fizer um voto, cumpra-o sem demora, pois os tolos desagradam a Deus; cumpra o seu voto. Eclesiastes 5:4
Nosso sim deve significar sim e o nosso não deve significar não. Devemos ser íntegros em nossa palavra. Não podemos ser pessoas divididas internamente. Devemos ser livres de uma mente dupla. Devemos íntegros com Deus e com os homens. Praticamos uma devoção à verdade com os nossos lábios porque a verdade habita em nós.
5. A vinda do Senhor está próxima (5:8), está às portas (5:9).
6. Enquanto Jesus não volta não esperamos vida fácil neste mundo (Jo 16:33).     Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. João 16:33
Paulo nos lembra que é em meio a muita tribulação que entramos no Reino (At 14:22). Devemos ser pacientes até Jesus voltar. "É necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus". Atos 14:22
7. Mas como podemos experimentar esse tipo de paciência até Jesus voltar. Tiago dá três exemplos de paciência para encorajar os crentes:
 
I. A PACIÊNCIA DO LAVRADOR – V. 7-9
1. Se uma pessoa é impaciente, ela nunca deve ser um agricultor. O agricultor planta a semente certa, no campo certo, no tempo certo, sob as condições certas. A semente não nasce, cresce, floresce e frutifica da noite para o dia. Apenas o erva daninha cresce sem cuidado. O agricultor não tem nenhum controle sobre o tempo. Muita chuva pode danificar a lavoura. Falta de chuva pode pôr toda a colheita a perder.
2. O agricultor na Palestina dependia totalmente das primeiras chuvas vinham em outubro (para o plantio) e das últimas chuvas que vinham em Março (para a colheita). O tempo está fora do seu controle. Ele tem que confiar e esperar. É Deus quem faz a semente brotar, germinar, crescer e frutificar. Ele não pode fazer nada nesse processo (Mc 4:26-29).
"O Reino de Deus é semelhante a um homem que lança a semente sobre a terra. Noite e dia, quer ele durma quer se levante, a semente germina e cresce, embora ele não saiba como." Marcos 4:26-27
3. Por que o agricultor espera? Porque o fruto é precioso (5:7). "E não cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos" (Gl 6:9). Tiago descreve o crente como um agricultor espiritual que procura uma colheita espiritual. "Se vós também pacientes e fortaleceu o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima" (5:8).
4. O nosso coração é o solo. A semente é a Palavra de Deus. Há estações para a vida espiritual como há estações para o solo. Muitas vezes nosso coração se torna seco e cheio de espinhos (Jr 4:3). Então Deus manda a chuva da sua bondade e alimenta a semente plantada, mas devemos ser pacientes para esperar a colheita.
5. Deus está procurando frutos em nossa vida (Lc 13:6-9). Devemos produzir o fruto do Espírito "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei." Gálatas 5:22-23
E o único meio de darmos frutos doces é sermos provados (1:2-4). Em vez de ficarmos impacientes, devemos saber que Deus está trabalhando em nós.
 6. Você só pode se alegrar nessa colheita espiritual, se o seu coração estiver fortalecido (5:8). Um coração instável não produz fruto. Um agricultor está sempre trabalhando em sua lavoura. Deus está trabalhando em nós para tirar de nós uma colheita abundante. Um lavrador não vive brigando com os seus vizinhos. Ele está cuidando da sua própria lavoura. Não devemos perder o foco e viver falando mal uns dos outros (5:9).
 
