2015/10/26

Série – “Vivendo mais perto de Deus” (5)

A DISCIPLINA DO ESTUDO

 "Examinai as Escrituras pois nelas tereis a vida eterna, e são elas que de mim testificam..." (Jo.5.39).

O propósito das Disciplinas Espirituais é a total transformação da pessoa. Elas visam a substituir os velhos e destruidores hábitos de pensamento por novos hábitos vivificadores. O apóstolo Paulo diz que o modo de sermos transformados é mediante a renovação da mente (Romanos 12:2).  "Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." Romanos12:2. A mente é renovada aplicando-se a ela as coisas que a transformarão. "Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento" (Filipenses 4:8).

A Disciplina do estudo é o veículo básico que nos leva a ocupar o pensamento. Assim, devemos nos alegrar, pois recebemos este recurso da graça de Deus para a transformação de nossa disposição interior. Muitos cristãos permanecem em sujeição a temores e ansiedades simplesmente porque não se beneficiam da Disciplina do estudo. Talvez sejam fiéis em sua frequência à igreja e desejosos de cumprir seus deveres religiosos, mas ainda não estão sendo transformados. Não estou aqui falando dos que manifestam meras formas religiosas, mas dos que verdadeiramente buscam adorar e obedecer a Jesus Cristo como Senhor e Mestre. Talvez cantem com prazer, orem no Espírito, vivem tão obedientemente quanto sabem, até mesmo recebam visões e revelações divinas; não obstante, o tom de suas vidas permanece inalterado.

Por quê? Porque nunca se dedicaram a uma das principais formas que Deus usa para mudar-nos: o estudo.  Perceba que eu não estou falando de meditação, mas de estudo, de conhecimento cognitivo. Jesus deixou inconfundivelmente claro que o conhecimento da verdade é que nos liberta. "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8:32). Os bons sentimentos não nos libertarão. Experiências não nos libertarão. Estar "inebriado com Jesus" não nos libertará. Sem o conhecimento da verdade, não seremos libertos. O princípio é verdadeiro em qualquer área do esforço humano. É verdadeiro em Biologia e em Matemática. É verdadeiro no casamento e em outras relações humanas. Mas é especialmente verdadeiro com referência à vida espiritual.

Muitos estão embaraçados e confusos no andar espiritual por simples ignorância da verdade. Pior ainda, muitos têm sido levados à mais cruel escravidão por ensinamentos falsos. "Rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós" (Mateus 23:15). São inúmeras as razões pelas quais nós precisamos buscar ler e entender a Bíblia Sagrada, afinal nela está escrito: "Conheçamos e prossigamos em conhecer a Palavra de Deus...", mas o motivo primordial é que assim fazendo nos protegemos contra os falsos mestres e falsas doutrinas que se levantarão nos últimos dias para nos tirar da presença do pai. Apliquemo-nos, pois, a aprender o que constitui a Disciplina Espiritual do estudo, a fim de identificar as ciladas da falta de estudo, praticá-la com alegria e experimentar o livramento que ela traz.

Que é Estudo?

Estudo é um tipo específico de experiência em que, mediante cuidadosa observação de estruturas objetivas, levamos os processos de pensamento a moverem-se numa determinada direção. Por exemplo, tomemos o estudo de um livro.

Vemo-lo, sentimo-lo. À medida que o estudamos, nossos processos de pensamento assumem uma ordem que se conforma à do livro.( vc começa assimilar aquilo que vc está lendo e isso faz com que vc se mova de uma forma pratica em direção daquilo que vc aprendeu.). O Antigo Testamento instrui no sentido das leis serem escritas nas portas e nos umbrais das casas, e atadas aos punhos, de sorte que "estejam por frontal entre vossos olhos" (Deuteronômio 11:18). A finalidade dessa instrução era dirigir a mente de forma repetida e regular a certos modos de pensamento referentes a Deus e às relações humanas. Evidentemente, o Novo Testamento substitui as leis escritas nos umbrais das casas por leis escritas no coração, e nos leva a Jesus, nosso Mestre interior e sempre presente.

Devemos esclarecer, uma vez mais, que os hábitos de pensamento que se formam,  se conforma à ordem da coisa que está sendo estudada. O que estudamos determina que tipos de hábitos devem ser formados. Por isso é que Paulo insistia em que nos ocupássemos das coisas que são verdadeiras, respeitáveis, justas, amáveis e de boa fama. para que assim procedamos em nossas atitudes. O processo que ocorre no estudo deve distinguir-se da meditação. Esta é devocional; o estudo é analítico. A meditação saboreará a palavra; o estudo a explicará.

