2013/07/26

Como ser um cristão fiel até a morte 2 (Hernandes Dias Lopes)

Texto: Apocalipse 2.8-11

INTRODUÇÃO

1. É possível ser fiel e fiel até à morte num mundo carimbado pelo relativismo? O sofrimento revela quem é fiel e quem é conveniente. Aqui vemos uma igreja sofredora, perseguida, pobre, caluniada, aprisionada, enfrentando a própria morte, mas uma igreja fiel que só recebe elogios de Cristo.

2. Tudo o que Jesus diz nesta carta tem a ver com a cidade e com a igreja:

a) Uma igreja pobre numa cidade rica – Esmirna era rival de Éfeso. Era a cidade mais bela da Ásia Menor. Era considerada o ornamento, a coroa e a flor da Ásia. Cidade comercial, onde ficava o principal porto da Ásia. O monte Pagos era coberto de templos e bordejado de casas formosas. Era um lugar de realeza coroado de torres. Tinha um magnífica arquitetura, com templos dedicados a Cibeles, Zeus, Apolo, Afrodite e Esculápio. Hoje essa é a única cidade sobrevivente, com o nome de Izmir, na Turquia asiática, com 255.000 habitantes.

b) Uma igreja que enfrenta a morte numa cidade que havia morrido e ressuscitado – Esmirna havia sido fundada como colônia grega no ano 1.000 a.C. No ano 600 a. C., os lídios a invadiram e destruíram por completo. No ano 200 a. C., Lisímaco a reconstruiu e fez dela a mais bela cidade da Ásia. Quando Cristo disse que estivera morto, mas estava vivo, os esmirneanos sabiam do que Jesus estava falando. A cidade estava morta e reviveu.

c) Uma igreja fiel a Cristo na cidade mais fiel a Roma – Esmirna sabia muito bem o significado da palavra fidelidade. De todas as cidades orientais havia sido a mais fiel a Roma. Muito antes de Roma ser senhora do mundo, Esmirna já era fiel a Roma. Cícero dizia que Esmirna era a aliada mais antiga e fiel de Roma. No ano de 195 a. C., Esmirna foi a primeira cidade a erigir um templo à deusa Roma. No ano 26 d.C., quando as cidades da Ásia Menor competiam o privilégio de construir um templo ao imperador Tibério, Esmirna ganhou de Éfeso esse privilégio. Para a igreja dessa cidade, Jesus disse: "Sê fiel até à morte".

d) Uma igreja vitoriosa na cidade dos jogos atléticos – Esmirna tinha um estádio onde todos os anos se celebravam jogos atléticos famosos em todo o mundo; os jogadores disputavam uma coroa de louros. Para os crentes dessa cidade, Jesus prometeu a coroa da vida.

3. Ser cristão em Esmirna era um risco de perder os bens e a própria vida. Essa igreja pobre, caluniada e perseguida só recebe elogios de Cristo. A fidelidade até a morte era a marca dessa igreja. Como podemos aprender com essa igreja a sermos fiéis?

4. A fidelidade é um princípio básico da vida cristã: hoje os maridos e esposas estão quebrando os votos assumidos no casamento. Os pais estão quebrando os votos assumidos no batismo dos filhos. Os crentes estão quebrando os votos feitos na profissão de fé. Como ser um crente fiel em tempos de prova?

I. NÃO TENDO UMA VISÃO DESROMANTIZADA DA VIDA – V. 8-9

A igreja de Esmirna estava atravessando um momento de prova e o futuro imediato era ainda mais sombrio. Há quatro coisas nesta carta que precisamos destacar, se queremos ter uma visão desromantizada da vida:

1. Tribulação – v. 9

• A idéia de tribulação é de um aperto, um sufoco, um esmagamento. A igreja estava sendo espremida debaixo de um rolo compressor. A pressão dos acontecimentos pesava sobre a igreja e a força das circunstâncias procurava forçar a igreja a abandonar a sua fé. 

• Os crentes em Esmirna estavam sendo atacados e mortos. Eles eram forçados a adorar o imperador como Deus. De uma única vez lançaram do alto do montes Pagos 1200 crentes. Doutra feita, lançaram 800 crentes. Os crentes estavam morrendo por causa da sua fé.

• Como entender o amor de Deus no meio da perseguição? Como entender o amor do Pai pelo seu Filho quando o entregou como sacrifício? Onde é sacrificado o amado, o amor se oculta. Isso é a Sexta-Feira da Paixão: Não ausência, mas ocultação do amor de Deus.

2. Pobreza

• A pobreza não é maldição. Jesus disse: "Bem-aventurados os pobres" (Lc 6:20). Tiago diz que Deus elege os pobres do mundo para serem ricos na fé (Tg 2:5). Havia duas palavras para pobreza: ptochéia e penia. A primeira é pobreza total, extrema. Era representada pela imagem de um mendigo agachado. Penia é o homem que carece do supérfluo, enquanto ptocheia é o que não tem nem sequer o essencial.

• A pobreza dos crentes era um efeito colateral da tribulação. Ela vinha de algumas razões: 1) Os crentes eram procedentes das classes pobres e muitos deles eram escravos. Os primeiros cristãos sabiam o que era pobreza absoluta; 2) Os crentes eram saqueados e seus bens eram tomados pelos perseguidores (Hb 10:34); 3) Os crentes haviam renunciado aos métodos suspeitos e por sua fidelidade a Cristo, perderam os lucros fáceis que foram para as mãos de outros menos escrupulosos.

3. Difamação

• Os judeus estavam espalhando falsos rumores sobre os cristãos. As mentes estavam sendo envenenadas. Os crentes de Esmirna estavam sendo acusados de coisas graves. O diabo é o acusador. Ele é o pai da mentira. Aqueles que usam a arma das acusações levianas são Sinagoga de Satanás. Havia uma forte e influente comunidade judaica em Esmirna. Eles não apenas estavam perseguindo os crentes, mas estavam influenciando os romanos a prender os crentes. 

• Os judeus foram os principais inimigos da igreja no primeiro século. Perseguiram a Paulo em Antioquia da Pisídia (At 13:50), em Icônio (At 14:2,5), em Listra Paulo foi apedrejado (At 14:19) e em Tessalônica (At 17:5), em Corinto Paulo tomou a decisão de deixar os judeus e ir para os gentios (At 18:6). Quando retornou para Jurusalém, os judeus o prenderam no templo e quase o materal. O livro de Atos termina com Paulo em Roma sendo perseguido por eles.

• Eles se consideravam o genuíno povo de Deus, os filhos da promessa, a comunidade da aliança, mas ao rejeitarem o Messias e perseguirem a igreja de Deus, estavam se transformando em Sinagoga de Satanás (Rm 2:28-29). A religião deles foi satanizada. Tornou-se a religião do ódio, da perseguição, da rejeição da verdade. Quem difama Cristo ou o degrada naqueles que o confessam promove a obra de Satanás e guerreia as guerras de Satanás.

