2011/11/04

Qual é o valor que o dinheiro ocupa na sua vida?

Referência: Tiago 5.1-6

INTRODUÇÃO
1. O dinheiro hoje domina as casas de leis, os palácios dos governos e as cortes do judiciário. O dinheiro é o maior deus deste mundo. Por eles as pessoas roubam, mentem, corrompem, casam-se, divorciam-se, matam e morrem.
2. O dinheiro é mais do que uma moeda, ele é um espírito, um deus, ele é Mammom. Ninguém pode servir a Deus e ao dinheiro. Ele é o mais poderoso dono de escravos do mundo.
3. O problema não é possuir dinheiro, mas ser possuído por ele. O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo patrão. Não é pecado ser rico. A riqueza é uma bênção. É Deus quem nos dá sabedoria para adquirirmos riqueza. O problema é colocar o coração na riqueza. A raiz de todos os males não é o dinheiro, mas o amor ao dinheiro.
4. Vivemos hoje uma economia global. A máquina econômica gira na velocidade da luz. Precisamos trabalhar mais e consumir mais. Os luxos do ontem tornaram-se as necessidades do hoje. Mas o sistema pede não apenas mais dinheiro, mas também mais do nosso tempo. Coisas estão se tornando mais importante do que pessoas.
5. Os ricos estão se tornando cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. 50% das riquezas do mundo estão nas mãos de apenas 100 empresas. Há empresas mais ricas que alguns países. A GM é mais rica que a Dinamarca. A Toyota é mais rica que a África do Sul. A FORD é mais rica que a Noruega. O Wal-Mart é mais rico que 161 países. Bill Gates em 2000 teve uma renda líquida de 400 milhões de dólares por semana.
6. A corrupção está instalada na medula de nossa nação. Sentimos vergonha ao ver tanto escândalo financeiro, quando os recursos que deveria vir para aliviar o sofrimento do pobre são saqueados pelas ratazanas que roem incansavelmente as riquezas da nação, pelos dráculas que insaciavelmente chupam o sangue do povo.
7. A Palavra de Tiago é mais do que oportuna. Deveria ocupar as manchetes dos jornais.

