Meu nome é Marcelo Garcia Navarro, servindo ao Senhor com muita gratidão e amor, por ter sido resgatado do lamaçal do pecado e da morte. Atualmente sou Pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.
2012/10/09
O PROPÓSITO DA ADORAÇÃO É A INTIMIDADE COM DEUS
Porque Orar em família?
Texto Base: Josué 24.14-17/ Gn 18.19
Todos nós, como seres humanos, temos direitos e deveres. Quase sempre, há a tendência de reivindicarmos os nossos direitos sem uma disposição correspondente para o cumprimento os nossos deveres. Daí as dificuldades que as pessoas enfrentam tanto na vida pessoal quanto nas relações com a Sociedade. Na vida cristã a ênfase recai no cumprimento das ordenanças deixada por Deus que vemos claramente em suas Palavra, no entanto vemos uma clara desobediência por parte de muitos cristãos os quais se descuidaram de uma responsabilidade claramente implicada.
Quando não cumprimos essas ordenanças descobrimos o estado real de nossa mente e se torna manifesto se temos ou não um amor ardente por Deus e por Seu serviço.
Dentre os deveres da vida cristã, a oração é o mais importante. Jesus mesmo em Lucas 18.1 nos conta uma parábola sobre orar sempre sem esmorecer, por que a oração é importante? porque direciona a nossa vida nos caminhos de Deus.
Orar nem sempre é gratificante para a natureza humana, para a carne. Há coisas que nos dão mais prazer do que orar. Mas a oração é um dever. O não cumprimento desse dever causa danos irreparáveis na vida cristã.
Nossas Igrejas nunca serão melhores, enquanto os crentes não estimarem intensamente a Oração. Quando levamos a Deus a nossa súplica, aperfeiçoamos a nossa fé. (Hebreus 11.6) "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam".
A oração não muda os propósitos de Deus com relação as nossas vidas, mas nos ajusta, nos coloca, nos alinha a eles. O tempo que passamos com o Senhor em oração pode liberar um poder capaz de transformar nossas vidas. A oração é o poder mais dinâmico que este mundo jamais conheceu.
Certamente todos nós aqui sabemos do valor da oração. É por isso que oramos. No entanto não é um exercício espiritual fácil de ser praticado. Temos os inimigos da oração: o cansaço físico, o sono, a preguiça mental, a dificuldade de concentração, os sons do mundo, as tarefas cotidianas, a falta de fé no que Deus pode fazer, etc. Não é fácil reservar tempo para oração, mas é preciso fazê-lo.
Isso se aplica evidentemente tanto à adoração pública (individual) como à adoração em família. Sem dúvida, não é de todo difícil comprovar a obrigação da piedade doméstica.
Considere primeiro o exemplo de Abraão, o pai dos fiéis e o amigo de Deus. Foi por sua piedade doméstica que recebeu uma bênção da parte do próprio Jeová: "Porque Eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para agir com justiça e juízo" (Gn 18.19).
O patriarca é aqui elogiado por instruir seus filhos e a seus servos na mais importante de todas as obrigações: "O caminho do Senhor", a verdade acerca de Sua gloriosa pessoa.
Note bem as palavras: "Ele há de ordenar a seus filhos"; ou seja, ele usará a autoridade que Deus lhe havia dado como pai e cabeça de sua casa para fazer valer as responsabilidades da piedade familiar.
Abraão também orava com sua família e a instruía: onde quer que armasse sua tenda, ali edificava um altar a Jeová (Gn 12.7; 13.4).
Os exemplos de outros santos homens são similares ao de Abraão. Considere a piedosa determinação de Josué, o qual declarou a Israel: "Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor" (24.15). Ele não permitia que nem os elevados postos que ocupava nem as prementes responsabilidades públicas que se acumulavam sobre si atraíssem sua atenção até o ponto de descuidar do bem-estar espiritual de sua família.