II. A PACIÊNCIA DOS PROFETAS – V. 10
1. Os profetas foram homem que andaram com Deus, ouviram a voz de Deus, falaram em nome de Deus, mas passaram também por grandes aflições. Eles trilharam o caminho estreito das provas e foram pacientes. Privilégio e provas caminharam juntos na vida dos profetas. Privilégio e sofrimento, sofrimento e ministério caminham lado a lado na vida dos profetas.
2. Isaías não foi ouvido pelo seu povo. Ele foi cerrado ao meio. Jeremias foi preso, jogado num poço e maltratado por pregar a verdade. Ele viu o cerco de Jerusalém e chorou ao ver o seu povo sendo destruído. Daniel foi banido da sua terra e sofreu pressões quando jovem. Sofreu ameaça e perseguição por causa da sua fidelidade a Deus, a ponto de ser jogado na cova dos leões. Ezequiel também foi duramente perseguido.
3. Estêvão denunciou o sinédrio: "Qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e assassinos" (At 7:52).
4. Jesus disse: "Bem-aventurado sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas antes de vós" (Mt 5:11-12).
5. Quando você tiver enfrentando sofrimento, não coloque em dúvida o amor de Deus, gente que andou mais com Deus do que você, também passou pelas aflições. Seja paciente.
6. Paulo diz: "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos" (2 Tm 3:12). Nem sempre obediência produz vida fácil! "Se a igreja for mais perseguida, será mais fiel? Não. Se ela for mais fiel será mais perseguida".
Isso significa que Deus não nos poupa das aflições, mas ele nos assiste nas aflições. Exemplo: Elias anunciou ao ímpio rei Acabe que a seca viria sobre Israel. Ele também sofreu as conseqüências da seca, mas Deus cuidou dele e lhe deu vitória sobre os ímpios.
7. A vontade de Deus jamais levará você, onde a graça de Deus não possa lhe sustentar. A nossa paciência em tempos de prova é um poderoso testemunho do evangelho àqueles que vivem ao nosso redor.
8. Rm 15:4: "Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança". Quanto mais conhecemos a Bíblia, mais Deus pode nos consolar em nossas tribulações.
9. Como um agricultor, devemos continuar trabalhando e como os profetas, devemos continuar testemunhando.
 
III. A PACIÊNCIA DE JÓ – V. 11-12
1. "Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes…" (5:11). Mas você não pode perseverar a não ser que haja provas em suas vida. Não há vitória sem luta. Não há picos sem vales. Se você deseja a bênção, você tem que estar preparado para carregar o fardo e entrar nessa guerra.
2. Certa feita ouvi um cristão orar: "Oh Deus ensina-me as profundezas da tua Palavra. Eu desejo ser arrebatado até o terceiro céu e ver e ouvir as coisas maravilhosas que tu tens lá". Embora a oração tenha sido sincera, ela partiu de um crente imaturo. Paulo foi arrebatado até o terceiro e viu e ouviu coisas gloriosas demais para contar. E como resultado Deus colocou um espinho em sua carne para mantê-lo humilde (2 Co 12:1-10). Tem que existir um equilíbrio entre privilégios e responsabilidades, bênçãos com fardos.
3. O livro de Jó pode ser dividido assim: (1-3) – As perdas de Jó; (4-31) – As acusações contra Jó e sua defesa contra os ataques de seus amigos; (38-42) – a restauração de Jó. As circunstâncias estavam contra Jó; os homens estavam contra Jó; a sua esposa estavam contra Jó; seus amigos estavam contra Jó. Ele pensou que Deus estava contra ele. Satanás estava contra ele. Mesmo assim, ele perseverou! Ele provou que um homem pode amar a Deus acima dos bens, da família e da própria vida. Jó derrubou as duas teses de Satanás.
4. Jó era um homem piedoso, justo, próspero, bom pai, sacerdote da família, preocupado com a glória de Deus. Deus dá testemunho a seu respeito. Deus o constitui seu advogado na terra. Satanás prova Jó com a permissão de Deus.
a) Jó perdeu todos os seus bens
b) Jó perdeu todos os seus filhos
c) Jó perdeu a sua saúde – (1:22) e (2:10) – mostram que Jó não pecou.
d) Jó perdeu o apoio da sua mulher
e) Jó perdeu o apoio dos seus amigos
f) Jó faz 16 vezes a pergunta: Por que?
g) Jó expressa sua queixa 34 vezes.
h) Deus faz 70 perguntas para Jó.
i) Deus restaura a sorte de Jó, dando-lhe o dobro dos bens. Por que não deu o dobro dos filhos? Porque quando os animais foram embora, eles realmente foram. Eles não tinham almas imperecíveis. Mas quando os filhos foram fisicamente, eles na verdade não foram. Eles estavam com Deus no céu. Assim, agora, Jó tem dez filhos no céu e dez filhos na terra.
j) Jó esperou pacientemente no Senhor e Deus o honrou. Ele não explicou nada para Jó, mas enquanto Jó não conhecia os porquês de Deus, Jó pode conhecer o caráter de Deus (Jó 42:5). A maior bênção que Jó recebeu não foi saúde e riqueza, mas um conhecimento mais profundo de Deus. Isso é a própria essência da vida eterna "Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste." João 17:3
k) O livro de Jó nos prova que Deus tem propósitos mais elevados no sofrimento do que apenas punir o pecado. O propósito de Deus no livro de Jó é revelar-se como o Deus cheio de bondade e misericórdia (5:11). Jó passou a conhecer o Senhor de uma forma nova e mais profunda e também bênçãos maiores. O propósito de Satanás era fazer de Jó um homem impaciente com Deus. Isto porque um homem impaciente com Deus é arma nas mãos do maligno (Abraão, Moisés, Pedro).
l) Cuidado para não se fazer tolo no sofrimento (5:12).