I. COMO OS RICOS ADQUIRIRAM SUAS RIQUEZAS – V. 4,6a
A Bíblia não proíbe o homem ser rico, se essa riqueza vem como fruto da bênção de Deus e do trabalho honrado.
"O que trabalha com mão displicente empobrece, mas a mão dos diligentes enriquece." Provérbios 10.
Prosperidade e riquezas haverá na sua casa, e a sua justiça permanece para sempre. Salmos 112:3 (para aqueles que teme a Deus)
Abraão e Jó eram homens ricos e também piedosos. O que a Bíblia proíbe é adquirir riquezas por meios ilícitos e para propósitos ilícitos. Amós 2:6 condena o adquirir riquezas ilícitas  "não retirarei o castigo, porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos", Amós 2:6 e Isaías 5:8 condena o adquirir com propósitos ilícitos.  "Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e fiquem como únicos moradores no meio da terra!" Isaías 5:8
Não é pecado ser rico. Não é pecado ser previdente. Não é pecado usufruir as benesses da riqueza. O pecado está ligado a origem, ao meio e ao fim da riqueza.
Tiago fala que os ricos que ajuntaram riqueza ilícita enfrentarão a inevitabilidade do juízo de Deus (v. 1). O luxo de hoje tornar-se desventura amanhã (v. 1). Exemplo: A opulência da riqueza de Saddam Hussein.
A segurança do dinheiro é falsa. A alegria que ele proporciona é fugaz (v. 1). Veja o contraste entre a falsa e a verdadeira riqueza em 1 Tm 6:6-10,17-19.
"Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores" 1 Timóteo 6:6-10
"Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna." 1 Timóteo 6:17-19
Tiago menciona duas formas pecaminosas com que os ricos adquiriram suas riquezas:
A. Retendo o salário dos trabalhadores com fraude – (v. 4)
Os ricos não apenas estavam retendo o salário dos trabalhadores, mas estavam retendo o salário deles com fraude. Eles estavam ricos por roubar dos pobres (Pv 22:16,22).
"O que oprime ao pobre para se engrandecer a si mesmo, ou o que dá ao rico, certamente empobrecerá." Provérbios 22:16
"Não roubes ao pobre, porque é pobre." Provérbios 22:22
A lei de Moisés proibia ficar com o salário do trabalhador até à noite (Dt 24:14-15): "Não oprimirás o jornaleiro pobre e necessitado, seja ele teu irmão ou estrangeiro que está na tua terra e na tua cidade. No seu dia, lhe darás o seu salário, antes do pôr-do-sol, porquanto é pobre, e disso depende a sua vida; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado".
"Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até pela manhã" (Lv 19:13).
Os trabalhadores foram contratados por um preço e fizeram o seu trabalho, mas não receberam. O crente precisa ser honesto para pagar suas dívidas e cumprir com os seus compromissos financeiros.
 B. Controlando as cortes- (v. 6a)
A regra de ouro do mundo é que aqueles que têm o ouro é que fazem as regras. Os ricos se fortalecem porque compram as sentenças, subornam os tribunais e assim oprimem ainda mais os pobres que não podem oferecer resistência.
Nos versos 2-3 e no v. 5 há o uso egoísta da riqueza (acúmulo e luxúria), cada um dos versos seguidos por uma condenação dessa prática v. 4 e 6.
Os ricos condenam os pobres nos tribunais (2:6 e 5:6). Na diáspora os crentes foram dispersos e perderam seus bens, propriedades, casas (1:1).
Judas vendeu Jesus por dinheiro. Os ricos compravam as sentenças contra os pobres por dinheiro e assim condenavam e matavam os justos (um símbolo do que foi feito com Cristo).
Quando Deus estabeleceu Israel em sua terra, deu ao povo um sistema de cortes (Dt 17:8-13). Ele advertiu os juízes para não serem gananciosos (Ex 18:21). Os juízes não podiam ser parciais entre os ricos e os pobres (Lv 19:15). Nenhum juiz podia tolerar perjúrio (Dt 19:16-19). O suborno era condenado pelo Senhor (Is 33:15; Mq 3:11; 7:3). Amós denunciou os juízes que vendiam sentenças por suborno (Am 5:12,13).
Os pobres não tinham como resistir os ricos. Eles controlavam as próprias cortes. Eles só podiam apelar para Deus, O justo juíz.
 
II. COMO OS RICO USARAM SUAS RIQUEZAS – V. 3-5
Já é uma coisa pecaminosa adquirir riquezas de forma pecaminosa, mas maior pecado ainda é usar essas riquezas de forma também pecaminosa. Tiago cita três formas pecaminosas de usar as riquezas:
A. Eles acumularam de forma avarenta as riquezas – (v. 3)
Não há nenhum pecado em ser previdente, fazer investimentos e em prover para si, para a família, para ajudar outros (2 Co 12:14; 1 Tm 5:8; Mt 25:27).
Mas é pecaminoso acumular o que não é nosso. Eles ajuntavam o que deviam pagar aos trabalhadores. Anos depois os Romanos saquearam todos os seus bens e suas riquezas foram espoliadas.
É uma grande tragédia uma pessoa ajuntar tesouros para os últimos dias e não ajuntar tesouros no céu.
Confiar na provisão e não no provedor é um pecado. Quem assim age, vive como se nossa pátria fosse a terra e não o céu (Lc 12:15-21). Confiar na instabilidade da riqueza ou na transitoriedade da vida é tolice (4:14; 1 Tm 6:17). A vida de um homem não consiste na quantidade de bem que ele possui (Lc 12:15).
B. Eles mantiveram os necessitados longe do benefício de suas riquezas – (v. 4).
Os ricos não apenas acumularam riquezas, guardando gananciosamente suas moedas ao ponto de ajuntar ferrugem, mas estavam armazenando não suas próprias riquezas, mas o salário dos ceifeiros.
Eles não estavam sendo fiéis na mordomia dos bens. Eles estavam sendo fraudulentos. O roubo é pecado. Deixar de pagar salários justos e reter os salários ardilosamente é um grave pecado aos olhos de Deus.
 C. Eles estavam vivendo na luxúria enquanto os pobres estavam morrendo – (v. 5)
Luxúria = triphao – só encontrado aqui no NT = extravagante conforto.
Prazeres = spatalao – entregar-se aos prazeres e aos vícios (1 Tm 5:6). As duas palavra juntas significam uma vida sem auto-negação, uma vida regalada, desenfreada, sedenta apenas dos prazeres e conforto. Eles pecaram contra a justiça e contra a temperança.
Jesus ilustrou essa atitude nababesca falando sobre o rico que vivia regaladamente em seus banquetes sem se importar com o pobre ou mesmo com o destino da sua alma (Lc 16:19-31).
 