Temos também Davi que, quando trouxe de volta a arca de Deus para Jerusalém com alegria e ação de graças, logo após liberar-se de suas responsabilidades públicas, voltou "para abençoar a sua casa" (2Sm 6.20). Além destes eminentes exemplos, podemos citar o caso de Jó (1.5) e o de Daniel (6.10).
Limitando-nos somente a um exemplo no Novo Testamento, pensamos na história de Timóteo, que foi criado num lar piedoso. Paulo lembrou da "fé não fingida" que havia nele e, acrescentou, "a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe, Eunice" (2Tm 1.5). Há alguma surpresa, então, que o apóstolo pudesse dizer-lhe: "Desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras" (3.15)?
Por outro lado, podemos observar quão aterradoras ameaças são pronunciadas contra aqueles que fazem pouco caso dessa responsabilidade.
"Derrama a Tua indignação sobre os gentios que não Te conhecem, e sobre as gerações [famílias] que não invocam o Teu nome" (Jr 10.25)!
Perceba queridos irmãos que as famílias sem oração são aqui associadas aos pagãos que não conhecem o Senhor. Que vergonha para uma familia que se diz cristã e não oram e adoram a Deus juntas. Ora!, há muitas famílias pagãs que se reúnem para adorar a seus falsos deuses. E que vergonha é isso a milhares de cristãos professos. Observe também que Jeremias 10.25 registrou uma terrível imprecação igualmente para ambos grupos: "Derrama a Tua indignação sobre...". Quão sonoramente deveriam falar-nos essas palavras!
Não é suficiente que oremos como indivíduos, em privado, em nosso lar; é-nos requerido que honremos a Deus também em nossa família. Pelo menos uma vezes por dia – pela manhã e pela noite – toda a família deveria reunir-se para inclinar-se diante do Senhor, pais e filhos, para confessar seus pecados, para dar graças pelas misericórdias de Deus, para buscar Sua ajuda e bênção.
Não se deve permitir que nada interfira com esta obrigação: todas as outras necessidades domésticas devem ser adequadas a ela. A cabeça da família é quem deve dirigir as devoções, mas, se estiver ausente, ou seriamente enfermo ou é um incrédulo, então, a esposa deve tomar seu lugar. Em nenhuma circunstância deve-se faltar com a adoração em família. Se vamos desfrutar da bênção de Deus sobre nossa família, então, que seus membros se reúnam diariamente para o louvor e a oração. "Eu honrarei aos que Me honram", 1 Samuel 2:30 é Sua promessa.
Um antigo escritor bem disse: "Uma família sem oração é como uma casa sem teto, aberta e exposta a todas as tormentas do céu." Todas as nossas comodidades domésticas e bênçãos temporais brotam da generosidade amorosa do Senhor, e o melhor que podemos fazer em troca é reconhecer com gratidão, juntos, Sua bondade em relação a nós como família.
As desculpas para o descumprimento dessa sagrada obrigação são vãs e sem valor. Que proveito terá, quando tivermos de dar uma explicação a Deus pela mordomia de nossa família, dizer que não tivemos tempo disponível, trabalhando duro da manhã até a noite? Quanto mais foram prementes, (urgentes) nossas obrigações temporais, maior nossa necessidade de buscar socorro espiritual. Nenhum cristão pode alegar que não está qualificado para tal labor: os dons e os talentos se desenvolvem pelo uso e não pela negligência.
As vantagens e as bênçãos da adoração em família são incalculáveis.
Primeiro, a adoração em família prevenirá de muito pecado. Ela protege a alma, comunica um sentido da majestade e da autoridade de Deus, coloca verdades solenes na mente, faz com que desçam benefícios de Deus sobre o lar.
A piedade pessoal no lar é um meio de influência poderoso, para comunicar piedade aos pequenos. As crianças são principalmente criaturas de imitação, que amam copiar o que vêem em outros. "Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei em Israel, a qual deu aos nossos pais para que a fizessem conhecer a seus filhos; para que a geração vindoura a soubesse, os filhos que nascessem, os quais se levantassem e a contassem a seus filhos; para que pusessem em Deus a sua esperança, e se não esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os Seus mandamentos" (Sl 78.5-7).