CONCLUSÃO
Tiago deseja encorajar-nos a ser pacientes em tempos de provas. Como um agricultor devemos esperar por uma colheita espiritual, por frutos que glorifiquem a Deus. Como os profetas, devemos procurar oportunidades para testemunhar mesmo no meio do sofrimento. Como Jó devemos esperar para que o Senhor complete seu amoroso propósito em nós em nosso sofrimento, com o firme propósito de conhecer a Deus mais profundamente.
Rev. Hernandes Dias Lopes
 

Qual é o valor que o dinheiro ocupa na sua vida?

Referência: Tiago 5.1-6

INTRODUÇÃO
1. O dinheiro hoje domina as casas de leis, os palácios dos governos e as cortes do judiciário. O dinheiro é o maior deus deste mundo. Por eles as pessoas roubam, mentem, corrompem, casam-se, divorciam-se, matam e morrem.
2. O dinheiro é mais do que uma moeda, ele é um espírito, um deus, ele é Mammom. Ninguém pode servir a Deus e ao dinheiro. Ele é o mais poderoso dono de escravos do mundo.
3. O problema não é possuir dinheiro, mas ser possuído por ele. O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo patrão. Não é pecado ser rico. A riqueza é uma bênção. É Deus quem nos dá sabedoria para adquirirmos riqueza. O problema é colocar o coração na riqueza. A raiz de todos os males não é o dinheiro, mas o amor ao dinheiro.
4. Vivemos hoje uma economia global. A máquina econômica gira na velocidade da luz. Precisamos trabalhar mais e consumir mais. Os luxos do ontem tornaram-se as necessidades do hoje. Mas o sistema pede não apenas mais dinheiro, mas também mais do nosso tempo. Coisas estão se tornando mais importante do que pessoas.
5. Os ricos estão se tornando cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. 50% das riquezas do mundo estão nas mãos de apenas 100 empresas. Há empresas mais ricas que alguns países. A GM é mais rica que a Dinamarca. A Toyota é mais rica que a África do Sul. A FORD é mais rica que a Noruega. O Wal-Mart é mais rico que 161 países. Bill Gates em 2000 teve uma renda líquida de 400 milhões de dólares por semana.
6. A corrupção está instalada na medula de nossa nação. Sentimos vergonha ao ver tanto escândalo financeiro, quando os recursos que deveria vir para aliviar o sofrimento do pobre são saqueados pelas ratazanas que roem incansavelmente as riquezas da nação, pelos dráculas que insaciavelmente chupam o sangue do povo.
7. A Palavra de Tiago é mais do que oportuna. Deveria ocupar as manchetes dos jornais.

