2011/03/05

Relacionamentos que promovem o crescimento da igreja

Texto: Salmos 133

 

INTRODUÇÃO

Uma destas bênçãos que Jesus conquistou na cruz por nós, é a bênção de comunhão.

1. Uma pessoa decide-se por uma igreja, via de regra, pela acolhida que lhe é dada. Ninguém consegue ficar numa igreja, onde não faz amizades.

2. O cristianismo é sobretudo relacionamento. A amizade é uma ponte para o evangelismo. MCI diz que 75% das pessoas que estão na igreja foram trazidas por amigos.

3. Nem todo crescimento é saudável e nem todo relacionamento é aprovado por Deus. Exemplo: A igreja de gueys em Dalas.

4. O perigo dos extremos: numerolatria (Idolatrar números) e numerofobia. (medo de números)

5. A igreja é a família de Deus:

a) A igreja não é um clube, onde cada um paga sua mensalidade e vive isoladamente;

b) A igreja não é um abrigo de salvos, onde cada um busca os seus próprios interesses;

c) A igreja não é uma prestadora de serviços, onde só a procuro para atender minhas necessidades;

d) A igreja não é um supermercado, onde eu vou procurar aquilo que eu gosto;

e) A igreja não é uma casa de shows, onde sou apenas um espectador, mas onde os crentes desempenham o seu ministério;

g) A igreja é uma família, onde temos o mesmo Pai, o mesmo irmão mais velho e somos todos irmãos.

 

I. A IMPORTÂNCIA DE RELACIONAMENTOS SAUDÁVEIS PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA

1. A união entre os irmãos é bela aos olhos de Deus – Sl 133:1

Uma casa dividida não prevalece (Mt 12:25). A desunião dos crentes é um gesto de imaturidade e carnalidade (1 Co 3:1-3). "Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo. Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições de recebê-lo. De fato, vocês ainda não estão em condições,porque ainda são carnais. Porque, visto que há inveja e divisão entre vocês, não estão sendo carnais e agindo como mundanos?"  Quando os crentes são unidos, a igreja passa a contar com a simpatia dos de fora (At 2:47).

2. A união entre os irmãos é terapêutica – Sl 133:2

A união entre os crentes é como óleo. O óleo é símbolo do Espírito. Ele produz cura, alívio Lc 10:34; "Aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Depois colocou-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele." Tg 5:14."Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor"

O óleo era usado como cosmético, remédio e unção espiritual. A igreja de Corinto estava doente porque não havia comunhão entre os crentes "Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem." (1 Co 11:30). Onde há comunhão, há cura "Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados" (Tg 5:16).

3. A união entre os irmãos é restauradora – Sl 133:3

 A união é como o orvalho. O orvalho é símbolo da presença restauradora de Deus "Serei como orvalho para Israel; ele florescerá como o lírio. Como o cedro do Líbano aprofundará suas raízes;"(Os 14:5).

O orvalho é discreto, cai sem alarde, sem trovões e relâmpagos. O orvalho vem à noite, depois do calor e nas horas mais escuras. O orvalho traz frescor. O orvalho é constante e abundante. A verdadeira amizade não discreta, constante, restauradora.

4. A união entre os irmãos é abençoada – Sl 133:3

a) Crescimento numérico – A vida de Deus

b) Crescimento espiritual – A bênção de Deus. Onde há união, ali Deus ordena a sua bênção e a vida para sempre. O relacionamento é a base da evangelização eficaz. O relacionamento de comunhão e ajuda mútua na igreja de Jerusalém, deu a ela um estupendo crescimento. Não é o que eu devo fazer para a igreja crescer, mas o que está impedindo a igreja de crescer.

 

II. IDENTIFICAR ALGUMAS NECESSIDADES PARA QUE OS RELACIONAMENTOS, SEJA RELACIONAMENTOS QUE GEREM CRESCIMENTO NA IGREJA

1. A necessidade de romper a solidão e o isolamento da vida moderna

O homem é apenas um número, sem nome, sem cara. A igreja é a comunidade da solidariedade. Exemplo: Mt12.12 A cura do homem da mão mirrada era para as pessoas da época mais um infeliz no mundo, mais um coitado, um numero que engordava a porcentagem de pessoas doentes naquela época, mas não para Jesus (Levanta-te; vem para o meio; estende a sua mão).

2. A necessidade do tratamento pessoal

As pessoas devem ser chamadas pelo nome. É assim que Jesus faz conosco Is 43.1 (Jo 10:14,27).

 

 

3. A necessidade de ser sensível às pessoas

Precisamos começar onde as pessoas estão (Samaritana, Paralítico de Betesda, Zaqueu).

4. A necessidade de nos envolvermos com as pessoas

Neemias fez perguntas, PERGUNTOU do restante do povo que ficou na cidade destruída

Neemias ENVOLVEU-SE pediu ao rei que o enviasse a Judá para reconstruir os muros de sua cidade.

Neemias MUDOU SUA AGENDA.

5. A necessidade de sermos afetuosos nos relacionamentos

Paulo chora e beija os presbíteros de Éfeso.atos 20.36-38

6. A necessidade de acolhermos uns aos outros com Deus em Cristo nos acolheu

Jesus tocou o leproso e disse: Fica limpo. Jesus abraçou as crianças, comeu com os pecadores, entrou na casa de Zaqueu. Para Jesus as pessoas são mais importantes do que os rituais.

7. A necessidade de entendermos que somos conhecidos como discípulos de Cristo pelo amor

Numa família as pessoas são diferentes, mas formam uma só família. As pessoas não vivem competindo. É inimaginável pensar que um irmão cobiça a mulher do outro, que se entristece com a vitória do outro. Precisamos amar uns aos outros com amor de irmão de sangue. É chorar com os que choram e alegrar-se com os que se alegram.

João 13:34-35. "Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros"

 

III. DICAS PARA CULTIVARMOS RELACIONAMENTOS QUE PROMOVAM O CRESCIMENTO DA IGREJA EM NOSSA IGREJA.

1. Precisamos ser uma igreja de apoio às pessoas

Barnabé investiu em Paulo (At 9:26-27; 11:22-26) e em João Marcos (At 15:36-39). Paulo investiu em Timóteo. Elias investiu em Eliseu. Moisés investiu em Josué. Em que você está investindo? Discipule alguém este ano. Use o seu telefone. Envie cartas. Mande um cartão.