• Os crentes passaram a sofrer várias acusações levianas:1) Canibais – por celebrarem a ceia com o pão e o vinho, símbolos do corpo de Cristo; 2) Imorais, por celebrarem a festa do Ágape antes da Eucaristia; 3) Divididor de famílias, uma vez que as pessoas que se convertiam a Cristo deixavam suas crenças vãs para servirem a Jesus. Jesus veio trazer espada e não a paz; 4) Acusavam os crentes de Ateísmo, por não se dobrarem diante de imagens dos vários deuses; 5) Acusavam os crentes de deslealdade e revolucionários, por se negarem a dizer que César era o Senhor.

4. Prisão

• Alguns crentes de Esmirna estavam enfrentando a prisão. A prisão era a ante-sala do túmulo. Os romanos não cuidavam de seus prisioneiros. Normalmente os prisioneiros morriam de fome, de pestilências, ou de lepra.

• Vistas de um bastião mais elevado, as detenções acontecem para serdes postos à prova. Os crentes estavam prestes a serem levados à banca de testes. Deverá ser testada a sua fidelidade. Mas Deus é fiel e não permite que sejamos tentados além das nossas forças. Ele superviona o nosso teste.

II. SABENDO QUE A AVALIAÇÃO DE SUCESSO DE JESUS É DIFERENTE DA AVALIAÇÃO DO MUNDO – V. 9

1. A igreja de Esmirna era uma igreja pobre: pobre porque os crentes vinham das classes mais baixas. Pobre porque muitos dos membros eram escravos. Pobres porque seus bens eram tomados, saqueados. Pobres porque os crentes eram perseguidos e até jogados nas prisões. Pobres porque os crentes não se corrompiam. Era uma igreja espremida, sofrida, acuada.

2. Embora a igreja fosse pobre financeiramente, era rica dos recursos espirituais. Não tinha tesouros na terra, mas os tinha no céu. Era pobre diante dos homens, mas rica diante de Deus. A riqueza de uma igreja não está na pujança do seu templo, na beleza de seus móveis, na opulência do seu orçamento, na projeção social dos seus membros. A igreja de Laodicéia considerava-se rica, mas Jesus disse para ela que ela era pobre. A igreja de Filadélfia tinha pouca força, mas Jesus colocou diante dela uma porta aberta. A igreja de Esmirna, era pobre, mas aos olhos de Cristo ela era rica.

3. Enquanto o mundo avalia os homens pelo ter, Jesus os avalia pelo ser. Importa ser rico para com Deus. Importa ajuntar tesouros no céu. Importa ser como Pedro: "Eu não tenho ouro e nem prata, mas o que eu tenho, isso te dou: em nome de Jesus, o Nazareno anda". A igreja de Esmirna era pobre, mas fiel. Era pobre, mas rica diante de Deus. Era pobre, mas possuía tudo e enriquecia a muitos.

4. Nós podemos ser ricos para com Deus, ricos na fé, ricos em boas obras. Podemos desfrutar das insondáveis riquezas de Cristo. À vista de Deus há tantos pobres homens ricos como ricos homens pobres. É melhor ser como a igreja de Esmirna, pobre materialmente e rica espiritualmente, do que como a igreja de Laodicéia, rica, mas pobre diante de Cristo.

5. Outro grupo ostentava uma falsa percepção de si mesmo. "Se dizem judeus, mas não são, sendo antes sinagoga de Satanás" (v. 9). Não é judeu quem o é exteriormente…judeu é quem o é interiormente (Rm 2:28-29). Eles afirmam que são judeus, mas isso não é verdade. Eles afirmam que vocês são pobes, mas isso não é verdade. O mundo vê a aparência, Deus o interior.

III. ESTANDO PRONTO A FAZER QUALQUER SACRÍFICIO PARA HONRAR A JESUS – V. 10b

1. Aqueles crentes eram pobres, perseguidos, caluniados, presos e agora estavam sendo encorajados a enfrentar a própria morte, se fosse preciso. Não é ser fiel até o último dia da vida. É ser fiel até o ponto de morrer por essa fidelidade. É preferir morrer a negar a Jesus. Jesus foi obediente até a morte e morte de cruz. Ele foi da cruz até à coroa. Essa linha também foi traçada para a igreja de Esmirna: "Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida".

2. A igreja de Esmirna, assim, não é candidata à morte, mas à vida.

3. A cidade de Esmirna era fiel a Roma, mas os crentes são chamados a serem fiéis a Jesus. A cidade de Esmirna tinha a pretenção de ser a primeira, mas Jeus diz: "Eu sou o primeiro e o último". Somos chamados a sermos fiéis até às últimas consequências, mesmo num contexto de hostilidade e perseguição. O bispo da igreja Policarpo, discípulo de João, foi martirizado no dia 25/02/155 d.C. Ele foi apanhada, arrastado para a arena. Tentaram intimidá-lo com as feras. Ameaçaram-no com o fogo. Ele respondeu ao procônsul: "Vocês me ameaçam com um fogo que pode queimar apenas por alguns instantes, respeito do fogo do juízo vindouro e do castigo eterno, reservado para os maus. Mas porque vocês demoram, façam logo que têm de fazer." Seus algozes tentaram forçá-lo a blasfemar contra Cristo, mas ele respondeu: "Eu o sirvo a 86 anos e ele sempre me fez bem. Como posso blasfemar contra o meu Salvador e Senhor, que me salvou?" Os inimigos furiosos, queimaram-no vivo em uma pira, enquanto ele orava e agradecia a Jesus o privilégio de morrer como mártir.

4. Hoje Jesus espera do seu povo fidelidade na vida, no testemunho, na família, nos negócios, na fé. Não venda o seu senhor por dinheiro, como Judas. Não troque o seu Senhor, por um prato de lentilhas como Esaú. Não venda a sua consciência por uma barra de ouro como Acã. Seja fiel a Jesus, ainda que isso lhe custe seu namoro, seu emprego, seu sucesso, seu casamento, sua vida. Jesus diz que aqueles que são perseguidos por amor a ele são bem-aventurados (Mt 5:10-12). O servo não é maior do que o seu senhor. O mundo perseguiu a Jesus e também nos perseguirá.

5. A Bíblia diz que todo aquele que quiser viver piedosamente em Cristo será perseguido (2 Tm 3:12). Paulo diz: "A vós foi dado o privilégio não apenas de crer em Cristo, mas também de sofrer por ele" (Fp 1:29). Dietrich Bonhoeffer enforcado no campo de concentração de Flossenburg na Alemanha, em 9 de abril de 1945 escreveu que o sofrimento é o sinal do verdadeiro cristão. Enquanto estamos aqui, muitos irmãos nossos estão selando com o seu sangue a sua fidelidade a Cristo.

6. Aqueles que forem fiéis no pouco, serão recebidos pelo Senhor com honras: "Bom está servo bom e fiel. Foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do teu senhor."