Queridos a espantosa decadência moral e espiritual das multidões de hoje podem ser resultado do descuido dessa irresponsabilidade por parte dos pais em negligenciar a oração e o culto em família. A oração diária no lar é um meio de graça bendito para dissipar aquelas paixões malditas a que nossa natureza comum se encontra sujeita.
Em segundo lugar a oração em família obtém para nós a presença e a bênção do Senhor. Há uma promessa de Sua presença, a qual é peculiarmente aplicável a essa responsabilidade. Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles. Mateus 18:19-20. Muitos têm encontrado na adoração em família essa ajuda e comunhão com Deus, a qual buscavam, com menos resultado, na oração privada.
Em terceiro lugar a oração em família mantem a espiritualidade de nosso lar.
Mas, se vos parece mal o servirdes ao Senhor, escolhei hoje a quem haveis de servir; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do Rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor.
Nossa sociedade é marcada pela licenciosidade e pelo descompromisso com os valores cristãos. O mundo contemporâneo está mergulhado em profunda imoralidade. O materialismo e o consumismo do mundo contemporâneo têm levado os membros da família a se esquecerem da vida piedosa no lar.
Uma família fundamentada nos princípios da Palavra de Deus pode oferecer cura para uma sociedade espiritualmente enferma. Necessitamos profundamente do avivamento da espiritualidade no lar.
A Família cristã era o baluarte da piedade em épocas passadas, mas nesses dias maus, centenas de famílias chamadas cristãs não realizam a adoração no lar, não estabelecem restrições, nem ministram qualquer disciplina e ensino aos seus filhos. Como podemos esperar que o reino de Deus prospere, quando os discípulos de Cristo não ensinam o evangelho a seus próprios filhos. Repare três coisas neste texto: Josué 24.14-15
Primeiro, Josué não fez da adoração ou culto ao Deus vivo uma opção. No verso 14, ele ordenou Israel a temer o Senhor. No verso 15 ele enfatiza que o Senhor deseja ser adorado e cultuado voluntariamente e deliberadamente em nossas famílias.
Segundo, no verso15, Josué reforça o culto a Deus em família com seu próprio exemplo. O verso 15 demonstra que ele estava se endereçando aos cabeças dos lares. Esse verso declara que Josué irá fazer o que ele quer que todo chefe de família em Israel faça: servir ao Senhor,
Josué sabe que ainda havia muita idolatria em Israel. Ele tinha acabado de dizer ao povo para afastar os falsos deuses (v. 14). Ele sabia que sua família iria nadar contra a correnteza em continuar servindo ao Senhor mesmo assim ele enfaticamente declara que sua família irá proceder assim de qualquer maneira.
Terceiro, a palavra servir no verso 15 é uma palavra abrangente. Ela é traduzida como adoração (culto) muitas vezes nas Escrituras. A palavra original não inclui apenas servir a Deus em todas as esferas de nossas vidas, mas também em atos especiais de culto .
Certamente todo marido temente a Deus e pastor deve dizer como Josué: "Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor". Nós buscaremos a Deus, cultuaremos a Ele e oraremos a Ele como família. Nós leremos Sua Palavra, repleta de instruções e reforçar seus ensinamentos em nossa família.
Ainda que com dificuldades, com lutas, com fraqueza, aprendamos a orar em família. Que a oração e adoração familiar seja para nós um hábito diário. Que experimentemos o poder de Deus através deste canal. Que nos identifiquemos com o Senhor Jesus, que preferia a oração às multidões (Mt. 14:22, 23), que dava o melhor do seu tempo para estar com Deus. Desliguemos o rádio, a TV, o computador, o celular, entremos no lugar secreto e mantenhamos uma comunhão com Deus.