Quatro Passos

O estudo envolve quatro passos. O primeiro é a repetição. A repetição é uma forma de canalizar a mente de modo regular, numa direção específica, firmando assim hábitos de pensamento. A repetição desfruta, hoje, de certa má fama. Contudo, é importante reconhecer que a pura repetição, mesmo sem entender o que está sendo repetido, em realidade, afeta a mente interior. Hábitos arraigados de pensamento podem ser formados apenas pela repetição, mudando assim o comportamento. Esse é o princípio lógico central da psicocibernética, que treina o indivíduo para repetir certas afirmações regularmente (por exemplo, amo a mim mesmo incondicionalmente). Nem mesmo é importante que a pessoa creia naquilo que está repetindo; basta que seja repetido.

A mente interior é assim treinada, e afinal responderá modificando o comportamento para conformar-se à afirmação. Naturalmente, este princípio tem sido conhecido durante séculos, mas só em anos recentes recebeu confirmação científica. Uma mal exemplo do uso dessa técnica é o que a tv faz... Com inumeráveis crimes cometidos todas as noites no horário nobre da TV, a própria repetição treinará a mente interior em padrões de pensamento destruidor. É por isso que a programação de televisão tem tanta importância. Nós não podemos ter a mente cheia dessas coisas, nós temos a mente de Cristo.

Um bom processo de repetição que você pode fazer é repetir pra você mesmo a seguinte frase eu sou separado para Cristo... Tenho certeza que quando a tentação bater em sua porta querendo fazer você pecar, você estará mentalmente preparado para combatê-la. Ou então vc pode memorizar versículos bíblicos chaves e usá-los  neste mesmo sentido.

A concentração é o segundo passo no estudo. Se além de conduzir a mente repetidas vezes ao assunto em questão a pessoa concentrar-se no que está sendo estudado, a aprendizagem aumenta sobremaneira. É por isso que não adianta estudar a bíblia na frente da tv, ouvindo música... Etc...

A concentração centraliza a mente. Ela prende a atenção na coisa que está sendo estudada. A mente humana tem capacidade incrível de concentrar-se. Ela está a todo instante recebendo milhares de estímulos. Esta capacidade natural do cérebro aumenta quando, concentramos nossa atenção num desejado objeto de estudo.

A compreensão é, pois, o terceiro passo na Disciplina do estudo; ela leva à introspecção e ao discernimento; também provê a base para uma verdadeira percepção da realidade. Há necessidade de mais um passo: a reflexão. Embora a compreensão defina o que estamos estudando, a reflexão determina o seu significado.

A reflexão faz-nos ver as coisas da perspectiva de Deus. Na reflexão chegamos a entender, não somente a matéria de nosso estudo, mas a nós mesmos. Jesus falou muitas vezes dos ouvidos  que  não  ouvem  e  dos  olhos que  não  vêem. Quando ponderamos o significado do que estudamos, chegamos a ouvir e ver as coisas de maneira nova. Logo se torna óbvio que o estudo demanda humildade. Isto não acontece enquanto não estivermos dispostos a sujeitar-nos à matéria que estudamos.  Devemos submeter-nos ao sistema. Devemos vir como aluno, não como professor. Todos nós conhecemos indivíduos que seguiram algum curso de estudo ou alcançaram algum grau acadêmico, que alardeiam seus conhecimentos de modo ofensivo. Devemos sentir profunda tristeza por tais pessoas. Elas não entendem a Disciplina Espiritual do estudo. Confundiram o acúmulo de informações com conhecimento. Equiparam verborragia com sabedoria. Que tragédia!

Estudo de Livros

O primeiro e mais importante livro que devemos estudar é a Bíblia. "Examinai as Escrituras pois nelas tereis a vida eterna..." (Jo.5.39). A palavra grega traduzida por examinar significa uma investigação minuciosa, diligente e curiosa. Não podemos nos contentar com a leitura superficial de um ou dois capítulos da Bíblia.

Com a iluminação do Espírito, temos de descobrir deliberadamente os significados profundos da Palavra de Deus. As Escrituras Sagradas exigem esse tipo de investigação, pois, em sua maior parte, as Escrituras podem ser aprendidas somente mediante estudo cuidadoso. Na Bíblia, existe leite para os bebês e carne para os adultos. O grande teólogo Tertuliano exclamou: "Eu adoro a plenitude das Escrituras".

Nenhuma pessoa que apenas lê superficialmente o Livro de Deus pode se beneficiar dele. Temos de cavar, até que encontremos os tesouros escondidos. A porta da Palavra se abre tão-somente por meio da chave da diligência. Ao zelo...

As Escrituras são dignas de ser examinadas. Elas são os escritos de Deus, os quais trazem sobre si o selo de aprovação divina. Quem ousa tratar as Escrituras com leviandade? Aquele que as despreza rejeita o próprio Deus que as escreveu.