2. Precisamos ser uma igreja de comunhão e ajuda mútua

O amor honra o outro. Quem ama dá. "Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum.Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade." At 2:44-45

3. Precisamos ser uma igreja de perdão e promova a cura (Lc 17:3-6)

Onde não há perdão as pessoas adoecem.  Jesus nos ensinou a perdoar 70x7

 

4. Precisamos ser uma igreja aberta aos que chegam

A igreja não pode ser formada de panelinhas, grupos fechados. Exemplo: Diótrefes. "Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado, não nos recebe." 3 João 1:9

5. Precisamos ser uma igreja com lares abertos

Convide uma pessoa nova para lanchar com você. Pessoas valem mais que coisas.

6. Precisamos ser uma igreja onde os lares sejam agência de evangelismo e discipulado

O ministério das células nos lares...

 

7. Precisamos ser uma igreja sensível aos visitantes

a) A ilustração do Jantar: 1) Uma igreja hostil ao visitante; 2) Uma igreja simpática ao visitante; 3) Uma igreja voltada ao visitante. "Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus." (Rm 15:7)

b) A ilustração da Clientela do super mercado: um supermercado fez uma pesquiza com a seguinte questão: Por que os clientes desaparecem?  Resultado foi: 1% dos clientes morrem; 3% mudam para outro lugar; 5% encontram um preço melhor; 9% mudam em função de conveniência; 14% descontentamento pessoal; 68% em função de mau atendimento.

c) Os dez mandamentos do relacionamento humano em nossa igreja e nas Células:

1) Fale com o visitante; esteja antenado no culto e depois dele para acolher o visitante.

2) Sorria para as pessoas: São necessários 72 músculos para franzir o rosto; apenas 14 para sorrir;

3) Mencione o nome das pessoas;

4) Seja cortês e cooperador. Quer ter amigos? Seja amigo!

5) Tenha um interesse genuíno pelas pessoas;

6) Tenha uma palavra e uma atitude encorajadora;

7) Seja generoso nos elogios e cauteloso nas críticas;

8) Tenha consideração com o sentimento das pessoas;

9) Considere a opinião das outras pessoas;

10) Esteja pronto para ouvir.

 


 

Lições de Jesus à sombra da cruz

Referência: João 13.1-20

 

INTRODUÇÃO

Jesus sabia que a sua hora tinha chegado. Jesus andou rigorosamente debaixo da agenda do céu. Ele cumpriu cabalmente a agenda traçada pelo Pai.

1)2:4 – Jesus disse para a sua mãe em Caná: "Ainda não é chegada a minha hora".

2)7:30 – Os guardar não puderam prendê-lo "porque ainda não era chegada a sua hora".

3)8:20 – E ninguém o prendeu no templo "porque não era ainda chegada a sua hora".

4)12:23 – Quando Jesus entrou triunfalmente em Jerusalém disse: "É chegada a hora de ser glorificado o Filho do homem".

5)13:1 – Na festa da Páscoa Jesus disse: "Sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai".

6)17:1 – Tendo terminado seus ensinos no cenáculo, antes de ir para o Getsêmani Jesus disse: "Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a Ti".

Jesus já estava à sombra da cruz. Jerusalém estava com suas ruas apinhadas de gente. Cada família já estava se preparando para imolar o cordeiro e celebrar a páscoa. Jesus escolheu esta data para morrer por duas razões: Primeiro, o Cordeiro da Páscoa era o mais vívido tipo de Cristo em toda a Bíblia. Segundo, a Páscoa era a festa onde todo o povo se juntava em Jerusalém. Sua morte seria pública. Os sacerdotes já se preparavam para a grande festa que marcava a saída do povo do cativeiro do Egito, quando Deus libertou o seu povo pelo sangue do Cordeiro.

Jesus ministra aos seus discípulos suas últimas lições. Essas lições são pilares que devem manter nossa estrutura espiritual. São trombetas de Deus aos nossos ouvidos. São luzes de alerta em nosso caminho. São exemplos vivos que precisam ser imitados.

I. A PRIMEIRA LIÇÃO DE JESUS É SOBRE O SEU AMOR INCOMENSURÁVEL PELO SEU POVO – V. 1-3

1. A cruz não foi um acidente na vida de Cristo. Ele não foi para a cruz pela trama dos judeus, pela traição de Judas, pela maldade de Anás e Caifás, pela covardia de Pilatos, pela gritaria insana dos judeus, pelo crueldade dos soldados. Ele foi à cruz por um plano eterno do Pai. Ele sabia que estava indo para a cruz. Ele sabia que sua hora tinha chegado. A despeito do conhecimento de seu sofrimento atroz e de sua morte horrenda, ele continua amando os seus discípulos até o fim.

2. Mesmo sabendo que os seus discípulos o abandonaria vergonhosamente em poucas horas, deixando-o nas mãos dos pecadores. Mesmo sabendo que Judas o trairia, que Pedro o negaria e que os outros se dispersariam, Jesus continua amando os seus discípulos até o fim.

3. Jesus amou-nos ao ponto de deixar a glória, entrar no mundo, se fazer carne, tornar-se pobre, ser perseguido, odiado, zombado, cuspido, pregado numa cruz, carregando sobre o seu corpo no madeiro os nossos pecados e morrer por nós em uma rude cruz. Esse é um amor imenso, eterno, infinito. Nenhum pregador jamais pode pregar completamente esse amor. Nenhum escritor jamais pode descrever completamente esse amor. Nenhum poeta jamais conseguiu descrever esse amor. Se todos os mares fossem tinta e todos as nuvens fossem papel e se todas as árvores fossem pena e todos os homens escrivães nem mesmo assim se poderia descrever o amor de Cristo. Seu amor excede todo o entendimento.

4. O principal dos pecadores pode vir a ele com ousadia e confiar no seu perdão. Jesus se deleita em receber pecadores. Jesus não nos lança fora por causa dos nossos fracassos. Ele jamais nos rejeita por causa da nossa fraqueza. Aqueles a quem ele ama desde o princípio, ele ama até o fim. Aqueles que vêm a ele jamais ele lança fora.