I. COMO OS RICOS ADQUIRIRAM SUAS RIQUEZAS – V. 4,6a
A Bíblia não proíbe o homem ser rico, se essa riqueza vem como fruto da bênção de Deus e do trabalho honrado.
"O que trabalha com mão displicente empobrece, mas a mão dos diligentes enriquece." Provérbios 10.
Prosperidade e riquezas haverá na sua casa, e a sua justiça permanece para sempre. Salmos 112:3 (para aqueles que teme a Deus)
Abraão e Jó eram homens ricos e também piedosos. O que a Bíblia proíbe é adquirir riquezas por meios ilícitos e para propósitos ilícitos. Amós 2:6 condena o adquirir riquezas ilícitas  "não retirarei o castigo, porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos", Amós 2:6 e Isaías 5:8 condena o adquirir com propósitos ilícitos.  "Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e fiquem como únicos moradores no meio da terra!" Isaías 5:8
Não é pecado ser rico. Não é pecado ser previdente. Não é pecado usufruir as benesses da riqueza. O pecado está ligado a origem, ao meio e ao fim da riqueza.
Tiago fala que os ricos que ajuntaram riqueza ilícita enfrentarão a inevitabilidade do juízo de Deus (v. 1). O luxo de hoje tornar-se desventura amanhã (v. 1). Exemplo: A opulência da riqueza de Saddam Hussein.
A segurança do dinheiro é falsa. A alegria que ele proporciona é fugaz (v. 1). Veja o contraste entre a falsa e a verdadeira riqueza em 1 Tm 6:6-10,17-19.
"Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores" 1 Timóteo 6:6-10
"Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna." 1 Timóteo 6:17-19
Tiago menciona duas formas pecaminosas com que os ricos adquiriram suas riquezas:
A. Retendo o salário dos trabalhadores com fraude – (v. 4)
Os ricos não apenas estavam retendo o salário dos trabalhadores, mas estavam retendo o salário deles com fraude. Eles estavam ricos por roubar dos pobres (Pv 22:16,22).
"O que oprime ao pobre para se engrandecer a si mesmo, ou o que dá ao rico, certamente empobrecerá." Provérbios 22:16
"Não roubes ao pobre, porque é pobre." Provérbios 22:22
A lei de Moisés proibia ficar com o salário do trabalhador até à noite (Dt 24:14-15): "Não oprimirás o jornaleiro pobre e necessitado, seja ele teu irmão ou estrangeiro que está na tua terra e na tua cidade. No seu dia, lhe darás o seu salário, antes do pôr-do-sol, porquanto é pobre, e disso depende a sua vida; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado".
"Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até pela manhã" (Lv 19:13).
Os trabalhadores foram contratados por um preço e fizeram o seu trabalho, mas não receberam. O crente precisa ser honesto para pagar suas dívidas e cumprir com os seus compromissos financeiros.
 B. Controlando as cortes- (v. 6a)
A regra de ouro do mundo é que aqueles que têm o ouro é que fazem as regras. Os ricos se fortalecem porque compram as sentenças, subornam os tribunais e assim oprimem ainda mais os pobres que não podem oferecer resistência.
Nos versos 2-3 e no v. 5 há o uso egoísta da riqueza (acúmulo e luxúria), cada um dos versos seguidos por uma condenação dessa prática v. 4 e 6.
Os ricos condenam os pobres nos tribunais (2:6 e 5:6). Na diáspora os crentes foram dispersos e perderam seus bens, propriedades, casas (1:1).
Judas vendeu Jesus por dinheiro. Os ricos compravam as sentenças contra os pobres por dinheiro e assim condenavam e matavam os justos (um símbolo do que foi feito com Cristo).
Quando Deus estabeleceu Israel em sua terra, deu ao povo um sistema de cortes (Dt 17:8-13). Ele advertiu os juízes para não serem gananciosos (Ex 18:21). Os juízes não podiam ser parciais entre os ricos e os pobres (Lv 19:15). Nenhum juiz podia tolerar perjúrio (Dt 19:16-19). O suborno era condenado pelo Senhor (Is 33:15; Mq 3:11; 7:3). Amós denunciou os juízes que vendiam sentenças por suborno (Am 5:12,13).
Os pobres não tinham como resistir os ricos. Eles controlavam as próprias cortes. Eles só podiam apelar para Deus, O justo juíz.
 