1. PORQUE É IMPORTANTE ESTUDAR A BÍBLIA?

As Escrituras revelam Jesus. "São elas mesmas que testificam de mim" (João 5.39). Nenhum motivo mais poderoso pode ser apresentado aos leitores da Bíblia, além deste: aquele que encontra a Jesus encontra a vida eterna, o céu e todas as demais coisas. Existe grande alegria estocada para aquele que examina a Bíblia e encontra nela o seu Salvador.

a) É a Palavra de Deus para o homem - Salmo 19.7-9

"A lei do Senhor é perfeita e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança e tornam sábios os inexperientes. Os preceitos do Senhor são justos e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos e trazem luz aos olhos. O temor do Senhor é puro e dura para sempre. As ordenanças do Senhor são verdadeiras, são todas elas justas." Salmos 19:7-9

b) Ë viva e ativa, ou eficaz (eficiente) - Hebreus 4.12

"Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e as intenções do coração." heb.4.12

c) Opera eficazmente naqueles que crêem - I Tessalonicenses - 2.13

"Também agradecemos a Deus sem cessar o fato de que, ao receberem de nossa parte a palavra de Deus, vocês a aceitaram, não como palavra de homens, mas conforme ela verdadeiramente é, como palavra de Deus, que atua com eficácia em vocês, os que creem."1 Tessalonicenses 2:13

d) É útil para o ensino, para a repreensão, correção e educação - II Timóteo 3.16

"Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2 Timóteo 3:16, 17).

Observe que o propósito central não é pureza doutrinária (embora esta, sem dúvida, esteja envolvida) mas a transformação interior. Quando vamos à Escritura vamos para ser transformados, não para acumular informações.

e) Ela nos Santifica: O salmista perguntou: "De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho?" E ele respondeu à sua própria pergunta: "Observando-o segundo a tua palavra", e acrescentou: "Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar, contra ti" (Salmo 119:9, 11). Os cristãos, através dos séculos, têm confirmado esta verdade em seu estudo das Escrituras.

Que deve você estudar na Bíblia por onde começar?

Isso depende de sua necessidade. Não sei quais são suas necessidades; sei, porém, que uma das grandes necessidades dos cristãos hoje é simplesmente da leitura de grandes porções da Bíblia. Grande parte de nossa leitura bíblica é fragmentada e esporádica. Conheço estudantes que fizeram cursos de Bíblia e nunca leram, nem mesmo como um todo, o livro da Bíblia que estava sendo estudado.

·         Considere pegar um grande livro da Bíblia, como Gênesis ou Jeremias, e lê-lo do começo ao fim. Observe a estrutura e o desenvolvimento do livro.

·         Note áreas de dificuldades e volte a elas mais tarde.

·         Anote os pensamentos e as impressões. Às vezes é bom combinar o estudo da Bíblia com o estudo de algum grande clássico devocional.

Outro método de estudar a Bíblia é tomar um livro menor, como Efésios ou 1 João, e lê-lo por inteiro, todos os dias, durante um mês. Mais do que qualquer outro esforço isolado, isto porá em sua mente a estrutura do livro. Leia-o sem tentar encaixá-lo em categorias estabelecidas. Espere ouvir coisas novas em novas formas. Mantenha um diário de suas descobertas. O estudo produz alegria. Como todo novato, acharemos difícil trabalhar no começo. Mas quanto maior nossa proficiência, tanto maior nossa alegria.

Alexander Pope disse: "Não há estudo que não seja capaz de deleitar-nos depois de uma pequena aplicação a ele." O estudo é digno de nosso mais sério esforço.

Mensagem extraído do livro de Richard Foster intitulado "Celebração das Disciplinas".

 

Áudio: https://www.mixcloud.com/1ipisjp/serm%C3%A3o-de-19072015/


Série – “Vivendo mais perto de Deus” (4)

A DISCIPLINA DO JEJUM

Mas virão dias quando o noivo lhes será tirado; naqueles dias jejuarão". Lc 5.35

"Algumas pessoas têm exaltado o jejum religioso elevando-o além das Escrituras e da razão; e outras o têm menosprezado por completo." - João Wesley

Em uma cultura onde a paisagem está pontilhada de restaurantes de todos os tipos, o jejum parece fora de lugar, fora de passo com os tempos modernos. Com efeito, o jejum tem estado em geral descrédito, tanto dentro como fora da igreja, por muitos anos. Por exemplo, Richard Foster fez uma pesquisa não conseguiu encontrar um único livro publicado sobre o jejum, de 1861 a 1954, um período de quase cem anos. Que é que explicaria este quase total menosprezo por um assunto mencionado com tanta frequência nas Escrituras e tão ardorosamente praticado pelos cristãos através dos séculos?

Duas coisas. Em primeiro lugar, o jejum, foi excessivamente praticado pelos ascéticos da Idade Média, adquiriu uma péssima reputação. O ascetismo ou asceticismo é uma filosofia de vida na qual são refreados os prazeres mundanos, onde se propõem a austeridade.(severidade de costumes). Muitos ascéticos acreditam que a purificação do corpo ajuda a purificação da alma, e de fato a obter a compreensão de uma divindade ou encontrar a paz interior.