II. A SEGUNDA LIÇÃO DE JESUS É SOBRE O PERIGO DE SE VIVER COMO UM HIPÓCRITA NO MEIO DO POVO DE DEUS – V. 2-3,18-19

1. Judas tinha sido escolhido pelo próprio Cristo no mesmo nível e ao mesmo tempo que Jesus tinha escolhido Pedro, Tiago, João e os demais apóstolos. Judas foi escolhido depois de uma noite de oração. Judas foi escolhido de acordo com a vontade de Deus. Judas foi escolhido para estar com Jesus, para pregar o evangelho, para orar pelos enfermos e expulsar demônios.

2. Por três anos Judas andou com Cristo. Judas viu os milagres de Cristo. Ouviu os tremendos ensinamentos de Cristo. Viu Cristo curando os aleijados, dando vista aos cegos, purificando os leprosos e ressuscitando os mortos. Durante três anos Judas viu Jesus andando por toda a parte libertando os oprimidos do diabo.

3. Durante três anos Judas realizou a obra de Deus. Quando Jesus enviou os discípulos de dois a dois Judas estava no meio deles. Ele participou do grupo dos 12 e dos 70. Judas pregou o evangelho para os outros. Judas orou pelos enfermos. Judas expulsou demônios no nome de Jesus. Mas agora estamos vendo este homem possuído pelo diabo e caminhando para a destruição. Judas tapa os ouvidos à voz de Cristo e abre o seu coração aos sussurros do diabo. Ele abrigou no coração as sugestões do diabo e o diabo entrou nele e levou para o inferno.

4. Judas nos mostra o quão longe um homem pode ir na sua profissão religiosa sem ser convertido. O quão profundamente uma pessoa pode se envolver com as coisas de Deus e ser apenas um hipócrita. Judas nos mostra a inutilidade dos maiores privilégios sem um coração sincero diante de Deus. Privilégios espirituais sem a graça de Deus não salva ninguém. Ninguém é salvo por ser um líder religioso, por ocupar um lugar de destaque na denominação ou por exercer um ministério espetacular. Judas nos alerta sobre o perigo de se ter apenas um conhecimento intelectual do evangelho, mas um coração ainda não convertido. Judas nos mostra que ser batizado ou ser membro de igreja não é uma garantia de que estamos certos diante de Deus.

5. Judas nos adverte sobre a necessidade de sondarmos o nosso coração. Judas amou mais o dinheiro do que a sua alma. Ele amou mais o dinheiro do que a Jesus. Aquele não foi um deslize momentâneo na vida de Judas. Jesus já conhecia o seu coração. Jesus sabia que ele era um "diabo" (João 6:70). Jesus sabia que ele era ladrão. Aqui a máscara caiu e Judas acolheu o sugestionamento do diabo. Aqui Judas simplesmente evidencia de quem ele era servo. Quem mandava em sua vida. A quem ele de fato obedecia. Ah! Devemos orar continuamente para que o nosso Cristianismo seja genuíno. Mesmo que nossa vida seja frágil, precisamos dizer: "Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo".

6. Judas é um alerta para nós sobre o perfeito conhecimento que Cristo tem de todo o seu povo. Jesus pode distinguir entre uma falsa profissão de fé e a verdadeira graça. A igreja pode ser enganada, mas Jesus não. Homens maus como Judas podem ocupar os postos mais altos na liderança das igrejas, mas jamais enganarão a Jesus. Jesus conhece aqueles a quem ele escolheu (13:18-19). Esse conhecimento de Jesus alerta os hipócritas ao arrependimento. Jesus deu todas as oportunidades para Judas se arrepender. Ele o chamou. Ele o ensinou. Ele o comissionou. Ele lavou os seus pés. Ele o tratou como amigo. Ele lhe deu todos os privilégios que deu aos outros discípulos. Mas o mesmo sol que amolece a cera endurece o barro. Os discípulos foram salvos, Judas pereceu.

III. A TERCEIRA LIÇÃO DE JESUS É QUE PRIVILÉGIOS NÃO IMPLICAM EM ORGULHO, MAS EM HUMILDADE – V. 3-5

1.Jesus sabia quem era. Sabia de onde tinha vindo e para onde estava indo. Sabia sua origem e seu destino. Sabia que era o Rei dos reis. Sabia que era o Filho do Deus Altíssimo. Sabia que o Pai tudo confiara em suas mãos. Sabia que era o soberano do Universo. Mas sua majestade não o levou à auto-exaltação, mas à humilhação mais profunda. O que ele sabia determinou o que ele fez. Sua humildade não procedeu da sua pobreza, mas da sua riqueza. Sendo rico se fez pobre. Sendo Rei se fez servo. Sendo Deus se fez homem. Sendo soberano do universo se cingiu com uma toalha e lavou os pés dos seus discípulos.

2. Era costume que as pessoas antes de se assentar à mesa lavasse os pés. Eles tinham vindo de Betânia. Seus pés estavam cobertos de poeira. Eles não podiam assentar-se à mesa antes de lavar os pés. Esse era o serviço dos escravos. Jesus estava no cenáculo com eles. Ali não havia serventes. Jesus esperou que eles tomassem a iniciativa de lavar os pés uns dos outros. Mas eles tinham muito orgulho para fazer um serviço de escravo. Ninguém tomou a iniciativa. Eles abrigavam no coração quem era o mais importante entre eles (Lucas 22:24-30). Judas nesse momento já havia decidido trair a Jesus por trinta moedas de prata. Eles pensavam que privilégios implicava em grandeza, em reconhecimento, em aplausos, em regalias.

3. Foi no meio de tais homens que se sentiam muito importantes, homens em cujo meio estava Judas, o traidor que Jesus se levanta. Mesmo sabendo que era o Filho de Deus e que tinha vindo do céu e voltava para o céu, Jesus cinge-se com uma toalha. Deita água em uma bacia. Começa a lavar os pés dos discípulos e enxugar-lhes com a toalha. Jesus repreende o orgulho dos discípulos com a sua humildade. Jesus mostra que no Reino de Deus o maior é o que serve. A grandeza no reino de Deus não é medida por quantas pessoas estão a seu serviço, mas a quantas pessoas você está servindo. Devemos ter o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. Ele sendo Deus não julgou como usurpação o ser igual a Deus. Ele se esvaziou. Ele se humilhou. Ele sofreu morte humilhante e morte de Cristo. Devemos nos revestir de humildade. Porque aquele que se humilhar será exaltado.