IV. SABENDO QUE JESUS ESTÁ NO CONTROLE DE TODOS OS DETALHES DA NOSSA VIDA – V. 9-10

1. Jesus conhece quem somos e tudo o que acontece conosco – v. 9

• Este fato é fonte de muito conforto. Uma das nossas grandes necessidades nas tribulações é alguém com quem partilhá-las. Jesus conhece nossas aflições, porque anda no meio dos candeeiros. Sua presença nunca se afasta. 

• Nossa vida não está solta, ao léu. Nosso Senhor não dormita nem dorme. Ele está olhando para você. Ele sabe o que você está passando. Ele conhece a sua tribulação. Ele sabe das suas lutas. Ele sabe das suas lágrimas. Ele sabe que diante dos homens você é pobre, mas ele sabe os tesouros que você tem no céu.

• Jesus sabe das calúnias que são assacadas contra você. Ele sabe o veneno das línguas mortíferas que conspiram contra você.

• Ele sabe que somos pobres, mas ao mesmo tempo ricos.

• Ele sabe que somos entregues à morte, mas ao mesmo tempo temos a coroa da vida.

2. Jesus permite o sofrimento com um propósito, para lhe provar, e não para lhe destruir – v. 10

• A intenção do inimigo é destruir a sua fé, mas o propósito de Jesus é provar você. Os judeus estão furiosos. O diabo está por trás do aprisionamento. Mas quem realiza seus propósitos é Deus. O fogo das provas só consumirão a escória, só queimará a palha, porém tornará você mais puro, mais digno, mas fiel. Jesus estava peneirando a sua igreja para arrancar dela as impurezas. O nosso adversário tenta para destruir; Jesus prova para refinar. Precisamos olhar para além da provação, para o glorioso propósito de Jesus. Precisamos olhar para o além do castigo, para o seu benefício. Exemplo: Davi – Foi-me bom passar pela aflição para aprender os teus decretos. 

• O Senhor não o poupa da prisão, mas usa a prisão para fortalecer você. Ele não nos livra da fornalha, mas nos purifica nela.

3. Jesus controla tudo o que sobrem à sua vida

• Nunhum sofrimento pode nos atingir, exceto com a sua expressa permissão. Ele adverte os crentes de Esmirna sobre o que está por acontecer, ele fixa um limite aos seus sofrimentos. Jesus sabe quem está por trás de todo ataque à sua vida (v. 10). O inimigo que que nos ataca não pode ir além do limite que Jesus estabelece. A prisão será breve. E Jesus diz: "Não temas as cousas que tens de sofrer." Três verdades estão aqui presentes: a primeira é que o sofrimento é certo; a segunda é que será limitado; a terceira é que será breve.

• Assim como aconteceu com Jó, Deus diria para o diabo em Esmirna: "Até aqui e não mais". O diabo só pode ir até onde Deus o permite. Quem está no controle da nossa vida é o Rei da glória. Não tenha medo!

4. Jesus já passou vitoriosamente pelo caminho estreito do sofrimento que nos atinge, por isso pode nos fortalecer

• Ele também enfrentou tribulação. Ele foi homem de dores. Ele sabe o que é padecer. Ele foi pressionado pelo inferno.

• Ele suportou pobreza, não tinha onde reclinar a cabeça.

• Ele foi caluniado. Chamaram-no de beberrão, de impostor, de blasfemo, de possesso.

• Ele foi preso. Açoitado, cuspido, pregado na cruz.

• Ele passou pelo vale escuro da própria morte. Ele entrentou nas entranhas da morte e a venceu. 

• Agora ele diz para a sua igreja: "Não temas as cousas que tens de sofrer." Ele tem poder para consolar, porque ele foi tentado como nós, mas sem pecar. Ele pode nos socorrer, porque trilhou o caminho do sofrimento e da morte e venceu. 

• Ele é eterno – Ele é o primeiro e o último. Aquele que nunca muda e que está sempre conosco.
• Ele é vitorioso – Ele enfrentou a morte e a venceu. Ele destruiu aquele que tem o poder da morte e nos promete vitória sobre ela.

• Ele é galardoador – Ele promete a coroa da vida para os fiéis e vitória completa sobre a segunda morte para os vitoriosos.

CONCLUSÃO

1. Quem tem ouvidos, ouça o Espírito diz às igrejas – Cada igreja tem necessidade de um sopro especial do Espírito de Deus. A palavra para a igreja de Esmirna era: considerem-se candidatos à vida. Sob tribulação, pobreza e difamação continuem fiéis. Não olhem para o sofrimento, mas para a recompensa. Só mais um pouco e ouviremos nosso Senhor nos chamando de volta para Casa: "Vinde, benditos de meu Pai, entrem na posse do Reino…", aqui não tem mais morte, nem prato, nem luto, nem dor!

2. O vencedor não sofrerá o dano da segunda morte - Podemos enfrentar a morte e até o martírio, mas escaparemos do inferno que é a segunda morte (v. 11), e entraremos no céu, que é a coroa da vida (v. 10). Podemos precisar ser fiéis até à morte, mas então a segunda morte não poderá nos atingir. Podemos perder nossa vida, mas então a coroa da vida nos será dada.

Áudiohttp://www.youtube.com/watch?v=GmwmJWUjlZw&feature=youtu.be

2013/07/18

Minha família no altar de Deus

Texto: 2 Cr 26
Eu estava pensando sobre como colocar a minha Família no altar de Deus e olhando para a palavra de Deus vemos que nem todos podiam se aproximar do altar era algo extremamente perigoso se aproximar do altar de Deus se você não fosse um sacerdote, ou seja se você não fosse uma pessoa separada para essa função.
O altar de Deus, simbolicamente representa a própria presença de Deus. Era um lugar santíssimo o qual apenas os sacerdotes podiam transitar, não era pra qualquer um, temos um episódio acontecido com o rei Uzias lá em 2 Cr 26.16, onde ele pensou que podia oferecer incenso diante do altar de Deus e ele foi acometido de lepra.
1. Aqui esta a primeira lição pra você que quer colocar a sua família no altar de Deus, seja um sacerdote do seu lar, você não tem autoridade espiritual pra levar sua família no altar de Deus se você não assumir o sacerdócio em sua casa. É você que tem que orar por sua família é você que tem que levantar de madrugada e apresentar a sua casa diante de Deus a semelhança de Jó, "Jó se levantava de madrugada e oferecia sacrifícios em favor de cada um dos seus filhos, para purificá-los. Jó sempre fazia isso" (Jó 1:5). As coisas só vão mudar na sua casa quando você mudar primeiro, sua família só vai ser transformada se você se deixar ser transformado primeiro.
2. A segunda lição que eu aprendo neste texto é que o altar é santíssimo e apenas os sacerdotes podiam ministrar no altar por eles eram separados eram santos. Sem santidade de vida você não pode apresentar a sua família no altar de Deus. Quando Moisés foi se aproximar da sarça ardente o que foi que o anjo do Senhor disse para ele  "tire a sandália dos teus pés pois o lugar onde pisas é santos..."
A bíblia diz que sem santidade ninguém vera a Deus quanto mais oferecer algo em seu altar, é a transformação em nossa casa passa primeiro pela gente, é claro que ele quer abençoar a nossa casa mas muito mais do que isso ele quer fazê-lo por meio de nós a partir de nós.
3. A terceira lição que aprendo neste texto é que o sacerdote do lar não tem medo do confronto, o texto diz VS 17-18 "...Porém o sacerdote Azarias entrou após ele, e com ele oitenta sacerdotes do SENHOR, homens valentes. E resistiram ao rei Uzias, e lhe disseram: A ti, Uzias, não compete queimar incenso perante o SENHOR, mas aos sacerdotes, filhos de Arão, que são consagrados para queimar incenso; sai do santuário, porque transgrediste; e não será isto para honra tua da parte do SENHOR Deus.2 Crônicas 26:17-18" Pra apresentarmos nossa família no altar de Deus temos que ser boca de Deus e confrontar o pecado, não podemos nos esconder atrás de uma atitude de falsa pacificação. "é melhor deixar assim do que fazer briga" é preciso que tenhamos uma postura de amor mais firme, pois pelo contrario corremos o risco de perder a nossa casa assim como o sacerdote Eli perdeu por falta de firmeza 1 Samuel 2.27-34