2012/09/03
O VALE DA DOR
Referência: Mateus 26.36-46
INTRODUÇÃO
1. O vale da dor é incontornável. Todos passamos por ele. Todos sofremos.
2. Jesus também teve o seu Getsêmani. O jardim do Getsêmani fica no sopé do Monte das Oliveiras, pois ali existia muitos olivais. Getsêmani significa lagar de azeite, prensa de azeite.
3. Por ser um aparato destinado a receber os frutos da oliveira, para transformá-los em óleo, produto de muitas utilidades, o dito aparato era instalado mesmo no interior do jardim das Oliveiras.
4. Foi neste lagar de azeite, onde as azeitonas eram esmagadas, que Jesus experimentou o mais intensa e cruel agonia. Ali sua vida foi moída. Ali foi esmagado sob o peso dos nossos pecados. Ali seu corpo foi golpeado. Ali suou sangue. Ali enfrentou a fúria do inferno, o silêncio do céu.
I. O PRELÚDIO DO VALE DA DOR
1. Olhe pela janela dos quatro evangélicos e veja que noite fatídica foi aquela para Jesus.
2. Lá estava Jesus, com os doze discípulos, celebrando a Páscoa
a) Ele ensina a eles a humildade, lavou-lhes os pés;
b) Ele aponta o traidor, e este sai na escuridão daquela noite para o trair;
c) Ele lhes dá o novo mandamento;
d) Ele avisa a Pedro "Nesta noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes".
e) Ele lhes consola: "Não se turbe o vosso coração…"
f) Ele ora por eles (Jo 17).
3. Saem de noite, do Cenáculo, na noite da trama, da armadilha, dos acordos escusos, do suborno traidor, na calada da noite. O sinédrio está reunido na surdina, urdindo planos diabólicos, subornando testemunhas, comprando a consciência fraca de Judas.
4. Saem do Cenáculo apenas em 11. Judas não voltou. Descem o Monte Sião. Cruzam o Vale do Cedrom. Entram no Getsâmani. Era noite. Dos 11 que o acompanham, 8 estão ficando para trás. E parece que por ordem dele: "Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar."
5. Continua Jesus caminhando, mas agora, somente com 3. A angústia toma conta de sua alma. A morte, o salário do pecado, o acossa. "A minha alma está profundamente triste até a morte".
6. Os 3 ficam também para trás. Ele agora segue sozinho. Ajoelhou-se o Senhor do céu e da terra. Ajoelhou-se o Rei do Universo. Ajoelhou-se o Deus encarnado.
Prostrou-se com o rosto em terra – humilhou-se.
Ora intensamente, numa luta de sangrento suor.
O anjo de Deus vem consolá-lo.
Judas capitaneia a súcia, a turba maligna.
Os inimigos caem. Cristo se entrega voluntariamente.
II. AS MENSAGENS DO VALE DA DOR
1. No Vale da dor enfrentamos profunda tristeza – v. 38
No Getsêmani da vida você terá tristeza. Sim, se Cristo passou pelo Vale da Dor, nós também passaremos. Vida Cristã é um vale de lágrimas. Temos alegria do céu, mas cruzamos também os vales da dor. Passamos por desertos esbraseantes, por ondas revoltas, por ventos contrários, por rios caudalosos, por fornalhas ardentes.
Jesus também teve tristeza e não foi só no Getsêmani:
a) Ficou triste com a morte do seu amigo Lázaro – e essa tristeza levou-o também a chorar. Quantas vezes você já ficou triste e chorou pela morte de um amigo, de um ente querido?
b) Ficou triste e chorou sobre a cidade de Jerusalém – Jesus chorou ao contemplar a impenitente cidade de Jerusalém, assassina de profetas, rebelde. Ele disse: "Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedrejas os que te foram enviados, quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus filhotes, mas tu não o quisestes". Quantas vezes você já chorou por um parente ou amigo que se recusou a crer em Cristo até a hora da morte?
c) Ficou triste no Getsêmani – Agora, entre a ramagem soturna das oliveiras, sob o clima denso da trama, e peso da cruz Jesus declara: "A minha alma está profundamente triste até a morte".
d) Por que Jesus estava triste?