II. COMO OS RICO USARAM SUAS RIQUEZAS – V. 3-5
Já é uma coisa pecaminosa adquirir riquezas de forma pecaminosa, mas maior pecado ainda é usar essas riquezas de forma também pecaminosa. Tiago cita três formas pecaminosas de usar as riquezas:
A. Eles acumularam de forma avarenta as riquezas – (v. 3)
Não há nenhum pecado em ser previdente, fazer investimentos e em prover para si, para a família, para ajudar outros (2 Co 12:14; 1 Tm 5:8; Mt 25:27).
Mas é pecaminoso acumular o que não é nosso. Eles ajuntavam o que deviam pagar aos trabalhadores. Anos depois os Romanos saquearam todos os seus bens e suas riquezas foram espoliadas.
É uma grande tragédia uma pessoa ajuntar tesouros para os últimos dias e não ajuntar tesouros no céu.
Confiar na provisão e não no provedor é um pecado. Quem assim age, vive como se nossa pátria fosse a terra e não o céu (Lc 12:15-21). Confiar na instabilidade da riqueza ou na transitoriedade da vida é tolice (4:14; 1 Tm 6:17). A vida de um homem não consiste na quantidade de bem que ele possui (Lc 12:15).
B. Eles mantiveram os necessitados longe do benefício de suas riquezas – (v. 4).
Os ricos não apenas acumularam riquezas, guardando gananciosamente suas moedas ao ponto de ajuntar ferrugem, mas estavam armazenando não suas próprias riquezas, mas o salário dos ceifeiros.
Eles não estavam sendo fiéis na mordomia dos bens. Eles estavam sendo fraudulentos. O roubo é pecado. Deixar de pagar salários justos e reter os salários ardilosamente é um grave pecado aos olhos de Deus.
 C. Eles estavam vivendo na luxúria enquanto os pobres estavam morrendo – (v. 5)
Luxúria = triphao – só encontrado aqui no NT = extravagante conforto.
Prazeres = spatalao – entregar-se aos prazeres e aos vícios (1 Tm 5:6). As duas palavra juntas significam uma vida sem auto-negação, uma vida regalada, desenfreada, sedenta apenas dos prazeres e conforto. Eles pecaram contra a justiça e contra a temperança.
Jesus ilustrou essa atitude nababesca falando sobre o rico que vivia regaladamente em seus banquetes sem se importar com o pobre ou mesmo com o destino da sua alma (Lc 16:19-31).
 