III. O QUE ACONTECERÁ ÀS SUAS RIQUEZAS – V. 1-4
Tiago menciona as conseqüências do mau uso das riquezas:
A. As riquezas mau usadas irão desvanecer – (v.2-3a)
Nada daquilo que é material permanecerá para sempre neste mundo. As sementes da morte estão presentes em tudo aquilo que está neste mundo.
 É uma grande tolice pensar que a riqueza possa trazer estabilidade permanente. Assim diz o apóstolo Paulo: "Exosta os ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento" (1 Tm 6:17).
Além disso a vida é passageira: "…sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa" (Tg 4:14) e não podemos levar nada desta vida: "Porque nada temos trazido para o mundo, nem cousa alguma podemos levar dele" (1 Tm 6:7).
Jesus disse para o rico insensato: "… louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?" (Lc 12:20).
 B. As riquezas mau usadas destroem o caráter – (v. 3)
Diz Tiago: "O vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas carnes…" (5:3).
Este é o julgamento presente da riqueza. O veneno da riqueza infectou a pessoa e ela está sendo devorada viva. A cobiça leva a pessoa a cometer todos os outros mandamentos. Ló ao se tornar rico pôs sua vida e sua família a perder. Diz Deus: "… se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração" (Sl 62:10).
O bom nome é melhor do que as riquezas (Pv 22:1). A piedade com contentamento é grande fonte de lucro (1 Tm 6:6). O casamento feliz é melhor do que finas jóias.
 C. As riquezas mal usadas acarretam o inevitável julgamento de Deus – (v. 1,3,5)
Tiago viu não apenas o presente julgamento (as riquezas sendo devoradas e o caráter sendo destruído), mas também ele falou do julgamento futuro diante de Deus (v. 1, 9). Jesus é o reto juiz e ele julgará retamente. Todos comparecer diante do tribunal de Cristo para dar conta de suas vidas.
Veja as testemunhas que Deus vai chamar nesse julgamento:
1) As suas próprias riquezas enferrujadas e suas roupas comidas de traça vão testemunhar contra eles no juízo – (5:3) – revelando a avareza de seus corações. Há uma ironia aqui: os ricos armazenam suas riquezas para protegê-los e elas serão contra ele para condená-lo.
 2) O salário retido com fraude dos ceifeiros vão testemunhar contra eles – (5:4) – O dinheiro tem voz. Ele fala e sua voz chega ao céu, aos ouvidos do Senhor dos Exércitos. Deus ouviu o sangue de Abel e ouve o dinheiro roubado dos trabalhadores.
 3) Os trabalhadores irão também testificar contra eles (5:4b) – Não haverá chance dos ricos subornarem as testemunhas e o juiz. Deus ouve o clamor do seu povo oprimido e os julga com justiça.
 D. As riquezas mal usadas revelam a perda de uma preciosa oportunidade – (v. 3)
Pense no bem que poderia ter sido feito com essa riqueza acumulada de forma avarenta. Pobres poderiam ter sido assistidos, o reino de Deus expandido, o salário dos ceifeiros pago. O que esses ricos guardaram, perderam anos depois quando Roma começou a perseguir os judeus (64 d.C e 70 d.C.).
O dinheiro não deve ser uma arma para controlar e dominar os outros, mas um instrumento para ajudar os necessitados. O que guardamos, perdemos. O que damos, retemos.
Uma pessoa pode ser rica neste mundo e pobre no mundo por vir. Pode ser pobre aqui e rica no mundo vindouro.
O dinheiro fala: o que ele irá testemunhar sobre você no dia do juízo?
 