O cristianismo tem como base para suas doutrinas a Bíblia Sagrada, no Novo Testamento escrito pelos apóstolos e discípulos de Jesus não há nenhuma aprovação ao ascetismo:

 "Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne." Colossenses 2 : 20-23

Contrariando a ideia de que o sofrimento carnal traz paz espiritual, o apóstolo Paulo afirma que tais práticas não produzem real proveito espiritual, mas somente uma breve satisfação pessoal. Então por conta disso muitos cristãos deixaram de jejuar para não serem confundidos como ascéticos.

 O segundo motivo por que o jejum passou por tempos difíceis no século passado, está aliado à crença popular de que é uma virtude positiva satisfazer a todo apetite humano, fez que o jejum parecesse obsoleto. Quem quer que seriamente tente jejuar é bombardeado com objeções. "Entendo que o jejum é prejudicial à saúde." "Ele minará as suas forças e assim você não poderá trabalhar." "Não destruirá ele o tecido saudável do corpo?" Tudo isto, naturalmente, é rematada tolice baseada no preconceito.

O Jejum na Bíblia

Nas Escrituras o jejum refere-se à abstenção de alimento para finalidades espirituais. Ele se distingue da greve de fome, cujo propósito é adquirir poder político ou atrair a atenção para uma boa causa. Distingue-se, também, da dieta de saúde, que acentua a abstinência de alimento, mas para propósitos físicos e não espirituais. Devido à secularização da sociedade moderna, o "jejum" (se de algum modo praticado) é motivado ou por vaidade ou pelo desejo de poder. O jejum bíblico sempre se concentra em finalidades espirituais. Na Bíblia, os meios normais de jejuar envolviam abstinência de qualquer alimento, sólido ou líquido, excetuando-se a água.

Tipos de Jejum:

Jejum parcial: Às vezes se descreve o que poderia ser considerado jejum parcial; isto é, há restrição e dieta mas não abstenção total. No jejum de quarenta dias de Jesus, diz o evangelista que ele "nada comeu" e ao fim desses quarenta dias "teve fome", e Satanás o tentou a comer, indicando que a abstenção era de alimento e não de água (Lucas 4.2ss).

Jejum absoluto ou total: Há, também, diversos exemplos bíblicos do que se tem chamado acertadamente "jejum absoluto", ou abstenção tanto de alimento como de água. Parece ser uma medida desesperada para atender a uma emergência extrema. Após saber que a execução aguardava a ela e ao seu povo, Ester instruiu a Mordecai: "Vai, ajunta a todos os judeus... e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minhas servas também jejuaremos" (Ester 4.16). Paulo fez um jejum absoluto de três dias após seu encontro com o Cristo vivo (Atos 9.9).  E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu.

Jejum absoluto sobrenatural: Considerando-se que o corpo humano não pode passar sem água muito mais do que três dias, tanto Moisés como Elias empenharam-se no que deve considerar-se jejuns absolutos sobrenaturais de quarenta dias.

Quando subi o monte para receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o Senhor tinha feito com vocês, fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; não comi pão, nem bebi água.  (Deuteronômio 9.9)

Então ele se levantou, comeu e bebeu. Fortalecido com aquela comida, viajou quarenta dias e quarenta noites, até chegar a Horebe, o monte de Deus. (1 Reis 19.8).

É preciso sublinhar que o jejum absoluto sobrenatural é a exceção e nunca deveria ser praticado, a menos que a pessoa tenha uma ordem muita clara de Deus.

Jejum Público: O único jejum público anual exigido pela lei mosaica era realizado no dia da expiação (Levítico 23.27). Era o dia do calendário judaico em que o povo tinha o dever de estar triste e aflito como expiação por seus pecados.

Os jejuns Públicos eram convocados, também, em tempos de emergência de grupo ou nacional:

·         "Tocai a trombeta em Sião, promulgai um santo jejum, proclamai uma assembléia solene" (Joel 2.15).

·         Quando o reino de Judá foi invadido, o rei Josafá convocou a nação para jejuar (2 Crônicas 20.1-4).

·         Em resposta à pregação de Jonas, toda a cidade de Nínive jejuou, inclusive os animais - involuntariamente, sem dúvida.

·         Antes do retorno a Jerusalém, Esdras fez os exilados jejuar e orar por segurança na estrada infestada de salteadores (Esdras 8.21-23).

Em 1756 o rei da Inglaterra convocou um dia de solene oração e jejum por causa de uma ameaça de invasão por parte dos franceses. João Wesley registrou este fato em seu Diário, no dia 6 de fevereiro:

"O dia de jejum foi um dia glorioso, tal como Londres raramente tem visto desde a Restauração. Cada igreja da cidade estava mais do que lotada, e uma solene gravidade estampava-se em cada rosto. Certamente Deus ouve a oração, e haverá um alongamento de nossa tranquilidade."