III. O QUE ACONTECERÁ ÀS SUAS RIQUEZAS – V. 1-4
Tiago menciona as conseqüências do mau uso das riquezas:
A. As riquezas mau usadas irão desvanecer – (v.2-3a)
Nada daquilo que é material permanecerá para sempre neste mundo. As sementes da morte estão presentes em tudo aquilo que está neste mundo.
 É uma grande tolice pensar que a riqueza possa trazer estabilidade permanente. Assim diz o apóstolo Paulo: "Exosta os ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento" (1 Tm 6:17).
Além disso a vida é passageira: "…sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa" (Tg 4:14) e não podemos levar nada desta vida: "Porque nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele" (1 Tm 6:7).
Jesus disse para o rico insensato: "… louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?" (Lc 12:20).
 B. As riquezas mau usadas destroem o caráter – (v. 3)
Diz Tiago: "O vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas carnes…" (5:3).
Este é o julgamento presente da riqueza. O veneno da riqueza infectou a pessoa e ela está sendo devorada viva. A cobiça leva a pessoa a cometer todos os outros mandamentos. Ló ao se tornar rico pôs sua vida e sua família a perder. Diz Deus: "… se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração" (Sl 62:10).
O bom nome é melhor do que as riquezas (Pv 22:1). A piedade com contentamento é grande fonte de lucro (1 Tm 6:6). O casamento feliz é melhor do que finas jóias.
 C. As riquezas mal usadas acarretam o inevitável julgamento de Deus – (v. 1,3,5)
Tiago viu não apenas o presente julgamento (as riquezas sendo devoradas e o caráter sendo destruído), mas também ele falou do julgamento futuro diante de Deus (v. 1, 9). Jesus é o reto juiz e ele julgará retamente. Todos comparecer diante do tribunal de Cristo para dar conta de suas vidas.
Veja as testemunhas que Deus vai chamar nesse julgamento:
1) As suas próprias riquezas enferrujadas e suas roupas comidas de traça vão testemunhar contra eles no juízo – (5:3) – revelando a avareza de seus corações. Há uma ironia aqui: os ricos armazenam suas riquezas para protegê-los e elas serão contra ele para condená-lo.
 2) O salário retido com fraude dos ceifeiros vão testemunhar contra eles – (5:4) – O dinheiro tem voz. Ele fala e sua voz chega ao céu, aos ouvidos do Senhor dos Exércitos. Deus ouviu o sangue de Abel e ouve o dinheiro roubado dos trabalhadores.
 3) Os trabalhadores irão também testificar contra eles (5:4b) – Não haverá chance dos ricos subornarem as testemunhas e o juiz. Deus ouve o clamor do seu povo oprimido e os julga com justiça.
 D. As riquezas mal usadas revelam a perda de uma preciosa oportunidade – (v. 3)
Pense no bem que poderia ter sido feito com essa riqueza acumulada de forma avarenta. Pobres poderiam ter sido assistidos, o reino de Deus expandido, o salário dos ceifeiros pago. O que esses ricos guardaram, perderam anos depois quando Roma começou a perseguir os judeus (64 d.C e 70 d.C.).
O dinheiro não deve ser uma arma para controlar e dominar os outros, mas um instrumento para ajudar os necessitados. O que guardamos, perdemos. O que damos, retemos.
Uma pessoa pode ser rica neste mundo e pobre no mundo por vir. Pode ser pobre aqui e rica no mundo vindouro.
O dinheiro fala: o que ele irá testemunhar sobre você no dia do juízo?
 
CONCLUSÃO
Como você tem lidado com o dinheiro: ele é seu dono ou seu servo? Seu coração confia na provisão ou no provedor?
Você é honesto no trato com o dinheiro? Você tem alguma coisa em suas mãos que não lhe pertence? Os bens que você tem foram ganhados licitamente?
Você tem usado seus bens para ajudar outras pessoas, ou você tem acumulado apenas para o seu deleite e conforto?
Rev. Hernandes Dias Lopes