CONCLUSÃO
Como você tem lidado com o dinheiro: ele é seu dono ou seu servo? Seu coração confia na provisão ou no provedor?
Você é honesto no trato com o dinheiro? Você tem alguma coisa em suas mãos que não lhe pertence? Os bens que você tem foram ganhados licitamente?
Você tem usado seus bens para ajudar outras pessoas, ou você tem acumulado apenas para o seu deleite e conforto?
Rev. Hernandes Dias Lopes

Como conhecer a vontade de Deus para o futuro

Referência: Tiago 4.13-17

INTRODUÇÃO
1. Tiago começou o capítulo 4 falando sobre uma guerra contra o próximo, contra nós mesmos e contra Deus. Ele disse que as guerras entre as pessoas são um desdobramento das tensões que temos dentro de nós mesmos. Essas guerras são uma projeção da guerra instalada no nosso próprio peito.
2. Ele disse que nessa luta contra Deus enfrentamos a sedução do mundo (v. 4), O mundo aqui é a sociedade humana com seus valores, princípios, filosofia vivendo à parte de Deus. Esse sistema que rege o mundo é anti-Deus. As paixões da carne (v. 5-6) A carne é a nossa velha natureza que precisa ser crucificada a cada dia e as ciladas do diabo (v. 7)o qual se opõe a Deus e a tudo que Ele criou.
3. Nos versos 11-12, Tiago mostra o risco de declararmos guerra contra os irmãos, usando a língua para falar mal uns dos outros. Tiago corrige esse grave pecado mostrando algumas coisas:
1) Como devemos considerar uns aos outros: como irmãos e como próximo (v. 11-12). 2). Somos irmãos, membros da mesma família, e Jesus é o nosso irmão mais velho. Como próximo, devemos cuidar uns dos outros e não falar mal uns dos outros.
 2) Como devemos considerar a lei: Deus nos deu a lei para nos orientar a amar uns aos outros (2:8). Se falamos mal nós quebramos o preceito da lei que devíamos obedecer. Se falamos mal, tornamo-nos juízes da lei e não observadores dela.
3) Como devemos considerar a Deus: Deus é o legislador, o sustentador da vida e o juiz. Quando falamos mal do irmão pecamos contra Deus.
4) Como devemos considerar a nós mesmos: Quando falamos mal do irmão, colocamo-nos numa posição de superioridade (v. 12).
4. Tiago, agora, nos versos 13-17, vai falar sobre o risco da presunção. A presunção atinge várias áreas:
1) Toca a vida: hoje, amanhã, um ano.
2) Toca as escolhas: hoje ou amanhã nós iremos… passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros.
 3) Toca a habilidade: "e negociaremos, e teremos lucros". Obviamente Tiago não está combatendo a questão do planejamento, mas combatendo o planejando sem levar Deus em conta. É claro que a vida é feita de nossas escolhas. Precisamos ter alvos, planos, sonhos, mas não presunção.
 5. Como nós podemos nos proteger da presunção?
1) Tendo consciência da nossa ignorância: "Vós não sabeis o que sucederá amanhã" (v. 14).
2) Tendo consciência da nossa fragilidade: "Que a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa" (v. 14).
3) Tendo consciência da nossa dependência total de Deus: "Em vez disso, deveríeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo" (v. 15).
6. Quais são os perigos da presunção?
1) Isso envolve tomar em nossas próprias mãos o nosso destino: (v. 16).
 2) Isso envolve uma declarada desobediência ao conhecido propósito de Deus: (v. 17).
 
PODEMOS AFIRMAR QUE A VIDA HUMANA:
1) A vida humana está em certo aspecto sobre o controle humano – Precisamos tomar decisões e somos um produto das decisões que fazemos na vida: quem queremos ser, com quem andamos, com quem nos casamos, o que fazemos.
 2) A vida humana em um sentido não está no controle humano – Nós não conhecemos o nosso futuro nem sabemos o que é melhor para nós. "Todo o que pede recebe…" (Mt 7:7). Devemos procurar saber quais são os sonhos de Deus para a nossa vida.
 3) A vida humana está sob o controle divino – Se Deus quiser iremos, compraremos, ganharemos.
Neste parágrafo dos versos 13-17, Tiago está também lidando com a questão da vontade de Deus. Ele acentua três atitudes em relação à vontade de Deus:
 