Em uma nota ao pé da página ele escreveu: "A humildade transformou-se em regozijo nacional porque a ameaça de invasão dos franceses foi impedida."

É o Jejum um Mandamento?

Um problema que compreensivelmente preocupa muitas pessoas é saber se a Bíblia torna o jejum obrigatório ou não a todos os cristãos. Numerosas tentativas têm sido feitas para responder a esta questão, resultando numa variedade de conclusões. Mas olhando para o texto de Mt 6.16-18  vemos Jesus declarar:

E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. Mateus 6:16-18

Neste texto Ele não parecia admirado que as pessoas jejuassem, na verdade ele apenas instrui o povo sobre como fazê-lo adequadamente. Martinho Lutero disse: "Não foi intenção de Cristo rejeitar ou desprezar o jejum... sua intenção foi restaurar o jejum adequado." Dito isto, entretanto, devemos admitir que as palavras de Jesus não constituem uma ordem. Jesus estava dando instruções sobre o exercício apropriado de uma prática comum no seu tempo. Ele não pronunciou uma só palavra sobre se era uma prática certa ou se deveria ser continuada. Jesus, portanto, não disse "Se jejuardes", nem disse "Deveis jejuar". Ele disse quando jejuardes dando a entender que era uma pratica normal, comum a todos. Ele deixou claro que esperava que seus discípulos jejuassem depois de sua partida.  Ele falou isso quando foi questionado pelos fariseus do o porque de seus discípulos não jejuarem. Mas virão dias quando o noivo lhes será tirado; naqueles dias jejuarão". Lc 6.35

Embora as palavras não sejam proferidas na forma de uma ordem, fica evidente desta passagem que Cristo tanto apoiou a Disciplina do jejum como previu que seus seguidores o praticariam. Então não é uma mandamento, mas é algo que Deus quer que você pratique.

Objetivo do Jejum

É sensato reconhecer que a primeira declaração que Jesus fez acerca do jejum tratou da questão de motivos (Mateus 6.16-18). E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; não faça para mostrar pros outros.. Usar boas coisas para nossos próprios fins é sempre sinal de falsa religião. Os fariseus buscavam sua própria glória quando jejuavam e se mostravam para os outros. Eles queriam reconhecimento como espirituais. O objetivo do jejum não é reconhecimento. O objetivo do jejum também não é uma barganha com Deus. "Eu faço isso e você me der aquilo" essa tem sido a tônica de muitos praticarem o jejum. Quão fácil é tomar algo como o jejum e tentar usá-lo para conseguir que Deus faça o que desejemos. O objetivo do jejum também não é de tentar controlar a Deus. De fato existe um poder sobrenatural na pratica do jejum e quem o pratica se beneficia desse poder e por conta disso muitos são tentados a crer que com um pequeno jejum poderíamos ter o mundo, inclusive Deus, comendo de nossas mãos. O jejum deve sempre concentrar-se em Deus. O FOCO É DEUS. É somente para ele que Jejuamos. Todo e qualquer outro propósito deve estar a serviço de Deus.

Deus interrogou o povo do tempo de Zacarias: "Quando jejuastes... acaso foi para mim que jejuastes, realmente para mim?" (Zacarias 7.5). Se nosso jejum não é para Deus, então fracassamos ao praticá-lo.

Benefícios físicos, êxito na oração, dotação de poder, discernimentos espirituais - estas coisas nunca devem tomar o lugar de Deus como centro de nosso jejum. Elas são consequencias, resultados dessa pratica apenas.

João Wesley declarou: "Primeiro, seja o jejum feito para o Senhor com nosso olhar fixado unicamente nele. Que nossa intenção aí seja esta, e esta somente, de glorificar a nosso Pai que está no céu..." Esse é o único modo de sermos salvos de amar mais a bênção do que Aquele que abençoa. Uma vez que o propósito básico esteja firmemente fixo em nossos corações, estamos livres para entender que há, também, propósitos secundários em jejuar. Mais do que qualquer outra Disciplina, o jejum revela as coisas que nos controlam. Este é um maravilhoso benefício para o verdadeiro discípulo que anseia ser transformado à imagem de Jesus Cristo. Cobrimos com alimento e com outras coisas boas aquilo que está dentro de nós, mas no jejum estas coisas vêm à tona. Se o orgulho nos controla, ele será revelado quase imediatamente.  Ira, amargura, ciúme, discórdia, medo - se estiverem dentro de nós, aflorarão durante o jejum. O jejum é uma ferramenta poderosa para mostrar como estamos por dentro. O jejum ajuda-nos a manter nosso equilíbrio na vida. Quão facilmente começamos a permitir que coisas não essenciais adquiram precedência em nossas vidas. Quão depressa desejamos ardentemente coisas das quais não necessitamos até que sejamos por elas escravizados. Paulo escreveu: "Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas" (1 Coríntios 6.12). Nossos anseios e desejos humanos são como um rio que tende a transbordar; o jejum ajuda a mantê-lo no seu devido leito. "Esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão", disse Paulo (1 Coríntios 9.27). Semelhantemente, escreveu Davi: "Eu afligia a minha alma com jejum" (Salmo 35.13). Isso é disciplina, e a disciplina traz liberdade. Inúmeras pessoas têm escrito sobre os muitos outros valores do jejum tais como aumento de eficácia na oração intercessora, orientação na tomada de decisões, maior concentração, livramento dos que se encontram em escravidão, bem-estar físico, revelações e assim por diante. E tudo isto acontece mesmo porque Deus abençoa os que o buscam...