Ouça o que o espírito diz à igreja 1 (Hernandes dias Lopes)

A igreja de Éfeso  Apocalipse 2.1-7

INTRODUÇÃO

• O Espírito de Deus tem uma palavra específica para a nossa igreja nesta noite. A mensagem enviada à igreja de Éfeso é uma palavra viva e atual para a igreja hoje. Os problemas que aquela igreja enfrentou são os problemas que enfrentamos hoje: como ser uma igreja dinâmica no trabalho de Deus num tempo de apatia. Como ser uma igreja fiel em tempos de perseguição no campo de idéias e novas teologias emergentes? Como ser uma igreja ortodoxa num contexto marcado por tanto misticismo e tantas heresias? Como ser uma igreja vibrante no seu amor por Deus e uns pelos outros num contexto de tanto formalismo religioso e frieza nos relacionamentos.

• A mensagem de Jesus à igreja de Éfeso é a mensagem de Jesus para a nossa igreja. Nossa sociedade é o retrato da cidade de Éfeso. Éfeso era a primeira, maior e mais rica cidade da Ásia Menor. Era a metrópole e a luz da Ásia. Em Éfeso ficava o porto mais importante da Ásia. Era considerada a porta de entrada do mundo. Éfeso era também o centro do culto de Diana. O templo jônico da deusa Diana era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Éfeso era um centro importante da religião pagã bem como do culto ao imperador. Éfeso era também famosa como centro mundial da superstição. Pessoas vinham de todas as partes do mundo comprar amuletos e objetos mágicos em Éfeso. Mas Éfeso era também um centro de imoralidade. O templo de Diana tinha centenas de prostitutas cultuais.

• A igreja de Éfeso teve grandes pastores como Paulo, Apolo, Timóteo e João. Aquela era uma grande igreja. Houve naquela igreja ricos sinais de avivamento: 1) As pessoas ao ouvirem o Evangelho vinham publicamente denunciando as suas obras pecaminosas; 2) As pessoas convertidas do ocultismo, queimavam em praça público os livros de magia; 3) O evangelho espalhou-se por toda a Ásia a partir do testemunho daquela igreja. Era uma igreja missionária. E Jesus tem uma mensagem para essa igreja e essa mensagem também é para nós.

I. A APROVAÇÃO DE JESUS – V. 1-3,6

1. As credenciais de Jesus – v. 1

1.1. Ele tem a liderança da igreja nas suas mãos – Jesus não apenas tinha a liderança da igreja nas mãos (1:16), mas ele segura essa liderança em suas mãos. Jesus exerce controle sobre a sua igreja. Nós estamos dentro das mãos de Cristo e das suas mãos ninguém pode nos arrebatar.

1.2. Ele visita a sua igreja e a sonda profundamente – Cristo visita o seu povo. Ele habita com ele. Ele anda no meio dele. Ele o inspeciona. Ele o conhece. Jesus está vendo a igreja por dentro e por fora. Ele anda no meio da igreja para a encorajar, para a repreender e para chamá-la ao arrependimento. Seus olhos são como chama de fogo. Nada escapa à sua investigação. Jesus olhou para a igreja de Éfeso e viu o seu amor se esfriando. Ele olhou para a igreja de Esmirna e viu lá uma sinagoga de Satanás, onde a imoralidade era tolerada. Ele olhou para a igreja de Pérgamo e viu lá instalado o trono de Satanás. Na igreja de Tiatira ele viu a tolerância da imoralidade de Jezabel. Ele olhou para a igreja de Sardes e viu que as suas obras não eram íntegras. Ele avisou à igreja de Filadélfia que tinha posto diante dela uma porta aberta. Ele alertou a igreja de Laodicéia que estava a ponto de vomitá-la da sua boca. O que é que Jesus está vendo em nossa igreja? Frieza, infidelidade, mundanismo, falta de amor, falta de fervor, impureza, secularismo?

2. Os elogios de Jesus – v. 2-3,6

2.1. Uma igreja envolvida na obra de Deus – v. 2 – A igreja de Éfeso era ativa, ocupada no serviço de Deus e dos seres humanos. Seus membros eram plenamente ocupados pregar o evangelho, cuidar dos doentes, ensinar os jovens e visitar os idosos. A igreja de Éfeso era uma autêntica colméia industriosa. Cada membro estava sempre fazendo alguma coisa para Cristo. A agenda da igreja estava sempre cheia de muitas atividades. A palavra kopós descreve um trabalho árduo que demanda toda energia. A vida cristã não é para os frívolos. Devemos nos gastar na obra de Deus.

2.2. Uma igreja perseverante nas tribulações – v. 2-3– A cidade de Éfesa era um dos centros de adoração ao imperador. Os habitantes da cidade praticavam artes mágicas e tinha profunda reverência pela grande Diana dos Efésios. Ser crente em Éfeso era impopular. Era estar exposto à perseguição. Os crentes sabiam o que era ser desprezado em público e ser caluniado na vida privada. Apesar de toda pressão, os crentes mantinham-se firmes e fiéis a Jesus. A palavra hupomone é a paciência triunfadora. Ninguém pode deter a igreja. O sangue dos mártires é a sementeira do evangelho.