I. IGNORANDO A VONTADE DE DEUS – V. 13-14,16
Tiago apresentou quatro argumentos para revelar a tolice de ignorar a vontade de Deus:
1. A complexidade da vida – v. 13
Pense em tudo o que envolve a vida: hoje, amanhã, comprar, vender, ter lucros, perder, estar aqui, ali. A vida é feita de pessoas e lugares, atividades e alvos, dias e anos. Todos nós tomamos decisões cruciais dia após dia.
2. A incerteza da vida – v. 14a
Esta expressão é baseada em Provérbios 27:1: "Não te glories do dia de amanhã, porque não sabes o que trará à luz." Esses negociantes estavam fazendo planos seguros para um ano, enquanto não podiam ter garantia de um dia sequer. Eles diziam: nós iremos, nós permaneceremos. Nós compraremos e teremos lucro.
Essa postura é a mesma que Jesus reprovou na parábola do rico insensato em Lucas 12:16-21. Aquele que pense que pode administrar o seu futuro é tolo. A vida não é incerta para Deus, mas é incerta para nós. Somente quando dentro da vontade de Deus é que podemos confiança no futuro.
3. A brevidade da vida – v. 14b
Tiago compara da duração da vida como uma neblina. O livro de Jó revela de forma clara a brevidade da vida:
1) "Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão" (7:6);
2) "Os nossos dias sobre a terra são como a sombra" (8:9);
3) "Os meus dias foram mais velozes do que um corredor" (9:25);
4) "O homem nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação. Nasce como a flor e murcha; foge como a sombra e não permanece" (14:1-2).
Porque a vida é breve não podemos desperdiçá-la nem vivê-la na contra-mão da vontade de Deus.
4. A fragilidade da vida – v. 16
A presunção do homem apenas tenta esconder a sua fragilidade. O homem não pode controlar os eventos futuros. Ele não tem sabedoria para ver o futuro nem poder para controlar o futuro. Portanto, a presunção é pecado, é fazer-se a si mesmo de Deus.
 
II. DESOBEDECENDO A VONTADE DE DEUS – V. 17
Conhecimento implica em responsabilidade. As pessoas conhecem a vontade de Deus, mas deliberadamente a desobedecem. Nosso pecado torna-se mais grave, mais hipócrita e mais danoso do que o pecado de um incrédulo ou ateu. Mais grave porque pecamos contra um maior conhecimento. Mais hipócrita porque declaramos que cremos, mas desobedecemos. Mais danoso porque os nossos pecados são mestres do pecado dos outros.
"Pois melhor lhes fora nunca terem conhecido o caminho da justiça do que após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado" (2 Pe 2:21).
A. Por que que as pessoas que conhecem a vontade de Deus, deliberadamente a desobedecem?
1. Por orgulho – O homem gosta de considerar o dono do seu próprio destino, o capitão da sua própria alma.
2. A ignorância da natureza da vontade de Deus – Muitas pessoas têm medo da vontade de Deus. Pensam que Deus vai fazê-las miseráveis e infelizes. Mas a infelicidade reina onde o homem está fora da vontade de Deus.
B. O que acontece àqueles que deliberadamente desobedecem à vontade de Deus?
1. Eles são disciplinados por Deus até se submeterem – Hb 12:5-11
2. Eles perdem recompensas espirituais – 1 Co 9:24-27
3. Eles sofrerão conseqüências sérias na vinda do Senhor – Cl 3:22-25
 
III. OBEDECENDO A VONTADE DE DEUS – V. 15
A comida de Jesus era fazer a vontade do Pai (Jo 4:34).
A vontade de Deus é que dirige a nossa vida:
1) Esta é a vontade Deus, a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição (1 Ts 4:3).
2) A vontade de Deus é que seu povo se alegre, ore e dê graças em tudo (1 Ts 5:16-18). Deus revela a sua vontade para todos aqueles que desejam obedecê-la: "Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina" (Jo 7:17).
Nós devemos procurar compreender qual é a vontade do Senhor (Efésios 5:17): "Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor".
Nós devemos experimentar a vontade de Deus (Rm 12:2).
Nós devemos fazer a vontade de Deus de todo o nosso coração (Ef 6:6).
Quais são as recompensas daqueles que fazem a vontade de Deus?
1) Regozijam-se em profunda comunhão com Cristo (Mc 3:35).
2) Têm o privilégio de conhecer a verdade de Deus (Jo 7:17).
3) Têm suas orações respondidas (1 Jo 5:14-15).
4) Têm uma garantia de recompensa na volta de Jesus (Mt 25:34).
CONCLUSÃO
 
Qual é a nossa atitude em relação à vontade de Deus? Ignoramo-la? Conhecemo-la, mas deliberadamente a desobedecemos ou Obedecemo-la com alegria? Quem obedece a vontade de Deus pode até não ter uma vida fácil, mas certamente terá uma vida mais santa e mais feliz.
 