1) Era porque sabia que Judas estava se aproximando com a turba assassina?
2) Era porque estava dolorosamente consciente de que Pedro o negaria?
3) Era porque sabia que o Sinédrio o condenaria?
4) Era porque sabia que Pilatos o sentenciaria.
5) Era porque sabia que o povo gritaria infrene: Crucifica-o?
6) Era porque sabia que o povo escolheria a Barrabás e o condenaria?
7) Era porque sabia que seria açoitado, cuspido e humilhado pelos soldados romanos?
8) Era porque sabia que os seus discípulos o abandonariam na hora da morte? NÃO!!!
A tristeza de Cristo era porque sua alma pura, estava recebendo toda a carga de todos os nossos pecados. Na cruz Deus escondeu o rosto do seu Filho. Ali ele foi feito pecado e maldição. Ali ele clamou: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"
Até o sol escondeu o rosto de Jesus, e as trevas cobriram a terra.
Jesus foi traspassado, moído. Na cruz ele desceu ao Hades.
Ali ele entristeceu-se porque sorveu sozinho o cálice da ira de Deus. Só pagou o preço da nossa redenção. Sofreu só, sangrou só, só morreu!
Como você tem enfrentado o seu vale de dor, o seu Getsêmani?
2. O vale da solidão- v. 39
No Getsêmani da vida, no vale da dor, muitas vezes, você sofrerá sozinho.
Nesta hora Jesus buscou dois refúgios: a solidariedade humana e a vontade divina. Na solidão precisamos de a) Comunhão Humana; b) Comunhão com Deus. Jesus pediu a presença dos 3 discípulos com ele. Jesus não pede nada, nem quer ouvir nada deles, mas pede a presença deles. Paulo também pediu que Timóteo fosse ter com ele e levasse João Marcos. Na hora da solidão, precisamos de gente e precisamos de Deus!
a) Muita gente há havia abandonado a Jesus (Jo 6:66). Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele.
João 6:66
b) Seus discípulos o iam abandonar agora (Mt 26:56). Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram. Mateus 26:56
c) Pior de tudo, na cruz ia gritar: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" – As multidões o deixaram. Os discípulos o deixaram. Agora é desamparado pelo próprio Pai.
d) Muitas coisas disse Jesus às multidões. Quando porém, falou de um traidor, foi apenas para os 12. E únicamente para 3 desses 12 é que ele disse: "A minha alma está profundamente triste até à morte". E por fim, quando começou a suar sangue, estava completamente sozinho.
e) Quando Paulo estava no seu Getsêmani, na prisão romana, à beira do martírio, disse: "Todos me abandonaram. Na minha primeira defesa ninguém foi ao meu favor. Mas ali viu sua coroa.
f) Quando João foi exilado na Ilha de Patmos, passou pelo seu Getsêmani sozinho, mas ali Deus lhe abriu a porta do céu.
g) Quando Jó foi abandonado pela sua mulher, e acusado pelos seus amigos, pode ver a Deus face a face.
h) Como você tem enfrentado a sua solidão?
3. O vale da oração – v. 39,42,44
Quando passamos pelo Vale da dor, muitos murmuram, outros se desesperam, outros deixam de orar, outros deixam de ler a Bíblia, outros abandonam a igreja, outros se revoltam contra Deus.
Nas provas devemos aprender a orar como Jesus. Sua oração foi marcada por 5 características:
1) Humilhação – Ele, o Deus eterno, está de joelhos. Ele, o criador do universo, está com o rosto em terra, suando sangue. Como não deveríamos estar quando também atravessamos o vale da dor?
2) Intensidade (Lc 22:44) – Jesus enfrentou a maior batalha da sua vida em oração. A batalha foi tão intensa que Jesus começou a suar sangue. Foi uma oração de guerra. Ele se agonizou em oração. E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.