2.3. Uma igreja ortodoxa doutrinariamente – v. 2,6 – Paulo havia advertido os presbíteros de Éfeso a respeito dos lobos que penetrariam no meio do rebanho e também que do meio do rebanho se levantariam homens pervertidos ensinando heresias (Atos 20:29,30). Agora os lobos haviam chegado. Feras devoradoras tinham se infiltrado no meio no aprisco. Falsos profetas estavam disseminando suas doutrinas obscuras e perigossas no meio do povo de Deus. Mas a igreja de Éfeso se destacava pela sua pureza doutrinária. Os Nicolaítas = os destruidores do povo. Estavam propagando suas doutrinas nocivas, especialmente sua condescendência com a imoralidade. Eles ensinavam que o sexo antes e depois do casamento não era pecado. Eles ensinavam que os crentes não deveriam viver uma vida diferente do mundo. Os crentes não deveriam romper com o mundo. Os Nicolaítas eram piores que os pagãos, porque agiam infiltrados na igreja. Eles queriam gozar do melhor do mundo e do melhor da igreja. Os Nicolaítas não propunham destruir o Cristianismo, mas uma oferecer uma nova versão dele, uma versão modernizada da verdadeira fé. A igreja de Éfeso identificou os falsos ensinos e as falsas obras dos falsos apóstolos e odiou e rejeitou a heresia. Os crentes de Éfeso não se separaram apenas de falsas doutrinas, mas também de falsas obras. Os crentes de Éfeso não foram estúpidos a ponto de supor que a cordialidade cristã pode tolerar falsos apostólos. O verdadeiro amor não comunga com o erro nem com o mal. Na verdade os crentes de Éfeso eram ocupados no serviço de Deus, pacientes no sofrimento e ortodoxos na fé.

II. A ACUSAÇÃO DE JESUS – V. 4

1. Uma igreja que perdeu sua paixão por Jesus – v. 4

• Eles deixaram as alturas iniciais de sua devoção e desceram às planícies da mediocridade. Seus corações perderam o calor da paixão e estavam frios. A luta pela ortodoxia, o intenso trabalho e as perseguições levaram a igreja de Éfeso à aridez. Uma esposa pode ser fiel ao seu marido sem amá-lo com devoção. Ela pode ser fiel por dever e não por uma acendrado e apaixonado amor.

• A igreja como noiva de Deus – Deus muitas vezes comparou Israel à sua noiva e ele mesmo ao seu noivo ou esposo. Deus fixou nela o seu amor. Quando ela estava em "tempos de amores" ele a tomou como sua. Ele lhe fizera juramento e entrou em aliança com ela. Mas ela começou a flertar com outros amantes, os deuses cananeus. Israel tornou-se infiel e abandonou o seu verdadeiro marido. Deus então como um noivo apaixonado diz: "Lembro-me de ti, da tua afeição quando eras jovem, e do teu amor quando noiva, e de como me seguias no deserto, numa terra em que se não semeia (Jeremias 2:2). A igreja é a noiva de Cristo. Ela deve apresentar-se a ele como uma noiva pura, santa e sem defeito. Mas agora o noivo celestial vê que o amor da sua noiva está se esfriando. Aquela primeira sensação de êxtase tinha passado. Sua antiga devoção a Cristo havia esfriado. A igreja havia abandonado o seu primeiro amor.

• O Primeiro Amor – O noivo procura cortejar a sua noiva para voltar ao seu primeiro amor. O profeta Oséias é um retrato de Cristo nesse ardente desejo: "Eis que eu a atrairei, e levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração. Desposar-te-ei comigo para sempre…"

• O amante divino ainda se entristece quando seu amor não é correspondido e suspira por nossa adoração contínua, profunda e amadurecida. O amor, portanto, é a primeira marca de uma igreja verdadeira e viva. Como conhecidos como discípulos de Cristo pelo amor. A vida cristã é essencialmente uma relação de amor com Jesus.

• Amor Imortal – Sem esse amor, a obra da igreja é morta (1 Coríntios 13:1-3). A primeira geração da igreja era marcada pelo amor (1:15). Cerca de 30 anos se passaram. Uma nova geração despontou na igreja de Éfeso, a qual perdeu o fogo da sua primeira devoção. Eles continuavam trabalhando, mas sem amor. Continuando enfrentando perseguições, mas sem amor. Continuavam firmes na doutrina, mas sem amor. Mas sem amor, o trabalho se torna enfadonho. Sem amor o sofrimento é estoicismo. Sem amor a ortodoxia é morta. O amor é maior do que o conhecimento, do que a fé, e do que a esperança.

III. A ADMOESTAÇÃO DE JESUS – V. 5-7

1. A igreja recebe a ordem de lembrar-se de sua condição anterior – v. 5

• A filosofia do mundo diz que para você ser feliz, você precisa esquecer. Mas a lembrança é um dom precioso. O passado é um enconrajamentro e uma advertência para nós. Olhar para trás pode ser pecaminoso; mas pode também ser sensato. Olhar para trás com olhos lascivos, como fez a mulher de Ló, para os pecados de Sodoma dos quais temos sido libertos é atrair desastre. Olhar para trás para os prazeres do mundo, uma vez que já pusemos a mão no arado, é não estar apto para o Reino de Deus. Mas olhar para trás para corrigir os nossos caminhos é dar o primeiro passo na estrada do arrependimento.
• Não devemos viver no passado. Mas lembrá-lo e comparar o que somos com o que fomos, é uma experiência salutar e restauradora. O filho pródigo começou o seu caminho de restauração quando ele lembrou da casa do Pai.

2. A igreja recebe a ordem expressa de arrepender-se do seu pecado – v. 5

• A igreja recebe a ordem de arrepender-se. Isso não é apenas uma mudança passageira. Não é apenas uma tristeza sentida pelo erro. Arrependimento não é apenas tecido de palavras nem muito menos medo das consequências. Arrependimento significa mudar de direção. Precisamos mudar a nossa mente. Precisamos mudar os nossos sentimentos. Precisamos mudar a nossa vida. 
• O filho pródigo disse: "Levantar-me-ei e irei ter com o meu Pai e lhe direi: Pai pequei contra ti…"

3. A igreja recebe a ordem clara de voltar à prática das primeiras obras – v. 5

• A igreja tinha que recuperar o que havia perdido. Ela tinha que praticar as obras que praticava no início. Ela tinha que voltar a se apaixonar por Cristo. Ela tinha que ser uma noiva apaixonada por seu noivo. Ela tinha que viver, trabalhar e enfrentar os perigos por amor a Jesus. 

• Ninguém se arrepende de um pecado e o continua praticando. A prova e o fruto do arrependimento é uma vida transformada.

• É tempo de você voltar para Deus. Você que se afastou. Você que está frio na fé. Você que deixou de orar, jejuar, ler a Palavra. É tempo de recomeçar como Pedro recomeçou. É tempo de voltar para casa como o pródigo voltou. É tempo de reconstruir o altar do Senhor que está em ruínas.

4. A igreja recebe uma solone advertência de Jesus – v. 5

• Nenhuma igreja tem um lugar seguro e permanente neste mundo. Ela está continuamente sob julgamento. O tempo é chegado quando o julgamento começa pela Casa de Deus. Uma igreja fria não pode representar Cristo no mundo. A igreja de Éfeso ouviu a exortação de Cristo e firmou-se. No século II o bispo Inácio de Antioquia dá testemunho da vitalidade da igreja de Éfeso. Mas a nova geração que surgiu esqueceu-se do Senhor e a ameaça foi cumprida. A igreja de Éfeso deixou de existir. Desde então, aquela igreja nunca mais foi restaurada. Ela perdeu o tempo da sua visitação. Ela perdeu o tempo da sua oportunidade. Ela deixou de ser uma testemunha de Cristo. Éfeso tornou-se um montão de ruínas e a igreja de Éfeso desapareceu no tempo.