 A Prática do Jejum

Como acontece com todas as Disciplinas, deve-se observar certa progressão; é prudente aprender a andar bem, antes de tentarmos correr. Comece com um jejum parcial de vinte e quatro horas de duração; muitos têm achado que o melhor período é de almoço a almoço. Isto significa que você não tomaria duas refeições. Hidrate-se com Sucos de frutas frescas  e água. Mantenha-se em atitude interior de adoração. Exteriormente você estará executando os seus deveres regulares do dia, mas interiormente você estará em oração e adoração, cântico e louvor.

Provavelmente você sentirá algumas dores de fome ou desconforto antes de terminar o tempo. Não se trata de fome verdadeira; seu estômago tem sido treinado durante anos de condicionamento a dar sinais de fome em determinadas horas. Em vários aspectos, seu estômago é como uma criança mimada, e as crianças mimadas não precisam de indulgência, precisam de disciplina.

Martinho Lutero disse: "... a carne estava habituada a resmungar horrivelmente." Você não deve ceder a este resmungo. Ignore os sinais ou diga mesmo ao seu "filho mimado" que se acalme e em breve tempo as dores da fome terão passado. Se não, tome um copo de água e o estômago ficará satisfeito. Você tem que ser o senhor de seu estômago, e não seu escravo. Se os deveres de família o permitirem, devote à meditação e oração o tempo que você normalmente tomaria em alimentar-se. Quebre seu jejum com uma leve refeição de frutas e vegetais frescos e uma boa dose de regozijo íntimo.

Tente este método uma vez por semana durante algumas semanas e você estará preparado para tentar um jejum total de 36 horas. Desnecessário é dizer que você deveria seguir o conselho de Jesus em refrear-se de chamar a atenção para o que você está fazendo. Os únicos a saber que você jejua são os que devem sabê-lo. Se você chama a atenção para seu jejum, as pessoas ficarão impressionadas e, como disse Jesus, essa será sua recompensa. Você, porém, jejua por galardões muito maiores e grandiosos.

 Algumas atenções...Deve ser óbvio a todos, que algumas pessoas há que, por motivos físicos, não devem jejuar. Os diabéticos, as mulheres grávidas e os que têm problemas cardíacos não devem jejuar. Antes de começar um jejum prolongado, alguns são tentados a comer uma boa dose de alimento com o intuito de formar "estoque". Isto é muitíssimo imprudente; com efeito, refeições ligeiramente mais leves do que o normal são melhores para um dia ou dois anteriores ao jejum. Embora os aspectos físicos do jejum nos deixem curiosos, jamais devemos esquecer-nos de que a principal obra do jejum bíblico está no reino espiritual. Ele é, também, "... justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo" (Romanos 14.17).

O jejum pode trazer avanços no reino espiritual que jamais poderiam ter acontecido de outra maneira. É um recurso da graça e bênção de Deus que não deve ser negligenciado por mais tempo.

Mensagem extraído do livro de Richard Foster intitulado "Celebração das Disciplinas".

 

Áudio: https://www.mixcloud.com/1ipisjp/serm%C3%A3o-de-12072015/


Série – “Vivendo mais perto de Deus” (3)

A DISCIPLINA DA ORAÇÃO

Certo dia Jesus estava orando em determinado lugar. Tendo terminado, um dos seus discípulos lhe disse: "Senhor, ensina-nos a orar, como João ensinou aos discípulos dele". Lucas 11:1

Queridos irmãos essa noite vamos falar da disciplina da oração, uma das mais importantes dentro das disciplinas espirituais.  A oração abre as portas para uma vida espiritual. A oração cria uma realidade, a oração transforma a vida. Orar é mudar. A oração é a avenida central que Deus usa para transformar-nos. Se não estivermos dispostos a mudar, abandonaremos a oração.  Quanto mais nos aproximamos do pulsar do coração de Deus, tanto mais vemos nossa necessidade e tanto mais desejamos assemelhar-nos a Cristo.  Além disso quando desenvolvemos a disciplina da oração, começamos a pensar os pensamentos de Deus à sua maneira: desejamos as coisas que ele deseja, amamos as coisas que Ele ama. Progressivamente, aprendemos a ver as coisas da perspectiva  divina.