4. Jesus sendo o soberano do universo cingiu-se com uma toalha. Sendo o Rei dos reis inclinou-se para lavar os pés sujos dos seus discípulos. Ah como precisamos dessa lição de Jesus hoje. Temos hoje muitas pessoas grandes na igreja, mas poucos servos. Muita gente no pedestal e poucas inclinadas com a bacia e toalha na mão. Muita gente querendo ser servido e poucas prontas a servir. A humildade de Jesus repreende o nosso orgulho.

5. Humildade e amor são virtudes que os homens do mundo podem entender, se eles não compreendem doutrinas. O cristão mais pobre, o mais fraco e o mais ignorante pode todos os dias encontrar uma ocasião para praticar amor e humildade. Cristo nos ensinou como fazer isso. O que Jesus teve em mente não foi um rito externo, o lava pés, mas uma atitude interna, da humildade e da vontade de servir.

IV. A QUARTA LIÇÃO DE JESUS NOS ENSINA SOBRE A EFICÁCIA DA SALVAÇÃO E A NECESSIDADE DE UMA PURIFICAÇÃO DIÁRIA – V. 6-11

1. Pedro revela neste texto mais uma vez o seu temperamento ambíguo e contraditório. Num momento ele proíbe Jesus lhe lavar os pés; noutro momento quer ser banhado dos pés à cabeça. Pedro revela neste texto que não entende o que Jesus está fazendo. Ele vê mas não compreende. Seu coração estava certo, mas sua cabeça estava completamente errada. Pedro tem mais amor do que conhecimento, mais sentimento do que discernimento espiritual. Ao mesmo tempo que chama Jesus de sair, diz-lhe: "De modo nenhum me lavarás os pés". Pedro errou quanto ao estado de humilhação de Cristo e Pedro errou também quanto ao significado do ato de Jesus. Ele pensou num ato literal enquanto Jesus estava falando de uma purificação espiritual. A linguagem de Jesus aqui é a mesma do capítulo 3 quando ele fala do nascimento espiritual, do capítulo 4, quando ele fala da água espiritual, e do capítulo 6 quando ele fala do pão espiritual. Agora ele fala da limpeza espiritual. Pedro já havia demonstrado essa ambigüidade antes: confessa Jesus e depois o repreende (Mateus 16:16,22). Chama Jesus de Senhor e o proíbe de lavar-lhe os pés (João 13:6-8). Promete ir com Jesus até a morte e o nega três vezes (João 13:36-38).

2. Pedro precisava entender o que era ser lavado por Cristo. Jesus não estava falando de uma lavagem física, mas espiritual. Quem não for lavado, purificado, justificado e santificado por Cristo não tem parte com ele (1 Coríntios 6:11). Cristo precisa lavar-nos se nós vamos reinar com ele em sua glória. Judas não estava limpo, ou seja, ele não tinha sido transformado, convertido.

3. Pedro precisava entender que uma vez salvo, salvo para sempre. Quem já se banhou não precisa lavar-se senão os pés. A salvação é uma dávida eterna. A palavra lavar nos versos 5-6,8,12 e 14 é nipto e significa lavar uma parte do corpo. Mas a palavra lavar no verso 10 é louo e significa lavar o corpo completamente. A distinção é importante, porque Jesus estava ensinando os seus discípulos a importância de uma caminhada santa. Quando um pecador confia em Jesus é banhado completamente e seus pecados são perdoados (1 Coríntios 6:9-11; Tito 3:3-7; Apocalipse 1:5). E Deus nunca mais se lembra desses pecados (Hebreus 10:17). Contudo, como os crentes andam neste mundo eles são contaminados e precisam ser purificados. Não precisam ser justificados de novo, mas de constante purificação. "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos purificar e nos perdoar" (1 João 1:9). Quando andamos na luz temos comunhão com Cristo. Quando somos purificados andamos em intimidade com Cristo.

4. Pedro precisava entender que os salvos precisam continuar ser purificados. Precisamos ser lavados continuamente pelo sangue de Cristo. Precisamos ser purificados das nossas impurezas. Se confessarmos os nossos pecados ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados. Precisamos ser lavados para entrarmos no banque da comunhão com Cristo. Nossos pés precisam ser lavados. O mesmo sangue que nos lavou em nossa conversão, agora nos purifica diariamente em nossa santificação.

V. A ÚLTIMA LIÇÃO DE JESUS É SOBRE A VERDADEIRA NATUREZA DA FELICIDADE DO CRISTÃO – V. 12-20 (17)

1. Jesus define o que é felicidade (13:17). Bem-aventurado aqui significa muito feliz. Mas quem é feliz? É aquele que serve e serve aos mais fracos, da maneira mais humilde. Feliz é aquele que não apenas chama Jesus de Mestre e Senhor, mas também imita a Jesus, servindo ao próximo. Ser feliz segundo o mundo é estar acima dos outros. É ser servido por todos. Ser feliz no Reino de Deus é rebaixar-se para servir aos mais fracos. A grandeza no Reino de Deus não é medida por quantas pessoas nos servem, mas a quantas nós servimos. A felicidade não é um fim em si mesma, mas um sub-produto de uma vida que vivemos dentro da vontade de Deus. O mundo pensa que felicidade é o resultado de outros nos servirem, mas a real felicidade é servirmos aos outros em nome de Jesus. O mundo pergunta: Quantas pessoas servem você. Mas Jesus pergunta: a quantas pessoas você está servindo? No Reino de Deus o maior é o servo de todos.

2.O crente não deve se envergonhar de fazer nenhuma coisa que Jesus tenha feito (13:17). Jesus deixou a glória, o céu, os anjos, o trono e veio ao mundo para servir, servir pecadores como eu e você. Na vida cristã não há espaço para vaidade, para orgulho. Nosso Rei foi servo. Ele se esvaziou. Ele se despiu da sua glória. Ele nasceu numa manjedoura. Ele não tinha onde reclinar a cabeça. Ele cingiu-se com uma toalha. Ele foi sepultado num túmulo emprestado. Ele lavou os pés de homens fracos e cheios de vaidade. Ele fez um trabalho próprio dos escravos. E seus discípulos deveriam fazer o mesmo.