• A despeito dos grande privilégios a igreja de Éfeso estava em risco de perder a sua luz. A igreja que perde o seu amor, em breve perderá a sua luz. A igreja não tem luz sem amor. Muitas igrejas tem deixado de existir, porque abandonaram o seu primeiro amor. Seus templos se transformaram em museus. Seus membros ficaram dispersos. Outras igrejas perderam sua capacidade de brilhar. Seus edifícios podem permanecer intactos, seus pastores podem continuar pregando e suas congregações se reunindo, mas seu candelabro foi removido. Ela não tem luz porque não tem amor.

CONCLUSÃO

• Ouça o que o Espírito diz à igreja: Há uma palavra para o vencedor: "Ao vencedor dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus" (2:7). Cada uma das sete cartas termina com uma promessa ao vencedor, ou seja, para quem obedece à mensagem que o Espírito diz à igreja.

• Alimentar-se da árvore da vida é gozar da vida eterna no céu. Nós já desfrutamos da vida eterna aqui e vamos desfrutar em medida infinitamente maior no porvir. Mas, o que é a vida eterna senão conhecer e amar a Deus e a Seu Filho Jesus Cristo? E o que é o céu senão a morada do amor? Porque o céu é onde Deus está e Deus é amor. Portanto, a recompensa do amor é mais amor na perfeita comunhão do céu.

• Jesus está passeando no meio da nossa igreja nesta noite. Ele está sondando seus pastores, seus líderes, os casais, os jovens, os adolescentes, os juniores, as crianças, os anciãos. O que o Senhor está vendo em nossa igreja. Quais elogios? Quais exortações? Que mudanças precisamos fazer? Quem tem ouvido, ouça o que o Espírito diz à igreja.


Áudiohttp://www.youtube.com/watch?v=GVyOjlIC6Rg

2013/07/15

O poder do espírito santo na vida da igreja

Referência: Atos 1.1-14 e 2.1-47

INTRODUÇÃO

1. Existem várias igrejas nos Estados Unidos, Canadá e Europa que são chamadas "igrejas mortas". Estão mortas porque deixaram a fonte da vida. Sem o Espírito Santo a igreja morre. Sem o Espírito não há vida na igreja.

2. É possível a igreja hoje ser revestida com o poder do Espírito Santo? É possível sermos revigorados pelo poder do alto? É possível sermos tomados de uma profunda convicção de pecado e uma intensa sede de Deus?

3. Ao longo da história, várias vezes, Deus visitou o seu povo: a igreja primitiva, Valdenses, Reforma, Morávios, Puritanos, Missões, Avivamentos.

4. Vamos observar algumas verdades importantes do texto a qual lemos:

I. A PROMESSA DO ESPÍRITO SANTO – V. 4-8

1. O derramamento do Espírito é uma promessa do Pai – 1:4

• O profeta Joel já havia profetizado: "E acontecerá depois que derramarei do meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias" (Jl 2:28,29).

• O derramamento do Espírito é para todos ele quebra a barreira do preconceito social, de idade e do sexo. Ele vem sobre todos. Jesus disse que enviaria o outro Parácleto, o Espírito Santo, para estar para sempre conosco. Jesus reafirma a promessa, quando Deus derramaria água sobre o sedento e torrentes sobre a terra seca.

2. O derramamento do Espírito é resultado de uma espera obediente – 1:4

• os discípulos deveriam permanecer na cidade até que fossem revestidos de poder (Lc 24:49). Talvez o último lugar que gostariam de ficar fosse Jerusalém, o palco de queda e fracasso na vida deles. Mas o cenário do fracasso deve ser o lugar da restauração.

• É mais fácil sair do que ficar. É mais fácil ser um ativista do que depender de Deus. É mais fácil confiar em nossa força do que no poder do Espírito Santo. Mas a ordem é capacitação do alto antes de ação na terra. Ilustração: A igreja do Evangelho Pleno em Seul – O pastor gasta 70% do seu tempo orando e meditando na Palavra.

3. O derramamento do Espírito é resultado da expectativa de uma vida de poder – 1:5,8; Lc 24:49

• O batismo com o Espírito Santo deu-se no Pentecoste, quando o Espírito veio para estar para sempre com a igreja. Agora, todos nós que cremos, somos batizados pelo Espírito Santo, no corpo de Cristo. Com o batismo do Espírito, veio também o revestimento de poder.

• Devemos igualmente esperar uma vida de poder. O evangelho é o poder de Deus. O Reino de Deus consiste não de palavras, mas de poder. Foi essa sede de poder do alto que levou os homens santos de Deus a clamar.

• O evangelista Moody foi abordado por duas mulheres da igreja Metodista Livre. Estamos orando por você, disseram elas. Moody começa também a orar. Logo veio sua gloriosa experiência em Nova York. Ele disse que não trocaria esse enchimento do Espírito ainda que lhe dessem em troca o mundo inteiro.

• Mas poder para que?

a) Poder para sacudir o jugo do medo

b) Poder para tirar os olhos da especulação para a ação (At 1:6-8)

c) Poder para morrer (At 1:8)

d) Poder para perdoar (At 1:8)

e) Poder para ir além fronteiras (At 1:8)

f) Poder para pregar (At 1:8).

II. A BUSCA DO ESPÍRITO SANTO – 1:14

1. Havia unanimidade em oração – "Todos"

• Quando Jesus fez a promessa do derramamento do Espírito, a igreja não duvidou. Não colocou em segundo plano. Não deixou para depois. Todos os 120 discípulos buscaram um lugar de oração. Eles tinham uma só alma. Um só propósito: buscar o poder do alto.

2. Havia perseverança na oração – "perseveravam"

• Hoje, temos ânimo para começar uma reunião de oração, mas não temos fibra para continuar. É fácil ter entusiasmo quando as circunstâncias são favoráveis. Mas Deus busca em nós persistência.

• C. H. Spurgeon ao pregar sobre Atos 1:14 disse: "Como esperar o Pentecoste se nem ainda fomos despertados para orar? Primeiro, vem a igreja toda, unânime, perseverando em oração, só depois vem o Pentecoste".

• Estudem as Escrituras. Estudem a história da igreja e vejam se há um só exemplo de despertamento espiritual sem ser precedido por oração!

• Elias orou 7 vezes. A chuva desceu porque Elias subiu. Ele não desistiu, enquanto não viu o sinal da chuva torrencial de Deus descendo sobre a terra seca. Precisamos ser despertados para oração.

• Os discípulos oravam 10 dias. Poderiam ter orado um mês, um ano. Eles deveriam ficar em Jerusalém até que…

3. Havia concordância na oração – "Todos, perseveravam, unânimes em oração"

• Havia um só coração, uma só alma, um só clamor, uma só direção. A igreja estava unida pela mesma causa. Havia concordância entre os discípulos.