Todos quantos têm andado com Deus consideraram a oração como principal negócio de suas vidas. As palavras de Marcos, "Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava", soam como um comentário sobre o estilo de vida de Jesus (Marcos 1.35). Jesus mesmo sendo Deus ele orava e buscava as orientações de seu pai,  em várias passagens bíblicas o vemos se retirando para orar.

Martinho Lutero declarou: "Tenho tanto o que fazer que não posso prosseguir sem passar três horas diariamente em oração." Hoje trocamos as prioridades. acordamos preocupados com os afazeres e quando vemos a oração ficou em último lugar em nossa lista de urgências.

Jonh Wesley disse: "Deus nada faz senão em resposta à oração", e apoiava sua convicção devotando duas horas diariamente a esse exercício sagrado.

A característica mais notável dos grandes personagens da bíblia é a vida de oração. Suas histórias estão cheias de relatos de oração, jejum e meditação, para eles a oração não era um pequeno hábito preso à periferia de suas vidas - ela era a vida deles. Por isso chego a mesma conclusão que os discípulos chegaram. Precisamos aprender a orar. A verdadeira oração é algo que aprendemos. Os discípulos pediram a Jesus "Senhor, ensina-nos a orar" (Lucas 11.1).

Eles haviam orado a vida toda, não entanto, algo acerca da oração de Jesus levou-os a ver quão pouco sabiam a respeito da oração.  Nós assim como os discípulos necessitamos aprender a orar e a primeira coisa que precisamos aprende é que devemos orar com fé e neste momento não há lugar para a indecisão. Talvez a mais surpreendente característica de Jesus ao orar seja que, ao fazê-lo em favor de outros, nunca terminava dizendo "se for da tua vontade". Nem o fizeram os apóstolos e profetas quando oraram a favor de outros. Obviamente acreditavam conhecer a vontade de Deus antes que fizessem a oração da fé. Estavam tão imersos no ambiente do Espírito Santo que, ao encontrarem uma situação específica, sabiam  o que se deveria fazer.

A oração era tão positiva que freqüentemente tomava a forma de uma ordem direta, autoritária: "Anda", "Fica  bom", "Levanta-te"

Quando eles Oravam pelos  outros, evidentemente não havia lugar para orações indecisas, tentativas meio esperançosas, que terminam com "se for da tua vontade". Se for possível... pra Deus tudo é possível.... Muitas de nossas orações não são respondidas por conta de alguns motivos.

1 motivo: Não temos convicção do que estamos orando, a gente ora meio no automático.. Sem uma certeza de como fazer.... Muitas vezes oramos com duvida se isso vai acontecer ... essa atitude é uma afronta ao Deus todo poderoso não lhe agrada. O apóstolo Thiago falou sobre isso em sua carta.

Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento. Não pense tal pessoa que receberá coisa alguma do Senhor, pois tem mente dividida e é instável em tudo o que faz. (Tiago 1:6-8NVI)

2 motivo: Por não termos uma intimidade maior com Deus não conhecemos a sua vontade e por conta disso não oramos segundo o seu querer...

Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de acordo com a vontade de Deus, ele nos ouvirá. E, se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que temos o que dele pedimos. (1 João 5:14-15 NVI)

Esse texto nos mostra que podemos determinar se estamos orando da forma certa, se os pedidos se realizam, sim estamos. Se não, talvez estejamos orando de forma errada, fazendo não conforme a vontade dele, talvez algo dentro de nós precise de mudança, talvez haja novos princípios de oração a ser aprendidos, talvez precisemos de paciência e persistência.

3 motivo: Ouvir a Deus antes de orar. Afinar-nos com os sopros divinos é obra espiritual; sem isto, porém, nossa oração é vã repetição (Mateus 6.7). Ouvir ao Senhor é a primeira coisa, a segunda coisa e a terceira coisa necessária à oração bem-sucedida.

Soren Kierkegaard certa vez observou: "Alguém orava pensando, a princípio, que a oração era falar; mas foi-se calando mais e mais até que, afinal, percebeu que a oração é ouvir."

Se você  muitas vezes não entende o porque de suas intercessões não são respondidas,  é porque na verdade você desconhece alguns desses princípios importantes sobre oração e alias uma deles é que a meditação é o prelúdio necessário à intercessão. Devemos ouvir, conhecer a vontade de Deus e a ela obedecer. Na quietude, aprenderemos não somente quem é Deus, mas como seu poder opera.