Lucas 22:44
3) Perseverança – Ele orou 3 vezes e progressivamente.
4) Vigilância (v. 41) – Jesus alertou os discípulos para vigiar e orar. Porque não vigiaram: 1) Dormiram na batalha; 2) Pedro negou Jesus; 3) Os discípulos fugiram; 4) Pedro cortou a orelha de Malco; 5) Não sabiam o que responder a Jesus? Seus olhos estavam carregados de sono, porque seus corações estavam vazios de oração.
5) Submissão (v. 39,42,44) – A oração não é que a vontade do homem seja feita no céu, mas para que a vontade de Deus seja feita na terra. Porque Jesus orou teve coragem para enfrentar a turba, a prisão, os açoites, a cruz, a morte. Sem oração você foge como os discípulos (v. 56). "Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Mas se orar, o bicho foge". Muitos se desesperam quando cruzam o vale da dor, mas Cristo caiu de joelhos e orou e na oração prevaleceu. E você, tem se rendido a Deus? Tem se colocado de joelhos, dizendo: "eu me rendo Senhor, seja feita a tua vontade Senhor". Marcos 14:36 diz que Jesus começou sua oração, dizendo: "Aba, Pai". Era a palavra que uma criancinha usava para se dirigir ao seu Pai. Jesus se dirige a Deus, sabendo que ele é Pai, digno de toda confiança. O que nos livra da tentação é saber que no vale da dor: Deus é bom e ele é o nosso Pai.
4. O vale da Consolação (Lc 22:43)
Deus nos consola nos dando livramento da prova, ou nos dando poder para vencer as provas.
a) Paulo ora 3 vezes pedindo cura do espinho na carne, mas Deus lhe diz: "A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza".
b) Tiago diz que devemos ter por motivo de toda a alegria, o passarmos por diversas tribulações (Tg 1:2-4).
c) No Getsêmani da vida, Deus o consolará: "E apareceu-lhe um anjo do céu que o confortava".
d) Jesus não encontrou pleno conforto nos seus discípulos, pois a vigília da solidariedade tinha se transformado no sono da fuga. Mas quando Jesus buscou a face do Pai, um anjo desceu do céu para confortá-lo. Porque os amigos mais solidários falharam, ele ficou solitário com o Pai e foi consolado.
e) Agora o sofredor manchado de sangue é consolado por um anjo do céu. Depois que travou a mais sangrenta batalha da história. Depois que aceitou sorver sozinho o cálice da ira de Deus. Depois que se dispôs a carregar o lenho maldito. Depois que se dispôs a se tornar maldição por nós. Depois que desafiou o inferno e seus demônios, foi consolado!
f) Deus nunca abandona os seus no vale da dor, no Getsêmani da vida. Ele é o Deus e Pai de toda consolação.
1) Os amigos de Daniel – No Getsêmani da fornalha foram consolados pelo anjo do Senhor.
2) Pedro na prisão – ia ser morto no dia seguinte, mas o anjo do Senhor o levantou, o guiou, o livrou, o consolou.
3) Paulo no naufrágio – Passou 14 dias na voragem do mar. Tempestade convulsiva. Todos haviam perdido a esperança. Mas Deus enviou seu anjo para confortar a Paulo e lhe garantiu a vitória.
4) Você tem sentido a consolação de Deus?
CONCLUSÃO
1) Como foi que Jesus entrou no Getsêmani da sua vida? Profundamente angustiado, abatido e cheio de tristeza.
2) Como foi que saiu? Tão fortalecido e vitorioso que bastou somente uma palavra sua para fazer seus inimigos recuarem, caindo todos por terra. Jesus não foi preso, ele se entregou. Ele se deu. Ele morreu. Ele ressuscitou. Ele venceu. Ele está conosco. Ele nos consola, nos guia, nos leva para a Casa do Pai.
Rev. Hernandes Dias Lopes
Guerra Espiritual e o dilema de Jó
A estratégia de Satanás
As transformações em Jó
Conclusão