• Hoje há ajuntamento, mas pouca comunhão; há orações, mas pouca concordância; muita coreografia, mas pouco quebrantamento; muito movimento, mas pouca adoração; muita agitação, mas pouco louvor; muita verborragia, mas pouca unção.

• Jesus disse que dois na terra concordarem sobre qualquer coisa, isso lhes será concedido.

III. O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO – 2:1-12

1. O derramemento do Espírito Santo foi um fenômeno celestial – 2:1-4

• O Pentecoste não foi algo produzido, ensaiado, fabricado. Algo do céu verdadeiramente aconteceu. Foi incontestável, irresistível. Foi soberano, ninguém pôde produzi-lo. Foi eficaz, ninguém pôde desfazer os seus resultados. Foi definitivo: ele veio para ficar para sempre com a igreja.

a) O derramamento do Espírito veio como um SOM – Não foi barulho, algazarra, falta de ordem, histeria, mas um som do céu. O Pentecoste foi audível, verificável, público, reverberando sua influência na sociedade. Esse impacto atraiu grande multidão para ouvir a Palavra.

b) O derramamento do Espírito veio como um VENTO – O vento é símbolo do Espírito Santo. O vento é livre – ele sopra onde quer. O vento é soberano – ele sopra irresistivelmente. O vento é misterioso – ninguém sabe donde vem nem para onde vai. 

c) O derramamento do Espírito veio em línguas como de FOGO – O fogo também é símbolo do Espírito Santo. O fogo ilumina, purifica, aquece e alastra. 

d) O derramamento do Espírito produziu o fenômeno das línguas – Pentecoste foi o oposto de Babel. Lá as línguas eram ininteligíveis. Aqui, não há necessidade de interpretação. Lá eles enalteciam seus próprias nomes. Aqui eles falam as grandezas de Deus.

2. O derramamento do Espírito nos prova que os milagres abrem portas para o evangelho, mas não é o próprio evangelho – v. 7, 12,13

• Três foram as reações ao milagre do derramamento do Espírito Santo:

a) Ceticismo – v. 12;  b) Preconceito – v. 7;   c) Zombaria – v. 13

• O milagre em si não pode transformar a multidão, mas atraiu essa mesma multidão para ouvir a Palavra de Deus. Quando Pedro começou a pregar, o coração do povo começou a derreter. 

• Naquele dia o apelo não partiu do pregador, mas do auditório.

3. O derramamento do Espírito traz uma experiência pessoal de enchimento do Espírito Santo – 2:4

• Aqueles discípulos já eram salvos. Por três vezes Jesus havia deixado isso claro (Jo 13:10; 15:3; 17:12). Paulo declarou: "Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Rm 8:9).

Jesus disse que quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino (Jo 3:5). Jesus já havia soprado sobre eles o Espírito Santo (Jo 20:22).

• Mas a despeito de serem regenerados pelos Espírito e de receberem o selo do Espírito, eles ainda não estavam cheios do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito, outra é ser cheio do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito presente, outra é ter o Espírito presidente. Você que tem o Espírito, está cheio do Espírito?.

• A experiência da plenitude é pessoal (At 2:3-4). Logo que eles ficaram cheios do Espírito começaram a falar as grandezas de Deus (v. 11). Sempre que alguém estava cheio do Espírito começava a pregar (Atos 1:8; 2:4,11,14,41; 4:8,29-31; 6:5,8-10; 9:17-22; 1 Ts 1:5; 1 Co 2:4).

• A plenitude do Espírito nos dá poder para pregar com autoridade

1. Bill Hybes em um dos seus livros pergunta: "Qual é a igreja mais importante do mundo?" É a igreja que Deus está edificando dentro de você. 

2. Quais são as marcas dessa igreja que ainda hoje pode abalar o mundo? Para responder essa pergunta, precisamos olhar não para as igrejas contemporâneas, mas para a igreja mãe, para a igreja de Jerusalém.

3. Aquela igreja possuía algumas marcas:

1) Ela se reunia no templo e de casa em casa;

2) Ela tinha profundo compromisso com a doutrina e também uma celebração festiva;

3) Ela era profundamente engajada em ação social (horizontal) e também na oração (vertical);

4) Ela não apenas evangelizava, mas também fazia discípulos;

5) Ela tinha grande comunhão dentro dos muros e também a simpatia dos de fora. 

4. Hoje vemos igrejas que revelam grandes desequilíbrios: As igrejas que zelam pela doutrina, não celebram com entusiasmo. As igrejas ativas na ação social desprezam a oração. Aquelas que mais crescem em número mercadejam a verdade. 

5. Vamos olhar para a igreja de Jerusalém como nosso exemplo e modelo:

I. UMA IGREJA QUE TEM ZELO PELA TEOLOGIA

1. Firmeza doutrinária – v. 42

• A igreja de Jerusalém nasceu sob o bastão da verdade. A igreja começa com o derramamento do Espírito, a pregação cristocêntrica, cheia de autoridade e a permanência dos novos crentes na doutrina dos apóstolos. Ao longo da história houve muitos desvios da verdade: Deus tem compromisso com a sua Palavra. Ele tem zelo pela sua Palavra. Uma igreja fiel não pode mercadejar a Palavra.

1. Uma igreja cheia do Espírito Santo tem compromisso com a Palavra de Deus – v. 42 Eles tinham prazer de estudar a Palavra. Eles tornaram-se crentes firmes nas Escrituras. Eles perseveravam na doutrina dos apóstolos.

2. Perseverança na oração – v. 42

• A igreja de Jerusalém não apenas possuía uma boa teologia da oração, mas efetivamente orava. Ela dependia mais de Deus do que dos seus próprios recursos.

a) Atos 1:14 – Todos unânimes perseveravam em oração; b) Atos 3:1 – Os líderes da igreja vão orar às 3 horas da tarde; c) Atos 4:31 – A igreja sob perseguição ora, o lugar treme e o Espírito desce; d) Atos 6:4 – A liderança entende que a sua maior prioridade é oração e a Palavra; e) Atos 9:11 – O primeiro sinal que Deus deu a Ananias sobre a conversão de Paulo é que ele estava orando; f) Atos 12:5 – Pedro está preso, mas há oração incessante da igreja em seu favor e ele é liberto miraculosamente; g) Atos 13:1-3 – A igreja de Antioquia ora e Deus abre as portas das missões mundiais; h) Atos 16:25 – Paulo e Silas oram na prisão e Deus abre as portas da Europa para o evangelho; i) Atos 20:36 – Paulo ora com os presbíteros da igreja de Éfeso na praia; j) Atos 28:8-9 – Paulo ora pelos enfermos de ilha de Malta e os cura.

2. Uma igreja cheia do Espírito tem prazer na vida de oração – v. 42 Uma igreja cheia do Espírito ora com fervor e constância. É impossível ser uma pessoa cheia do Espírito e não ter vida de oração.

• A igreja hoje fala de oração, mas não ora.