Como acabar com as guerras

Referência: Tiago 4.1-12

INTRODUÇÃO
1. As guerras são uma realidade da vida a despeito dos acordos de paz. Há não apenas guerras entre as nações. Há também guerras nas denominações, guerras dentro das famílias e guerras dentro do nosso próprio coração.
2. Tiago diz que o nosso verdadeiro problema não está fora de nós, mas dentro de nós; "Ter inimigos fora de si é perturbador, tê-los dentro da própria mente é apavorante"
De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Tiago 4:1
Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem; mas comer sem lavar as mãos, isso não contamina o homem. Mateus 15:19-20
3. A guerra do Peloponeso, que durou 27 anos, destruiu a Grécia no ápice da grande civilização que ela havia criado como resultado da Idade de Ouro de Atenas. Roma fez da guerra uma maneira de viver, mas, apenas disso, foi vencida e destruída pelos bárbaros. Na Idade Média, a guerra varreu a Europa, culminando com os horrores da Guerra dos Trinta anos, terminada em 1648. Essa guerra é considerada o episódio militar mais horrível na história ocidental antes do século XX. Cerca de 7 milhões de pessoas ou seja, 1/3 dos povos de língua alemã morreram naquela guerra.
4. Na Primeira guerra Mundial 1914-1918 aproximadamente 30 milhões de pessoas pereceram. Todos ficaram horrorizados. Mas dentro de vinte anos outra guerra foi lutada no mesmo anfiteatro, pelos mesmos participantes, por muitas das mesmas razões. A Segunda guerra mundial 1939-1945 resultou na perda de 60 milhões de vidas, enquanto os custos quadruplicaram de estimativa de 340 bilhões para 1 trilhão de dólares.
5. Assistimos a guerra fria entre comunismo e o capitalismo. Assistimos o maior massacre da história contra os cristãos através do comunismo. Assistimos sangrentas guerras tribais na África. Fratricidas guerras na Irlanda. Massacres no Oriente Médio. Hoje vemos o domínio bélico da América sobre seus rivais.
6. Essas guerras são uma projeção da guerra instalada no nosso próprio peito. Carregamos uma guerra dentro de nós. Desejamos o nosso próprio prazer à custa dos outros (v. 2). Em vez de lutar, devemos orar (v. 2-3).
Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. Tiago 4:2-3
7. Tiago descreve três tipos de guerras que enfrentamos:

I. EM GUERRA CONTRA AS PESSOAS – V. 1,11,12.
1. O Salmo 133:1 diz: "Oh como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!". Certamente os irmãos deveriam viver unidos, em harmonia, mas muitas vezes, eles vivem em guerra. Os pastores de Ló entraram em contenda com os pastores de Abraão. Absalão conspirou contra o seu pai Davi. Os próprios discípulos geraram tensões entre si perguntando para Jesus quem era o maior.
As vezes, os membros da igreja entravam em contendas e levavam essas guerras para os tribunais (1 Co 6:1-8). Na igreja da Galácia os crentes estavam se mordendo e se devorando (Gl 5:15). Paulo escreveu aos crentes de Éfeso para preservaram a unidade no vínculo da paz. Na igreja de Filipos duas mulheres líderes da igreja estavam em desacordo. Rogo a Evódia, e rogo a Síntique, que sintam o mesmo no Senhor. 
Filipenses 4:2
2. Tiago já havia denunciado a guerra de classes sociais (2:1-9). Os ricos recebiam toda a atenção e os pobres eram ignorados. Tiago também denunciou a guerra entre patrões e empregados (5:1-6). Quando os ricos estavam retendo com fraude os salários dos ceifeiros. Tiago denuncia ainda a guerra dentro da igreja (1:19-20). Os crentes estavam ferindo uns aos outros com a língua e com um temperamento descontrolado.
Finalmente Tiago denuncia uma guerra pessoal (4:11-12). Os crentes estavam falando mal uns dos outros e julgando uns aos outros. Nós precisamos examinar primeiro a nossa própria vida e depois ajudar os outros (Mt 7:1-5). Não somos chamados para ser juízes. Deus é o nosso juiz. Seu julgamento é justo e santo.
3. O mundo vê essas guerras dentro das denominações, dentro das igrejas, dentro das famílias e isso é uma pedra de tropeço para a evangelização. Por isso Jesus orou pela unidade. "Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. João 17:21. Como podemos estar em guerra uns contra os outros se pertencemos à mesma família, se confiamos no mesmo Salvador, se somos habitados pelo mesmo Espírito? A resposta de Tiago é que temos uma guerra dentro de nós.
4. Cristãos em guerra (v. 1-2b) – Tiago aborda aqui três coisas:
1) Um fato – Há guerra entre os irmãos. Essa guerra representa o contínuo estado de hostilidade e antagonismo;
2) Uma causa – Os prazeres que militam na carne. Tiago diz que os nossos desejos são como um campo armado pronto para guerrear;
3) Uma prática – A cobiça.
  
II. EM GUERRA CONTRA NÓS MESMOS – V. 1b-3
1. A fonte de todas essas guerras está dentro do nosso próprio coração (v. 1; 3:14,16). A essência do pecado é o egoísmo. Eva caiu porque quis ser igual a Deus. Abraão mentiu porque queria se proteger (Gn 12:10-20). Acã causou derrota a Israel porque egoisticamente tomou o que era proibido. Somos como Tiago e João, queremos lugar especial no trono.
2. Desejos egoístas são coisas perigosas. Eles levam a ações erradas (v. 2). E eles levam a orações erradas (v. 3). Quando as nossas orações são erradas, toda a nossa vida está errada. Nossas orações não são respondidas quando há guerras entre os irmãos e paixões dentro do coração.
3. Orações não respondidas – Tiago muda da nossa relação horizontal para a nossa relação vertical. Quando temos guerra com os irmãos, temos a comunhão interrompida com Deus. Enquanto a oração seria a solução (v. 2b), mas na prática a oração não funciona (v. 3a) porque ela está motivada pela mesma razão que provoca as contendas (v. 3b).
4. Não cobiçarás é o décimo e último mandamento da lei. Quebramos toda a lei quando quebramos esse mandamento. Desejo egoísta e oração egoísta conduz à guerra. Se há guerra do lado de dentro, haverá guerra do lado de fora.
5. Pessoas que estão em guerra consigo mesmas, são infelizes.
 