Como conhecer a vontade de Deus para o futuro

Referência: Tiago 4.13-17

INTRODUÇÃO
1. Tiago começou o capítulo 4 falando sobre uma guerra contra o próximo, contra nós mesmos e contra Deus. Ele disse que as guerras entre as pessoas são um desdobramento das tensões que temos dentro de nós mesmos. Essas guerras são uma projeção da guerra instalada no nosso próprio peito.
2. Ele disse que nessa luta contra Deus enfrentamos a sedução do mundo (v. 4), O mundo aqui é a sociedade humana com seus valores, princípios, filosofia vivendo à parte de Deus. Esse sistema que rege o mundo é anti-Deus. As paixões da carne (v. 5-6) A carne é a nossa velha natureza que precisa ser crucificada a cada dia e as ciladas do diabo (v. 7)o qual se opõe a Deus e a tudo que Ele criou.
3. Nos versos 11-12, Tiago mostra o risco de declararmos guerra contra os irmãos, usando a língua para falar mal uns dos outros. Tiago corrige esse grave pecado mostrando algumas coisas:
1) Como devemos considerar uns aos outros: como irmãos e como próximo (v. 11-12). 2). Somos irmãos, membros da mesma família, e Jesus é o nosso irmão mais velho. Como próximo, devemos cuidar uns dos outros e não falar mal uns dos outros.
 2) Como devemos considerar a lei: Deus nos deu a lei para nos orientar a amar uns aos outros (2:8). Se falamos mal nós quebramos o preceito da lei que devíamos obedecer. Se falamos mal, tornamo-nos juízes da lei e não observadores dela.
3) Como devemos considerar a Deus: Deus é o legislador, o sustentador da vida e o juiz. Quando falamos mal do irmão pecamos contra Deus.
4) Como devemos considerar a nós mesmos: Quando falamos mal do irmão, colocamo-nos numa posição de superioridade (v. 12).
4. Tiago, agora, nos versos 13-17, vai falar sobre o risco da presunção. A presunção atinge várias áreas:
1) Toca a vida: hoje, amanhã, um ano.
2) Toca as escolhas: hoje ou amanhã nós iremos… passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros.
 3) Toca a habilidade: "e negociaremos, e teremos lucros". Obviamente Tiago não está combatendo a questão do planejamento, mas combatendo o planejando sem levar Deus em conta. É claro que a vida é feita de nossas escolhas. Precisamos ter alvos, planos, sonhos, mas não presunção.
 5. Como nós podemos nos proteger da presunção?
1) Tendo consciência da nossa ignorância: "Vós não sabeis o que sucederá amanhã" (v. 14).
2) Tendo consciência da nossa fragilidade: "Que a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa" (v. 14).
3) Tendo consciência da nossa dependência total de Deus: "Em vez disso, deveríeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo" (v. 15).
6. Quais são os perigos da presunção?
1) Isso envolve tomar em nossas próprias mãos o nosso destino: (v. 16).
 2) Isso envolve uma declarada desobediência ao conhecido propósito de Deus: (v. 17).
 
PODEMOS AFIRMAR QUE A VIDA HUMANA:
1) A vida humana está em certo aspecto sobre o controle humano – Precisamos tomar decisões e somos um produto das decisões que fazemos na vida: quem queremos ser, com quem andamos, com quem nos casamos, o que fazemos.
 2) A vida humana em um sentido não está no controle humano – Nós não conhecemos o nosso futuro nem sabemos o que é melhor para nós. "Todo o que pede recebe…" (Mt 7:7). Devemos procurar saber quais são os sonhos de Deus para a nossa vida.
 3) A vida humana está sob o controle divino – Se Deus quiser iremos, compraremos, ganharemos.
Neste parágrafo dos versos 13-17, Tiago está também lidando com a questão da vontade de Deus. Ele acentua três atitudes em relação à vontade de Deus:
 