3. Jesus nos ensina sobre a inutilidade do conhecimento religioso que não é acompanhado pela prática (13:17). Um conhecimento que não se traduz em trabalho, em obra, em serviço é estéril e não pode trazer felicidade. Não basta conhecer a verdade se não somos transformados por esta verdade. O conhecimento sem amor envaidece. A fé sem obras é morta. A doutrina sem vida é inútil. O conhecimento sem a obediência nos torna mais culpados diante de Deus. O conhecimento sem prática não nos coloca acima do nível dos demônios (Marcos 1:24 e Tiago 2:20). Satanás conhece a verdade, mas não tem nenhuma disposição para obedecê-la. Conhecimento sem prática descreve o caráter de Satanás e não do crente. Por isso, Satanás é sumamente infeliz. Um crente feliz é aquele que não apenas conhece, mas pratica o que conhece.

CONCLUSÃO

O texto que acabamos de considerar nos ensina quatro lições fundamentais: Diante dos privilégios devemos agir com humildade. Diante da contaminação do mundo, necessitamos de purificação constante. Diante da vaidade do mundo, precisamos aprender que a verdadeira felicidade é servir e não ser servido. Diante da eternidade e do destino da nossa alma, precisamos vigiar-nos para não cairmos no abismo da hipocrisia. Que aprendemos estas lições que Jesus ensinou à sombra da cruz!

 


 

Examine a si mesmo...

Texto: Mateus 7.13-17

Contexto anterior: sermão da montanha com várias orientações de Jesus sobre as atitudes pratica dos cristãos

Contexto posterior: falsos profetas

O texto refere-se a salvação e vida eterna.e Jesus exemplifica essa questão ilustrando como 2 portas e 2 caminhos

·        Porta larga e espaçoso caminho

·        Porta estreita e apertado caminho

São duas escolhas com duas conseqüências distintas a qual devemos decidir. Não é a primeira vez que na bíblia somos chamados a escolher entre dois caminhos. Deut 30.19

Jesus nos indica a escolha certa ou melhor porta certa, Ele diz "entrai pela porta estreita"

Essa indicação é de extrema importância nos dias de hoje, pois vivemos dias onde tem sido pregado um evangelho corrompido de uma graça barata destituída da fé e de um comprometimento com a pratica.

Por conta de um evangelho imediatista onde os números são o glamour, o mais importante no reino de Deus, foi e é ensinado em nossas igrejas que basta a pessoa orar pedindo para Jesus entrar em seu coração que Ele a salvará, como se essa oração fosse uma chave mágica e tendo dito isto você é salvo... isto é uma heresia muitos que fizeram essa oração estão se achando salvos, mas vão para o inferno... eu vou explicar o porque?

Aqueles que conhecem as Sagradas Escrituras sabem que Jesus é a porta estreita "Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens." João 10:9 e só por ele exite salvação fora dEle não existe salvação "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador". João 10:1 a porta estreita é a unica é a unica que nos conduz ao caminho que leva a vida conforme o texto de mateus.

Você entende isso? Que Jesus é o unico caminho?

Jesus nos traz nesse texto uma informação tão importantante, mas tão importante que diz respeito diretamente a nossa salvação, mas que quase sempre passa despercebido pelos leitores e passa batido. Ficamos tão aficionados,interessados pela porta que esqucemos do resto do versiculo.

 O mesmo Jesus que disse que que a porta é estreita é o mesmo que disse, que garantiu que afirmou também que o caminho é apertado e é esse caminho que conduz a vida.

Jesus esta nos dizendo que quando vc entra pela porta estreita, que nós sabemos que é Ele mesmo ou seja o Cristo,  ou melhor quando vc faz a oração de entrega de sua vida pedindo pra que ele venha ser o Senhor de sua vida. O caminho que lhe espera ao passar por essa porta ao entregar a sua vida é necessariamente apertado, estreito.

O que signifca caminhar por esse caminho estreito, signifaca dizer que se vc entregou o seu coração a Jesus, necessariamente você caminhara para uma vida de genuino arrependimento, arrependimento diario, significa que haverá mudanças radicais, renuncias, conflitose vitórias sobre o seu próprio eu, significar permanecer alicerçado em Cristo e em seus estatutos

"Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 2 Coríntios 5:17

"Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." João 3:3

As pessoas hoje estão entregando o seu coração a Jesus, erguendo suas mãos nas igrejas, mas estão andando pelo camino largo e espaçoso que leva a morte. Estão se engando a si mesmas

·        Não se sugeitam ao Senhoriu de Cristo

·        Não nascem de volta continuam sendo as mesmas pessoas de outrora, mentirosas, cíumentas invejosas etc

·        Os egos continuam aflorados, acham que são algumas coisa, pensamentos  mundanos, vontade forte etc

É por isso que afirmei e o faço de volta dizendo que muitos que fizeram a oração de entrega acham que estão salvos mas vão é para o inferno as suas atitudes testemunham contra elas

·        Aquilos que elas ouvem, escutam  e olham confirma isso

·        O seu falar mostra isso, palavrões, torpezas imundicias etc "De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim." Tg 3:10

·        A maneira que se comprometem com as coisas de Deus mostra isso..

·        A maneira que se relaciona com os irmãos e com o mundo mostra isso.

Em Romanos paulo dis que essas pessoas "Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador.... Romanos 1:25

Nesse mesmo capitulo Jesus fala dos falsos cristãos "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade"

Jesus estava falando para pessoas crente que trabalhava para ele, que fazia as coisas acontecer em seu nome, que pediram um dia pra Jesus entrar em seus corações qu o tinha apenas como o salvador e não como o Senhor pois praticavam iniquidade. Paulo diz que o cristão tem que se "considerar como morto para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor." Romanos 6:11

A salvação queridos irmãos é sim pela graça mediante a fé conforme Efésios 2.8 e essa fé gerara mudanças em nossas vidas "Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele, Arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças" Colcesnsses 2.6-7

Paulo escrevendo a Tito (13) disse que nós deveriamos ser sadios na fé para Timóteo 4.12 disse que o cristão tem que ser "o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza." e precisamos ser fiéis a Ele "Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará;" 2 Tm2.12

Infelismente muitos tem se deixado afastar e tem seguido o caminho espaçoso "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; "I Tm 4.1, e conforme Paulo eles não tem permanecidos fundados e firmes na fé, e tem se movido da esperança do evangelho que um dia eles ouviram (Col 1.23)

Irmãos nesse momento quero que vc abra o texto de 2 Co13.5 e leia ele junto comigo "Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados.