4 motivo: Às vezes temos medo de não ter fé suficiente para orar por este filho ou por aquele casamento que está acabando. Nossos temores deveriam ser sepultados, pois a Bíblia nos diz que os grandes milagres são possíveis pela fé do tamanho de um pequenino grão de mostarda. De modo geral, a coragem para orar a favor de uma pessoa é sinal de suficiente. O problema é que muitas vezes gostamos de complicar a oração. Nunca deveríamos complicar demais a oração.  Oração é falar com Deus como você fala a uma pessoa.  No entanto muitas vezes criamos certos protocolos pra se achegar a Deus, mudamos até a entonação da voz, enchemos nossas orações de palavras difíciceis e sem nexo... A orações que parecem mais um discurso pra ser ouvido.

Jesus, porém nos ensinou a dirigir-nos como crianças a um pai. Franqueza, honestidade e confiança, marcam a comunicação do filho com o pai. Há certa intimidade entre pai e filho com espaço tanto para a seriedade como para a gargalhada. Meister Eckhart observou que "A alma produzirá, a pessoa se Deus rir para ela e ela, em retribuição, rir para ele".

Jesus ensinou-nos a orar pelo pão de cada dia; uma criança pede a refeição matinal na plena confiança de que esta será provida. Ela não precisa esconder algumas fatias do pão de hoje com receio de que amanhã não haverá nenhuma fatia disponível; no que a ela concerne, há um inesgotável abastecimento de pão. Uma criança não acha difícil ou complicado conversar com seu pai, nem ela se sente constrangida em trazer à atenção dele a mais simples necessidade. Assim como as crianças precisamos aprender a nos jogar nos braços do pai eterno no momento de oração, crendo que ele provera todos as nossas necessidades.

5 motivo: não usamos nossa imaginação ao orar - As crianças ensinam-nos o valor da imaginação. Como acontece com a meditação, a imaginação é um instrumento poderoso na obra da oraçao. A imaginação abre a porta da fé. Se pudermos "ver" com os olhos de nossa mente um casamento refeito que antes estava em frangalhos ou uma pessoa que estava enferma e agora está bem, é curta a distância para crer que assim será. 

         Paul young sho em seu livro quarta dimensão diz que ele engravidava pela fé, das coisas que ele orava a Deus. Usava a sua imaginação.

Deus deseja que os casamentos sejam saudáveis, íntegros e permanentes. Talvez você conheça casamentos que estão em grande dificuldade e precisam de sua ajuda. Experimente orar a favor deste casamento uma vez por dia, durante trinta dias.

Talvez você conheça alguém enfermo, ore pela cura dele todos os dias... Até que seja curado.

Seu pastor e os cultos de adoração precisam ser banhados em oração. Paulo orava por seu povo; ele pedia ao povo que orasse por ele. C. H. Spurgeon atribuía seu êxito às orações de sua igreja. Sature os cultos de adoração com suas orações. Visualize o Senhor no alto e sublime, enchendo o santuário com a sua presença. Seus próprios filhos podem e devem ser transformados mediante suas orações. Ore por eles durante o dia com a participação deles; ore por ele à noite enquanto dormem.

Um bom método é entrar no quarto e colocar levemente as mãos sobre a criança adormecida. Imagine a luz de Cristo fluindo através de suas mãos e curando cada trauma emocional e cada mágoa que seu filho sofreu nesse dia.Encha-o da paz e da alegria do Senhor. Como sacerdote de Cristo, você pode executar um serviço maravilhoso pegando os filhos nos braços e abençoando-os.

Na Bíblia, os pais traziam os filhos a Jesus não para que ele brincasse com eles ou mesmo lhes ensinasse, mas para que ele pudesse colocar as mãos sobre eles e abençoá-los (Marcos 10.13-16). Ele deu-lhe capacidade de fazer a mesma coisa. Bem-aventurada a criança abençoada por adultos que sabem abençoar! 

Outra forma de orar é fazer "Orações relâmpago" faça orações em todos momentos, ore no carro, no trabalho, quando olhar para alguém, ore por essa pessoas, uma criança brincando no parque ore por ela pela família dela, seja onde estiver ou for imagine Jesus tocando as vidas. Poderíamos mudar toda a atmosfera de uma nação se milhares de nós constantemente atirássemos um manto de oração em torno de todos os que vivem em nosso círculo de ação.

 E por último queridos irmãos, falo a você que quer orar mais se comprometer mais com o reino através da oração. Não espere sentir vontade de orar, porque isso nunca vai acontecer é preciso de um posicionamento diante disso...  Oré em tempo e fora do tempo. Os nossos músculos de oração precisam ser flexionados um pouco, e uma vez iniciada a corrente sanguínea da intercessão, descobriremos que estamos dispostos a orar.

Temos tanto que aprender, uma longa distância a percorrer. Certamente o anelo de nossos corações se resume no que disse o arcebispo Tait: "Desejo uma vida de oração mais excelente, mais profunda, mais verdadeira."

Mensagem extraído do livro de Richard Foster intitulado "Celebração das Disciplinas".

 

Áudio: https://www.mixcloud.com/1ipisjp/serm%C3%A3o-de-28062015/