3. Havia temor de Deus na igreja – v. 43

• Hoje as pessoas estão acostumadas com o sagrado. Há uma banalização do sagrado. Há uma saturação, comerciliazação e paganização das coisas de Deus – Os filhos de Eli.

• Quem conhece a santidade de Deus não brinca com as coisas de Deus – Dn 5.

• Atos 5 – O pecado da mentira foi punido com a morte.

• Há crentes que fazem piada com as coisas de Deus. Não há temor.

4. Havia presença da intervenção extraordinária de Deus – v. 43

•Uma igreja cheia do Espírito teme a Deus e experimenta os seus milagres – v. 43 Uma igreja cheia do Espírito é formada por um povo cheio de reverência. Ela tem compreensão da santidade de Deus. Ela se curva diante da majestade de Deus. Ela tem a agenda aberta para as soberanas intervenções de Deus. Ela crê nos milagres de Deus.

A manifestação extraordinária de Deus estava presente na vida da igreja: a) Atos 3 – O paralítico é curado; b) Atos 4:31 – O lugar onde a igreja ora, treme; c) Atos 5:12,15 – Muitos sinais e prodígios são feitos; d) Atos 8:6 – Filipe realiza sinais em Samaria; e) Atos 9 – A conversão de Saulo é seguida da sua cura; f) Atos 12 – A libertação de Pedro pelo anjo do Senhor; g) Atos 16 – O terremoto em Filipos; h) Atos 19:11 – Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres; i) Atos 28:8-9 – Deus cura os enfermos de Malta pela oração de Paulo. 

• Hoje há dois extremos na igreja: aqueles que negam os milagres e aqueles que inventam os milagres.

II. UMA IGREJA QUE TEM ENTUSIASMO NO CULTO

1. A igreja tinha prazer de estar na Casa de Deus – v. 46

• O culto era uma delícia. Eles amavam a Casa de Deus (Salmo 84 e 27:4).

• Uma igreja viva tem alegria em estar na Casa de Deus para adorar. 

• A comunhão no templo é uma das marcas da igreja ao longo dos séculos.

2. O louvor da igreja era constante – v. 47

Uma igreja cheia do Espírito que adora a Deus com entusiasmo – v. 47 Uma igreja cheia do Espírito canta com fervor. Ela louva a Deus com entusiasmo. Ela louva a Deus de todo o coração e bane do seu meio toda murmuração. Uma igreja alegre, canta. Os muçulmanos são mais de um bilhão. Eles não cantam.

• Uma igreja viva tem uma louvor fervoroso, cantagiante, restaurador, sincero, verdadeiro.

• O louvor que agrada a Deus tem sua origem em Deus, tem seu propósito de exaltar a Deus e como resultado produz quebrantamento nos corações.

3. A alegria da igreja era ultracircunstancial – v. 46

• A igreja transbordava de alegria:

a) Atos 5:40-42 – Os apóstolos são açoitados pelo sinédrio e retiraram-se regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus;

b) Atos 6:15 – Estevão na hora da morte vê a Jesus e seu rosto transfigura-se como rosto de anjo;

c) Atos 13:52 – Os discípulos em Antioquia da Pisídia, mesmo perseguidos, transbordavam de alegria e do Espírito Santo.

• Uma igreja que mistura o sofrimento com adoração.

III. UMA IGREJA QUE VALORIZA A COMUNHÃO

1. Os crentes tinham prazer de estar juntos – v. 42,44,46

• Uma igreja cheia do Espírito tem profunda comunhão – v. 42,44,45,46 Uma igreja cheia do Espírito é um lugar onde os irmãos se amam profundamente. Eles gostavam de estar juntos (v. 44). Eles partilhavam seus bens (v. 45). Eles gostavam de estar na igreja (v. 46) e também nos lares (v. 46b). Havia um só coração e uma só alma.

 Onde desce o óleo do Espírito, aí há união entre os irmãos; aí ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre (Sl 133).

• Cessam as brigas, as contendas; brota o perdão e a cura.

• Todos estavam juntos. Partiam pão de casa em casa. 

• Eles se reuniam no templo e também nos lares.

2. Os crentes eram sensíveis para ajudar os necessitados – v. 44-45

• Os crentes converteram o coração e o bolso. 

• Desapego dos bens e apego às pessoas.

• Encarnaram a graça da contribuição.

• Quem não ama a seu irmão, não pode amar a Deus.

IV. UMA IGREJA QUE PRODUZ IMPACTO NA SOCIEDADE

1. Pelo seu estilo de vida contava com a simpatia de todo o povo – v. 47

• A igreja era comprometida com a verdade, mas não legalista;

• A igreja era santa, mas não farisaica;

• A igreja era piedosa, mas não com santorronice;

• Os crentes eram alegres, festivos, íntegros. Eles contagiavam. 

• O estilo de vida da igreja impactava a sociedade: melhores maridos, melhores esposas, melhores filhos, melhores pais, melhores estudantes, melhores profissionais.

2. Pela ação soberana de Deus, experimentava um crescimento numérico diário – v. 47

• Uma igreja cheia do Espírito é uma igreja que tem a simpatia dos homens e a bênção do crescimento numérico por parte de Deus – v. 47 Essa igreja é simpática, amável. Ela é sal e luz. Ela é perfume de Cristo. Ela é carta de Cristo. Ela é boca de Deus e monumento da graça de Deus no mundo. Essa igreja tem qualidade e também quantidade. Ela cresce para o alto e também para os lados. Ela tem vida e também números.

Temos hoje dois extremos: numerolatria e numerofobia.

• Qualidade gera quantidade.

a) A igreja crescia em números.

b) A igreja crescia diariamente.

c) A igreja crescia por adição de vidas salvas.

d) A igreja crescia por ação divina.

• Vejamos o crescimento da igreja: 

1) Atos 1:15 – 120 membros

2) Atos 2:41 – 3.000 membros

3) Atos 4:4 – 5.000 membros

4) Atos 5:14 – Uma multidão é agregada à igreja

5) Atos 6:17 – O número dos discípulos é multiplicado

6) Atos 9:31 – A igreja se expande para a Judéia, Galiléia e Samaria

7) Atos 16:5 – Igrejas são estabelecidas e fortalecidas no mundo inteiro.

1. Ricken Warren disse que a pergunta errada é: O que eu devo fazer para a minha igreja crescer? A pergunta certa: O que está impedindo a minha igreja de crescer.

2. Nossa igreja tem feito diferença na nossa cidade? No nosso Estado e no País?

CONCLUSÃO

1. Você é um crente cheio do Espírito Santo? Você é um crente de oração? Você tem falado das grandezas de Deus? Você tem experimentado o poder de Deus? Você tem pregado a palavra de Deus?

2. Hoje, você pode transbordar. Jesus prometeu: "Quem crêr em mim, como diz a Escritura, rios de água viva fluirão do seu interior".

3. Você quer tomar posse hoje dessa vida superlativa?

Audio: http://www.youtube.com/watch?v=woKkJj_ZPk0

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