Sera que vc é irmão um desses que entregaram o seu coração a jesus mas estão andando pelo caminho espaçoso direto para o inferno ou vc é um crente conforme Jo15.1-6

O evangelho verdadeiro é sofrimento é renuncia é se deixar moldar, não é essa postura crista descomprometida cheia de glamour, de facilidades onde o evangelho serve apenas para abrir portas e não transformar vidas

 "O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê", no entanto, para viver o evangelho de Jesus é preciso romper com as velhas estruturas...

 

1. Arrependimento.

a) O arrependimento é o tema central do Novo Testamento.

"E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus." Mt. 3:2

"Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus." Mt 4:17

"Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor," At 3:19

"Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;" At 17.30

b) Sem arrependimento verdadeiro não há mudança de vida...O arrependimento glorifica a Deus... É preciso confissão sincera e honesta.

"E muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos." At 19:18

"O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia." Pv 28.13

 

2. Mudança de atitude é certa

Romper com as Velhas Práticas e Abraçar Novos Valores do Reino. Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo (Lc 14:33;

a) "Ninguém pode servir a dois senhores" (Mt 6:24) É preciso renunciar tudo..."Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo" (Lc 14:33)

b) É preciso romper com a idolatria, feitiçaria, prostituição, mentira, o medo, as seitas, os vícios, a incredulidade, as organizações secretas... "Se alguém está em Cristo nova criatura é..." (II Cr 5:17)

c) O projeto de Jesus é: "Vinho novo para odres novos" (Mt 9:17)

d) O Senhor não divide a Sua glória (Dt 6:4; Is 43:10; 42:8)

e) Você já queimou as coisas que te prendiam ao passado? (v. 19) (Dt 7:25,26)

c) É preciso seguir o padrão de Deus.

d) Os valores do Reino de Deus são eternos.

 

3. Só é Agradável a Cristo Aquele que lhe Obedece em Tudo. (Jo 15:14; 14:15)

a) A obediência tem uma grande recompensa. (Lv 26:3-13)

b) Se obedecermos a Cristo, nosso corpo será sua morada. (Jo 14:23)

c) É preciso obedecer a Cristo em tudo: Batismo; Ceia do Senhor; Todos os Mandamentos...

d) Se obedecermos à Cristo seremos seus amigos. (Jo 15:14). Obediência é prova de amor (Jo 14:15)

e) Você está obedecendo a Cristo em tudo? Você está disposto a romper com tudo agora mesmo, para servir a Jesus?

Para seguir a Jesus é preciso passar por uma reforma geral, toda maneira de ser e de viver precisa ser transformada pelo Evangelho de Jesus.

 


 

JESUS, É A ESPERANÇA

Texto: Marcos 5.21-24 e 35-43

 

INTRODUÇÃO

- Todo o contexto deste texto mostra que Jesus é a esperança dos desesperançados. O impossível pode acontecer quando Jesus intervém.

Ele acalmou o mar e fez cessar o vento, quando os discípulos estavam quase a perecer (Mc 4.35-41). Ele libertou um homem enjeitado pela família e pela sociedade de uma legião de demônios e fez dele um missionário (Mc 5.1-20). Ele curou uma mulher hemorrágica, depois que todos os recursos humanos haviam se esgotado (Mc 5.25-34). Agora, Jesus ressuscita a filha única de um líder religioso, mostrando que ele também tem poder sobre a morte (Mc 5.35-43).

 I. JAIRO VAI A JESUS LEVANDO SUA CAUSA DE DESESPERADORA

1. O desespero de Jairo levou-o a Jesus com um senso de urgência – v. 35

- Jairo tinha uma causa urgente para levar a Jesus. Sua filhinha estava à morte. Lucas nos informa que ela era filha única e tinha doze anos (Lc 8.42). - Desta maneira a linhagem de Jairo estava-se extinguindo. Segundo o costume uma menina judia se convertia em mulher aos doze anos.

- Essa menina estava precisamente no umbral dessa experiência. Era como uma flor que estava secando antes mesmo de desabrochar plenamente.Todos os outros recursos para salvar sua filha haviam chegado ao fim. Jairo, então, busca a Jesus com um profundo senso de urgência.

- O sofrimento muitas vezes pavimenta o nosso caminho para Deus. Ernesto Trenchard diz que a aflição é frequentemente a voz de Deus. As aflições tornam-se fontes de bênçãos quando elas nos trazem a Jesus.

- Jairo crê que se Jesus for com ele e impor as mãos sobre sua filhinha ela será salva e viverá.  Jairo crê na eficácia do toque das mãos de Jesus. Ele confia que Jesus é a esperança para a sua urgente necessidade.

 2. O desespero de Jairo levou-o a transpor barreiras para ir a Jesus

- Jairo precisou vencer duas barreiras antes de ir a Jesus: Em primeiro lugar, a barreira da sua posição.

- Jairo era chefe da sinagoga, um líder na comunidade. A sinagoga era o lugar onde os judeus se reuniam para ler o livro da Lei, os Salmos e os Profetas, aprendendo e ensinando a seus filhos o caminho do Senhor. Jairo era o responsável pelos serviços religiosos no centro da cidade no sábado, pela escola, e tribunal de justiça, durante o restante da semana. Ele supervisionava o culto, cuidada dos rolos da Escritura, distribuía as ofertas, e administrava e cuidada do edifício onde funcionava a sinagoga.

- O líder da sinagoga era um dos homens mais importantes e respeitados da comunidade. A posição religiosa, social e econômica de um homem, entretanto, não o livra do sofrimento. Jairo era líder, rico, influente, mas a enfermidade chegou à sua casa. Seu dinheiro e sua influência não puderam manter a morte do lado de fora da sua casa. Os filhos dos ricos ficam doentes e morrem também.

- John Charles Ryle diz que a morte vem aos casebres e aos palácios, aos chefes e aos servos, aos ricos e aos pobres. Somente no céu a doença e a morte não podem entrar.

Cônscio da dramática realidade que estava vivendo, Jairo despojou-se de seu status, e prostrou-se aos pés de Jesus, pois ele era suficientemente grande para vencer todas as barreiras na hora da necessidade.