III. EM GUERRA COM DEUS – V. 4-10
A raiz de toda a guerra é rebelião contra Deus. Mas como um crente pode estar em guerra contra Deus? Cultivando amizade com os inimigos de Deus. Tiago cita três inimigos com quem não podemos ter amizade se desejamos viver em paz com Deus.
Tiago fala de tentações que estão fora de nós (o mundo e o diabo) e tentações que estão dentro de nós (a carne).
1. O mundo (v. 4)
O mundo aqui é a sociedade humana com seus valores, princípios, filosofia vivendo à parte de Deus. Esse sistema que rege o mundo é anti-Deus. Se o mundo valoriza a riqueza, começamos a valorizar a riqueza também. Se o mundo valoriza o prestígio, começamos a valorizar o prestígio. Temos a tendência de assimilar esses valores do mundo.
Um crente pode tornar-se amigo do mundo gradativamente: Primeiro, sendo amigo do mundo (4:4). Segundo, sendo contaminado pelo mundo (1:27). Terceiro, amando o mundo (1 Jo 2:15-17). Quarto, conformando-se com o mundo (Rm 12:2). O resultado é ser condenado com o mundo (1 Co 11:32). Então, seremos salvos como que através do fogo (1 Co 3:11-15).
Amizade com o mundo é uma espécie de adultério espiritual. O crente está casado com Cristo (Rm 7:4) e deve ser fiel a ele (Is 54:5; Jr 3:1-5; Ez 23; Os 1-2; 1 Co 11:2). O mundo é inimigo de Deus e ser amigo do mundo é constituir-se em inimigo de Deus.
Não dá para ser amigo do mundo e de Deus ao mesmo tempo.
2. A carne (v. 1,5)
A carne é a nossa velha natureza. A carne não é o corpo. O corpo não é pecaminoso. Podemos usar o corpo para glorificar a Deus ou para servir ao pecado. Na conversão recebemos uma nova natureza, mas não perdemos a velha. Ela precisa ser crucificada. Essas duas naturezas estão em conflito. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis. 
Gálatas 5:17
. É isso que Tiago diz no v. 1.
Há paixões carnais que buscam nos colocar em guerra contra Deus. Devemos fugir dessas paixões Fugi da prostituição 1 Coríntios 6:18; Foge também das paixões da mocidade 
2 Timóteo 2:22
. Fugir aqui não é um gesto desprezível. José do Egito fugiu da mulher de Potifar. A única maneira de vencer as tentações da carne é fugindo. Fugir do lugar, do ambiente. Viver na carne significa entristecer o Espírito Santo que vive em nós (v.5; Ef 4:30).
O Espírito de Deus habita em nós e anseia por nós com zelo (v. 5). Ele não nos divide com ninguém. Estamos casados com Cristo. Você levaria Cristo para uma sala de jogos, para uma boate, para um show do mundo, para uma intimidade sexual fora do casamento?
3. O diabo (v. 6-7)
O mundo está em conflito com o Pai. A carne em luta contra o Espírito e o diabo se opõe ao Filho de Deus.
O pecado predileto do diabo é a vaidade, o orgulho. Ele tenta as pessoas nessa área (v. 6-7). Ele tentou Eva e tenta os novos crentes (1 Tm 3:6). Deus quer que dependamos dele enquanto o diabo quer que dependamos de nós. O diabo gosta de encher a nossa bola. O grande problema da igreja hoje é que temos muitas celebridades e poucos servos. Há tanta vaidade humana que não sobra espaço para a glória de Deus.

Como podemos vencer esses três inimigos?
* O caminho de uma graça maior – v. 6 – Deus está incansavelmente do nosso lado. Ele sempre nos dá graça suficiente para vencer. Mas a graça de Deus não nos isenta de responsabilidade. Nos versos 7-10 há dez mandamentos para obedecer. A graça não nos isenta da obediência. Quanto mais graça, mais obediência.
a) Submetendo-nos a Deus (v. 7)
Essa palavra é um termo militar que significa fique no seu próprio posto, ponha-se no seu lugar. Quando um soldado quer se colocar no lugar do general ele tem grandes problemas. Renda-se incondicionalmente. Ponha todas as áreas da sua vida sob a autoridade de Deus. Por isso um crente rebelde não pode viver consigo nem com os outros.
Davi pecou contra Deus, adulterando, matando Urias e escondendo o seu pecado. Mas quando ele se humilhou, se submeteu e confessou, encontrou paz novamente com Deus.
b) Resistindo ao diabo (v. 7)
O diabo não é para ser temido, mas resistido. Somente quem se submete a Deus pode resistir ao diabo. A Bíblia nos ensina a não dar lugar ao diabo (Ef 4:27).
c) Mantendo-nos perto de Deus (v. 8)
Quanto mais perto de Deus ficamos, mais parecidos com Jesus nós nos tornamos. Comunhão com Deus é uma pista de mão dupla. Quando nos chegamos a Deus, ele se chega a nós. Não podemos ter comunhão com Deus e com o pecado ao mesmo tempo (v. 8b).
Comunhão com Deus implica em purificação (v. 8b)
d) Humilhando-nos diante de Deus (v. 9-10)
Temos a tendência de tratar o nosso pecado de forma muito leva e condescendente. Tiago exorta-nos a enfrentar seriamente o nosso pecado (v. 9). A porta da exaltação é a humilhação diante de Deus (v. 10). Deus não despreza o coração quebrantado (Sl 51:17).
Deus olha para o homem que é humilde de coração e treme diante da Palavra de Deus (Is 66:2).
Quando estamos em paz com Deus, temos paz uns com os outros e uma fonte de paz jorrando de dentro de nós!

Rev. Hernandes Dias Lopes