I. IGNORANDO A VONTADE DE DEUS – V. 13-14,16
Tiago apresentou quatro argumentos para revelar a tolice de ignorar a vontade de Deus:
1. A complexidade da vida – v. 13
Pense em tudo o que envolve a vida: hoje, amanhã, comprar, vender, ter lucros, perder, estar aqui, ali. A vida é feita de pessoas e lugares, atividades e alvos, dias e anos. Todos nós tomamos decisões cruciais dia após dia.
2. A incerteza da vida – v. 14a
Esta expressão é baseada em Provérbios 27:1: "Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz." Esses negociantes estavam fazendo planos seguros para um ano, enquanto não podiam ter garantia de um dia sequer. Eles diziam: nós iremos, nós permaneceremos. Nós compraremos e teremos lucro.
Essa postura é a mesma que Jesus reprovou na parábola do rico insensato em Lucas 12:16-21. Aquele que pense que pode administrar o seu futuro é tolo. A vida não é incerta para Deus, mas é incerta para nós. Somente quando dentro da vontade de Deus é que podemos confiança no futuro.
3. A brevidade da vida – v. 14b
Tiago compara da duração da vida como uma neblina. O livro de Jó revela de forma clara a brevidade da vida:
1) "Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão" (7:6);
2) "Os nossos dias sobre a terra são como a sombra" (8:9);
3) "Os meus dias foram mais velozes do que um corredor" (9:25);
4) "O homem nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação. Nasce como a flor e murcha; foge como a sombra e não permanece" (14:1-2).
Porque a vida é breve não podemos desperdiçá-la nem vivê-la na contra-mão da vontade de Deus.
4. A fragilidade da vida – v. 16
A presunção do homem apenas tenta esconder a sua fragilidade. O homem não pode controlar os eventos futuros. Ele não tem sabedoria para ver o futuro nem poder para controlar o futuro. Portanto, a presunção é pecado, é fazer-se a si mesmo de Deus.
 
II. DESOBEDECENDO A VONTADE DE DEUS – V. 17
Conhecimento implica em responsabilidade. As pessoas conhecem a vontade de Deus, mas deliberadamente a desobedecem. Nosso pecado torna-se mais grave, mais hipócrita e mais danoso do que o pecado de um incrédulo ou ateu. Mais grave porque pecamos contra um maior conhecimento. Mais hipócrita porque declaramos que cremos, mas desobedecemos. Mais danoso porque os nossos pecados são mestres do pecado dos outros.
"Pois melhor lhes fora nunca terem conhecido o caminho da justiça do que após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado" (2 Pe 2:21).
A. Por que que as pessoas que conhecem a vontade de Deus, deliberadamente a desobedecem?
1. Por orgulho – O homem gosta de considerar o dono do seu próprio destino, o capitão da sua própria alma.
2. A ignorância da natureza da vontade de Deus – Muitas pessoas têm medo da vontade de Deus. Pensam que Deus vai fazê-las miseráveis e infelizes. Mas a infelicidade reina onde o homem está fora da vontade de Deus.
B. O que acontece àqueles que deliberadamente desobedecem à vontade de Deus?
1. Eles são disciplinados por Deus até se submeterem – Hb 12:5-11
2. Eles perdem recompensas espirituais – 1 Co 9:24-27
3. Eles sofrerão conseqüências sérias na vinda do Senhor – Cl 3:22-25
 
III. OBEDECENDO A VONTADE DE DEUS – V. 15
A comida de Jesus era fazer a vontade do Pai (Jo 4:34).
A vontade de Deus é que dirige a nossa vida:
1) Esta é a vontade Deus, a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição (1 Ts 4:3).
2) A vontade de Deus é que seu povo se alegre, ore e dê graças em tudo (1 Ts 5:16-18). Deus revela a sua vontade para todos aqueles que desejam obedecê-la: "Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina" (Jo 7:17).
Nós devemos procurar compreender qual é a vontade do Senhor (Efésios 5:17): "Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor".
Nós devemos experimentar a vontade de Deus (Rm 12:2).
Nós devemos fazer a vontade de Deus de todo o nosso coração (Ef 6:6).
Quais são as recompensas daqueles que fazem a vontade de Deus?
1) Regozijam-se em profunda comunhão com Cristo (Mc 3:35).
2) Têm o privilégio de conhecer a verdade de Deus (Jo 7:17).
3) Têm suas orações respondidas (1 Jo 5:14-15).
4) Têm uma garantia de recompensa na volta de Jesus (Mt 25:34).
CONCLUSÃO
 
Qual é a nossa atitude em relação à vontade de Deus? Ignoramo-la? Conhecemo-la, mas deliberadamente a desobedecemos ou Obedecemo-la com alegria? Quem obedece a vontade de Deus pode até não ter uma vida fácil, mas certamente terá uma vida mais santa e mais feliz.