Muitas vezes, o orgulho pode levar um homem a perder as maiores bênçãos.  Naamã se recusou a obedecer à ordem do profeta Eliseu para mergulhar no rio Jordão. Não fora a intervenção de seus servos, teria voltado para a Síria ainda leproso.

Em segundo lugar, a barreira da oposição dos líderes religiosos. A essas alturas, os escribas e fariseus já se mancomunavam com os herodianos para matarem a Jesus (Mc 3.6).  As sinagogas estavam fechando as portas para o rabi da Galiléia. Os líderes religiosos viam-no como uma ameaça à religião judaica.  Jairo precisou romper com o medo da crítica ou mesmo da retaliação dos maiores líderes religiosos da nação.

 3. O desespero de Jairo levou-o a prostrar-se aos pés de Jesus

- Há três fatos marcantes em Jairo:

Em primeiro lugar, Jairo se humilhou diante de Jesus.  Ele se prostrou. Ele reconheceu que estava diante de alguém maior do que ele, do que os líderes judaicos, do que a própria sinagoga. Reconheceu o poder de Jesus. Ele se prostrou e nada exigiu, mas pediu com humildade. Ele se curvou e não expôs seus predicados nem tentou tirar proveito da sua condição social ou posição religiosa.

Na presença de Jesus não há espaço para vaidades.  John Henry Burn diz que não há lugar na terra mais alto do que aos pés de Jesus.  Cair aos pés de Jesus é estar de pé. Aqueles que caem aos seus pés, um dia estarão à sua destra.

Em segundo lugar, Jairo clamou com perseverança.  Jairo não apenas suplica a Jesus, mas o faz com insistência. Ele persevera na oração. Ele tem uma causa e não está disposto a desistir dela. Não reivindica seus direitos, mas clama por misericórdia. Não estadeia seus méritos, mas se prostra aos pés do Senhor.

Em terceiro lugar, Jairo clamou com fé. - Não há nenhuma dúvida no pedido de Jairo. Ele crê que Jesus tem poder para levantar a sua filha do leito da morte. Ele crê firmemente que Jesus tem a solução para a sua urgente necessidade.

- A fé de Jairo germinou no solo do sofrimento, foi severamente testada, mas também amavelmente encorajada.

 II. JESUS VAI COM JAIRO LEVANDO ESPERANÇA PARA O SEU DESPERO

1. Quando Jesus vai conosco podemos ter a certeza que ele se importa com a nossa dor-

 Jesus sempre se importa com as pessoas: ele fez uma viagem pelo mar revolto à região de Gadara para libertar um homem louco e possesso.

- Agora, ele caminha espremido pela multidão para ir à casa do líder da sinagoga. Mas, no meio do caminho pára para conversar com uma mulher anônima e libertá-la do seu mal.- Jesus se importa com você. Sua causa toca-lhe o coração. Warren Wiersbe diz que as três palavras de Jesus neste episódio é que fazem toda a diferença.

Em primeiro lugar, a palavra da fé. - "Não temas, crê somente" (5.36). - Era fácil para Jairo crer em Jesus enquanto sua filha estava viva, mas agora a desesperança bateu à porta do seu coração. - Quando as circunstâncias fogem do nosso controle, também somos levados a desistir de crer.

Em segundo lugar, a palavra da esperança. "A criança não está morta, mas dorme" (5.39). - Para o cristão a morte é um sono passageiro, quando o corpo descansa e o espírito sai do corpo (Tg 2.26), para habitar com o Senhor (2 Co 5.8) e estar com Cristo (Fp 1.20-23). - Não é a alma que dorme, mas o corpo que aguarda a ressurreição na segunda vinda de Cristo (1 Co 15.51-58).

Em terceiro lugar, a palavra de poder. "Menina, eu te mando, levanta-te" (5.41). - Toda descrença e dúvida foram vencidas pela palavra de poder de Jesus. A menina levantou-se não apenas da morte, mas também da enfermidade.

 2. Quando Jesus vai conosco os imprevistos humanos não podem frustrar os propósitos divinos

- Enquanto a mulher com hemorragia recebe graça, o pai da moribunda vive o inferno, diz Adolf Pohl.- Jairo deve ter ficado aflito quando Jesus interrompeu a caminhada à sua casa para atender uma mulher anônima no meio da multidão. Seu caso requeria urgência. Ele não podia esperar. - Mas Jesus não estava tratando apenas da mulher enferma, mas também de Jairo. A demora de Jesus é pedagógica. - Algumas vezes parece que Jesus está atrasado. Os discípulos já tinham esgotado todos os seus recursos, jogados de um lado para o outro por uma terrível tempestade no Mar da Galiléia.

- Era a quarta vigília da noite e o naufrágio parecia inevitável. Mas quando a desesperança parecia vencer, Jesus apareceu andando sobre as águas, trazendo vitória para seus discípulos.  Quando Jesus chegou à aldeia de Betânia, Lázaro já estava sepultado há quatro dias. Marta pensou que Jesus estava atrasado, mas Jesus levantou Lázaro da sepultura. Nada apanha Jesus de surpresa. - Os imprevistos dos homens não frustram os propósitos divinos.

- Os impossíveis dos homens são possíveis para ele. Quando ele parece estar atrasado é porque está fazendo algo melhor e maior para nós.

 3. Quando Jesus vai conosco não precisamos temer más notícias – v. 36-

 Jairo recebe um recado de sua casa: sua filha já morreu. Agora é tarde, não adianta mais incomodar o mestre. Na visão daqueles amigos as esperanças haviam se esgotado. - Eles pensaram: "há esperança para os vivos; nenhuma para os mortos". A causa parecia perdida.

Jairo está atordoado e abatido. A última faísca de esperança é arrancada do coração de Jairo. O mundo desabou sobre a sua cabeça. Uma solidão incomensurável abraçou a sua alma. Mas Jesus, sem acudir às palavras dos mensageiros que vinham da casa de Jairo, não reconhece a palavra da morte como palavra final, contrapõe-lhe a palavra da fé e diz-lhe: "Não temas, crê somente".

- Adolf Pohl diz que no evangelho de Marcos a fé não resulta dos milagres, mas os milagres vêm da fé, sim, do milagre da fé. Exatamente quando a fé se torna ridícula é que se torna séria.

- Na hora que os nossos recursos acabam, Jesus nos encoraja a crer somente. - As más notícias podem nos abalar, mas não abalam o nosso Senhor. Elas podem pôr um fim nos nossos recursos, mas não nos recursos de Jesus. Jesus disse para Marta: "Se creres verás a glória de Deus".

As nossas causas irremediáveis e perdidas têm solução nas mãos de Jesus. A morte é o rei dos terrores, mas Jesus é mais poderoso do que a morte. As chaves da morte estão na sua mão.  Um dia ele tragará a morte para sempre (Is 25.8). A confiança na presença, na promessa e no poder de Jesus é a única resposta plausível para a nossa desesperança. - Quantos as coisas parecem totalmente perdidas, com Jesus elas ainda não estão perdidas.

- Deus providenciou um cordeiro para Abraão no Monte Moriá, abriu o Mar Vermelho para o povo de Israel passar quando este estava encurralado pelos egípcios. - A palavra de Jesus ainda deve ecoar em nossos ouvidos: "Não temas, crê somente"! No meio da crise, a fé tem que sobrepor às emoções.

- C. S. Lewis diz que "o grande inimigo da fé não é a razão, mas as nossas emoções".

 Tanto Marcos como Lucas falam do temor sentido por Jairo. Há algo temível na morte. Ela nos infunde pavor (Hb 2.15). Quando Jairo recebeu o recado da morte da sua filha seu coração quase parou, seu rosto empalideceu e Jesus viu a desesperança tomando conta do seu coração. Jesus, então, o encoraja a crer, pois a fé ignora os rumores de que a esperança morreu.

4. Quando Jesus vai conosco não precisamos nos impressionar com os sinais da morte – v. 39

Dewey Mulholland diz que os que estão ali lamentando, aqueles que informaram Jairo, e os próprios pais, sabem que a criança está morta. Jesus diz que ela está apenas dormindo, pois ele faz um prognóstico teológico e não um diagnóstico físico.

Muitos dizem que a morte é o fim. Mas a morte não é permanente. Do ponto de vista de Deus, é um sono para o qual há um despertar. Mas Jesus promete mais do que isso. Embora esteja morta, sua condição não é mais permanente do que o sono; ele vai trazê-la de volta à vida.

- O culto à morte é declarado sem sentido e a morte denunciada. "Ela morreu" é uma palavra à qual Deus não se curva. "Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos; porque para ele todos vivem" (Lc 20.38; Mc 12.27). - Os homens continuam divertindo-se, referindo-se a fé religiosa como se fosse uma superstição ou um mito. Mas esse abuso não fez Jesus parar.

- Ao longo dos séculos os incrédulos riram e escarneceram, mas Jesus continua operando milagres extraordinários, trazendo esperança para aqueles que já tinham se capitulado ao vozerio estridente da desesperança. - Nós olhamos para uma situação e dizemos: não tem jeito! Colocamos o selo da desesperança e dizemos: impossível! Então, somos tomados pelo desespero e a nossa única alternativa é lamentar e chorar. Mas Jesus olha para o mesmo quadro e diz: é só mais um instante, isso é apenas passageiro, ainda não é o fim, eu vou estancar suas lágrimas, vou aliviar sua dor, vou trazer vida nesse cenário de morte!

5. Quando Jesus vai conosco, a morte não tem a última palavra – v. 40-42

- Os mensageiros que foram a Jairo e a multidão que estava em sua casa pensaram que a morte era o fim da linha, uma causa perdida, um situação irremediável, mas a morte também precisa bater em retirada diante da autoridade de Jesus. Os que estavam na casa riram de Jesus. Nada sabiam do Deus vivo, por isso, riram o riso da descrença. Mas Jesus entra na risada e a expulsa (5.40).

- Diante do coral da morte, ergue-se o solo da ressurreição: "Tomando-a pela mão, disse: Talita cumi, que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te! Imediatamente, a menina se levantou e pôs-se a andar..." (5.41-42).

- "Talita cumi" era uma expressão em aramaico, que a pequena menina podia entender, pois o aramaico era a sua língua nativa. Assim Jesus estava demonstrando a ela não apenas seu poder, mas também, sua simpatia e seu amor.

- Jesus não usou nenhum encantamento nem palavra mágica. Somente com sua palavra de autoridade, sem uma luta ofegante, sem meios nem métodos, se impõe à morte. - Diante da voz do onipotente Filho de Deus, a morte curva sua fronte altiva, dobra seus joelhos e prostra-se, vencida, perante o criador!

Para Jesus não tem causa perdida. Ele dá vista aos cegos, levanta os paralíticos, purifica os leprosos, liberta os possessos, ressuscita os mortos, quebra as cadeias dos cativos e levanta os que estão caídos. - Hoje ele dá vida aos que estão mortos em seus delitos e pecados. Ele arranca os escravos do diabo do império das trevas e faz deles embaixadores da vida. Ele arranca um ébrio, um drogado, um criminoso do porão de uma cadeia e faz dele um arauto do céu. Ele apanha uma vida na lama da imoralidade e faz dela um facho de luz. Ele apanha uma família quebrada e faz dela um jardim engrinaldado e perfumado de singela alegria.

6. Quando Jesus vai conosco, o choro da morte é transformado na alegria da vida – v. 42

- Aonde Jesus chega, entra a cura, a libertação e a vida. Onde Jesus intervém, o lamento e o desespero são estancados. Diante dele, tudo aquilo que nos assusta precisa bater em retirada. - A morte com seus horrores não pode mais ter a palavra final.

- A morte foi tragada pela vitória. Na presença de Jesus há plenitude de alegria. Só ele pode acalmar os vendavais da nossa alma, aquietar nosso coração e trazer-nos esperança no meio do desespero.

- Marcos registra que imediatamente a menina se levantou e pôs-se a andar. A ressurreição restaurou tanto a vida como a saúde. Nenhum resquício de mal, nenhum vestígio de preocupação. O milagre foi completo, a vitória retumbante, a alegria indizível.

CONCLUSÃO

- Jesus é a esperança dos desesperançados. - Ele mostrou isso para o homem que não podia ser subjugado (5.1-20); para a mulher que não podia ser curada (5.25-34); e para o pai que recebeu a informação de que não poderia mais ser ajudado (5.21-24,35-43).

- Coloque a sua causa também aos pés de Jesus, pois ele ainda caminha conosco e tem todo o poder para transformar o cenário de desesperança em celebração de grande alegria.